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Aula 1 – Métodos.

20/08 e 31/08

Prof. Me. Estêvão Barros Chaves

Objetivo da aula: (Parte 1. Introdução) 1) Analisar e avaliar as demandas e necessidades dos


alunos. 2) Debater métodos de estudos. 3) Estrutura de estudo. 4) Métodos de estudo. (Parte 2.
Métodos e redação) 5) Considerações inicias sobre métodos. 6) Proposta de pesquisa e redação.

Parte 1 - Introdução

1) Análise e avaliação:

- Gosta de estudar humanidades?


- O que é a filosofia? O que é a sociologia?
- Pontos de maior facilidade;
- Pontos de maior dificuldade;
- Decorar é o melhor caminho?

2) Métodos de estudos:

- Que métodos de estudo você utiliza?


- Condições do ambiente: Desliga o celular? Tem silêncio? Água? Pausas estratégicas?
- Utiliza anotações? Lembretes? Fichamentos? Esquemas?
- Quais os conteúdos de informação utilizados para estudar? (Livros, enciclopédias, internet, aulas,
etc…).

3) Estruturas de estudo:

Não há uma única maneira de estudar. Também não há maneiras melhores ou piores de adquirir
conhecimento. Isso vale para tudo na vida. O segredo é encontrar métodos que sejam eficientes
para você.

Aqui, farei uma exposição dos pontos centrais para compreender o conteúdo a nível de vestibular
(é preciso dizer que o estudo para vestibular é voltado para a resolução de questões que demandam
nível superficial nos assuntos tratados, o que não implica que não possa haver compreensão do
conteúdo para a resolução de questões).

Pontos centrais em humanidades:

1 - contexto histórico e social;


2 - reconhecimento das vertentes de pensamento;
3 - reconhecimento dos principais autores;
4 - reconhecimento das principais ideiais dos principais autores;

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.

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Podemos perceber que para compreender as ciências humanas, precisamos ir de fora para dentro, ou
do global para o local, ou ainda do geral ao específico.

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Assim, não é possível reconhecer as principais ideias de um autor sem reconhecer de onde ele vem,
ou seja, qual sua vertente de pensamento e em qual contexto ele escreve.

NÃO EXISTE AUTOR FORA DE SEU TEMPO!

Assim, os métodos de estudo eficientes para sociologia e filosofia são aqueles que reconhecem não
apenas um autor, mas seus contemporâneos e onde o debate se insere.

Ex.: Aristóteles → (aprox. 300 a.C.) Grécia antiga. Aluno de Platão. Escreveu sobre lógica, ética,
física e metafísica. Dá uma resposta ao idealismo de Platão.

1 – Grécia Antiga;
2 – Aluno de Platão, trabalha noções de lógica, física, metafísica e ética;
3 – Um dos principais pensadores da Grécia antiga, resgatado na ilustração.
4 - Se contrapõe aos idealismo de Platão e inaugura o que veio a ser posteriormente a linguística.

Ex.2: Durkheim → Final do séc. XIX / Início do séc. XX. Escreve nos primórdios da sociologia.
Preocupa-se em estabelecer a sociologia como ciência. Afasta-se das ciências biológicas
(positivismo). Define o objeto da sociologia, o fato social. Escreve livros de métodos, entre eles ‘O
Suicídio’ e ‘O Método Sociológico’. Considerado como o segundo dos “três porquinhos da
sociologia”, Durkheim abriu caminho para a sociologia enquanto ciência e para o fortalecimento da
antropologia social.

4) Métodos de estudo:

Como foi dito acima, não há apenas um método para estudar. Colocarei aqui três possíveis métodos
para que se reconheça fatores como abrangência, clareza de informações e fácil acesso.

a) Fichamentos:

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Fichas com informações pré-estruturadas a serem preenchidas.

Ex.:

Autor: Émile Durkheim Área de estudo: Sociologia Data: Séc. XIX-XX.

Contexto histórico: França, final do śec. XIX. Formação da sociologia enquanto ciência. Resposta
ao positivismo e estruturação do método científico. Surge após o positivismo (ver August Comte).

Pensamento: Define o objeto da sociologia, o fato social. Escreve livros de métodos, entre eles ‘O
Suicídio’ e ‘O Método Sociológico’. Considerado como o segundo dos “três porquinhos da
sociologia”.

Pontos positivos: Utiliza apenas uma estrutura para todos os autores. Permite assimilar os pontos
mais importantes de cada autor.
Pontos negativos: Dificulta a noção temporal dos autores.

b) Linha do tempo:

.autor 1 .autor2 .autor3 . autor4 .autor5 autor6 autor7


séc. XVIII (iluminismo/ rev. Francesa) séc. XIX séc. XX

Pontos positivos: Permite a noção temporal dos autores. Permite vincular sociologia e filosofia à
história.
Pontos negativos: Não mostra os principais pontos de cada autor.

c) Rede:

Esse método é o que eu pessoalmente mais utilizo. Ele não é pré-estruturado, tendo a vantagem de
ser moldado pelo aluno. Ele consiste basicamente em reconhecer continuidades e rupturas entre os
autores. Esse método tem a desvantagem de exigir um conhecimento um pouco mais aprofundado
do conteúdo, mas é possível utilizá-lo como ferramenta de memorização.

Ex.:

Platão → Aristóteles → Kant →Nietzsche → Hegel → Marx → Escola de Frankfurt → Foucault.


→ Durkheim →Mauss → Lévi-Strauss

d) Resolução de provas anteriores:

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Resolver provas anteriores é um ótimo método de estudo, pois permite:
- Reconhecer o conteúdo aprendido;
- Reconhecer falhas de conteúdo;
- Acostumar-se com a estrutura da prova;
- Observar as linhas temáticas das questões;
- Observar a linguagem utilizada nas questões (bibliografia);
- Reconhecer os padrões existentes.

ATIVIDADE: Debater os diferentes métodos de estudo. Mesclar os métodos apresentados e


adicionar ideias.

DICA: Não trate a internet como inimiga. Saiba os momentos de se desconectar de redes sociais e
de distrações. A internet permite o acesso instantâneo a qualquer informação. Não hesite em
procurar conteúdo online (mas saiba onde procurar). Encontre as ferramentas mais eficazes para
você: vídeos, resumos, teorias, áudios, etc.

Estude em grupo. Estudar em grupo otimiza as informações, já que as pessoas podem estudar
assuntos diferentes, filtrar as informações e compartilhar apenas o essencial.

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Parte 2 - Provas e Redação

5) Considerações iniciais sobre métodos:

Método:
1. procedimento, técnica ou meio de fazer alguma coisa, esp. de acordo com um plano.

1.2. processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa, instrução, investigação, apresentação


etc.
"m. analítico, dedutivo".

Para prestar um vestibular é preciso ter em mente que não basta saber o conteúdo, mas saber fazer
uma prova. Se você souber exatamente o conteúdo de uma prova, isso quer dizer que você irá
acertar todas as questões. Bom, isso não é possível, é claro… Mas é possível dizer algumas coisas
sobre uma prova antes de tê-la em mãos. Isso significa uma vantagem, sem dúvida. A questão então
passa a ser em como adquirir essas técnicas. E quando falamos em como, ressoa o conceito
‘MÉTODO’.

Vamos brincar com a representação matemática da primeira definição da palavra método:

procedimento = pr; técnica = te; meio = me; alguma coisa = ac; plano = pl.
pl . (pr + te + me) = ac

Para acontecer alguma coisa, é preciso em primeiro lugar que haja um plano. Se não houver plano,
nada acontece. Quanto melhor o plano, maior o resultado. Mas de novo, se não houver técnica, nem
meio, nem procedimento, nada acontece. Certo?

Métodos são fundamentais para aprender basicamente qualquer coisa. Para ter sua CNH é preciso
ter aulas, para aprender um instrumento musical, para construir uma casa… Com o vestibular não é
diferente. Do mesmo modo que são os professores têm métodos diferentes em suas aulas (isso é
bem evidente, não é mesmo?), os alunos têm métodos de aprendizado diferentes. Os métodos
servem, em geral, para organizar, padronizar, sistematizar um plano e alcançar um resultado1.

1 Se você não sabe como um dicionário funciona, essa é uma boa oportunidade. Procure como e onde ele classifica as
palavras. Depois, procure pelas palavras que definem método. Isso é meta-aprendizado, ou seja, aprender sobre o
aprendizado – como aprender melhor - e pode ser aplicado por qualquer pessoa.

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Plano
Adjetivo. Raso, liso, sem diferenças de níveis.
[Figurado] Fácil, acessível, claro.
Substantivo masculino. Traçado representando as diferentes partes de uma cidade, de um edifício,
de uma máquina etc.
Planta, mapa, projeto.
Conjunto de medidas ou providências a serem tomadas; projeto.

O objetivo é a faculdade e, por consequência, passar no vestibular. Os anos escolares são planos de
ensino construídos a partir do conhecimento de especialistas da área. As áreas de pedagogia e
educação são as mais especializadas na constituição do aprendizado, mas todas as disciplinas devem
fazer parte da construção do conhecimento e do aprendizado, pois, no fim, todas estão interligadas.
Formatos, temas, autores, redação… Existem estruturas nas provas que se repetem e que, se
aprendidos, agilizam a resposta, ou seja, te dão mais tempo e com maior precisão. Conhecer a
estrutura da prova também ajuda no nervosismo, já que você sabe mais ou menos o que esperar.
Além disso, o preparo se torna muito mais eficiente.

Para a formação de professores é necessária a licenciatura, ou seja, a aquisição de técnicas de ensino


do conhecimento. De novo: os métodos. E é aqui que a coisa fica interessante, então vou dar dois
parágrafos pra chamar mais atenção

As provas também são feitas a partir de métodos!

Inúmeras pessoas estão envolvidas no processo de definição das questões, desde técnicos e
especialistas até o Ministro da Educação, além de corretores das provas (milhares pelo Brasil).
Como conciliar toda essa gente em uma prova? Isso mesmo, por meio dos métodos (e aqui estão
implícitas todas as regras do jogo, como técnicas e estruturas já definidas, até o momento político
atual). A proposta é pensarmos juntos sobre essas estruturas para atingirmos o melhor resultado
possível.

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6) Proposta de pesquisa e redação:

Para começarmos a compreender os padrões existentes, não tem jeito, tem de haver pesquisa. Mas
isso não é nada demais, já que as provas estão disponíveis online. Tudo o que é preciso fazer é ter
acesso a elas. Esse já é o começo do processo. Tenha acesso ao maior número de provas anteriores
possível. Confira se as fundações que formulam a prova continuam a mesma e, caso tenha mudado,
procure por diferenças no padrão. No caso do ENEM é sempre o Inep, então haverá um padrão. Ao
longo das aulas discutiremos as estruturas das questões e as estruturas que compõem uma redação.
Como primeiro exercício, observaremos apenas os temas das redações.

Observe o padrão de dois temas da redação no Enem:

2012: Movimento imigratório para o Brasil do século 21.


2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil.

Vamos listar o que esses temas têm em comum:


- falam sobre o contexto brasileiro;
- são atuais;
- recentemente em alta no debate nacional;
- interesse social;
- tem relação direta com os direitos humanos.

Essa lista é resultado da comparação entre apenas dois temas. Sem dúvidas, podemos extrair mais
informações se levarmos mais variáveis em conta. Essa é justamente a primeira proposta de
pesquisa.

Proposta 1
A partir da pesquisa dos temas da redação nos anos anteriores:
• Desenvolver um método de comparação entre os temas de redação do ENEM.

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Objetivo: Extrair padrões, semelhanças, diferenças e curiosidades sobre os temas de redação das
provas anteriores.
Finalidade: Se familiarizar com as estruturas temáticas da redação. Se familiarizar com o processo
de pesquisa. Desenvolver um método próprio que dê as informações necessárias de um jeito
confortável.

Proposta 2
A partir do tema “Os desafios da saúde brasileira no século XXI”:
• Desenvolver uma Proposta de Redação aos moldes das Propostas do ENEM.

• Escrever uma redação com este tema.

Objetivo: Compreender as estruturas das propostas de redação, seus formatos, suas possibilidades.
Extrair padrões e conexões entre as propostas.
Finalidade: Se familiarizar com as propostas de redação; Aprender sobre atualidades na saúde
brasileira; exercitar a escrita com um possível tema.
Observações: Para desenvolver a proposta de redação, leve em consideração as propostas dos anos
anteriores. A proposta deverá ser feita separadamente. Apenas a redação deverá ser escrita à mão
(para simular as condições da prova).

Próxima aula: Estruturas.


1) Estruturas textuais; 2) Formatos; 3) Interpretação estrutural de texto; 4) Discussão dos exercícios.

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