Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Análise Epistemológica das Obras de Igor Ansoff, Michael Porter e Henry Mintzberg
Autoria: Juliane Ines Di Francesco Kich, Maurício Fernandes Pereira
RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo compreender os fundamentos epistemológicos que estão por
trás da produção acadêmica em planejamento estratégico, com base nas obras de três
principais autores da área: Igor Ansoff, Michael Porter e Henry Mintzberg. Para tanto, se
realizou uma pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo. A análise das obras permitiu
verificar que os estudos sobre planejamento estratégico são mais facilmente entendidos sob as
premissas do paradigma dominante da filosofia cartesiana, que separa a mente e a matéria.
Porém, ainda há espaço para buscar outras bases para a análise do Planejamento Estratégico,
livrando-se mais das amarras ortodoxas, como iniciou Mintzberg.
Palavras-chave: Epistemologia, Ansoff, Porter, Mintzberg.
1 INTRODUÇÃO
1
O presente artigo está divido em quatro partes. A primeira conta com esta introdução
ao assunto. Na segunda serão descritas as principais correntes epistemológicas que servirão
como a base da análise deste estudo. Na terceira parte são apresentados os procedimentos
metodológicos da pesquisa. Para na quarta parte ser apresentada a análise em si, uma relação
entre o exposto pelos autores em estudo – Ansoff, Mintzberg e Porter - com as idéias das
correntes epistemológicas apresentadas, buscando decodificar quais delas estão presentes nos
estudos de cada um deles, quais são as principais idéias epistemológicas que eles trazem, e se
em algum momento estas idéias acabam se cruzando. Por fim, são apresentadas as conclusões
que forem possíveis constatar com a análise do estudo. Contudo, buscar-se-á compreender os
fundamentos epistemológicos que estão por trás da produção acadêmica em planejamento
estratégico.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
examinadas em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias; conduzir por ordem
seus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis; e fazer em toda parte
enumerações tão completas e revisões tão gerais que tivesse a certeza de nada omitir. Da
álgebra utilizou os suportes que serviram para tornar o seu conhecimento mais fácil, para
poder aplicar suas proposições tão melhor a todos os outros objetos que conviessem.
A semelhança de Bacon e Descartes no forte apego ao método que possuíam não é
pura coincidência, pois ambos viveram na época da dominação da Igreja e possuíam o desejo
implícito de livrar-se dela, embora caminhassem em sentidos opostos.
Com Kant, século XVII, surgiu o criticismo, quando o conhecimento já havia sido
institucionalizado, através das escolas e universidades.
O criticismo tem origem no empirismo e no racionalismo, e se tornou o centro da
filosofia contemporânea idealista e positivista. O criticismo se constitui em uma investigação
preliminar sobre as possibilidades da razão, e faz uma crítica radical da metafísica
(PADOVANI e CASTAGNOLA, 1984).
Autores como Kant advogam que além do mundo da experiência, há também um
mundo de coisas incognoscíveis; e além do imperativo categórico da vontade humana existem
os postulados da razão prática (PADOVANI e CASTAGNOLA, 1984).
Por fim, uma das principais críticas ao criticismo de Kant, de acordo com Padovani e
Castagnola (1984) foi feita por Leonel França, o qual destaca as contradições da teoria,
acreditando haver um falso conceito de ciência, uma vez que esta deixou de ser conhecimento
da natureza, para ser uma construção subjetiva, dependente da estrutura do espírito.
Uma corrente filosófica é definida em função dos princípios que por ela são
considerados básicos (SCHLICK e CARNAP, 1980). No caso da corrente do positivismo -
que tomou força na segunda metade do século XIX, surgindo como uma reação ao idealismo
da época e exigindo maior respeito para e experiência e os dados positivos - os principais
princípios e características são: o utilitarismo; a fonte única de conhecimento e critério de
verdade é a experiência; somente a ciência baseada na demonstração rigorosa e no recurso aos
fatos observáveis pode fazer avançar o conhecimento; o sentido de qualquer proposição se
encerra absolutamente no fato de sua verificação no dado; utilizam a indução como método;
seus representantes veem os problemas filosóficos como “pseudoproblemas” ou “enigmas”, e
não reconhecem a metafísica, consideram-na desprovida de sentido. (PADOVANI e
CASTAGNOLA, 1990; DORTIER, 2000; SCHLICK e CARNAP, 1980; POPPER, 1980).
A base empírica é essencial para a demarcação científica; o critério da verificação
passou a ser o mais válido, sendo a base empírica essencial para a demarcação científica, uma
vez que uma hipótese torna-se tese após ser verificada, realizada pela observação empírica.
Para Demo (1985) parece caber à preocupação empírica uma missão histórica: chamar a
atenção para os limites da avalanche teórica e colocar como ponto importante da preocupação
metodológica a idéia de produção científica controlável pela intersubjetividade.
Ademias, no seio do positivismo decorrem as concepções do princípio da utilidade, o
qual advoga que gênero humano está sob o domínio de dois senhores soberanos: a dor e o
prazer, vinculados a norma que distingue o que é certo do que é errado. Ele tem por objetivo
construir o edifício da felicidade através da razão e da lei, é o princípio que aprova ou
desaprova qualquer ação, segundo a tendência que tem a aumentar ou diminuir a felicidade
das pessoas cujo interesse está em jogo (BENTHAM, 1979).
2.3 O Funcionalismo
3
A partir do caminho iniciado pelo funcionalismo surgiu uma nova perspectiva capaz
de servir de base para a convergência dos conhecimentos: o chamado enfoque sistêmico, que
tem sido empregado nas ciências físicas, biológicas e sociais como um quadro de referência
amplo, e também pode funcionar como estrutura capaz de propiciar à moderna teoria da
organização a unificação do que ela carece (ROSENZWEIG e KAST, 1980). O sistemismo
trouxe uma renovação metodológica importante ao tentar enquadrar o dinamismo da
sociedade como um fenômeno relevante (DEMO, 1985).
Demo (1985) assim caracteriza um sistema: a complexidade dos seus elementos
componentes apresenta algum nível de inter-relação; cada elemento se relaciona pelo menos
com alguns outros; a inter-relação não se articula em um ambiente de caos (conceito de
estabilidade); persistência temporal (conceito de tempo de estabilidade); o elemento de
estabilidade persistente fornece a base para a idéia vulgar de que o sistema tenderia a voltar ao
equilíbrio, sempre que o perde por injunções do meio ambiente. Ainda, um sistema possui
auto-regulação (fenômeno cibernético).
A retroalimentação do sistema é o que o faz sistêmico, ele ainda tem o input (tudo que
entra), realiza a conversão (o caminho entre o que entra e o que sai), o output (a resposta já
elaborada), e feedback (retroalimentação). A capacidade de conversão é diretamente
responsável pela sobrevivência (DEMO, 1985).
4
Quanto à estrutura do sistema, Demo (1985) afirma que toda estrutura pressupõe um
sistema, ou seja, ela oferece um caráter de sistema.
Ademais, para o sistemismo o todo é maior que a soma de todas as partes, ou seja, o
todo não significa a adição numérica da partes, mas sim a sua agregação não organizada,
Assim sendo, o próprio sistema só pode ser explicado como uma globalidade (DEMO,1985;
ROSENZWEIG e KAST, 1980).
Para Demo (1985), nas ciências sociais a administração pública e de empresas que
maior tirou proveito desta metodologia, uma vez que a análise do sistema é capaz de indigitar
e mensurar relativamente a capacidade interna de resolução de tarefas e planejamentos, de
adaptação e as novas exigências do meio, de busca da maior eficiência, dentro do esquema:
entrada-saída-feedback.
2.5 A Dialética
Contudo, com base no exposto é possível observar que nenhuma doutrina científica e
filosófica não é mais que uma fase da história do pensamento na tentativa de explicar o
mundo. Ao passo que o avanço dos métodos de estudos científicos se mostram baseados em
seus antecessores, é possível constatar que nenhuma das correntes epistemológicas
apresentadas constitui a verdade definitiva e absoluta.
Denota-se que o atual campo científico sofreu influência de grandes cientistas do
século passado, uma vez que as idéias matemáticas, que presidem á observação e á
experimentação, ainda hoje fornecem á ciência um instrumento de análise, e auxiliam na
lógica da investigação. Porém, ao se tratar das Ciências Sociais, este racionalismo mecanicista
apresenta alguns obstáculos, citados por Santos (1988): as ciências sociais não dispõem de
teorias explicativas que lhes permitam abstrair do real para depois buscar nele; não se pode
estabelecer leis universais para os fenômenos sociais; essa ciência não pode produzir
previsões fiáveis a ação humana é radicalmente subjetiva, e não objetiva.
Dessa forma, também pode-se dizer que a visão determinista do mundo, que reinou
como dogma absoluto por quase dois séculos, perdeu suas forças com as novas descobertas,
principalmente a termodinâmica, e passou a considerar o movimento, as contradições, e a unir
o objeto ao sujeito. Ademais, a ciência da natureza e a social estão se mostrando cada vez
mais interdependentes.
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Para receber o qualitativo de científica, a pesquisa deve contar com método próprio e
técnicas específicas (RUDIO, 1993).
Sendo assim, esta pesquisa se caracteriza como bibliográfica qualitativa, e utiliza o
método levantamento de fontes secundárias, como livros e artigos.
Segundo Gil (1994), a pesquisa bibliográfica desenvolve-se a partir de material já
elaborado, sobretudo aquele já consolidado em livros e artigos científicos. Para Costa e Costa
6
Aqui é apresentada a análise epistemológica do conteúdo das obras dos autores da área
da estratégia: Igor Ansoff, Michael Porter, e Henry Mintzberg.
Vale destacar que os autores não esclarecem, em suas obras estudadas neste trabalho,
quais os métodos metodológicos que utilizam e sob que correntes epistemológicas
desenvolvem suas teorias. Entretanto esta pesquisa busca identificar algumas correntes
apresentadas na obra dos autores, com base nas perspectivas do empirismo, racionalismo,
criticismo, utilitarismo, positivismo, funcionalismo, sistemismo, dialética e complexidade.
Igor Ansoff é conhecido como o pai da gestão estratégica, devido as suas relevantes
contribuições para a área. O autor contribuiu com o planejamento através da obra
clássica Estratégia Corporativa, publicada em 1965. Criou a Matriz Ansoff de planejamento
estratégico, baseado na expansão e diversificação empresariais através de uma seqüência de
decisões.
Com base na leitura de suas obras, percebe-se que Ansoff possui uma pequena base
empirista e racionalista. Embora o autor não deixe claro os métodos utilizados pra a formação
de sua teoria, percebe-se que ela esta baseada em determinados aspectos da realidade
organizacional, principalmente nos momentos em que o autor cita os problemas que a
experiência inicial do planejamento estratégico enfrentou nas empresas, tais como: a
“paralisia pela análise”; a resistência organizacional à introdução do planejamento estratégico
na empresa; e a expulsão do Planejamento Estratégico da empresa assim que o
temporariamente vigoroso apoio da alta administração ao planejamento é retirado ou
diminuído.
Ao tratar da resistência de cada indivíduo á mudança que a introdução do
planejamento estratégico causa, Ansoff também parece se basear em fatos empíricos,
resultantes de suas experienciais pessoais e observações.
Pode-se também verificar que o trabalho de Ansoff é criticista, pelo fato de envolver o
seu juízo de sensibilidade, ou seja, um exercício racional puro, no sentido da crítica da razão
pura de Kant.
A perspectiva positivista que se caracteriza por considerar como fonte única de
conhecimentos e critérios de verdade a experiência, por se preocupar em matematizar os
7
conhecimentos e por encadear os fatos em causas e efeitos, também se mostra presente nas
obras de Ansoff.
A definição de estratégia de Ansoff (1990, p.95): “um dos vários conjuntos de regras
de decisão para orientar o comportamento de uma organização”, demonstra esta relação de
causa e efeito positivista, onde o “conjunto de regras de decisão” terá como efeito a
orientação do “comportamento de uma organização”. Outro momento em que esta relação se
apresenta é quando Ansoff (1990) apresenta que as mudanças significativas na orientação
estratégica de uma empresa causam resistência organizacional.
A preocupação em matematizar, da corrente positivista, pode ser identificada na obra
de Ansoff (1972) através de uma das suas principais contribuições à gestão, a criação do
modelo ou Matriz Ansoff de planejamento estratégico, baseada na expansão e diversificação
empresariais através de uma sequência de decisões. Este é um modelo utilizado para
determinar oportunidades de crescimento de unidades de negócio de uma organização, que
enquadra duas dimensões da empresa (produtos e mercados), e através destas, a organização
analisa qual a melhor estratégia para ela, entre as quatro possíveis de serem formadas:
penetração de mercado, desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produtos e
diversificação.
Para Demo (1985), parece caber a preocupação empírica positivista uma missão
histórica: chamar a atenção para os limites da avalanche teórica e colocar como ponto
importante da preocupação metodológica a idéia de produção científica controlável pela
intersubjetividade.
A perspectiva funcionalista também é encontrada nas obras de Ansoff, dando ao
planejamento estratégico a função de orientar o comportamento da organização.
Assim, a teoria funcionalista aborda seu objeto a partir do funcionamento da sociedade
onde a estabilidade e o equilíbrio do sistema é conseguido por meio de suas relações. Através
da perspectiva funcionalista, Ansoff entende o planejamento estratégico como uma função
desempenhada pela empresa para o atendimento de uma necessidade: a compreensão do seu
ambiente externo para melhor guiar e reorientar a empresa, na medida em que esta se adapta a
novos desafios, ameaças e oportunidades.
Ainda, a concepção das organizações que se desprende dos estudos funcionalistas é
uma concepção “a-histórica” da organização, as análises funcionalistas estão mais voltadas
para o presente do que para a incorporação do passado, e Ansoff destaca isto quando afirma
que as estratégias de um planejamento estratégico devem ser elaboradas tendo-se em
consideração as exigências do ambiente futuro.
A perspectiva sistêmica, por sua vez, aparece como uma das mais presentes nas obras
de Ansoff. O autor foi o primeiro a falar sobre Planejamento Estratégico a partir de uma
abordagem sistêmica, em uma apresentação de um congresso em 1957.
Ansoff demonstra como principal característica sistêmica da organização, a sua
interrelação com o ambiente que a cerca. O autor acredita que o interessante das empresas
pela estratégia se dá devido ao reconhecimento cada vez maior de que o ambiente externo da
empresa foi se tornando cada vez mais mutável e descontínuo em relação ao passado. Dessa
forma, apenas os objetivos, isoladamente, passaram a não serem mais suficientes como regras
de decisão, surgindo a necessidade da criação de estratégias para guiar e reorientar a empresa.
Aqui se verifica que a empresa faz parte de um sistema maior que a influencia, a sociedade;
uma forte característica do sistemismo.
A abordagem sistêmica também argumenta que a empresa afeta o meio no qual atua.
Da mesma forma Ansoff (1990) advoga que quando a organização se encontra “fora de
sintonia” com o ambiente, uma possível explicação talvez seja a falta de agressividade de seu
comportamento em relação a ele, surgindo então a necessidade de tornar-se mais agressiva,
seja para alcançar o concorrente, ou alinhar-se as áreas de oportunidade mais promissoras.
8
Michael Porter ministra aulas na Harvard Business School, e possui interesse nas áreas
de Administração e Economia. O autor já publicou diversos livros sobre estratégia e
competitividade, é muito respeitado na área em que atua, é considerado guru da administração
e maior autoridade mundial em estratégia competitiva.
Nas obras de Porter racionalismo cartesiano se mostra bem presente, uma vez que o
autor separa a mente da matéria (corpo), como faziam os cartesianos. No estudo de suas
obras, fica clara a separação que Porter faz entre estratégia e operação, onde se tem a mente
planejadora (administração) e o corpo planejado (organização).
A rede de causas e efeitos que Porter discorre de forma linear, também é característica
do pensamento racional cartesiano, sendo esta também uma característica da perspectiva
positivista, presente nas obras do autor.
Porter (2002) coloca que a estratégia ao fixar limites (causa) acelera o crescimento da
organização (efeito). Da mesma forma, Porter (1999) afirma que com a eficácia operacional e
a estratégia (causa) as empresas terão desempenho superior perante seus concorrentes (efeito).
Também ao citar a fronteira da produtividade, o autor utiliza esta relação, uma vez que
9
quando as empresas criam programas de gestão de qualidade total (causa), ela aumentam a
satisfação dos clientes e atingem melhores práticas (efeitos).
Além disso, a corrente positivista prega que o critério da verificação passou a ser o
mais válido, uma vez que uma hipótese torna-se verdade após ser verificada, realizada pela
observação empírica. Pode-se dizer que os conceitos de eficácia operacional e posicionamento
estratégico de Porter aqui se encaixam; pois Porter (1999) define eficácia operacional como o
desempenho das atividades melhor que os rivais, diz respeito a quaisquer práticas pela qual a
empresa utilize melhor o insumo; e o posicionamento estratégico consiste em desempenhar
atividades diferentes dos rivais, ou então a mesma atividade, mas de forma diferente; ou seja,
a empresa tem que ser melhor empiricamente, sem subjetividade.
A perspectiva funcionalista é aquela que aborda seu objeto a partir do funcionamento
da sociedade, onde a estabilidade e o equilíbrio do sistema é conseguido por meio de suas
relações. Ela define o conceito de função como uma contribuição para com a textura social
mais fechada, para uma distribuição de serviços e bens mais ampla e penetrante. Sob esta
perspectiva o fato social é reconhecido pelo seu poder de coação externa que exerce ou é
suscetível de exercer sobre os indivíduos.
Desse modo, Porter se mostra também funcionalista ao definir que o lema da estratégia
competitiva, é ser diferente, é optar por um conjunto diferente de atividades que criem um
valor único para o cliente (PORTER, 1999), ou seja, age em função do gosto do cliente, o que
pode ser interpretado como uma abordagem em função do funcionamento da sociedade, logo
funcionalista.
Porter (1999) também se mostra funcionalista ao advogar que as opções excludentes,
presentes no momento de definição do posicionamento estratégico da empresa, limitam a
coordenação e o controle interno, pois ao optar por uma maneira e não de outra, os gerentes
estão evidenciando as prioridades da empresa, estão disponibilizando um referencial para seus
funcionários agirem em situações cotidianas. Com isso, o autor em questão vai ao encontro de
Durkheim (1978) que salienta o poder de coação que age sob is indivíduos.
O funcionalismo prega que em uma organização as atividades de certas pessoas são
sistematicamente planejadas por outras (as quais por conseqüência tem autoridades sobre elas)
a fim de realizar determinados objetivos, do mesmo modo que Porter acreditar que no
Planejamento estratégico cabe a gerência desenvolver a estratégia e supervisionar que os
outros a façam acontecer, em um “sistema cooperativo”.
A teoria sistêmica que advoga que o todo é maior que a soma de todas as partes, ou
seja, o todo não significa a adição numérica das partes, mas sim a sua agregação não
organizada, também se apresenta em Porter logo na sua definição do termo estratégia: “... é a
criação de compatibilidade entre as atividades da empresa. Seu êxito depende do bom
desempenho de muitas atividades – e não apenas de umas poucas – e da integração entre elas”
(PORTER, 1999).
Ademais, a perspectiva sistêmica defende que a empresa é afetada pelo ambiente em
que atua, sentença essa também exposta por Porter. No que tange o seu conceito de eficácia
operacional, Porter (1999) defende a sua importância, mas destaca que apenas com ela é
difícil para a empresa possa alcançar êxito prolongado, visto que suas práticas são facilmente
imitadas pelos rivais e há uma rápida proliferação de práticas melhores, ou seja, há influência
do ambiente externo, onde os rivais emulam uns aos outros, acabando por criar uma
competitividade de soma zero.
Assim sendo, o autor discute sobre as influências do Estado sobre a empresa. Porter
(2002) realiza uma discussão sobre estratégia, focando a situação de empresas dos países
latino-americanos, as quais têm dificuldade de lidar com a globalização e não conseguem
abordar como deveriam os princípios da estratégia, por não se encontrarem em um ambiente
adequado; aqui se denota a importância que o autor designa ao ambiente. Da mesma forma,
10
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
13
14
SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as Ciências na transição para uma ciência
pós-moderna. Estudos Avançados, no 3, maio/agosto 1988. p.46-69.
RADCLIFFE-BROWN, A. Sobre o conceito de função em ciências sociais, in Estrutura e
função na sociedade primitiva. Petrópolis: Vozes, 1973.
RIGBY, D.; BILODEAU, B. Management tools and trends 2011. Bain & Company, 2012.
Disponível em:
<http://www.bain.com/offices/saopaulo/pt/Images/Management_Tools_2011_POR.PDF>.
Acesso em: 15 de mar de 2012.
ROBBINS, S. P. O processo administrativo: integrando teoria e prática. São Paulo: Atlas,
1978.
ROSENWEIG, J.; KAST, F. O conceito moderno: enfoque sistêmico, in Organização e
administração – um enfoque sistêmico. São Paulo : Pioneira, 1980.
SCHLICK, Moritz; CARNAP, Rudolf. Coletânea de Textos. São Paulo: Abril Cultural,
1980. p.39-64.
15