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JUIZ DE FORA
2013
THIAGO LUNA VIDAL
Juiz de Fora
2013
APLICAÇÃO PRÁTICA DE UMA VISTORIA CAUTELAR PARA PRODUÇÃO
ANTECIPADA DE PROVAS
Por:
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1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 9
2.2.2 Vistoria................................................................................................................. 13
2.6.4 Ética..................................................................................................................... 19
3 A VISTORIA ................................................................................................................. 34
1.2 Objetivo
1.3 Relevância
1.4 Metodologia
2.2.1 Exame
Segundo a NBR 13752:1996 seção 3.44, Exame é uma Inspeção, por meio
de perito, sobre pessoas, coisas, móveis e semoventes, para verificação de fatos ou
circunstâncias que interessem à causa.
2.2.2 Vistoria
Segundo Maia Neto (1996, p.161), Vistoria é a inspeção judicial feita por
perito sobre um imóvel, para verificar fatos ou circunstâncias ao mesmo relativas.
2.2.3 Avaliação
De acordo com Maia Neto (1996), a primeira grande dúvida que surge quando
o Engenheiro se apresenta como profissional da Engenharia de Avaliações e
Perícias, não só perante seus próprios colegas, mas também com relação às
pessoas de seu convívio social, é a perfeita definição com relação ao escopo de seu
trabalho pois, é muito comum algumas pessoas confundirem seu campo de atuação
apenas com o do perito judicial, sendo que este compreende apenas uma, dentre as
muitas áreas de atuação do profissional.
De acordo com Maia Neto (1996), a lei que regula o exercício das profissões
de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo (Lei n° 5.194 de 24 de dezembro
de 1966), determina que são atividades e atribuições desses profissionais, dentre
outras, “avaliações, vistorias, periciais, pareceres” e que da mesma forma, a
Resolução n° 218, de 29 de junho de 1973, do Conselho Federal de Engenharia, e
Agronomia, que discrimina as atividades das diferentes modalidades profissionais da
Engenharia, e Agronomia, especifica as seguintes atividades: “vistoria, perícia,
avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico”. Já o Código de Processo Civil, em
seu art. 145, modificado pela Lei n° 7.270, de 10 de dezembro de 1984, estabelece
que “os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário,
devidamente inscritos no órgão de classe competente...” mais adiante no mesmo
texto, em seu art. 420, discrimina: “a prova pericial consiste em exame, vistoria ou
avaliação”.
A Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que dispõe sobre as sociedades
por ações diz, por sua vez, que “... a avaliação dos bens será feita por três (3)
peritos ou por empresa especializada...” e que “...os peritos ou a empresa avaliadora
deverão apresentar laudo fundamentado...”. Assim também , a Lei n° 8.666, de 21
de junho de 1993, que dispõe sobre licitação e contratos da Administração Federal,
considera serviços técnicos profissionais especializados, dentre outros: “pareceres,
perícia e avaliações em geral”.
Já a Resolução n° 345 do Confea, de 27 de julho de 1990, que dispõe quanto
ao exercício por profissionais de nível superior das atividades de Engenharia de
Avaliações e Perícias de Engenharia, e tem força de lei (art. 27, f, da Lei Federal n°
5.194/66), estabelece todo o procedimento legal que rege a atividade, atribuindo
textualmente aos profissionais registrados nos Crea’s: “... vistorias, perícias,
avaliações e arbitramentos relativos a bens móveis e imóveis...” e recentemente,
com a saída da Arquitetura do Crea e criação do CAU (Conselho de Arquitetura e
Urbanismo do Brasil) que pela Lei n° 12.378, de 31 de dezembro de 2010, no art. 2°
consta nas atribuições de arquitetos e urbanistas “...vistoria, perícia, avaliação,
monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e arbitragem”. Mas ainda, na Lei
Federal n° 5.194/66, determina o caso de nulidade quando este procedimento não
for seguido: “serão nulas de pleno direito as perícias e avaliações e demais
procedimentos indicados no Art. 2° quando efetivados por pessoas físicas ou
jurídicas não registradas nos Crea’s” e pela Lei n° 12.378, que regulamenta o
exercício da Arquitetura e Urbanismo, no art. 66, e estende o mesmo Art. 2° da Lei
n° 5.194/66 aos profissionais de Arquitetura e Urbanismo.
De acordo com a Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, criadora do
Código de Defesa do Consumidor, está previsto como prática abusiva, “colocar no
mercado de consumo qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas
expedidas pelos órgãos competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas...” e em consonância com esta lei, basta
se verificar todas as normas brasileiras relativas à avaliação, onde consta que “... a
determinação desse valor é da responsabilidade e da competência exclusiva dos
profissionais legalmente habilitados pelos Crea’s...” que também pode-se estender
aos profissionais de Arquitetura e Urbanismo, depois da criação do CAU.
2.6.4 Ética
Técnica (RRT)
Legítima defesa: de acordo com o Código Civil, art. 188, I e pelo Código
Penal, art. 23, II, situação de quem, usando moderadamente dos meios
necessários, causa lesão ao contendor, no repelir injusta agressão, atual ou
iminente, a direito seu ou de outrem.
Estado de necessidade: Segundo o Código Civil, art. 188, II e pelo Código
Penal, arts. 23, I e 24, é a situação de perigo que obriga alguém a sacrificar
bens alheios para evitar ou livrar-se de um mal maior. Esta situação, quando
caracterizada, retira do ato lesivo o caráter ilícito. Já pelo Código Civil, art.
929, o causador do dano só se libera de indenização se não concorreu com
culpa para o evento perigoso.
Exercício regular de um direito reconhecido: prática normal de faculdade ou
atividade concedida por lei de acordo com Código Civil, art. 188, I, parte final
e pelo Código Penal, art. 23, III, parte final. Em tal hipótese, a legitimidade do
ato exonera o agente de responsabilidade, ainda que cause dano a terceiros,
salvo nos casos de responsabilidade objetiva, como ocorre nos danos de
construção a prédios vizinhos.
Caso fortuito, de acordo com Fonseca (1943), fato da Natureza que, por usar
imprevisibilidade e inevitabilidade, gera para uma das partes impossibilidade
insuperável para o cumprimento de suas obrigações.
Força maior, de acordo com Meirelles (2011), ato humano irresistível que, por
sua imprevisibilidade e inevitabilidade, cria para outrem impossibilidade
irremovível para o cumprimento de obrigações assumidas.
De acordo com o Código Civil, arts. 943 e 389, responsabilidade civil é aquela
que impõe a obrigação de reparar o dano patrimonial e se exaure com a
indenização. Já como obrigação meramente patrimonial, a responsabilidade
transmite-se aos sucessores do autor da lesão e só se extingue pela composição do
dano. No art. 942, consta que se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão
solidariamente pela reparação.
consumidor
Segundo Maia Neto (1996), vistoria “É a inspeção judicial feita por perito
sobre um imóvel, para verificar fatos ou circunstâncias ao mesmo relativas”.
De acordo com a NBR 13.752, na seção 3.77, “constatação de um fato,
mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o
constituem”.
Pela Resolução n° 345 do CONFEA, art. 1°, “É a constatação de um fato,
mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o
constituem, sem a indagação das causas que o motivaram”.
Burin, et al. (2009) entendem que por se constituir uma constatação técnica,
a vistoria deve ser efetuada por profissionais devidamente habilitados, com o
necessário conhecimento técnico acerca do objeto da vistoria, pois essa constatação
técnica muitas vezes pode exigir a aferição de medidas, a execução de ensaios,
provas de carga, entre outros, para deixar consignada a real situação do objeto por
ocasião da vistoria.
Essa constatação técnica deve ser feita in-loco, ou seja, não se caracteriza
por exames indiretos, feitos com base em interpretação de fotos e filmes. É de farto
conhecimento que, a despeito das possíveis similaridades entre as diversas obras,
cada uma é, no senso estrito, um protótipo único e que assim não é possível para
uma cabal constatação da situação de um bem, proceder a exames de bens ou
casos similares, sendo assim a constatação técnica deve contemplar precisamente o
objeto da vistoria.
A vistoria deve ser executada de forma criteriosa. Assim, deve-se entender
que a ciência, que se incumbe da tarefa de aumentar o conhecimento acerca de
uma determinada área, necessita de critérios claros, métodos de investigação
precisos que descartem as ilusões dos sentidos, os preconceitos, as crenças
pessoais (religiosas ou não) e as superstições de todo o tipo.
É de extrema importância que a engenharia, como ciência, se vale
intensamente de critérios objetivos para a concepção das mais diversas obras e a
vistoria, como atividade desenvolvida no âmbito da engenharia, não pode prescindir
de critérios técnicos, necessários para a adequada tomada de decisões.
Então, tendo em vista os atributos apresentados, não há hipótese de se
confundir um Laudo de Vistoria com um mero Relatório Fotográfico, pois a vistoria
vai muito além da singela extração de fotos de um bem, evoluindo para a
constatação técnica de fatos, seja através de fotos, seja através de ensaios ou
aferição de medidas e que mesmo nas situações mais simples, nas quais a
caracterização fiel do bem pode ser feita somente por fotos, estas são dirigidas para
o objetivo, com detalhamento necessário e, sobretudo, descrição técnica da situação
observada.
3.1.2 Os pilares da vistoria x tomada de decisão
Pode-se dizer que a vistoria deve ser orientada por um objetivo “para que
vistoriar”. Assim, a definição de um objetivo para a vistoria é particularmente
importante na construção civil, a considerar a complexidade e diversidade dos
subsistemas que compõem uma edificação ou obra.
O nível de complexidade;
Ser realizada no momento oportuno;
Visão;
Deve ser confiável.
Para que a vistoria possa servir como referência futura, a mesma deve
atender alguns requisitos, conforme segue.
A vistoria, em muitas vezes objetiva obras e/ou edificações com alto nível de
complexidade e, assim, a vistoria deve se ajustar a esse nível de complexidade, de
forma a poder representar a situação do bem na sua integralidade e com nível de
detalhe adequado à necessidade. Em muitas vezes, é necessária a participação de
uma equipe multidisciplinar para realização da vistoria, podendo-se destacar o
envolvimento conjunto de engenheiros civis, elétricos, mecânicos, de segurança do
trabalho, ambientais, arquitetos, dentre outros que podem variar de acordo com a
necessidade de cada obra ou motivo que levaram a vistoria. Assim, referente ao
custo da vistoria faz se a relação com o nível de detalhamento exigido em uma
situação específica, seja pela quantidade de horas técnicas ou pela necessidade de
ensaios tecnológicos, aferições de medidas, entre outras. Portanto a especificação
do seu nível de detalhamento é fundamental.
3° Requisito: visão
Caracterização da região
- Imóvel
a) Localização e identificação do bairro, logradouro(s), número(s), acessos e
elementos de cadastro legais e fiscais;
b) Equipamento urbano, serviços e melhoramentos públicos;
c) Ocupação e/ou utilização legal e real, prevista e atual, adequada à região.
- Terreno
- Benfeitorias
Constatação de danos
Plantas do prédio
Subsídios esclarecedores
Interessado
Construtora e Incorporadora A.
Proprietário
Construtora e Incorporadora A.
Objetivo
Figura 4.3 - Fachada Frontal dos blocos com apartamento tipo de 3 quartos - Fonte: Construtora e
Incorporadora A
- Playground
- Espaço Gourmet
- Estacionamento
- Portaria 24 horas
- Salão de festas
- Brinquedoteca
- Centro Social
- Quadra de areia
- Jardins
- Sala de jogos
Total de unidades:
Vistoria
Metodologia aplicada
SERVIÇOS % EXECUTADO
Serviços preliminares
Serviços preliminares 100
Serviços gerais 100
Infraestrutura
Limpeza do terreno 100
Locação da obra 100
Fundações profundas 100
Blocos, baldrames e alavancas 100
Laje impermeabilizante 100
Supraestrutura
Concreto Armado 100
Alvenaria
Alvenaria estrutural 20
Alvenaria de vedação 0
Esquadrias metálicas
Janelas 0
Guarda – corpo 0
Impermeabilização
Terraço e cobertura 0
Box banho 0
Revestimento Interno
Gesso parede 0
Gesso teto 0
Revestimento cerâmico – Parede
Chapisco 0
Emboço 0
Azulejo 0
Revestimento – Externo
Chapisco fachada 0
Reboco fachada 0
Revestimento cerâmico – Piso
Contra piso 0
Piso cerâmico 0
Peitoril
Peitoril em ardósia 0
Degrau
Degrau em ardósia 0
Gradil
Gradil metálico 0
Instalações Hidráulicas
SERVIÇOS % EXECUTADO
Distribuição hidráulica 5
Instalações Elétricas
Prumadas Elétricas 5
Distribuição Elétrica 5
Quadro 4.1 – Serviços e porcentagem executada
SERVIÇOS % EXECUTADO
Serviços preliminares
Serviços preliminares 100
Serviços gerais 100
Infraestrutura
Limpeza do terreno 100
Locação da obra 100
Fundações profundas 100
Blocos, baldrames e alavancas 100
Laje impermeabilizante 100
Supraestrutura
Concreto Armado 100
Alvenaria
Alvenaria estrutural 100
Alvenaria de vedação 100
Esquadrias metálicas
Janelas 90
Guarda – corpo 90
Impermeabilização
Terraço e cobertura 70
Box banho 80
Revestimento Interno
Gesso parede 90
Gesso teto 90
Revestimento cerâmico – Parede
Chapisco 80
Emboço 80
Azulejo 70
Revestimento – Externo
Chapisco fachada 60
Reboco fachada 60
Revestimento cerâmico – Piso
Contra piso 80
Piso cerâmico 50
Peitoril
Peitoril em ardósia 90
Degrau
Degrau em ardósia 100
Gradil
Gradil metálico 90
SERVIÇOS % EXECUTADO
Instalações Hidráulicas
Prumadas hidráulicas 90
Distribuição hidráulica 85
Instalações Elétricas
Prumadas Elétricas 90
Distribuição Elétrica 60
Quadro 4.2 – Serviços e porcentagem executada
SERVIÇOS % EXECUTADO
Serviços preliminares
Serviços preliminares 100
Serviços gerais 100
Infraestrutura
Limpeza do terreno 100
Locação da obra 100
Fundações profundas 100
Blocos, baldrames e alavancas 100
Laje impermeabilizante 100
Supraestrutura
Concreto Armado 100
Alvenaria
Alvenaria estrutural 100
Alvenaria de vedação 100
Esquadrias metálicas
Janelas 70
Guarda – corpo 70
Impermeabilização
Terraço e cobertura 70
Box banho 65
Revestimento Interno
Gesso parede 60
Gesso teto 70
Revestimento cerâmico – Parede
Chapisco 75
Emboço 70
Azulejo 60
Revestimento – Externo
Chapisco fachada 55
Reboco fachada 55
Revestimento cerâmico – Piso
Contra piso 75
Piso cerâmico 45
SERVIÇOS % EXECUTADO
Peitoril
Peitoril em ardósia 85
Degrau
Degrau em ardósia 100
Gradil
Gradil metálico 80
Instalações Hidráulicas
Prumadas hidráulicas 90
Distribuição hidráulica 90
Instalações Elétricas
Prumadas Elétricas 70
Distribuição Elétrica 50
Quadro 4.3 – Serviços e porcentagem executada
Legenda: Escada
1 Patamares desnivelados
2 Ausência de espelhos
3 Deficiência na fixação dos patamares
1e2 Incidência de 1 e 2
1, 2 e 3 Incidência de 1, 2 e 3
Legenda: Gradil
1 Amassado
2 Corroído
3 Trava do gradil exposta no quarto e/ou sala
1e2 Incidência de 1 e 2
2 Tubulação obstruída
3 Ausência de tubulação
1e2 Incidência de 1 e 2
1, 2 e 3 Incidência de 1, 2 e 3
Distribuição Telecom
1 Ausência de tubulação
2 Tubulação obstruída
1e2 Incidência de 1 e 2
ALVENARIA ESTRUTURAL
Figura 4.24 - Vãos maiores que o necessário para fixação das esquadrias - Fonte: Construtora
e Incorporadora A
Figura 4.25 - Ausência de peitoril - Fonte: Construtora e Incorporadora A
ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Figura 4.27 - Ausência de aperto entre alvenaria e laje - Fonte: Construtora e Incorporadora A
PRUMADAS HIDRÁULICAS
Figura 4.28 - Ausência de gabaritos para fixação do conjunto de tubos hidráulicos - Fonte:
Construtora e Incorporadora A
Figura 4.29 - Ausência de gabaritos para fixação do conjunto de tubos hidráulicos e obstrução
da prumada hidráulica - Fonte: Construtora e Incorporadora A
Figura 4.30 - Ausência de graute de fixação das prumadas - Fonte: Construtora e
Incorporadora A
Figura 4.40 - Corte da viga pré-moldada para passagem de tubulação - Fonte: Construtora e
Incorporadora A
DISTRIBUIÇÃO TELECOM
Figura 4.41 - Ausência de tubulação para distribuição do sistema telecom - Fonte: Construtora
e Incorporadora A
GESSO LISO
Figura 4.47 - Caixas elétricas obstruídas e mau acabamento do reboco - Fonte: Construtora e
Incorporadora A
IMPERMEABILIZAÇÃO
Figura 4.49 - Ausência de tela na virada do ralo para aplicação da pintura de impermeabilização
- Fonte: Construtora e Incorporadora A
Figura 4.50 - Ausência de tela na virada do ralo para aplicação da pintura de impermeabilização
e ralo obstruído - Fonte: Construtora e Incorporadora A
Termo de encerramento