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UNIAGES

CENTRO UNIVERSITÁRIO

CAMILA FERREIRA DE CARVALHO

GRAMÁTICA PEDAGÓGICA DO PORTUGUÊS


BRASILEIRO

Trabalho apresentando no curso de Letras do Centro


Universitário AGES como um dos pré-requisitos
para a obtenção da nota parcial da disciplina
Aprofundamento de Estudos Metadisciplinares no
8º período, sob a orientação da professora Jaqueline
Oliveira.

Paripiranga
Outubro de 2016
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola
Editorial, 2011.

RESUMO
Marcos Araújo Bagno nasceu em Cataguases (MG) em 21 de agosto de 1961. No ano de 1988, iniciou
sua carreira de escritor. Ao longo de sua vida, o autor escreveu mais de 30 obras nas áreas de literatura e
linguística. Doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo, Bagno é professor
do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília. Entre seus principais
livros, encontra-se Gramática Pedagógica do Português Brasileiro, uma obra de extrema importância,
pois o referido autor menciona que os professores não devem adotar o método tradicional de ensino da
gramática, defendendo a ideia de que os docentes precisam levar seus alunos a refletirem acerca de sua
língua. Essa ilustre obra possui uma linguagem simples, o que leva o leitor a compreender o conteúdo
com facilidade.

GRAMÁTICA: A QUEM SERÁ QUE SE DESTINA?

“Além da leitura e da escrita, também tem espaço em sala de aula para a reflexão sobre
a língua e a linguagem. Essa reflexão deve ser feita primordialmente através das
chamadas atividades epilinguísticas.” (p. 19-20).

“Entre os brasileiros que nunca foram à escola ou não chegaram a completar a 1a série,
66% são analfabetos absolutos e 95% analfabetos funcionais.” (p. 22).

“O escasso e precioso tempo que se passa na escola não pode ser desperdiçado com
tanta coisa inútil, irrelevante e, como se não bastasse, repleta de inconsistências teóricas,
de erros puros e simples, de absurdos metodológicos.” (p.23).

“Muitos estudantes de Letras se queixam de não receber uma sólida formação de


doutrina gramatical tradicional em seus cursos. E têm toda razão.” (p.23).

“Os linguistas filiados a uma perspectiva investigativa e científica frequentemente


adotam um discurso pejorativo com relação à gramática tradicional, discurso que muitas
vezes beira o preconceito.” (p. 23).

“considerar o português brasileiro como uma língua plena e autônoma (e não como uma
“variedade” do português europeu), dentro de um grupo de línguas que vou chamar aqui
de portugalego.” (p. 21)

“As pesquisas realizadas para o estabelecimento do Inaf (Índice Nacional de


Alfabetismo Funcional) revelam, de modo estarrecedor, que 75% da população entre 14
e 64 anos de idade é incapaz de ler e compreender um texto de dificuldade mediana.” (p.
21)

“Ou será que alguém acredita que é possível levar uma pessoa a dominar plenamente as
habilidades de leitura e escrita obrigando ela a decorar a suposta diferença entre adjunto
adnominal e complemento nominal?” (p. 22).

“[...] é impossível negar que a gramática tradicional é o repositório de importantes


reflexões de filósofos e filólogos — por baixo da pesada ideologia prescritiva existem
interessantes sugestões de análise, além de descobertas importantíssimas sobre o
funcionamento da linguagem humana em geral e das línguas em particular.” (p. 23).

“Para a pessoa que ensina português brasileiro e considera que sua formação foi, tem
sido ou é insatisfatória [...], é imprescindível procurar preencher essas lacunas por meio
de leituras.” (p. 23).

PARECER CRÍTICO

Ao longo da leitura de Gramática Pedagógica do Português Brasileiro, nota-se a


importância do conteúdo presente na obra para estudante de Letras. O autor discute
sobre a forma como os professores ensinam gramática a seus alunos e apresenta
algumas sugestões de ensino gramatical.
Primeiramente o autor destaca que o docente deve fugir do tradicionalismo, não
que esse não seja importante, mas é preciso fazer com que o aluno reflita sobre sua
língua a fim de conscientizar-se de que os recursos da língua são essenciais para a
construção de sentido e a interação social, segundo Bagno.
É notório que a população brasileira possui um alto índice de analfabetismo. A
referida obra apresenta alguns dados a respeito da defasagem em relação ao letramento.
Decorar as diferenças entre classes gramaticais e estudar a gramática sem relacioná-la
com outros aspectos – como sua importância na construção de sentido – não fará com
que esse quadro seja revertido. O tempo na escola tem que ser aproveitado da melhor
forma possível, levando o estudante a entender a importância de estudar a própria
língua.
No decorrer do curso de Letras, alguns alunos se questionam sobre os poucos
ensinamentos acerca da gramática tradicional. Na verdade, a falha não está nos
professores universitários, pois essa forma de transmitir os conteúdos gramaticais não
devem ser repassados na universidade e muito menos na educação básica. É no âmbito
universitário que os futuros docentes aprendem os melhores caminhos para seguir
durante a educação dos seus alunos.
Gramática Pedagógica do Português Brasileiro é um ótimo guia de
conhecimento, pois permite uma reflexão ampla sobre questões ligadas à nossa própria
língua. Como professora de Língua Portuguesa irei passar para meus alunos os
ensinamentos apresentados nesta grande obra, para que, assim como eu, eles tenham a
oportunidade de melhorar sua visão em relação ao ensino da gramática e sua
importância.

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