Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Formas de Estado
- Saber se existe um único poder político, ou seja, uma única instituição de governo ou se, pelo
contrário, existem vários.
Atendendo a estes três critérios, hoje, a doutrina distingue entre duas grandes formas de
Estado: o Estado simples ou unitário e o Estado composto.
No entanto, o Estado unitário pode exercer as suas funções de uma forma centralizada ou
descentralizada.
Centralizada quando os fins públicos são prosseguidos apenas pelo Estado e pelos seus
órgãos, que estendem assim o seu poder a todo o território.
Em alguns Estados, a descentralização é mais ambiciosa, uma vez que ele vai reconhecer
autonomia político-administrativa a determinadas entidades territoriais, que são as chamadas
Regiões Autónomas. Estas, não só exercem funções administrativas como também políticas,
tendo mesmo a faculdade de legislar. Dispõem ainda de órgãos de Governo próprios. Neste
caso, diz-se então que temos um Estado unitário regional, Estado regional ou Estado
autonómico.
De acordo com a forma como se organizam as regiões dentro o Estado unitário, é possível
fazer-se algumas classificações. Assim, podemos ter:
A diferença entre os últimos dois tipos é que o Estado regional parcial normalmente tende
para a regionalização total e o periférico não.
Quanto à organização das Regiões Autónomas também podemos distinguir entre: Estado
homogéneo, em que a organização é uniforme para todas as Regiões Autónomas e Estado
heterogéneo, em que a organização das Regiões Autónomas é diferente, havendo estatutos
especiais.
Estado composto
É aquele em que se verifica a integração de vários ordenamentos jurídico-constitucionais,
vários conjuntos de autoridades e vários centros de decisão política. O principal exemplo de
Estado composto é o Estado federal.
Estado Federal
Conceito
O Estado Federal é a reunião permanente de vários Estados, que embora possuam todos os
atributos de um Estado não gozam de personalidade jurídica internacional (no plano
internacional, quem atua é o Estado Federal). É um Estado composto pois existem vários
poderes políticos: um soberano – o do Estado Federal – e vários dependentes – os dos Estados
Federados. O território do Estado Federal é o resultado da adição dos territórios dos Estados
Federados, assim como o povo do Estado Federal é o resultado da junção dos povos dos
Estados Federados, sendo que estão todos unidos pelo vínculo da nacionalidade.
Num Estado Federal, o Parlamento desse tem sempre duas câmaras: uma que representa os
cidadãos de todo o Estado Federal e a outra representa especificamente cada um dos Estados
Federados.
Limites:
Os Estados Federados não podem desvincular-se do Estado Federal por sua iniciativa.
São os tribunais do Estado Federal que controlam a conformidade entre as Constituições e leis
dos Estados Federados relativamente à Constituição e às leis do Estado Federal.
Estado Federal Perfeito – é aquele que resultou da aglutinação de povos diferenciados num
determinado momento histórico criando assim uma realidade político-constitucional superior.
Foi o que aconteceu com os EUA, que reuniram 13 Estados (hoje 51), levando á existência de
um Estado Federal. Também a Suíça se constituiu desta mesma forma.
Os Estados Federados têm, por sua vez, várias designações possíveis. Por exemplo nos EUA e
no Brasil são designados meramente por Estados, na Alemanha por Lander, na Suíça por
Cantões, na Argentina e no Canadá por Províncias, na ex-U.R.S.S. e na Jugoslávia por
Repúblicas.
Num Estado Federal, cada Estado Federado elabora a sua própria Constituição, enquanto que
num Estado Regional, cada Região Autónoma elabora o seu Estatuto, que tem de ser aprovado
pelos órgãos centrais.
União Real
Esta União Real existe quando dois ou mais Estados, sem perderem a sua autonomia
constitucional, adotam uma Constituição comum que prevê a existência de órgãos comuns e
órgãos próprios de cada Estado. A União Real é que atua no plano internacional. Em regra, o
chefe de Estado é o órgão comum (na altura o Rei).
O regime constitucional das nossas Regiões Autónomas é o seguinte: cada Região Autónoma
possui um estatuto político-administrativo que é aprovado pela Assembleia da República,
através de uma lei que se chamada Lei Estatutária. Esse estatuto é elaborado pelas
Assembleias Legislativas Regionais, que enviam o projecto de estatuto à Assembleia da
República para aprovação. Se a Assembleia da República decidir rejeitar o projeto ou alterá-lo,
tem que pedir primeiro um parecer à Assembleia Regional (que não é vinculativo) e depois
então decide definitivamente. Este processo de aprovação está previsto no artigo 226º e é
utilizado para criar novos estatutos ou alterar os já existentes. Este estatuto é uma lei
organizatória que define a composição e a competência dos órgãos regionais, bem como as
matérias que são de interesse das Regiões.
O Parlamento é a Assembleia da República, tem uma só câmara e por isso não há nenhuma
representação específica das Regiões Autónomas. Há uma só câmara que procura representar
todos os cidadãos portugueses. Artigo 147º CRP.
Existem deputados que são eleitos pelos círculos dos Açores e da Madeira mas, como diz o
artigo 152º, nº2, os deputados eleitos representam todo o país e não os círculos pelos quais
são eleitos.
A revisão da nossa Constituição é de competência da Assembleia da República e não
participam nessa revisão representantes específicos das Regiões Autónomas.
As Regiões Autónomas são pessoas colectivas de base territorial que podem exercer funções
políticas, como as previstas no artigo 227º, alíneas r) e t), funções legislativas, como está
previsto no artigo 227º, alíneas a), b) e c) e também funções administrativas, artigo 227º,
alíneas g) e h).
Cada Região Autónoma tem órgãos de governo próprios (como previsto no artigo 231º, nº1 e
6º, nº2 da CRP): a Assembleia Legislativa e o Governo Regional.
O Representante da República, segundo o artigo 233º, pode exercer também o direito de veto.
Os órgãos de governo das regiões podem ser também dissolvidos ou demitidos nos termos do
artigo 234º.
A parte das Regiões Autónimas está contemplada na CRP dos artigos 225º a 234º.
A parte das autarquias locais está contemplada nos artigos 235º a 262º. Entre nós, as
autarquias são as freguesias, os municípios e as regiões administrativas. O artigo 291º diz que
na ausência de regiões administrativas, deve ser feita uma divisão em distritos.