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LICENCIATURA EM LETRAS
Paripiranga
Outubro 2015
ESPANCA, Florbela. Sonetos. São Paulo: Matin Claret, 2007.
RESUMO:
Flor Bela de Alma da Conceição, conhecida como Florbela Espanca, foi uma poetisa portuguesa nascida
em Vila Viçosa no dia 8 de dezembro de 1894. Possuidora de um estilo sentimental. Sua curta vida, de
apenas trinta e seis anos, foi muito sofrida, cheia de tormentos que foram transformados em lindas poesias
de autoria da própria Flor Bela Espanca. Entre suas várias obras encontra-se “Sonetos”, uma obra que
reúne várias produções da autora. A cada leitura, percebemos que Espanca vivia de forma difícil e solitária.
A obra possui uma linguagem simples e de fácil entendimento.
“Sonho que sou a Poetisa eleita, /Aquela que diz tudo e tudo sabe, /Que tem a inspiração
pura e perfeita, /Que reúne num verso a imensidade!” (p. 06)
“Eu sou a que no mundo anda perdida, /Eu sou a que na vida não tem norte, /Sou a irmã
do Sonho, e desta sorte/Sou a crucificada... a dolorida.../Sombra de névoa ténue e
esvaecida, /E que o destino amargo, /triste e forte, /Impele brutalmente para a morte!” (p.
07).
“Contei-lhes os meus sonhos, a alegria /Dos versos que são meus, do meu sonhar, /E todos
os poetas, a chorar, /Responderam-me então: “Que fantasia, /Criança doida e crente! Nós
também /Tivemos ilusões, como ninguém, /E tudo nos fugiu, tudo morreu!...” (p. 12)
Deu agora meio-dia; o sol é quente/ Beijando a urze triste dos outeiros.
/Nas ravinas do monte andam ceifeiros, /Na faina, alegres, desde o sol
nascente. /Cantam as raparigas meigamente. É vão o amor, o ódio, ou o
desdém; / Inútil o desejo e o sentimento... /Lançar um grande amor aos
pés d’alguém / O mesmo é que lançar flores ao vento! (p. 57)
“Poisa a tua cabeça dolorida /Tão cheia de quimeras, de ideal /Sobre o regaço brando e
maternal /Da tua doce Irmã compadecida.” (p.71)
“Mar alto! Ondas quebradas e vencidas /Num soluçar aflito, murmurado... /Vôo de
gaivotas, leve, imaculado, /Como neves nos píncaros nascidas! /Sol! Ave a tombar, asas
já feridas, /Batendo ainda num arfar pausado...” (p. 75)
“Tarde de brasa a arder, sol de verão /Cingindo, voluptuoso, o horizonte... /Sinto-me luz
e cor, ritmo e clarão /Dum verso triunfal de Anacreonte!” (p.119)
“Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem /Quem sou?! Um fogo-fátuo, uma miragem... /Sou um
reflexo... um canto de paisagem /Ou apenas cenário! Um vaivém... /Como a sorte: hoje
aqui, depois além!” (p. 122)
PARECER CRÍTICO:
Portanto, pôde-se perceber que Florbela Espanca foi uma poetisa revolucionária
para sua época, pois estava à frente de seu tempo, mostrando a figura de uma mulher mais
independente que mostra seus desejos e anseios sem pensar nas consequências; diferente
da figura feminina da época – reprimida.