A imunidade inata é o primeiro mecanismo de defesa contra infecções, reconhecendo e respondendo a micróbios de forma rápida através de receptores que identificam padrões moleculares microbianos. Componentes como epitélios, fagócitos e células NK destroem micróbios, enquanto citocinas recrutam outras células ao local da infecção e ativam a resposta imunológica adaptativa.
A imunidade inata é o primeiro mecanismo de defesa contra infecções, reconhecendo e respondendo a micróbios de forma rápida através de receptores que identificam padrões moleculares microbianos. Componentes como epitélios, fagócitos e células NK destroem micróbios, enquanto citocinas recrutam outras células ao local da infecção e ativam a resposta imunológica adaptativa.
A imunidade inata é o primeiro mecanismo de defesa contra infecções, reconhecendo e respondendo a micróbios de forma rápida através de receptores que identificam padrões moleculares microbianos. Componentes como epitélios, fagócitos e células NK destroem micróbios, enquanto citocinas recrutam outras células ao local da infecção e ativam a resposta imunológica adaptativa.
Todos os organismos multicelulares possuem mecanismos
intrínsecos para defendê-los contra microorganismos A característica compartilhada entre os mecanismos da imunidade inata é que eles reconhecem e respondem aos micróbios, mas não reagem contra substâncias não-microbianas Objetiva micróbios especificamente e é um mecanismo de defesa inicial poderoso Não só provê a defesa inicial contra infecções, mas também instrui o sistema imunológico adaptativo a responder a diferentes micróbios de maneiras eficazes Há uma constante comunicação entra a inata e a adaptativa
1) Reconhecimento dos micróbios pelo sistema imunológico
inato Os componentes da imunidade inata reconhecem as estruturas que são compartilhadas por várias classes de micróbios e não estão presentes na célula do hospedeiro Cada componente da imunidade inata é capaz de reconhecer muitas bactérias, vírus ou fungos do mesmo tipo (lipopolissacarideo bacteriano, resíduos de manose, RNA fita dupla, nucleotídeo CpG) As moléculas microbianas que são alvos para a resposta imunológica inata são por vezes chamadas de padrões moleculares para indicar que são compartilhadas por micróbios do mesmo tipo Os receptores da imunidade inata que reconhecem esse padrão são chamados de receptores de reconhecimento padrão Reconhecem estruturas de micróbios que geralmente são essenciais para a sobrevivência e infectividade desses micróbios (impossibilita a sobrevivência por mutação, pois os mutantes perdem a capacidade de infectar e colonizar o hospedeiro) Por outro lado, os micróbios frequentemente se evadem da imunidade adaptativa por meio de mutação dos antígenos que são reconhecidos pelos linfócitos, já que esses não são essenciais para a vida dos micróbios Os receptores do sistema imunológico inato são codificados na linha germinativa e não são produzidos por recombinação somática de genes isso faz com que a especificidade da imunidade adaptativa seja mais diversa, capaz de reconhecer muito mais estruturas quimicamente distintas Na imunidade inata, receptores idênticos são expressos em todas as células de um tipo específico, como os macrófagos O sistema inato responde da mesma maneira a encontros repetidos com um micróbio, enquanto o sistema imunológico adaptativo responde melhor a cada encontro sucessivo com um micróbio (memória imunológica) O sistema imunológico inato não reage contra o hospedeiro, devido a especificidade para estruturas microbianas e ao fato de que as células de mamíferos expressam moléculas reguladoras que impedem as respostas imunológicas inatas
2) Componentes da imunidade inata
Epitélios + células na circulação + proteínas plasmáticas Barreiras epiteliais: Os portais mais comuns de entrada de micróbios são a pele e os tratos gastrointestinal e respiratório Todos os três portais de entrada são recobertos por epitélios contínuos que interferem fisicamente com a entrada de micróbios As células epiteliais também produzem antibióticos peptídicos que matas as bactérias Os epitélios possuem um tipo de linfócito, denominado linfócito intra-epitelial, que pertence a linhagem das células T, mas expressam receptores para antígenos de diversidade limitada (geralmente reconhecem os lipídeos microbianos e outras estruturas que são compartilhadas por micróbios do mesmo tipo) Fagócitos: Neutrófilos e Monócitos/Macrófagos Os dois tipos de fagócitos circulantes, os neutrófilos e monócitos, são células sanguíneas que são recrutadas para os locais de infecção onde reconhecem e ingerem os micróbios para eliminação intracelular Os neutrófilos (leucócitos polimofonucleares) são os leucócitos mais abundantes no sangue Os neutrófilos são os primeiros tipos celulares a responder à maioria das infecções, particularmente as infecções bacterianas e fúngicas Eles ingerem micróbios na circulação e também são capazes de entrar rapidamente nos tecidos extravasculares, onde também ingerem os micróbios e morrem após algumas horas Os monócitos são menos abundantes do que os neutrófilos Diferente dos neutrófilos, os monócitos que entram nos tecidos extravasculares sobrevivem nesses locais por longos períodos Nos tecidos, esses monócitos se diferenciam em células chamadas macrófagos Os monócitos sanguíneos e os macrófagos teciduais são dois estágios da mesma linhagem celular Os neutrófilos e os monócitos migram para locais extravasculares da infecção pela ligação às moléculas endoteliais de adesão e em resposta aos quimioatrativos que são produzidos durante o encontro com os micróbios Se um micróbio infeccioso invadir um epitélio e entrar no tecido subepitelial, os macrófagos residentes reconhecem o micróbio e respondem com a produção de proteínas chamadas citocinas. Duas dessas citocinas, chamadas de fator de necrose tumoral (TNF) e interleucina-1 (IL-1) estimulam as células endoteliais para expressarem rapidamente duas moléculas de adesão chamadas de E- selectina e P-selectina. Os neutrófilos e monócitos expressam carboidratos de superfície que se ligam fracamente às selectinas. Os neutrófilos ficam amarrados ao endotélio, o sangue fluindo quebra essa ligação, as uniões se refazem fluxo abaixo e assim por diante, resultando na rolagem dos leucócitos sobre a superfície endotelial. Os leucócitos expressam um outro grupo de moléculas de adesão que são chamadas de integrinas. Elas estão presentes em um estado de baixa afinidade em leucócitos não ativados. À medida que essas células rolam sobre o endotélio, os macrófagos teciduais que encontraram o micróbio e as células endoteliais que estão respondendo ao TNF e à IL-1 produzem citocinas chamadas de quimiocinas. Elas se ligam a proteínas da membrana endotelial e são apresentadas em alta concentração para os leucócitos no endotélio. Essas quimiocinas atuam nos leucócitos rolantes e estimulam um aumento rápido na afinidade das integrinas leucocitárias para seus ligantes no endotélio. Ao mesmo tempo, o TNF e a IL-1 atuam no endotélio para estimular a expressão dos ligantes para integrinas. A firma ligação das integrinas aos seis ligantes aprisiona os leucócitos rolantes no endotélio. O citoesqueleto dos leucócitos é reorganizado e as células se espalham sobre a superfície endotelial. As quimiocinas também estimulam a motilidade dos leucócitos. Como resultado, os leucócitos começam a migrar através da parede do vaso e pelo gradiente de concentração de quimiocina para o local da infecção A sequência de rolagem mediada por selectina, a firma adesão mediada por integrina e a motilidade mediada pro quimiocina levam à migração dos leucócitos sanguíneos para um local extravascular da infecção dentro de minutos após o seu início A acumulação dos leucócitos em locais de infecção com a concomitante dilatação vascular e aumento da permeabilidade vascular é chamada de inflamação Os neutrófilos e os macrófagos reconhecem micróbios no sangue e nos tecidos extravasculares através dos receptores de superfície que são específicos para os produtos microbianos O reconhecimento dos micróbios pelos neutrófilos e macrófagos leva à fagocitose dos micróbios e à ativação dos fagócitos para matas os micróbios ingeridos A fagocitose é um processo no qual o fagócito estende a sua membrana plasmática ao redor do micróbio reconhecido, a membrana se fecha e se contrai, e a partícula é internalizada em uma vesícula delimitada por uma membrana chamada de fagossoma. Os fagossomas se fundem aos lisossomas para formar os fagolisossomas. A oxidase fagocítica (intermediários radioativos de oxigênio), a sintase de oxido nítrico induzível e as proteases lisossomais são exemplos de enzimas que destroem os micróbios dentro dos fagócitos. Nas reações intensas, as mesmas enzimas podem ser liberadas para dentro do espaço extracelular e lesar os tecidos hospedeiros. Essa é a razão pela qual a inflamação também pode causar lesão tecidual Além de matar micróbios fagocitados, os macrófagos produzem citocinas, secretam fatores de crescimento e enzimas que servem para remodelar o tecido lesado e repô-lo com tecido conjuntivo, estimulam os linfócitos T e respondem a seus produtos Células exterminadores naturais As células exterminadoras naturais (NK) são uma classe de linfócitos que respondem aos micróbios intracelulares matando as células infectadas e produzindo a citocina ativadora de macrófago, o interferon-Y Correspondem a cerca de 10% dos linfócitos no sangue e nos órgãos linfoides periféricos Não se sabe como as NK reconhecem os micróbios; a possibilidade mais provável é que as células NK expressam receptores para algumas moléculas da superfície celular que são comumente expressas nas células hospedeiras infectadas com vírus e nos fagócitos que abrigam vírus e bactérias intracelulares Os macrófagos que encontram micróbios ativam as células NK através da ação das citocinas As NK também expressam receptores para as porções Fc de alguns anticorpos e usam esses receptores para se ligar às células cobertas de anticorpos Quando as NK são ativadas elas respondem de duas maneiras: A ativação dispara a liberação de proteínas contidas nos grânulos citoplasmáticos das células NK incluem moléculas que criam orifícios na membrana plasmática das células infectadas e ativam enzimas que induzem a apoptose. As células NK matam as células hospedeiras infectadas As células NK sintetizam e secretam citocina IFN-Y, que ativa os macrófagos para se tornarem mais eficientes na eliminação dos micróbios fagocitados. Os macrófagos ingerem os micróbios e produzem IL-12, que ativa as células NK. Assim, as células NK e os macrófagos cooperam para eliminar os micróbios As NK expressam uma família única de receptores que reconhecem as células hospedeiras e inibem a ativação das células NK. Esses receptores são específicos para as MHC, proteínas expressas em todas as células nucleadas em todo indivíduo. Quando os receptores das NK encontram as moléculas do MHC próprias do indivíduo, elas se desativam. Essa especificidade apresenta outra função: as células hospedeiras infectadas por vírus são reconhecidas pelos CTL’s, pois os antígenos peptídeos virais são apresentados por moléculas de MHC para serem reconhecidos pelos CTL’s. Muitos vírus têm evoluído para inibir a expressão das moléculas do MHC e escapar do ataque das CTL’s. No entanto, as células NK que encontram as células infectadas negativas para o MHC são ativadas e matam essas células Sistema complemento É uma coleção de proteínas circulantes e associadas à membrana que são importantes na defesa contra os micróbios Muitas proteínas do complemento são enzimas proteolíticas, e a ativação do complemento envolve a ativação sequencial dessas enzimas, algumas vezes chamadas de cascata enzimática. A cascata do complemento pode ser ativada por uma das três vias: Via alternativa é acionada quando algumas proteínas do complemento são ativadas nas superfícies microbianas e não podem ser controladas, pois as proteínas regulatórias do complemento não estão presentes nos micróbios (mas estão presentes nas células hospedeiras) (imunidade inata) Via clássica é acionada depois que os anticorpos se ligam aos micróbios ou outros antígenos (adaptativa) Via da lectina é ativada quando uma proteína plasmática, a lectina, que se liga à manose, se liga aos resíduos terminais da manose nas glicoproteínas de superfície dos micróbios. Essa lectina ativa proteínas da via clássica, mas pelo fato de ser iniciada na ausência de anticorpos ela é um componente da imunidade inata O componente central do complemento é uma proteína plasmática denominada C3, que é cliavada pro enzimas geradas nas etapas inicias. O principal fragmento proteolítico da C3, chamado C3b, torna-se covalentemente ligado a micróbios e é capaz de ativas as proteínas a jusante na superfície microbiana. As três vias de ativação do complemento se diferem pela maneira como são iniciadas, mas elas compartilham as últimas etapas e realizam as mesmas funções efetoras Primeiro o C3b cobre os micróbios e promove a ligação destes aos fagócitos, em virtude dos receptores para C3b que são expressos nos fagócitos. Segundo, alguns produtos da degradação de proteínas do complemento são quimioatrativos para os neutrófilos e monócitos e promovem a inflamação no local de ativação do complemento. Terceiro, a ativação do complemento culmina na formação de um complexo polimérico de proteínas que se insere na membrana microbiana celular, formando orifícios osmóticos que levam ao influxo de água e de íons e à morte do micróbio Citocinas da imunidade inata Em resposta aos micróbios, os macrófagos e outras células secretam proteínas chamadas de citocinas que medeiam muitas reações celulares da imunidade inata e promovem a comunicação entre leucócitos e outras células Na imunidade inata, as principais fontes de citocinas são os macrófagos ativados pelo reconhecimento de micróbios Exemplo: macrófagos expressam um receptor para endotoxina, um componente das paredes celulares das bactérias gram-negativas. A ligação dele ao receptor do macrófago é um poderoso estimulo para a secreção de citocinas Todas as citocinas são produzidas em pequenas quantidades em resposta a um estimulo externo. Elas se ligam aos receptores de alta afinidade nas células-alvo O TNF, o IL-1 e as quimiocinas são as principais citocinas envolvidas no processo de recrutamento dos neutrófilos e monócitos para os locais da infecção Outras proteínas plasmáticas da imunidade inata O nível circulante de muitas dessas proteínas plasmáticas aumenta rapidamente após a infecção. Essa resposta protetora é chamada de resposta da fase aguda à infecção As bactérias extracelulares e os fungos são combatidos por fagócitos, pelo sistema complemento e pelas proteínas da fase aguda A defesa contra as bactérias intracelulares e os vírus é mediada pro fagócitos e células NK, sendo que as citocinas fornecem a comunicação entra os fagócitos e as células NK
3) Evasão da imunidade inata pelos micróbios
Os micróbios patogênicos evoluíram oara resistir aos mecanismos da imunidade inata: Bactérias que resistem à destruição dentro dos fagócitos Paredes celulares que são resistentes às ações das proteínas do complemento Etc
4) Papel da imunidade inata na estimulação das respostas
imunológicas adaptativas As respostas imunológicas inatas funcionam como “sinais 2”, juntamente aos antígenos, para ativarem os linfócitos T e B. Essa exigência garante que os linfócitos respondam aos agentes infecciosos e não a substâncias inofensivas não-infecciosas Exemplos: O IFN-Y, produzido pelas células NK em resposta aos micróbios, estimula os macrófagos a produzirem dois tipos de “sinais 2” que podem ativar os linfócitos T. primeiro, os macrófagos expressam moléculas de superfície chamadas de co-estimuladores que se ligam aos receptores nas células T pré-imunes e funcionam junto ao reconhecimento do antígeno para ativar as células T. Segundo, os macrófagos secretam a citocina IL-12, a qual estimula a diferenciação das células T pré-imunes em células efetoras da imunidade adaptativa celular Os linfócitos B reconhecem, juntamente aos antígenos microbianos, a C3d ligada ao micróbio devido ao sistema complemento. A combinação desses dois reconhecimentos inicia o processo de diferenciação das células B em células secretoras de anticorpos Os sinais 2 não apenas estimulam a imunidade adaptativa, mas também guiam a natureza da resposta imunológica adaptativa. Os micróbios intracelulares e os fagocitados precisam ser eliminados pela imunidade celular, a resposta adaptativa mediada por linfócitos T. Os micróbios que são ingeridos por macrófagos ou que vivem dentro deles induzem os sinais 2 co-estimuladores e IL-12, que estimulam as respostas das células T. Por outro lado, os micróbios transportados pelo sangue necessitam ser combatidos por anticorpos, que são produzidos por linfócitos B durante as respostas imunológicas humorais. Os micróbios transportados pelo sangue ativam o sistema complemento do plasma, que por sua vez estimulam a ativação das células B e a produção de anticorpos. Assim, tipos diferentes de micróbios induzem respostas de imunidade inatas diferentes que, por sua vez, estimulam os tipos de imunidade adaptativa que são mais adequados para combater os patógenos infecciosos