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INTRODUÇÃO:
Quanto aos acidentes que interessam ao dente, ou aos dentes vizinhos temos:
03 - Cáries extensas.
09 - Mascadores de fumo.
12 - Direção errada.
A fratura da coroa e da raiz dental é o acidente mais comum e mais freqüente na exodontia.
Este acidente ocorre principalmente devido ao incompleto estudo clínico e radiográfico do dente que
será extraído. Sem este estudo o profissional não tem o conhecimento da disposição e da forma
radicular ( as extrações são realizadas às cegas), e conseqüentemente a equivocada e incorreta técnica
cirúrgica são as principais causas deste tipo de acidente.
Quando isto ocorre, a coroa ou parte dela e parte da raiz fratura-se, e portanto, devemos dirigir nossos
cuidados para a extração da porção radicular que permaneceu no alvéolo.
Obs: É importante salientar que o estudo radiográfico é fundamental para escolhermos a técnica a ser
adotada para se realizar a extração dental.
2 - Extração equivocada
Ansiedade do profissional em realizar a extração e não prestar atenção no dente que será extraido.
O paciente chega em seu consultório e diz que determinado dente está doendo e quer extraí-lo e o
profissional acredita nele, não faz um exame clínico e radiográfico detalhado e realiza a extração.
A falta de um aparelho de Raios X (ou mesmo de uma radiografia periapical ou panoramica), faz com
que se utilize técnica cirúrgica incorreta, a qual poderá acidentalmente extrair o dente vizinho, por
exemplo.
Estas ocorrem quando a pressão exercida sobre os elevadores for transmitida aos dentes vizinhos,
fraturando a sua coroa, ou luxando-se o dente quando disposições radiculares o facilitem.
4 – Fraturas alveolares
-Da tuberosidade
No caso de permanecer dentro do alvéolo deve-se eliminar a parte fraturada para se evitar a ocorrência
de processos inflamatórios tais como: Osteítes, Abcessos, os quais só terminam após a eliminação deste
osso alveolar.
Obs: O mecanismo da fratura do bordo alveolar reside na força que a pirâmide radicular exerce ou
pretendem abandonar o alvéolo por um espaço menor que que o diâmetro da raiz, ou a força aplicada
sobre a tábua externa é maior que seu limite de elasticidade.
-Fratura da tuberosidade
Esta ocorre quando da extração de terceiros molares superiores devido à aplicação de força excessiva
no instrumental.
Quando você perceber que está exercendo uma força excessiva deve-se mudar imediatamente a técnica
cirúrgica para que não venha a ocorrer a fratura da tuberosidade e esta acompanhar o dente podendo
inclusive provocar uma comunicação buco-sinusal.
5 – Fraturas Maxilares
Ocorre devido a força exagerada, aplicada na extração dos molares superiores, sendo que pode resultar
em remoção de todo processo alveolar aderido ao dente, ou, bem como, do assoalho do seio maxilar,
podendo haver, inclusive, uma comunicação buco-sinusal.
Se quando da tentativa de extração, perceber que um grande segmento ósseo move-se, ao aplicar
pressão no fórcipes sobre o dente, deve-se mudar a técnica para retalho.
Se o osso remanescente, mesmo que tenha sido parcialmente fraturado, permanecer aderido ao
periósteo, deverá ser conservado, pois ele reintegrar-se-á, minimizando assim o defeito ósseo.
Se não houver possibilidade de destacar o osso do dente, a mucosa deve ser incisada e destacada, para
evitar-se a sua dilaceração , quando da extração do dente com a tábua óssea aderida.
Isto pode ocorrer durante a extração do dente, isto é, após a saída do dente do alvéolo pode cair dentro
dele: tártaro, pedaço de restauração ou do próprio dente, e isto, pode causar uma infecção no alvéolo
que é conhecida como alveolite granulomatosa.
7 - Trauma das partes moles: lábios, bochechas, língua, assoalho da boca e palato
Pode ocorrer também devido à técnica incorreta quando do manuseio do fórcipe ou do elevador. Estes
podem escapar e provocar trauma no assoalho da boca, bochecha, palato mole, palato duro e língua.
Pode ser ocasionado quando da extração cirúrgica de um dente, podendo ocorrer tanto nos nervos
superiores como nos nervos inferiores, ocasionando lesão de gravidade variável.
Os acidentes mais importantes são os que têm lugar sobre os nervos: alveolar inferior, lingual e
mentoniano.
Este trauma sobre o tronco nervoso, pode produzir a secção, ou o amassamento, o desgarro do nervo,
lesões estas que se traduzem por neurites, neuralgias ou parestesia (anestesia em zonas diversas), que
podem ser definitivas, prolongadas ou passageiras, dependendo da lesão.
9 - Luxação da mandíbula
Consiste na saída do condilo de sua cavidade glenóidea. É um acidente raro, porém, pode ocorrer
quando de uma intervenção oral demorada onde o paciente fica muito tempo de boca aberta.
Esta é colocada novamente em seu sítio; colocando-se os polegares de ambas as mãos sobre a arcada
dentária da mandíbula enquanto que os outros a mantêm. Imprime-se fortemente dois movimentos a
este osso, de cuja combinação se obtém a restituição das relações normais da mandíbula; sendo que um
movimento é para baixo e o outro para cima e para trás.
Nas vias digestivas não se corre nenhum risco, porém, quando cai nas vias respiratórias, há o risco de
infecção, edema de glote e morte por asfixia, e portanto, há necessidade de encaminhar o paciente ao
médico para que seja realizado um exame radiográfico do tórax o qual irá sugerir a localização do dente.
Quanto aos tecidos vizinhos, os dentes podem ser jogados para a fossa pterigoidea, ou assoalho da
boca, devido à aplicação incontrolada de forças, debilitando as corticais ósseas.
A abertura do seio maxilar pode ocorrer em extração do segundo pré-molar ao terceiro molar superior
tanto durante a extração ou na curetagem de fundo de alvéolo, quando o seio maxilar estiver bem
próximo ou em íntimo contato com o ápice das raízes desses dentes.
Quanto à abertura na cavidade nasal, pode ocorrer quando ela estiver bem próxima das raízes dos
dentes anteriores.
Geralmente este acidente está relacionado com raízes dos dentes: segundos pré-molares e molares,
inclusive o terceiro molar superior (incluso) que poderá ser jogado para dentro do seio maxilar.
Cair dentro de uma cavidade patológica, por debaixo do seio e nela fica alojada.
13 - Hemorragia
O extravasamento sangüíneo natural que se segue em qualquer intervenção não é uma hemorragia.
Definição: Hemorragia é o extravasamento abundante e anormal de sangue que ocorre durante ou após
a intervenção cirúrgica, o qual não se coagula e a hemostasia natural não ocorre.
Obs:
1-A quantidade de sangue pode ser diminuida pela ação de anestesia local (anestésico com vaso
constritor).
Os meios naturais de hemostasia empregados pelo organismo logo após a ruptura dos vasos são:
A contratilidade dos vasos e a coagulabilidade do sangue que formam o coágulo obliterante sobre o foco
hemorrágico.
Classificação das hemorragias: causas locais e gerais, podem ocasionar uma hemorragia.
I-Causas locais: são geralmente de pouca gravidade e se devem à congestão ou infecção dos tecidos ou
as lesões dilacerantes dos mesmos que causam injúrias aos vasos.
II-Causas gerais: são de maior gravidade, pois ocorrem geralmente após as intervenções cirúrgicas: são
produzidas por diateses hemorrágicas, sendo principalmente por anemia, hemofilia, leucemia,
distúrbios hepáticos, etc.
Hemorragias primárias: São as que ocorrem durante ou logo após a intervenção cirúrgica, sendo as mais
fáceis de se coibir.
Hemorragias secundárias: São as hemorragias que ocorrem horas ou dias após a cirurgia e são as mais
graves, pois ocorrem longe do operador, resistem mais às medicações hemostáticas, e nem sempre é
fácil tratá-las pelos métodos locais conhecidos. São geralmente por deficiência dos fatores que
promovem a coagulação, por certas enfermidades gerais predisponentes (lesões hepáticas) ou por
determinantes locais. (Ex. Ruptura ou Absorção de pontos empregados na cirurgia).
Compressão
Compensação, transfusões
Obs: Para se realizar o tratamento das hemorragias, é necessário que se limpe a ferida cirúrgica, para
que obtermos ter um campo onde possamos enxergar de onde provem a hemorragia.
A)Compressão: Comprime-se fortemente o foco hemorrágico, com compressa de gases esterilizadas,
apertando-as com os dedos.
B)Hemostáticos locais absorvíveis: Estes são colocados diretamente na ferida cirúrgica com a finalidade
hemostática.
1-Esponja de fibrina: provém do plasma sangüíneo humano, não é removida, após sua colocação no
foco hemorrágico.
C)Hemostasia por processos cirúrgicos: temos três tipos de hemostasias para os processos cirúrgicos,
que são:
1-Pinçagem: é realizada com pinças hemostáticas apertando as extremidades dos vasos que sangram.
2-Ligadura: esta é feita após a pinçagem: passando-se um fio de sutura ao redor da pinça, faz-se um
primeiro nó e desliza-o pela pinça até a extremidade do vaso; o nó é então apertado e terminado e a
pinça é retirada.
3-Sutura: é um dos melhores e mais simples meio de se realizar a hemostasia. Esta, promove a
hemostasia, protege a ferida cirúrgica e proporciona uma mais rápida cicatrização.
D)Medicação hemostática geral: É um complemento valioso dos métodos locais, em muitos casos,
torna-se indispensável. É constituida por medicamentos que atuam na coagulação, ativando ou
corrigindo fatores que o promovem, ou por agentes que atuam sobre os vasos, corrigindo possíveis
alterações:
Styptanon: eficaz no combate à fragilidade capilar. Pode ser usado tanto no pré, como no pós-
operatório. Pode ser prescrito na via venosa, quando o paciente estiver com o estômago vazio, ou intra
muscular quando o paciente estiver com o estômago cheio.
A grande diminuição de sangue circulante, provoca uma queda de tensão, resultando uma deficiência
circulatória nos tecidos.
Nas emergências, hoje emprega-se largamente as tranfusões de plasma sangüíneo, porque pode este
ser administrado facilmente em qualquer parte, quer nos hospitais, consultórios, ou na própria
residência do paciente.
Após ter passado o período de emergência, pode ser administrada posteriormente, tranfusões de
sangue total, quando houver necessidade de se restabelecer uma deficiência dos elementos figurados.
14 - Hematomas
É um acidente freqüente, ao qual não se dá a importância que tem ( ele é ocasionado pelo trauma
operatório da cirurgia). Consiste na difusão do sangue, seguindo planos musculares, a favor da menor
resistência que lhe opõem a seu passo, os tecidos vizinhos da região onde foi realizada a cirurgia.
Tratamento - Bolsa de gelo nas primeiras 24 horas e após compressa (de água) quente após as 24 horas
iniciais.
Se caracteriza por um aumento de volume a nível do local da cirurgia. Este surge geralmente 12 a 24
horas após a cirurgia e seu desaparecimento total demora de 3 a 4 dias ou mais, isto é, este processo
pode durar aproximadamente uma semana.
15 - Alveolites
É a infecção pútrida do alvéolo dental que se instala após uma extração cirúrgica. É uma complicação
freqüente, é a que mais molesta e a mais chata da exodontia.
Para sua produção, interveem diversos fatores; sendo que, a união de alguns deles produzem esta
afecção, que em muitas oportunidades, adquirem caracteres alarmantes, pela intensidade de um de
seus sintomas: a DOR.
Geralmente, trata-se de reações ante corpos estranhos, sobretudo de esquírolas ósseas e às vezes de
esquírolas dentárias (dentes que fraturam-se durante as extrações) . Ocorre 5 a 7 dias após o ato
cirurgico.
Possui odor fétido e a sua dor é localizada. Seu tratamento, consiste de um novo ato cirúrgico: Anti-
sepsia, anestesia, remoção do coagulo e do corpo estranho, irrigação com soro fisiológico, curetagem
para obtermos a formação de novo coagulo no interior do alvéolo, aviamento das bordas da ferida
cirurgica e sutura. Administra-se analgésico e anti-inflamatório.
2-Alveolite seca: alvéolo aberto, sem coágulo, paredes ósseas expostas, dolorosas, tecido gengival
pouco infiltrado, muito doloroso também, sobretudo nos bordos. É uma lesão em que, por falta
imediata ou por desaparecimento prematuro do coágulo, o alvéolo ficará aberto, o qual, entra em
comunicação com a cavidade bucal, com suas paredes ósseas desprotegidas e seus bordos gengivais
separados. Suas paredes ósseas apresentam uma cor acinzentada, *a dor*é irradiada, ocorre 2 a 3 dias
após a cirurgia, e seu tratamento consiste na limpeza do alvéolo, e aplicação de uma pasta de OZE mais
anestésico tópico mais gase.
Segundo KROGH a sintomatologia de alveolite é variada e intensa, sendo que a dor é a que mais
predomina.
Estado geral do paciente comprometido (ou debilitado), dificultam a cicatrização, diabetes, febres.
a-Anestesia local
b-O estado geral do paciente, debilitado por uma enfermidade geral ou com transtornos metabólicos
vários.
c-Fatores traumáticos:
Tratamento da alveolite:
Alveolite seca: faz-se a higienização do alvéolo com cloreto de sódio a 3%, água oxigenada 10 volumes,
bochecho com cepacol. Utilizamos óxido de zinco + eugenol + anestésico tópico. Após sua manipulação
mistura-os a uma gaze e leva-a para dentro do alvéolo. Esta deve permanecer por 24 hs, ser trocada
quantas vezes se faça necessária, até que haja a epitelização do alvéolo e cesse a dor do paciente. Após
ser removida, recomenda-se ao paciente que faça higienização local com água oxigenada e bochechos
com cepacol.
16 - Pós-operatório
É o espaço de tempo que decorre, logo após ter sido terminada a operação, perdurando por um tempo
variável (dependendo da natureza da operação, das condições gerais do paciente, etc) de 7 a 10 dias,
que é o tempo mínimo necessário para que ocorra a cicatrização normal dos tecidos.
De um modo geral, o conjunto de indicações e tratamentos que deverão ser praticados ou prescritos no
pós operatório, pode ser dividido em duas categorias:
a) cuidados locais.
b)cuidados gerais.
Cuidados locais - Pós-operatório: Este período pós operatório inicia-se, após o termino da sutura.
Quanto à higienização local, indicamos : aplicação com gase embebida em água oxigenada na ferida
cirúrgica. Após, aplicação de mertiolate vermelho, nas primeiras 24 horas.
Após 24 a 48 horas inicia-se bochechos com cepacol (1 colher e sopa em ½ copo de água morna) 4 vezes
ao dia.
Nas primeiras 12 a 24 horas faz-se o uso do gelado, isto é, de sucos, sorvetes, iogurtes, vitaminas, e a
aplicação de gelo de 1 em 1 hora, durante 5 a 10 minutos na face na região operada.
Após passadas 24 a 48 horas iniciais, faz-se a fisioterapia pelo calor, isto é, bochechos com água morna
pra quente com: cepacol ou flogoral ou malvona ou malvatricim.
Quanto aos pontos : estes devem ser removidos após 4 dias, desde que eles tenham perdido a sua
função. Se através de um exame clínico verificarmos que estes estão firmes, nós os manteremos por até
7 dias.
Cuidados gerais: a observação e os cuidados para com o estado geral do paciente, são tão ou mais
importantes que os cuidados locais, para com a região operada.
Alimentação: nos primeiros dias, deve ser líquida ou semi-sólida (leite, sopa, sucos, etc).
Medicação: a principal medicação a ser prescrita num pós operatório são os analgésicos e os
antinflamatórios.
Obs: os antibióticos deverão ser prescritos quando houver uma infecção; neste caso, quando há
infecção deve ser prescrito antibiótico no pré e no pós operatório, onde deve iniciar o tratamento
tomando 2 (duas) gramas iniciais e após, 1(uma) grama de 8 em 8 horas.
Analgésicos e antinflamatórios: Dorbid - 1 cp. - tomar 2 comp. iniciais e após 1 de 8 em 8 horas nas
primeiras 48 horas e após 1 de 12 em 12 horas.
Fisioterapia da mastigação: quando o paciente tem dificuldade de abrir a boca, indicamos para que o
paciente faça exercícios da mastigação, com goma de mascar.