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PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE
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ANO XX - N9 238
Sumário
....
A IGREJA E o MOMENTO NACIONAL. ........ . " . ..•.. . ...•. 3"
um doc:umenlo d. Santa S. :
"CREIO NA RESSURREIÇAO DOS MORTOS" 399
No cinema :
"O MILAGRE DA FE"
• • •
NO PRÓXIMO NOMERO :
--- x
« PERGUNTE E RESPONDEREMOS .
Número avulso de qualquer mês . .... .. .... CrS 18.00
AssInatura anual .. . ... .... ... ............. . CrS 180,00
Direção e Redação de Estêvão Bettenoourt O.S.B.
ADl\lINISTRACAO REDAÇAO DE PR
LlVl'lU'Is l'lIsalonArlA Editora CltIXII. Postal Z. 600
Rua l'IêXJco, lll-B (CoRte lo)
20 .091 Rio de Jo.neJ ro (IL)) 20.aoo nio de JlUlell'O (RJI
Te!.: 224-0039
CENTI
---'~:=..U:
A IGREJA E O MOMENTO NACIONAL e~
Os jornais notielaram que, em principio de sel:emb 'O.\pp.,
a ConCerêncla Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e'fft.re.
gcu ao Sr. Presidente da República mais um documento c sua·
lavra, Intitulado "Subsídios para uma PoUtica Soclab.
I!'.: compreensível que então mais uma vez se tenha posto
a pergunta: com que direito a Igreja faz isso?
- Por certo. a Igreja não é nem tem partido poDUco.
Também nãG é uma agremia(ão de técnicos ou espeelallstas em
economia. sociologia, polltlca. .. Mas é"o Corpo de Cristo pro-.
longado ou a continuadora da obra ele Cristo atraWs dos
séculos. Ora acontece que
- o Reino de Deus apregoado pelo Senhor Jesus nlo é
algo de meramente futuro, mas deve·se Iniciar já no rtecurso
da hlstórla deste mundoj
- todas as atividades do ser humano estão sujeitas 805
critérios da moralidade. Nada hA, na conduta humana Ondfv1.
dual e coletiva), que seja moralmente neutro: OS atos humanos
ou se coadunam com o Fim Supremo do homem (e, neste caso,
sáo moralmente bons) ou não se conciliam com o mesmo (e
são moralmente maus). Em outros termos: as atividades hu.
manas ou são aptas a constnJlr o Reino de Deus na terra (e
são moralmente boas) ou, ao contrirlo, destoam dOs princpios
desse Reino (c sAo moralmente mAs) .
e predsamcn(~ como porta-voz do Reino de Deus que a
Igreja se In (el'essa pela ordem temporal em suas dive-rsas
racetas e ousa pronunclar·se a respeito. Não lhe compete ofe·
recer às autol'idndes civis planejamentos de poJltlca et'onOmtca,
habitacional ou cscohu', mas, sim, as grandes linhas de cons·
trução da sociedade que decorrem da mensagem do Evange.
lho. Se a Igreja não fizesse Jsto, seria omissa pernntc Deus
c os homens.
Esta partlclpa~o da Igreja na l.>struturação da vida na·
donnl ndo significu qu~ os bispos C!Stejan, esquecendo Os Inte·
resses da cspirituallclade ou os valores eternos. Na verdade, a
atenção ao plano horizontal (na medida em Que este Interessa
ao ~cino de Deus I não exclui. mas supõe, o zelo pelo relacio·
numento direto c Intimo do homem com Deus na oração, na
vida sacramental c na ascese. Estes valores devem ser assi·
duamente fomentados pelos pastores do Reino. O cristão que
os esquecesse, correria o risco de se deixar apaixonar mesqul·
nhamente.
É pl'inclpalmcnle por SCllS fiéis leigos que a Igreja se
torna pl'\?S<,nte nas estruturns da sociedade. Por Isto se deve
- 397-
dizer que o momento atual, em que o Brasil repensa as suus
linhas·mestras sociais, é a hora dos leigos. A estes, e não ao
clérigos, compete colaborar diretamente na configuração cristã
da economia, da democracia. da sociedade, etc. Eis o Que pro-
põe o ConclUo do Vaticano Ir:
"O Concilio exorta os crl.tlos, cldadlo. de um. li outra cldado, a
proc;u!'er dnempenluu 'Ielmenle as lua lara'a, terrestre., guiado. pelo
esp'rlto do Evangelho. AllSlam.,a de verdarle os que, sabendo nlo termos
aqui cidade permanente, mas bulcarmos a fUlur., lulgam poder negligenciar
os .eus deve," .e,rest,es, Iam perceber que eslAo mais obrigados •
eumpl"l08 por cau .. d. própria ", da aeordo cem a voeaelo .. quaJ eed.
um ,O{ ehamado" (Con.'. GaudlUlln et ' ' ' ' n9 43).
Ainda uma ponderacão se impõe:
Nâo nos deve surpl'eendel' o fato dc que os cristãos não
pensem igualmente a respeito da estruturação da sociedade
clvll e politlca. As divergénclas sAo compreensiveis e legitimas.
Com efeito; imaginemos alguém na rua posto diante de um
semáforo: o sinal verde e o vermelho tém significação inequi.
vaca. não deixando margem a hesltaCães da parte do obseIVa·
dor. Mas •• , o sinal amarelo? - Ê o sinal de transição, que
alguns Interpretarão como derradeira autorização para passar,
enquanto outros o entenderão como advertência negativa. Qual
das duas atitudes contraditórias ê a correta? - Difícil se torna
deflnl·lo, Tanto os que dizem sim como os que dizem não têm
razões válidas para fazê-lo; tanto WlS como outros são since·
ros e prudentes, visto qUe a prudência é a virtude mais subje.
tiva do ser humano: dc(X!nde da escola, das experiências, do
temperamento, da idade. .. que caracterizam cada pessoa. ~
o que exJge respeito (que não é relativismo) de cada disclpulo
de Cristo aos seus semelhantes sinceros.
Por isto, os cristãos não se espantam por obsen'ar diver·
gências entre os innãos na fé com relação â política. A situa·
ção nacional é tão varlegada e complexa Que sugere aos homens
retos mais de uma tentativa de solução compntivel com a fe
cristã. O que Importa, é nno pcrdcnnos o amor fralerno e a
Wlldade nos valores essenciais; importa·nos outrossim pl'O.
curar discernir, na posição de quem diverge, os principios de
verdade e de bem que nela estejam latentes. Esta é a hora
de somarmos, evitando aumentar divergências e divisões.
Possam estas grandes verdades orientar os passos do povo
brasileiro ne!ita hora Importnntel .. _ Hora que, com especial
carinho, colocamos sob a tutela da Santa Mãe de Deus neste
mês do Rosérlo. que lhe é dedicado!
Estêvão Betfenoourl O. S. B_
/'
- ~98-
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
Ano XX - N~ 238 - Outubro d. 1979
Um documento da Santa Sé :
-399 -
.'-_ _ _ ~~qUNTE E RESPONDEREMOS) 238/1979
- 400-
_CREIO NA RESSURREICÃO OOS MORTOS ~ 5
- 401
~ _ _ ._ ....!ft:RGU ~:fE r": ~ESPONOEn.:t:MOS~ ..238/1!J79 ___ •."_ ._
- 402-
. CREIO NA RESSURREICAO DOS MORTOS. 7
-403 -
8 ,PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 238/ 1979
Esla carla, lobre cuio leor havia deliberado em reuni lia ordinâ-
,ia o Sagrada Congrevocóo porg a DoutrIno do Fé, no decurso de
uma audiêndg concedida 00 abaixo-auinado Cardeal Prefeito, foi
aprovada por Sua Santidade (I Papa Joõo Paulo li, qUI! orde nou (I
suo pubticotão.
- 404-
Um Itvro rico . . . , que deixa quest6... abertas :
"criação e mito"
por Oswald Laretz
• • •
- 405-
10 G:PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 238/1919
-406 -
"CRIACAO E MITO.
" Oe us assume. face*, obra condu Ida, uma atitude de repouso. Porêm
O repouso de Deus Irlduz..se por um 'ItI1.r conllnuo sobre o povo .NadO
para prOI.g.... Io, ainda que lato nlo exclUA a possibilidade de que ele
possa, eventualmente. rallr. roSe no silêncio .. _ Sobre esle plano de encon-
Iro. no I mblto da cliaçlo. fln lre Daus e os seul, li sempre posslY81 um.
ulla rlor crlaçao. uma Inl8rvençlo geradora de uma vida potente e divina
a que, por Isso, li uma nova crlaçlo. Na espera desla IntervençAo dlvlni.
estA a esperança dese!!'a pela Blblla. Só neste sentido real falia verdadel-
rl menle a ctlaçJo e, conforme a esperança 9Xptes.sa no Anllgo Ttsl~
mento, somente no futl,llo pode ela ser aguardada:'·.
- 4<)9 -
,Nos prlm6rdios dI! hlslória da .alv29Io:
o po6er nlo morrer nlo quor dlzor que, no oSlodo do )usUça 011--
glnllll, os primeiros homens seriam lsenlos da morle. Significa, porém, que
e mono nlo 18Ila o çaráler da arranco dOloroso que hoje \t,e loça. A
morte atualmante 6 o sina' da rulna a do despoJamenlo com que o pecado
orlgrnal arelou • natureza humana.
A d ' ncl. moral Infusa nada tem qua ver com saber t"cnlco, mil
era tio somenle 11. l1umlnaçlo da mente dOI primeiros homena, para qua
puda.. em responder, com ptana conectancla e re.ponsabllldade, ao apelo
de Oaua significado pelo preceito paradlalaco.
- 'Ill-
Jti___ ___.. .:.PERGUNTE } : RESPONDEREMOS .. 238/ 1919
- 412 -
_ _ _ .•_ .• __ -". JUSTICA ORIGINAL 17
2. O .stado originaI
A S. Escl'itura, Interpretada pela Tradição e expllcltada
autenticamente pelo magistério da Igreja, atesta que os prl.
melros pais loram dotados da graça santiflcante (sobrenatu.
ral) P. de dons pretematurals. I
Vejamo~ cada qual desses elementos de per si.
:Z . 1 . A graça santificante
-414 -
A JUSTICA ORIGINAL
- 415-
20 ,PERGUNTE E RESPONDEREMOS .. 138/ 1979
6, deixaria o corpo nlo por .'elIO do pecedo, ma. por nKcnldede nlllu-
fll, sefa an'II~·ma" {Dentlnger·Schlinmelzer, Enqulridlo do. 51mbolo• •
o.lIlIl~s n9 222 (1011).1
- 416-
A JUSTICA ORIGINAL
- 417-
22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 238/1979
"O bem que au quero, nlo o faço; mas. o ma. que nlo quero, eu
o pratico .. . Sinto pUlZer na lei do Dous, de ecordo com o homem Interior.
MIS vejo ouha lal nos meus mamo.os, a Iull' conlla • lei da minha lulo
• a laler-me calivo na lai do pecado, que $fi enCOfllra nos meus membros"
(Rm 1. 19-23).
2 . 2 .4 . Questõo ulterior
O Batismo aplica ao homem os efeitos da Redcn~ão, ou
seja, restitui. lhe a filiação divina mediante a gra~:a santifi-
cante. Ora, se esta é a causa dos dons preternaturais. por
que não são estes devolvidos ao homem por oeaslão do Batismo?
Respondemos que os dons pretematumis serão restltufdO$
ao ser huma no quando estiver completo o seu Batismo ou
a sua R.edenção. Com efeitoj um dia ohamem alcançará a
bem.aventurada liberdade dos filhos de Deus (= a Integri-
dade. a Imunidade da concupiscência desordenada) e a plena
posse da vida (~ lmortalldade), A dlferenca entre o homem
no estado original e o homem hoje, após o pecado dos pri.
meiros pais. consiste em que no paraJso o ser humano con·
se)roirla :r.er confinnado na graça e na santidade após uma
decisão cabal e definitiva. ao passo que hoje ele caminha para
o mesmo objetivo através da lenta superaCão dos obstáculos
que se opõem à. graça durante a sua peregrinação t er'restrc.
O conteúdo deste artigo Col concebido com complemento à
apreciação do livro de Oswaldo Loretz pUblicada às pp. 405-409
deste fascfculo.
A propóSito :
COTHNET. E•• paradls, In Dfello"nl l'a da la 1I1b1o. Suppllment vi 1980,
1171·1220.
FEINER. J. - LOEHAER, Mo, Uyt;terlum Sllutls 11/ 2 . Ed. Vonl, P ..
Ir6poll' 1\172. pp. 2.'-263.
LABOUAOETTE, M.-M., Le pOet.• ocl;tnel I ' ' " orlulnel d e I'homm ••
Paris 1953,
MICHEL, A., Jusllçe 0119m.lle, In Dldlonnelre de Thiologle Calhollqul
VIII/2, 1925, 2020-2042.
SCHMAUS, M., Du PlredllC. Münehon 1965.
IDEM, A Fê da IsreJII, vol. 2. Ed. VOles, Pel rópolls 1"976.
- 419--
Um sociólogo '.1. .ob,.
"manicômios, prisões e (onventos"
(Erving Goffman)
- - 420 -
~MANICOMIOS, P1USOES E CONVEN'TÇ.~ _ .__ . :lá
1. O conteúdo do livro
O livro consta de quatro artigos ou ensaios. que podem
ser lidos lso1adam('nte. Somente o primeiro, Intitulado «A ..
caracteristlcns das Instituições totais:., entra propriamente em
assuntos de Vida Religiosa; os demais versam apenas sobre
doentes mentais e hospitais. Ora, temos em vista abordar tão
somente os aspectos do l1vros atinentes à fé e aos conventos:
eis por que nos limitaremos à consideração do primeiro ensaio
da obra Cpp. 13·108) .
o autor entende por instituição total cum local de resl·
dência e trabalho onde grande número de indivíduos, com
sitU8-:ão semelhante •.. . levam vida fechada e fonnalmente
admlnistradu (p. 11) . Seriam exemplos disto as prisões, os
campos de concentração, os hospitais, os manicômios, os con·
ventos O). O que, segundo o autor, essas instituições têm em
comum, é o regime de Internato e fechamento, ... fechamento
que às vezes é manifestado por portas trancadas. paredes altas,
arame farpado, pAntanes ...
Mais explicitamente observa Goffrnan : o cidadão nonnal
tende a habitar, trabalhar e dlvertir·se em lugares diferentes,
com diferentes co·partlclpantes, sob diferentes autoridades e
sem plane'amento geral. Ora nas instituições totais o individuo
habita, trabalha e tem suas recreações no mesmo local, sob
uma (mica autoridade, na companhia das mesmas pessoas
(todas elas obrigadas a f82er as mesmas coisas em conjunto).
_ 421-
~_ «PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 238/1979
- 422-
.. 1\IANICó".lIOS, PRISÕES E CONVEN1'OS, 21
mais UDla vez a Regra de São Bento, que, escrita no século VI.
prescreve o seguinte:
"Para dormir. os monge. devam ter apenas um cOlchlo, um cobertor,
uma colcha li um Irlvesselro. Essa, camas devem ser IrOQQonlamol1le
examinadas pelo abad., por causa da propriedade particular que poderia
el estar guardada. Sa algu'm for descoberto com elgo que nAo lenhe
recebido do abade, dever' &ar uv.rarl1énte u~llgado. E, para q ue esse
'VIcio da propriedade par1lcvlar POUI aer completamente allmlõlado, lodls
as colsl' neceu.rla. devem •• r dadas pelo a~d.: capuz, lunlc., mel u,
sapatos, clnlo, laca, canala, agulha, lanço e tabuletas para a escrita.
Assim seri posalvel eliminar tOdas as Queixes de necessidade. No enlanto,
considere sempre o abado aquala senlança dos Atos. dos Apóstolos qv.
diz: ·Cava·se a coda um da acordo com as suas necessidades' (".35)"'.
2. Algumas ponderações
Cinco são as obSt'rtacõcs que n~ ocorre propor <10 livrn
de Erving: Gorfman :
2. 1. Trtulo. co"l~do
-- 42;; -
30 cPERGUNTE E RESPONOERl:MOS. 238/ 1979
- 426 -
31
-427 -
32 rPERGUNTE E RESPonDEREMOS. 238/1979
- 428-
__ _ .___ __~ÇOMIOS. PRIS08S to: CONVENTOS: 33
- 429 -
34 .:PERGUNTE E RESPONDEREMOS,o 238/ 1979
-431-
36 d ' ERGUNI'E E RESPONDEREMOS, 238/1979
3. Conclusão
O titulo do livro de Erving Goffrnan anuncia muito mals
do que o llvro contém. No toeante nos conventos ou à vida
religiosa regular, ê extremamente pobre em dados e mal InCor·
mado. .e o que lhe tira autoridade para falar sobre tal assunto.
O sociólogo teria feito obra melhor se houvesse estudado um
pouco mais a sua temática religiosa.
A vida regular poderâ parecer absurda aos olhoa <la
razão ou do bom senso meramente naturais, pois ela ê conce-
bida em vista de va10res transcendentais. Por isto ela ultra·
passa a escala de valores Que a prudência humana tende a
estabelecer. Ela assim participa do escândalo e da loucura da
cruz que estão no âmago da mensagem cristã (cf. lCor 1.23) .
Todavia a experiência e a história eomprovam que essa loucura
é suma sabedoria. Sim ; a cultura greco-romana foi transml·
tida aos bárbaros pelos monges i a cIvilização ocidental nasceu
sob o signo · do Cristianismo, que OS monges anunciaram aos
povos europeus. Durante séculos as Ordens e Congregações
Religiosas (oram as principais intltulcões que se Interessa·
ram pela lavoura, pela Instrução e a cultura e, principalmente,
pela assistência aos desamparados (enfermos, crianças, ano
ciãos, pobres ... ).
O Ideal monástico suplie grandeza dalma e generosidade
{embora. n fraqucza humana tenha, por vezes, sufocado tais
vaJoresl, ao passo que os manicômios e os cárceres foram
estruturados para personaUdades deficientes, seja no plano
mental, seja no plano moral. Dever.se.la, pois, concluir após
uma leitura critica do livro de Goffman: empenhemo. nos por
Que haja menos necessidade de manicômios e cârceres e para
que o ambiente dessas InstituIções (que Infelizmente sempre
existirão) seja mais humano e mais impregnado daque1e es·
pirita de amor qUI! deu origem aos mosteiros e conventos!
8lbllog,ana :
AUBRY. J .• Teologl. era Vldl AIllglosL Ed. Dom Bosco, Slo Paulo 1911 .
GAMBARI. E.. Mllu,rd.dII RI"glosa em Cristo. Ed. Paullnalll, Slo-
Paulo 1970.
HA.RIN:;. a ., Oa Rellg!Ol08 do Futuro. Ed. Paullnas. Slo Paulo 1973.
MARTINEZ, H., Tn'.mvn_ e Sln.... Ed. Paullnas, Sao Paulo 1969.
PAULO VI, Sln.1 do Reino. Ed. Paullnl!;, 510 Paulo 1972.
RtGAMEY, P.-R•• A Voz d. D.us ,... Vozes do Mundo. Ed. PaullnQ,
510 Paulo 1976.
IDEM. Rlnov.,... no E.. plrllo. RIldHeObrlr a Vida Religiosa. !d.
Paull na~, $10 Paulo 1976.
TILLARD. J . M. R.. -nellgtol08 Ho)e. Ed. Loyola. Sto Paulo 1970.
IDEM. Rellgloloo, Vlvancl. e Evangelho. Ed. Layola, Sio Paulo 1973.
- 433-
No çlnema:
1. O filme
A história, breve como é. se abre com a cena de dois
meninos que se divertem lançando papagaios (ou pipas) ao
ar. Acontece Qtlc os fios destes se cruzam no ar; assim os
papagaios caem sobre o telhado de uma capela. onde r:cam
presos. Então os meninos: resolvem subir sobre o telhado, va·
lendo·se de uma esca.da. Enquanto lá se achavam tentando
reaver os papagaios. um dl!les removeu uma telha e pôs.se a
urinar para dentro do recinto sagrado.
Logo depois vê-se Que a capela se abre e os fi éis vão
entrando. Uma devota se ajoelha aos pés de uma estátua de
Nossa Senhora e, de repente, verif1ca que esta lacrimeja;
julga ver um cmllagre •• que na verdade nada mais era do
que o resultado da atitude do menino posto sobre o telhado.
-434 -
..o Mll..AGRE DA FÊ) 39
Eis mal~ uma edlçlo do Novo Testame nto que, por lIUIS caraclerf...
IIc8s próprlas. mereca destaque. Tra'.s. da anllga Itaduçlo de Mona.
llnceln Ram os, outrora edU.da patas VOl.es, hoje intelramenl. revisla por
blbllslas do Inslilulo PIO XI e publicada pela Editor. Dom Bosco.
'A Iraduçlo 18m Intuitos pastor.ls. Por isto, acompanham o 'exto blbllco
numefosas 8 ülel. nol.s explicativas, uma Introduçlo em cada livro sagrado
e algumas tabelas cronol6gICIS, que '1<:llIIlm o lISO do Novo Testamento.
PefCOH.ndo o 'alllo, sem prol.neler ,eallzar uma crlllcl exaustiva,
observamos:
_ o Iralamento da tu • v6I (com Ixcluslo da ... ocê[s), qua mell'lor
pareca reSI31vllr a dlgnldada e singularidade do texlo blbllco;
_ fi plllavra epl.copo em ve x de .,llpo (FI 1,1; AI 20, 28 . .. l, !laUan·
tando a pacullarldade de uma funçio que se dosdobrou postflrlorMflnlfl fim
eplsco!)ldo e prlll tJllertldo ;
_ em Jo 7, 37., e pontueçlo 111 e heblluel, dando « enlendar que
o 'fiei é lonta de rios de água ViVI, quando na verd:lde o Messias 6 tal
fonle. Te;!a sido nece usrlo pontusr de modo a respeitar o paralelo entra
"Quem tam .ed., venha" e "8eba, aquele que crê em mim";
- em MI 19, 12, a 1'1014 expllclltlva Interpreta "eunucos por CIIUS.
do Ralno do c' u" no senlldo do c allbato yolunt6,lo sacordotal ou religioso.
Ora, segundo Jacques Duponl. este 'ellto S8 rolere aos hOmeM casados
que. nlo podando viver Conlugtl lmanle, se vêem obrigados ao celibato,
vlslo que o E.... ng.lho 010 autorlxa divórcio ou dlssoluçlo do malflmOnlo
com d lrello • segundas núpcl.s . ..,.alerla a pena lembrar esta no .... e Im-
partante Inlarprellçt.o olereclda por J . OUpofll.
De modo lIerel, por6m, a Iraduçlo 111 boa e ndedlgna. Nes Inttoduç&es
a equipa de ravlsio manteve pOSlçõe. equlllbrfldas: as cartas pastoraIs
&Ao 11.lbulda. a o pr6prlo S, Paulo, bem como E".los, A carta aos Hebreua
seria de um dlsclpulo dos ap6stolos (sentença corrente) , como tambl1lm
a 2 Pd.
Desej.rtamos 5ugerlr que as Introd uçôes lossem apresentadas em
Upo grllllco dl .... rto do tipo do I.xto blbllco, para que melhor se distin-
guisse o texto .agrado dos seul eoncomltan.tes .
Em .uma, saudemos com prezer a nova edJçlo do Novo T8$tamento,
que certamante mereca o s.eu lugar enlr. b d.mals, pois' lIuente, elara
e enriquecida por nlo poucll nOII' axpllt;aUvas ao P' de clldlll p'glna do
tlxto allgrado.
eomenl6,Io 80 Evanflelho de 810 luCI" por A. Lancellolll , 0,
Boccall - Traduçlo de Anlonlo Angonua e Eph,alm Ferrelr. Alves
Ed. Vozea, Petr6polll HtN, 135 x 210 mm, 23& pp.
- 438-
LIVROS EM ESTANTE
Tem ... aqui \Im eoment6rlo IÓlldo e, .o mesmo tempo, claro o com-
PI'98nsM', Oa eulores ao eslorçml por realçar as nolas tlplcls do lercelro
Eva.ngell\o, qUI prima pelo •• u Inl.,.... hlstorlogrince aulm como pelo
dealaqulI dado • mleerlç6rdla e • ..1'Iaçto trazida pelo Senhor Jesus,
Uma boa Introduçlo precade o texlo ..gredo, .mblentando o loltor na.
e.racter'-tlcas da Lucas e da aua obra,
ComentAM' do lexto blbllco fundlmenlados na euges. modorna 8
destinados ao pCibik:o aerlo aempro benvlndos no Brasil. Eis por q\le
regIstramos com praze r . edlç:lo do livro em pauta e aguardamos a pubH-
caçA0 doa qUI se t.rarem lOS outros evangelistas.
U,.... e flfla 8m Crltlo. Teologia MOnII pa,. oçerdol.. 11 Illgos.
por Bemhard Hae,lng. Vai. I : Teotogtl Moral Geral. Tradoçlo de Ir. Isabel
Fonles Leal FII, ...lr•. - Ed, Paullnas, Slo Paulo 1979, 160 "l 228 mm,
459 pp.
O autor' lamoso por seu prlmelro manual de Teologia Moral, tra-
duz1do para quatorze Idiomal, inclu.lvlI par. o português ( com o titulO
A Lal dI Crl.IO) . Vinil e cinco anos depoll da te rminar o lercalro voluma
da "A Lol da Crlato", o aulor r.fez a lua obra, benaflclando-a. d. num..
rosa, experiência. em CUl10S mlnl,trado, na Europa, 1\' América do Norte
e no Terceiro Mundo. T.mOl hoJa em portugué. a traduçlo do primeiro
volume da nova obra, que compr.ande mal. doll volumlt : . A verdada voa
t.r. livras e Lu.l par. o MloInclo,
O que o novo Manual traz de esplclflco, , urna conslderaçlo mais
alanta do aspecto subJ.tlvo • pslcol6glco dos atos morais, em opoalçlQ •
um .ntoque mullo obJ.tlvo e qUlnllteUvo do comportamanto moral. Nlo
h6 dúvida de que I estima do elemento aubJeUvo e penoal • Imponlnll
ml Morll: fodavle poda tlmb6m redundar em subJellvlsmo destruIdor de
lodo o odllfclo de Moralldede. B. Halllng procura escapar a esla plnpe~
UVI. como ae depreendl das luas ponderaç/)ls a respelt(l da lOUca da
sltuaclo (pp. 32&-333 : cl. p. 298) . mas, mesmo assIm, o seu livro apre--
senta vArias tópicos 8ul81101 fi dlacuulo,
Tenhamo. em vlsla partlcularmlntl o q ue o auto r prop6e e respeito
de opçlo fundamenlal 8 pecado. DIstingue entra pecado venial e pecado
mortal: "te í.rlllm<r a6 (lCorre quando é afelada • opç50 fundamenta' do
crlsllo ou Quando latI de.lste da procurer Deus I a emenda de Mua
vicias. Quando, porém. o crlsllo camata algl) de orava, mas logo se ar ...
pe:1da o continua a lular para nAo cair no pecado, nlo hA pecado mortal;
ha, sim, pecado venial grave, Por conseguinte, alguém pode comel.,
pecado vonla' greve e permanlcer Im eslado de graça ; cf. pp. 2Q()'204.
362-315.
Esta poslçlo do Haerlng • auJe"a a 16rles dí.rvldu. Tellha·sa em
conla. po r exemplo, a O.clallçlo da S. Congregaçlo par. a Doutrina da
F6 sobrl alguns pontol d. E:Uca Sexual (29 / 12115). Este doc\:manto nlo
disllnQue entre pecado grava o pecado mortal; elém do que, admite haveI
pecado mortal mesmo quando nio I . muda a opçio fundam.nl.I do suJeito:
" Slgundo • dOlltrlna da IgflJI, o pICado mortal que ee o,p6o a Oan,
nto canil.,. aplnas na " Ir.thcl. lormal I dlrata 80 preceito da carldadl:
ele "I!fIC.... Igualmlnt. naquera opallçao ao arr,or aullnUco que e.1i
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... ..:PI!:RGUNT,I!; E RESPONDEREMOSlo 238/1979
- Hn _..
gravellev.", pois .slas categorias se acham demasiado presas .'orma da
celebraçlo do Ilcr.manlo da P.nltêncl., qu. exige a acusaçlo dos peca·
dos segundo a espécie e o numero, Para substituir a classlflcaçAo usual,
N , Vldal lI ug,r. uma dlversUlcaçlo da formas d' responsabllluçlo mo ral.
Haveria, pois :
- Pec.ado-opil!o; A opç'O consll1ul a aslrulura fundamenta' de vida
moral; dai ser o pacadQ..opçlo o p.cado : em sua dlmensio mal. profunda.
- Pleado-alllude : I! IOlma da pacado que se realiza de modo
global em alguns dos IOlor., da Ixl"60e18 c riaI., la um pecado que pode--
riamos chamar " ..Iorlar'.
- Pecaoo·alo; t O pecadO s lnoula rlladO. q ue nAo comporia lodo
o compromisso da peuoa, ma. que expressa a opçlo e as atlludel na
precariedade óO "aqui" e " agora" da vida. CI. PP . 46&-468.