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Curso de

Administração de
Medicamentos

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
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mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO III
► Prescrição e Erros na Administração de Medicamentos

A administração de medicamentos é uma das funções


assistenciais exercida, na maioria das vezes, pela equipe de
enfermagem, decorrendo da implementação da terapêutica médica. Na
realidade brasileira, o exercício dessa atividade está sendo praticado,
na maioria das instituições de saúde, por técnicos e auxiliares de
enfermagem sob a supervisão do enfermeiro.
As prescrições médicas em geral devem conter: nome do paciente, registro, data,
nome do medicamento a ser administrado, dosagem, via de administração, freqüência,
horário de administração e assinatura do médico. Elas são classificadas em três tipos:
prescrições verbais, escritas e eletrônicas.
As prescrições eletrônicas são aquelas nas quais o médico utiliza um sistema
computadorizado para digitá-las, seguindo um modelo de disposição de dados. As
vantagens são: maior segurança, já que elimina dificuldades na leitura e no entendimento
ocasionadas pela letra ilegível e possibilita que o erro seja corrigido no momento da
digitação sem que, para isso, haja rasuras ou rabiscos que dificultam ainda mais o
entendimento das informações. As desvantagens são: possibilidade de ocorrer erros no
momento da digitação sem que o profissional os perceba, tal como erro nos decimais da
dose e a não disponibilidade de sistema computadorizado nos hospitais capaz de alertar o
transcritor da prescrição, no momento da digitação.

♦ Tipos de Prescrições

● Prescrições únicas: É quando um medicamento deve ser administrado apenas


uma vez. Por exemplo, ele pode prescrever uma dose de toxóide tetânico para um
paciente que apresenta uma ferida puntiforme e que recebeu uma série primária de
toxóide tetânico há mais de 5 anos;

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● Prescrições imediatas: Quando um paciente precisa imediatamente de um
medicamento para um problema urgente, o médico escreve uma prescrição imediata. Por
exemplo, ele pode prescrever uma dose única imediata de um ansiolítico para tranqüilizar
um paciente muito agitado. Para o paciente com dor torácica aguda, ele pode escrever
uma prescrição imediata de nitroglicerina;

● Prescrições S/N: Uma prescrição S/N permite que você administre um


medicamento quando o paciente necessita dele. Naturalmente, você deve exercer um
julgamento profissional razoável na determinação de quando e com que freqüência deve
administrar um medicamento S/N;

● Prescrições permanentes: Denominadas também como protocolos, as


prescrições permanentes derivam de orientações criadas por cada instituição de saúde
para tratar determinadas doenças ou grupos de sintomas.;

● Prescrições verbais e telefônicas: As prescrições de medicamentos fornecidas


por via oral, em vez de escritas são conhecidas como prescrições verbais. É
recomendado sempre que possível, evitá-las. Há sempre um risco maior de você
compreender erroneamente o que o médico quer, e como você não terá uma prova
escrita de que fez o que lhe foi dito, isso pode gerar complicações.
O perigo da comunicação errônea aumenta ainda mais quando o médico fornece
uma prescrição verbal de medicamento por telefone. Uma conexão ruim, comoção em
ambas as extremidades e a falta de indícios não-verbais de comunicação podem
facilmente resultar em erros de medicação, caso você falhe em esclarecer exatamente o
que o médico quer. Quando possível, utilize um aparelho de fax, em vez de receber uma
prescrição verbal por telefone.

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◊ Cuidados com os principais erros de prescrição:

• A seleção de um medicamento incorreto;

• Omissão da dose;

• Formas farmacêuticas e de dosagem diferentes;

• Via de administração;

• Duração da terapia;

• Diluentes inapropriados;

• Número errado de doses de um ciclo terapêutico;

• Velocidade inapropriada de administração;

• Concentração errada da medicação;

• Drogas deterioradas;

• Erros de técnica de administração;

• Ilegibilidade da letra.

◊ Os principais fatores que podem levar a um erro de prescrição são:

• Erros de cálculo;

• Utilização de pontos decimais e zeros;

• Abreviação;

• Ordens verbais;

• Confusão com a dose de um medicamento;

• Letra ilegível do prescrito;r

• Ausência de informação.

Para se precaver de ações judiciais, você deve cumprir suas obrigações legais.
Isso significa estar totalmente familiarizada com os medicamentos que você administra e
saber quando não seguir uma prescrição de medicamento. Também significa documentar
suas ações, a resposta do paciente ao medicamento, e os incidentes relacionados com o
cuidado ao paciente, incluindo os erros cometidos por você e por seus colegas.
Quando se refere à administração de medicamento, a lei espera que você tome
certas precauções, incluindo as seguintes:

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- No caso da prescrição estar ilegível ou incerta (confusa) o profissional deve recusar
administrar o medicamento;
- O profissional da enfermagem deve procurar meios de esclarecer uma prescrição
ilegível ou confusa, nunca tente interpretá-la duvidosamente;
- O conhecimento da farmacologia (limites de dosagens de segurança dos medicamentos)
é muito importante para diminuir os riscos de intoxicações;
- A anamnese terapêutica auxilia a evitar possíveis interações entre os medicamentos;

Esclarecimento sobre a prescrição

A prescrição de um medicamento pode ser classificada em três grupos:


- prescrições discriminadas;
- prescrições ambíguas;
- prescrições aparentemente erradas.
Naturalmente, você pode simplesmente administrar um
medicamento cuja prescrição você ache que está apropriada e correta. Entretanto, se
considera a prescrição de um medicamento vaga, ambígua ou confusa, você deve seguir
a política da sua instituição para esclarecimento.
A instituição de saúde pode exigir que você tente empreender cada uma das
seguintes ações até que sua dúvida seja esclarecida:
● Procure a resposta em uma referência medicamentosa confiável;
● Pergunte ao enfermeiro chefe e, quando necessário, ao supervisor de
enfermagem;
● Pergunte a um farmacêutico;
● Pergunte ao médico que fez a prescrição;
● Pergunte ao gerente de enfermagem;
● Pergunte ao supervisor do médico que fez a prescrição (chefe de serviço);
● Entre em contato com o administrador da instituição e explique a ele o
problema.

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Não administre o medicamento

Quando você acha que a prescrição de um medicamento está errada e poderia


lesionar o paciente, você tem o direito legal de não administrar o medicamento. Você tem
esse direito também sob outras determinadas circunstâncias:
● se você acha que a dosagem prescrita está incorreta;
● se você acha que o medicamento está contra-indicado pela condição do
paciente ou por interações possivelmente perigosas com outros medicamentos
ou substâncias (como o álcool);
● se você acha que a via de administração está incorreta ou não está no âmbito
da sua prática profissional;

Em qualquer momento que você se recuse a efetuar uma prescrição de


medicamento, certifique-se de empreender as seguintes etapas:
Notificar o supervisor imediato, de modo que ele possa fazer outros arranjos, como
designar outro enfermeiro ou esclarecer sobre a prescrição.
Notificar ao médico que prescreveu, caso o supervisor já não o tenha feito.
Registrar que o medicamento não foi administrado, dizer por que ele não foi
fornecido e a quem você notificou.

Erros de Medicação em Oncologia

Na terapia antineoplásica, erros podem ocorrer durante qualquer fase do processo


de utilização da medicação. Eles não ocorrem somente durante a dispensação pela
Farmácia , mas no ato da prescrição , quando de uma prescrição verbal, ou quando o
paciente não toma seu medicamento da forma como foi orientado (não aderência), por
exemplo.
Após avaliação de alguns estudos, conclui-se que erros de prescrição são mais
fáceis de serem detectados e corrigidos , do que aqueles que ocorrem devido à
administração.

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De acordo com a ASHP Guidelines on Preventing Medication Errors in Hospitals,
podemos relacionar os problemas com a terapêutica antineoplásica como sendo:

◘ Erros de prescrição - Pode incluir: a seleção de um medicamento incorreto; dose,


forma de dosagem, via de administração, duração da terapia ou diluentes inapropriados ;
ou número errado de doses de um ciclo terapêutico. Velocidade inapropriada de
administração, concentração errada da medicação, orientação inadequada de uso e
prescrições que são atendidas erroneamente, devido à ilegibilidade da letra , são também
considerados erros de prescrição;
◘ Omissão de dose - Ocorre quando uma dose não é administrada. Não é considerado
erro , quando as medicações não são administradas por recusa do paciente;

◘ Horário errado de administração - A administração é realizada fora do intervalo


aceitável pela instituição;

◘ Administração de medicamentos não prescritos - O medicamento é administrado


sem prescrição médica, ou é administrado a outro paciente;

◘ Doses impróprias - É quando doses maiores ou menores do que as prescritas são


administradas;

◘ Formas erradas de dosagem - Os medicamentos são dispensados ou administrados


em uma forma farmacêutica diferente da que foi prescrita;

◘ Preparação errada - Antineoplásicos que requerem reconstituição (adição de um


diluente para dissolução de um liofilizado) , diluição, ou preparação especial , antes da
dispensação ou administração, estão sujeitos a erros de preparação;

◘ Erros de técnica de administração - Restrito à equipe de Enfermagem;

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◘ Drogas deterioradas - A monitorização das datas de validade dos produtos é muito
importante. Medicamentos utilizados após seu prazo de validade podem ter perda de
potência com diminuição de sua eficácia. Medicações que devem ser armazenadas sob
refrigeração, e que são mantidas a temperatura ambiente, podem decompor-se a um
ponto em que sua eficácia é menor. Medicamentos dispensados ou administrados além
da data de validade, ou medicamentos deteriorados devido ao armazenamento impróprio
são listados como erros de medicação deteriorada.

Impacto dos erros de medicação no paciente (oncologia)


As conseqüências de erros de medicação variam desde um pequeno desconforto a
morte. Muitas vezes é difícil predizer as conseqüências de um erro, pois muitos fatores
estão envolvidos, como: tipo de erro, o status do paciente, classe terapêutica , via e
tempo de administração.
Foi demonstrado em um estudo, em que cinco crianças receberam overdoses de
vincristina, três morreram e duas se recuperaram. Dos três pacientes que morreram , dois
receberam uma dose 10 vezes maior, e o terceiro encontrava se em um estágio avançado
de leucemia. As duas crianças que se recuperaram, receberam doses menores, e na
ocasião, estavam em remissão. Nesta situação, o status do paciente e a quantificação da
dose ajudaram a determinar a magnitude do erro.

Causas dos erros


Os erros de medicação podem ser atribuídos a:
◘ Erros de cálculo: Os erros de cálculo podem ocorrer no ato da prescrição; durante o
preparo , ao considerar uma concentração errada da solução reconstituída ; pela
colocação do ponto decimal em local inadequado; ou pelo uso de conversões erradas.
Foram demonstradas situações em que pacientes morreram em virtude de doses
calculadas erroneamente. Com o objetivo de se evitar erros de cálculo , todas as doses
devem ser recalculadas antes de seu preparo. Isto é especialmente importante em
quimioterapia antineoplásica , porque doses erradas, repetidas dentro de um ciclo ou nos
subseqüentes, provocam uma amplitude maior do erro, normalmente essas drogas são
manipuladas pelo farmacêutico da instituição, é necessário que a equipe de enfermagem

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esteja atenta ao rótulo e a monitorização do paciente durante a administração das
mesmas;

◘ Utilização de pontos decimais e zeros: A mudança de um ponto decimal de local


resulta em erros 10 X ou possivelmente 100 X maior ou menor do que o desejado;

◘ Abreviação: Terminologia médica e o nome das medicações são freqüentemente


abreviadas o que pode acarretar erros;

◘ Forma de prescrição: Erros de medicação podem resultar da forma como a droga é


prescrita. Podemos citar:
● Ordens verbais: As prescrições verbais podem levar a erros quando não são
transmitidas claramente;
● Confusão com a dose de um produto: A prescrição de uma ampola, um frasco
ou uma cápsula pode levar a erros quando os produtos estão disponíveis em várias doses
e / ou concentrações;
● Letra ilegível do prescritor;
● Ausência de informação: A ausência de informação médica sobre o paciente,
como a idade, o peso, altura e a indicação , pode contribuir para os erros , pois,
usualmente, a dose depende da indicação e do esquema utilizado;

Registre todos os incidentes

Qualquer evento que não seja compatível com a rotina comum da sua instituição é
considerado um incidente, independentemente de ele resultar, ou não, em uma lesão.
Independentemente de qual seja sua posição na equipe de enfermagem, você tem o
dever legal de relatar qualquer incidente do qual você esteja tendo conhecimento pela
primeira vez.
Caso cometa um erro ao administrar um medicamento ou se um paciente reagir
negativamente a um medicamento administrado da maneira apropriada, você deve avaliar
com cuidado a condição do paciente e prestar qualquer cuidado necessário. Do mesmo

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modo, notifique imediatamente às pessoas que podem fazer algo para corrigir o problema,
como o médico que prescreveu, sua supervisora de enfermagem e o farmacêutico.
Um registro de incidente é um documento no qual você relata os fatos pertinentes
sobre um erro de medicação ou sobre uma lesão a um paciente, visitante ou membro da
equipe. O registro serve para duas finalidades:
- Informar os administradores da instituição sobre o incidente, de modo que eles
possam monitorar os padrões da instituirão e fazer quaisquer alterações necessárias para
evitar incidentes similares no futuro (controle de risco);
- Alertar os administradores da instituição para a possível necessidade de
investigação adicional e notificar a companhia de seguro da instituição sobre possibilidade
de uma ação de responsabilidade (controle de risco);
- Alertar os administradores da instituição para a possível necessidade de
investigação adicional e notificar a companhia de seguro da instituição sobre possibilidade
de uma ação de responsabilidade (controle de ações).
O registro serve como uma afirmação factual contemporânea dó evento e ajudam a
identificar as testemunhas no caso de uma ação legal ser impetrada meses, ou mesmo
anos depois.

Conteúdo de um registro de incidente

Em geral, um registro de incidente deve incluir as seguintes informações:


● A identificação das pessoas envolvidas e quaisquer testemunhas;
● Uma descrição do que ocorreu e as conseqüências para a pessoa
envolvida. (Forneça informações suficientes para que os administradores da
instituição de saúde possam decidir se o assunto precisa de investigação adicional);
● Quaisquer outros fatos relevantes.

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► Procedimentos na Administração de Medicamentos

Ter sempre certeza da compreensão de uma prescrição de medicamento consiste


apenas no início de suas responsabilidades quanto a administrar corretamente os
medicamentos. É importante também que você deve fazer seu próprio julgamento sobre a
correção da prescrição com base em seu conhecimento sobre o medicamento e em sua
compreensão da condição do paciente.

◘ Os 5 certos
Seguir os 5 certos, pode ajudar você, a evitar, de maneira rápida e fácil, as fontes
mais básicas e comuns de erro de medicação. Essa realização necessita que seja
confirmado que você tenha o medicamento certo, na dose certa, para o paciente certo, no
tempo certo e na via certa, cada vez que você precisa administrar um medicamento.

● Medicamento certo
Sempre compare o nome da substância prescrita com o nome impresso no rótulo
do frasco. Gaste um tempo e faça isso com cuidado; substâncias cujo nome exibe som e
escritas semelhantes podem apresentar indicações e efeitos muito diferentes.
Mencionar sempre o nome da substância e o motivo de sua administração antes de
realmente fornecê-lo ao paciente é muito importante.
Além de verificar cuidadosamente o nome da substância prescrita no rótulo do
frasco, verifique também a reação do paciente ao medicamento quando você tenta
administrá-lo. Se ele disser "Costumo tomar um comprimido azul, hoje tomarei dois
comprimidos verdes?", reflita. É possível que a dose tenha mudado, então você explicará
ao paciente ou você pode confirmar que está administrando o medicamento errado ao
paciente. O importante é sempre acompanhar cuidadosamente qualquer comentário que
o paciente faça a respeito de mudanças em um medicamento antes que você o
administre.

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● Dose certa
A apresentação da forma farmacêutica em dose única diminuiu muito o risco de se
fornecer a dose errada de medicamento ao paciente. Assim também, muitos
medicamentos comercialmente preparados estão disponíveis em inúmeros tamanhos de
comprimido, diminuindo a quantidade de cálculos que você precisa fazer para determinar
a dosagem.
Nunca altere a dosagem de medicamento especificada em uma prescrição.
Digamos, por exemplo, que o médico tenha prescrito uma dose de um analgésico opióide
para dor pós-operatória. Você administra o medicamento , mas o paciente continua a
relatar dor intensa. Você pode concluir que a dose não foi suficiente e que, uma dose
maior resolveria o problema. Porém isso não autoriza você a mudar a dose. O
procedimento adequado é consultar o médico e obter uma nova prescrição por escrito.

● Paciente certo
Para diminuir o risco de erros de medicamento, jamais pressuponha que o paciente
que está em um determinado leito é, na verdade, aquele cujo nome está afixado. Em vez
disso, certifique-se sempre cuidadosamente a identificação do paciente com o impresso
de prescrição de medicamento antes de fornecer qualquer medicamento, se o paciente
estiver consciente você deve conversar com o mesmo pedindo que o mesmo lhe diga o
nome. (Não induza a resposta com perguntas do tipo "Você é o José?", pois o paciente
pode entender você de maneira errada, pode estar confuso ou pode ser um outro José,
diferente daquele agendado para o medicamento.)

● Horário certo
Para fins terapêuticos, o horário certo é aquele que mantém corretamente o nível
da substância na corrente sanguínea do paciente, de modo que ele não se eleve nem
diminua muito. Para fins práticos, o horário certo é aquele que convém à equipe e ao
paciente. Naturalmente, os objetivos terapêuticos têm preferência em relação aos
práticos.
Além de maximizar o efeito terapêutico, a administração de medicamentos nos
intervalos especificados e espaçados de maneira uniforme proporciona alguns benefícios

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práticos. Por um lado, isso permite que você planeje os horários de administração que
não interfiram nas refeições ou em períodos extremamente ocupados no posto de
enfermagem. Por exemplo, em vez de agendar os horários de administração duas vezes
ao dia às 7 h da manhã e às 19 h, que são horários comuns de troca de equipe, agende-
os para 8 h e 20 h.
Outro benefício prático dos horários padronizados de administração é que eles
estabelecem um hábito na mente do paciente. Isso pode facilitar que ele mantenha
apropriadamente a tomada do medicamento quando for para casa.

● Via certa
Deve ser dada muita atenção à via de administração especificada na prescrição do
medicamento e no rótulo do produto. Certificar-se de que a forma prescrita do
medicamento é apropriada para a via pretendida. Antes de administrar um medicamento,
considere se a quantidade prescrita é adequada para a via pela qual você está se
preparando para administrar. Por exemplo, 10 mg constituem uma quantidade apropriada
de sulfato de morfina para serem administrados por via intramuscular (1mL), visando a
aliviar a dor em um adulto. Se o paciente vai recebê-lo por via IV, no entanto, a dose
equivalente mais provável seria 2 a 4 mg. Se estiver recebendo o medicamento por via
oral, ele precisará de mais de 10 mg para se conseguir o mesmo efeito.
Lembre-se de que a via pela qual você administra um medicamento afeta a
velocidade com que ele é absorvido na corrente sanguínea do paciente.
Como determinadas formulações de uma substância podem ser destinadas a vias
específicas, seja cauteloso para não interferir na ação de um medicamento por trocar as
vias ou por fraude na preparação química. Por exemplo, você não deve esmagar um
comprimido com revestimento entérico nem abrir uma cápsula de liberação prolongada.

◘ Armazenamento e preparação

• Armazene e manuseie cuidadosamente os medicamentos para manter suas


estabilidades e potências. Lembre-se de que algumas substâncias podem ser
alteradas pela temperatura, pelo ar, pela luz e pela umidade; certifique-se de

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seguir todas as precauções específicas para o medicamento. Algumas
substâncias precisam ser mantidas em frascos escuros. Algumas bolsas IV
podem precisar ser cobertas com folhas metálicas para bloquear a luz durante a
infusão;
• Sempre mantenha as substâncias nos frascos em que a farmácia os
distribuiu. Tampe todos os frascos. Se você encontra pequenos cilindros em um
recipiente, eles provavelmente servem para absorver a umidade e manter o
produto fresco; não devem ser removidos;
• Armazene as substâncias à temperatura ambiente, a menos que você seja
instruído a refrigerá-las. A refrigeração provoca umidade na formulação e poderia
alterar algumas substâncias por meio da condensação;
• Conforme exigido por lei, mantenha narcóticos e substâncias controladas em
locais trancados;
• Sempre observe a data de validade do medicamento, ela garante a potência
esperada do medicamento. Jamais administre uma substância vencida
apresentem características organolépticas alteradas;
• Quando parecer que a embalagem original foi adulterada, não administre o
medicamento, devolva-o na embalagem à farmácia para uma investigação;
• Verifique três vezes o rótulo do medicamento quando o retira da prateleira
ou gaveta, antes de colocá-lo no copo de medicamento e antes de colocar o
frasco de volta na prateleira ou gaveta para se certificar de que está
administrando o medicamento prescrito. Com um medicamento de dose única,
verifique o rótulo exatamente antes de pegar o medicamento e, mais uma vez,
antes de descartar a embalagem;
• Quando se tratar de um medicamento em pó liofolizado que deve ser
reconstituído, lembre-se de rotular o frasco com a sobra, descrevendo a data, a
hora, a concentração e suas iniciais ou assinatura;
• Nunca administre um medicamento que não foi adequadamente rotulado
depois da reconstituição;
• Descarte qualquer medicamento que atingir a data de validade
(estabilidade);

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• Se você encontrar uma seringa sem rótulo e com medicamento, descarte-a;
• Deixe um medicamento refrigerado à temperatura ambiente antes de
administrá-lo, a menos que você receba outra instrução.

Administração

Antes de administrar um medicamento com base em novas prescrições, veja a


história medicamentosa do paciente para quaisquer alergias ou outros problemas
conhecidos.
• Quando você sabe que o paciente tem alergia medicamentosa, certifique-se
de que o registro do paciente mostra claramente a alergia;
• Quando liberar os medicamentos para o quarto do paciente, permaneça com
a bandeja ou carrinho de medicamentos. Nunca se afaste do carrinho sem
trancá-lo e carregá-lo, ou leve a bandeja de medicação de volta para a sala de
medicação ou para seu local usual de armazenamento;
• Avalie a condição fisiológica e psicológica do paciente antes de administrar
qualquer medicamento;
• Permaneça com o paciente até que ele tome o medicamento para verificar
se ele tomou conforme a orientação;
• Nunca deixe doses de medicamentos ao lado do leito do paciente, a menos
que você tenha recebido ordem específica para fazer isso;
• Administre apenas os medicamentos que você preparou pessoalmente ou
que o farmacêutico tenha preparado;
• Não abra as doses individualmente preparadas (medicamentos de dose
única) até que você esteja ao lado do leito e tenha confirmado a identidade do
paciente;
• Quando administrar um medicamento oral, peça ao paciente que beba um
copo de água, quando apropriado. Fazer isso ajuda a mover o medicamento para
adiante do esôfago e para dentro do estômago. Isso também dilui o
medicamento, reduzindo, assim, a chance de irritação gástrica;

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• Registre que já administrou o medicamento imediatamente após a
administração. O registro tardio, especialmente de medicamentos S/N, pode
resultar em doses repetidas. O registro antes da administração de um
medicamento pode levar a doses não administradas;
• Registre suas observações das respostas positivas e negativas do paciente
ao medicamento. As reações adversas graves podem levar o médico a substituir
imediatamente o medicamento por outro.

Sistemas de fornecimento de medicamento

Existe ainda outra área de administração de medicamento que você precisará


dominar, que é o sistema de fornecimento. Sua instituição pode usar um dos inúmeros
sistemas pelos quais você pode obter os medicamentos prescritos da farmácia. Em cada
um deles, você serve a uma função vital de coordenação entre o médico e o farmacêutico.
Os sistemas comuns de fornecimento de medicamento incluem o sistema de
dose única, sistemas automatizados, prescrições individuais e o sistema de
armazenagem no andar. Independentemente do sistema de fornecimento usado pela
instituição, os médicos, enfermeiros e farmacêuticos devem colaborar para que ele atue
de maneira eficiente.

► Dosagem
◘ Sistema Métrico Decimal (S.M. D)
Para efetuar a mensuração é preciso conhecer a unidade da grandeza a ser
medida. Existem vários sistemas de unidades, dentre eles o sistema métrico decimal
(S.M.D).

◘ Unidades fundamentais do sistema métrico decimal:


Comprimento................................................centímetro (cm)
Massa.............................................................grama (g)
Tempo.............................................................segundo (s)

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Os profissionais de enfermagem devem lembrar que as unidades mais usadas do
sistema métrico decimal são: massa, volume, capacidade, comprimento e tempo. Unidade
de massa, como o quilo, é usada para medidas sólidas e secas. Unidade de volume,
como o metro cúbico e a unidade de capacidade como o litro, cujo volume é o de um
decímetro cúbico, é usada para medidas líquidas. Unidade de comprimento é o metro.
Unidade de tempo em segundo.
Freqüentemente se utiliza o sistema caseiro de medidas tanto de peso quanto de
volume.

Medida caseira Equivalência


20 gotas*......................................................................1 ml = 1cm³
60 gotas*......................................................................1colher de café = 3ml
1 pitada........................................................................menos de 1/8 colher de café
2 colheres de chá.........................................................1 colher de sobremesa
1 colher de chá............................................................5 ml
1 colher de sobremesa................................................10 ml
1 colher de sopa..........................................................15 ml
*é medida líquida aproximada, pois varia de acordo coma característica do líquido e do tamanho da
abertura do conta-gota.

O sistema caseiro apresenta muitas imperfeições, pois colheres domésticas nem


sempre apresentam as mesmas capacidades. Na medida do possível, devem-se dar
preferência às medidas padrões fornecidas pelos laboratórios farmacêuticos.

Pratique:
Para conversão das seguintes operações utilizar a regra de três:
1) 5 mL = ____gotas
2) 30 gotas = ______mL
3) 3 colheres de chá = ______mL
4) 150 mL = _____colheres de sopa

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5) Um frasco de xarope tem 325 cm³ ou mL. João deve tomar uma colher de sopa a cada
8 horas. Sendo assim, quantos dias durarão um frasco de xarope?
a)10 dias b) 20 dias c) 7 dias d) 31 dias e) 12 dias

6) Admitindo que 1,0 cm³ equivale ao volume de 20 gotas de água. Em um litro de água
quantas gotas terá?

7) Transforme as unidades abaixo em litro:


5.000 ml =_________________ 300 cm³ =______________________
* Confira respostas no final deste módulo.

◘ Unidades de massa
Unidades de massa mais utilizadas:
1 tonelada_____________________________1.000 kg
1 kg__________________________________1.000g
1 g___________________________________1.000mg
1 mg _________________________________1.000 µg
As unidades brasileiras de massa mais utilizadas nas instituições de saúde são:
quilograma, grama, miligrama, e micrograma.
Para facilitar a conversão, pode-se seguir a seguinte instrução:

µg mg dg cg g dag hg kg t
000 0 0 0 1 0 0 0 000 ou

t kg hg dag g dg cg mg µg
000 0 0 0 1 0 0 0 000

Assim sendo:
1 t = 1.000.000g
1 kg = 1.000g
1 mg = 0,001g
1 mg = 0,000001g

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Para transformar:
1) 500 mg em g = 0,500 = 0,5g 0, 5 0 0 =0,5g
g dg cg mg

◘ Unidades de tempo
A unidade fundamental de tempo é o segundo(s), que corresponde ao intervalo de
tempo igual à fração de 186.400 do dia solar médio, definido de acordo com as
convenções de astronomia.
1h.............................................60 minutos
1 minuto...................................60 segundos

◘ Porcentagem
Normalmente nas instituições de saúde as concentrações de soluções costumam
ser expressas em porcentagem. Assim sendo, a equipe de enfermagem constantemente
deve fazer a conversão de porcentagem em números decimais e frações.
Quando aplica a taxa de porcentagem a um certo valor, o resultado obtido recebe
o nome especial de porcentagem.

Exemplo:
Uma fábrica tem 1000 funcionários. Este ano o número de funcionários aumentou
30%. Calcule o número de funcionário que aumentou.
30% de 1000 = 30÷100 · 1000 = 0,3 · 1000 = 300 funcionários
↓ ↓
Taxa da porcentagem este é o valor da porcentagem (30%)

Para efetuar o cálculo em porcentagens, o todo é expresso como 100%. Portanto,


uma certa porcentagem indica partes em 100.
A conversão de porcentagem em número decimal deve ser feita eliminando o
sinal de % e deslocando a vírgula duas casas para a esquerda. Esta operação, na
verdade, você está dividindo a % por 100.

Exemplo: 50÷100 = 1÷2 = 0,5

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Para conversão de um número decimal em porcentagem, basta multiplicar por 100
e acrescentar o sinal de %.
Exemplo: 0,3 = 30% 0,25 = 25% 0,55 = 55% 5,5 =550%

Os medicamentos devem ser administrados na dose exata prescrita pelo médico,


pois a dose estipulada leva em consideração os seguintes fatores: peso, idade, sexo, via
de administração, patologia, tolerância do paciente à droga. Por isso, aproximar as
dosagens pode ser uma prática perigosa e também os erros nos cálculos podem gerar
efeitos desastrosos e até fatais aos pacientes.

─ Posologia: é o estudo da dosagem ou um sistema de dosagem;


─ Dose: o conceito está subordinado à variação biológica, porque os efeitos das
drogas não são necessariamente idênticos em todos os organismos, podendo variar em
um mesmo organismo em diferentes ocasiões;
─ Dose eficaz mediana (DE50): é a dose necessária para produzir determinada
intensidade de um efeito em 50% dos indivíduos;
─ Dose média eficaz: é a dose de fármaco necessária para produzir um efeito
específico em 50 % da população;
─ Dose máxima: é a maior quantidade de medicação;
─ Dose letal: é a dose que mata e é determinada em animais de laboratório (ou
experimental);
─ Índice terapêutico: é a proporção entre a dose letal 50 (DL50) e dose eficaz
mediana (DE50). Quanto maior o índice terapêutico, maior a margem de segurança,
indica a distância entre dose letal 50 (Dl50) e dose eficaz mediana (DE50);
─ Dose de manutenção: os fármacos são administrados em uma série de doses
repetidas ou infusão contínua, para manter a concentração de equilíbrio estável no
plasma, dentro de uma faixa terapêutica;
─ Dose de ataque: é uma dose ou uma série de doses que deve ser administrada
no início do tratamento com o objetivo de atingir rapidamente a concentração-alvo.

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As drogas são fornecidas ao consumo em dosagens padronizadas, que é a dose
individual medida e rotulada pelo farmacêutico. Mas, se a dose prescrita for maior ou
menor do que a dosagem padronizada ou receitada em unidades de medidas diferentes
da apresentação faz-se necessário a conversão e o cálculo para obtenção da dose exata
correspondente.

◘ Cálculo de dosagens
Para se efetuar cálculos de dosagens deve-se ler a receita/prescrição médica,
certificar o nome do paciente, nome do medicamento, a dosagem, o horário e a via de
administração.

▪ Soluções
Para compreender os cálculos matemáticos que ocorrem nas operações das
diluições de soluções, a equipe de enfermagem deve conhecer os conceitos básicos que
compõem as soluções.
Soluções são misturas homogêneas de duas ou mais substâncias compostas de
duas partes distintas, o soluto e o solvente. O soluto é a substância acrescida ao solvente
para o preparo da solução. O solvente é o líquido no qual a substância é dissolvida. Por
exemplo: o açúcar é o soluto que normalmente aparece em menor quantidade, que se
distribui no interior do solvente, e a água é o solvente, que geralmente aparece em maior
quantidade, e que dilui o soluto.

▪ Classificação
- De acordo com a mistura
Homogênea - é a mistura de duas ou mais substâncias diferentes miscíveis que
apresentam mesmas propriedades físicas e químicas em toda sua extensão, denominada
sistema unifásico ou monofásico. Ex: mistura de água e sal, mistura de gases nitrogênio e
oxigênio;
Heterogênea - é a mistura de duas ou mais substâncias diferentes não miscíveis que
apresentam propriedades distintas em toda sua extensão, caracterizando um sistema de

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duas ou mais fases, portanto difásico ou polifásico. Ex: mistura de óleo e água; mistura de
água, areia e terra.

- De acordo com o tamanho das partículas


Solução verdadeira: na solução verdadeira o tamanho das partículas é inferior a 1
milimícron que não são visíveis nem com auxílio de microscópio, tendo como exemplo o
açúcar dissolvido em água;
Solução coloidal: nesse tipo de solução, o tamanho da partícula está entre 1 e 100
milimícron, como, por exemplo, a gelatina dissolvida na água;
Solução grosseira ou suspensão: é a solução em que o tamanho médio das partículas é
superior a 100 milimícron, por exemplo, areia em água.

- De acordo com a proporção de soluto e solvente


Diluída: é a solução que apresenta pouco soluto em relação ao solvente;
Concentrada: é a solução que apresenta muito soluto em relação ao solvente.

- De acordo com a pressão osmótica


Isotônica: é a solução com a mesma pressão osmótica do sangue que mantém o tamanho
dos glóbulos vermelhos. Ex: a solução ideal é fisiológica que contém 0,9% de NaCl
(cloreto de sódio);
Hipertônica: é a solução que aumenta a concentração plasmática por processo de
osmose, provocando a saída de água dos glóbulos vermelhos que ficam "desidratados",
sofrendo plasmólise. Ex: solução de NaCl superior a 0,9%;
Hipotônica: é a solução que diminui a concentração plasmática, provocado por processo
de osmose, entrando água nos glóbulos vermelhos e estes se romperão causando o
fenômeno da "hemólise". Ex: água destilada.

◘ Diluição de comprimidos
A diluição de comprimidos, drágeas e cápsulas devem seguir a orientação de cada
instituição, para obtenção de doe exata. Na verdade essa diluição não é recomendável,
porém é uma prática muito comum.

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Exemplo: ácido acetilsalicílico (analgésico, antitérmico, antiinflamatório,
antiagregante plaquetário) é apresentado sob as seguintes formas farmacêuticas:
comprimidos 85 mg, 100 mg, 325 mg e 500 mg; gotas 200mg/ml; comprimidos
efervescentes 500 mg.

Prescrição: Ácido acetilsalicílico, 50 mg, V.O. 12/12 h. No hospital só há comprimidos de


85 mg.
1º) passo: Confirmar a dose do comprimido que é 85 mg.
2º passo: Dissolver o comprimido em 5 ml de água e calcular o volume
correspondente a 50mg.

85mg........................5ml
50mg..........................x x= 2,9 mL

Resposta: Deverão ser administrados de 12/12h 2,9 mL da solução de ácido


acetilsalicílico, que correspondem a 50 mg.

Exercício
8) Prescrição: Digoxina (digitálico, cardiotônico), 0,001g. Sua forma farmacêutica é elixir
0,05 mg/mL. Quantos mL devem ser administrados, usando medida caseira?*

9) Prescrição: Cloranfenicol (antibiótico de amplo espectro), 250mg, V.O. Sua forma


farmacêutica é xarope e sua concentração é 125mg/5ml. Quantos mL devem ser
administrados?*
* Confira respostas no final deste módulo.

◘ Drogas de Uso Parenteral


O medicamento em forma sólida (pó liofilizado), após a dissolução, geralmente,
aumenta de volume, portanto depois de dissolvido, deve-se aspirar todo o conteúdo do
frasco a fim de verificar o volume final. Para facilitar o cálculo fazer nova diluição se
necessário.

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Exemplo: Prescrição: Oxacilina (antibiótico, derivado da penicilina), 0,25g intravenoso
(IV). Sabe-se que um frasco contém 500mg. Quantos mL da solução serão
administrados?
1º) Converter g em mg.
0,25 → 250 mg

2º)Calcular a quantidade de frasco necessário.


1 frasco → 500 mg

3º) Dissolver a oxacilina em X mL de diluente.


1 frasco → 500 mg, dissolver em 4 mL. Aspirar todo o conteúdo e verificar o
volume final.
Acrescentar o diluente até completar 5 mL.
500 mg.......................5 mL
250 mg.......................x x= 2,5 mL
Resposta: Serão administrados 2,5 mL da solução de oxacilina.

Exemplo: Prescrição: Benzilpenicilina potássica 3.000.000UI, IV, 4/4h. Sabe-se que um


frasco contém 5.000.000UI. Quantos mL da solução serão administrados de 4/4h?

1º) Dissolver a benzilpenicilina potássica 5.000.000UI em 6 mL de água destilada,


aspirar todo o conteúdo e verificar o volume.

2º) Se o volume for número decimal, por exemplo, 7,8 mL, acrescentar mais água
destilada (2,2 mL), totalizando 10 mL, para facilitar o cálculo.

3º) 5.000.000 UI............10 mL


3.000.000 UI.............x x= 6mL
Resposta: Serão administrados 6 mL da solução de benzilpenicilina potássica que
corresponde a 3.000.000UI em 4/4h.

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◘ Cálculo para Diluição de Heparina
Heparina é um anticoagulante que atua inibindo a formação de trombos,
prolongando o tempo de coagulação do sangue e é utilizada para obter ação rápida.
Apresentação comercial é 5ml correspondendo a 5.000 ou 25.000UI (Unidades
Internacionais). A dosagem de heparina utilizada pelo paciente adulto, em geral por via IV,
varia de 500 a 1.000UI.
Para evitar erro de dosagem, devido à concentração de heparina no fraco/ampola,
ela deve ser diluída uma ou mais vezes.
1UI (unidade internacional) = 0,0077mg

Cálculo para heparina de concentração 25.000UI/5ml


Exemplo: Prescrição: 500UI de heparina, para paciente adulto.

1º) Calcular quantas UI de heparina há em 1mL


25.000................5mL
x......................1mL x = 5.000UI/mL

2º) Devido a sua alta concentração, aspirar 1ml de heparina, que corresponde a
5.000 UI e diluir com 9 mL de soro fisiológico 0,9% e em seguida fazer o cálculo
para saber quantas unidades internacionais de heparina há em 1mL da nova
solução.

1mL de heparina (5.000 UI) + 9 mL de soro fisiológico 0,9%= 10 mL de solução


5.000UI..................10 mL
x...........................1 mL x = 500UI/mL

Resposta: Administrar 1 mL de heparina diluída, que corresponde a 500 UI.

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◘ Cálculo de gotejamento de soluções
Dois fatores devem ser considerados para calcular a velocidade de gotejamento de
uma solução a ser administrada:
- Volume total de solução a administrar;
- Total de tempo.

▪ Utilizando a fórmula
Calcular o total de gotas a serem administrados.
Dados: Conta-gotas padrão com 1mm de diâmetro, graduação de 1ml corresponde a 20
gotas de uma solução hidrossolúvel. Deve se calcular, também, o tempo em minutos.

Nº. de gotas = _Total de solução em gotas__


Minuto Total de tempo em minutos

▪ Utilizando fórmula simplificada


- Para gotas:
Nº de gotas/min = v.20 = Nº gotas/min = v_
h.60 h.3

- Para microgotas (1 gota equivale a 3 microgotas):


Nº de microgotas/min = v·20·3 =
h·60

Nº de microgotas/min = v·60 = Nº de microgotas/min = v_


h·60 h

Exemplo: Prescreveu 1.000 mL de SG (soro glicosado) 5%, para serem administrados


num período de seis horas.
1º) Deve-se calcular o total de gotas a administrar:
1 mL................. 20 gotas
1.000 mL.............. x x = 20.000 gotas
Logo, em 1.000 mL tem-se 20.000 gotas.

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2º) Deve-se calcular o total de tempo em minutos:
1h ............... 60 min
6h ................. x x = 360 min

3º) Aplicando a fórmula, tem-se:


Nº de gotas/minuto = 20.000/360 = 55,55 gotas = 56 gotas/min

Logo, para um período de 6 horas, deve-se administrar 56 gotas/min.


Observação: às vezes há necessidade de arredondar o resultado como já foi visto, na
divisão de números decimais.
Exemplos:
1,8 → 2 5,22 →5 83,4 → 83 12,55 → 13

▪ Cálculo número de horas


Exemplo: Tem-se 100ml de soro, para serem administrados 13 gotas/min. Calcule quanto
tempo levará a infusão.
Aplicando a fórmula:
13 = ___ 2.000 ___ = 780 · total de tempo = 2.000
total de tempo · 60 total de tempo = 2:33h

Outra fórmula para o cálculo de horas:

Horas = Volume total em gotas


Nº gotas/min · 60

Horas = 100 · 20 = 2.000 = 2:33 → 2 horas e 33 minutos


13· 60 780

Veja o cálculo de horas e minutos:


2.000 ÷ 780 = 2,33 ou 2 horas e 33 minutos

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▪ Regra de três
- Cálculo de número de gotejamento:
Exemplo: Prescrição 1.000 mL de SG 5%, para serem administrados num período de seis
horas.
Dados: 1 mL equivale a 20 gotas e 1 hora são 60 minutos:
1º) Calcular o nº de gotas em 1.000 mL
1mL..........................20 gotas
1.000 mL....................x x = 20.000gotas

2º) Calcular o tempo em minutos


1 hora................................60 minutos
6 horas..............................x x = 360 minutos

3º) Dividir o número de gotas pelo tempo (em minutos) nº. de gotas/minutos = 20.000÷360
= 55,55 gotas/min → 56 gotas/min.

▪ Número de horas
Exemplo: Tem-se 100ml de soro, para serem administrados 13 gotas/min. Calcule quanto
tempo levará a infusão.
Dados: 1mL equivale a 20 gotas e 1 hora são 60 minutos:
1º) Calcular o número de gotas em 100ml
1ml............................20 gotas
100ml........................x x = 2.000gotas

2º) Calcular o tempo (em minutos) que levará a infusão:


1 minuto.......................13 gotas
x................................2.000gotas x = 153 minutos

3º) Transformar os minutos em horas


1 hora.....................60 minutos
x..........................153 minutos x = 2 horas e 33 minutos

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▪ Cálculos de microgotas
Alguns medicamentos são administrados em equipos especiais, conhecidos como
equipo de microgotas.
Dados: 1 gota → 3 microgotas

Exemplo: Tem-se 50 mL de SG 5% para serem administrados em equipo de microgotas,


num período de 30 minutos. Calcule o número de microgotas por minuto.

1º) Calcular o número de microgotas existente em 1ml. Sabe-se que 1 mL tem 20 gotas e
1 gota corresponde a 3 microgotas.
1 gota.......................3 microgotas
20 gotas.................. x x = 60 microgotas
Logo, conclui-se que 1 mL tem 60 microgotas.

Fórmula para cálculo de número de microgotas por minuto:

Nº de microgotas/min = Total de solução em microgotas


Total de tempo em minutos
Aplicando a fórmula tem-se:

Nº. de microgotas/min = 50·60 = 3.000 = 100 = 100 microgotas/min


30 30
Exemplo:
SG 5% 500 mL
NaCI 20% 10 mL → volume final 520ml, que deverá correr em 6 h.
KCI 15% 10 mL

Calcular o número de gotas/min.:

Nº de gotas/min= 520 · 20 = 28,8 → 29 gotas/min


360

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▪ Macetes para o cálculo de número de microgotas para 10, 15, 20 e 30 minutos:

- Pra o soro correr em 10 minutos:


nº microgotas = volume · 6 (10 minutos = 1/6 da hora)

- Pra o soro correr em 15 minutos:


nº microgotas = volume · 4 (15 minutos = 1/4 da hora)

- Pra o soro correr em 20 minutos:


nº de microgotas = volume · 3 (20 minutos = 1/3 da hora)

- Pra o soro correr em 30 minutos:


nº de microgotas = volume · 2 (30 minutos = 1/2 da hora)

♦ *Respostas dos Exercícios :


1) 100 gotas;
2) 1,5 mL;
3) 15 mL;
4) 10 colheres de sopa;
5) 7 dias;
6) 20.000;
7) 5 litros e 0,3 litro;
8) 20ml;
9) 10 ml.

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--------------------FIM MÓDULO III -------------------

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