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ÍNDICE

INTRODUÇÃO
PRINCÍPIOS PARA ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM
ETAPAS NA AQUISIÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM
ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR O DESEMPENHO GERAL
ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS
ESTRATÉGIAS PARA A GESTÃO DO TEMPO
ESTRATÉGIAS PARA A MEMORIZAÇÃO
REALIZAÇÃO DE TESTES
ESTRATÉGIAS PARA A AQUISIÇÃO DE COMPETÊNCIAS SOCIAIS
ESTRATÉGIAS PARA SABER EXPOR ORALMENTE (FALAR)
ESTRATÉGIAS PARA A CALIGRAFIA
ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR O RENDIMENTO ACADÉMICO
LEITURA E ESCRITA
ORTOGRAFIA
MATEMÁTICA
ÁREAS DE CONTEÚDO
CRIAÇÃO DE UM AMBIENTE DE SUPORTE PARA AS ESTRATÉGIAS DE
APRENDIZAGEM.
AMBIENTE FAMILIAR
AMBIENTE ESCOLAR
ENSINAR ESTRATEGICAMENTE
PLANIFICAÇÃO CUIDADOSA
ACTIVIDADES DE ANTECIPAÇÃO
BRAINSTORMING
A MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS
ACTIVAÇÃO DOS ALUNOS
MODELAÇÃO
FEEDBACK
ACTIVIDADES DE CONSOLIDAÇÃO
CRIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS NOVAS
ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

INTRODUÇÃO

A maior parte dos alunos sabe ou aprende como processar a informação e desenvolver
uma estratégia ou um plano organizado quando confrontado com um problema social,
académico ou relacionado com um emprego. Contudo, outros consideram que este
processo cognitivo é muito difícil. Lêem e relêem informação sobre este assunto mas
não conseguem reter as ideias principais. Têm um bom vocabulário oral, mas os
relatórios orais e escritos são simplistas e aborrecidos. Podem estudar durante horas
para um teste, mas o resultado não vai de encontro às suas expectativas nem às do
professor.
Há um número crescente de investigadores (ELLIS et al. 1991; Harris 1988; Pressley et
al. 1989a ) a defender que uma das maiores diferenças entre os estudantes eficientes e os
não eficientes é a sua compreensão e o uso de boas estratégias de aprendizagem.
Dehsler e Lenz (1989) definem uma estratégia como o "modo como o aluno aborda uma
tarefa: inclui o modo como uma pessoa actua quando planifica, executa e avalia a
realização de uma tarefa e os seus resultados".
Tem sido proposto e investigado um grande número de modelos experimentais de
estratégias, inclusivamente treino estratégico académico, aprendizagem recíproca
(Palincsar and Brown 1984), estratégias específicas de aprendizagem (Deshler and
Schumacher 1989). Ainda que haja diferenças de modelos, todas convergem em dois
pontos: Primeiro, há um grande número de estudantes, muitas vezes designados como
"de risco", desmotivados, imaturos, com dificuldades de aprendizagem, etc. que são
deficientes no uso de estratégias de aprendizagem. Estes estudantes podem-se encontrar
tanto em programas de educação regular como em educação especial. Em segundo
lugar, estes estudantes podem aprender estratégias de aprendizagem o que os vai ajudar
a abordar as tarefas com mais eficácia e eficiência, aumentando as suas hipóteses de
sucesso.
Ainda que muita da intervenção estratégica tivesse como objectivo os alunos mais
velhos, o autor defende que o ensino de estratégias de aprendizagem pode também
beneficiar os mais novos. Este livro foi escrito para professores e outros responsáveis
por estudantes que têm estratégias de aprendizagem ineficazes. Não propõe soluções,

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mas apresenta indicações para os educadores que pretendem melhorar o seu ensino de
estratégias.
Através dele verificamos que o enfoque reside no "Como aprender" e não em "o que
aprender".

PRINCÍPIOS PARA ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM


A aprendizagem de estratégias é o conjunto de processos ou técnicas que se usam para
realizar uma tarefa particular. São como que um mapa de estradas que se usam para o
processo do pensamento. Os vários modelos de ensino de estratégias visam substituir
uma aprendizagem ineficiente e pouco efectiva por estratégias que levem ao sucesso e a
um nível mais alto de realização. No âmago de vários modelos está o uso de bons
princípios de ensino. Alguns dos princípios defendidos por especialistas estão aqui
resumidos. (v. Deshler and Schumacher 1986; Swanson 1989).

Exigir o envolvimento dos alunos. Este é provavelmente o aspecto mais importante da


instrução de estratégias de aprendizagem. Há muita literatura sobre técnicas de
motivação, mas o objectivo fundamental é o de fazer com que um estudante veja como a
estratégia o vai ajudar em problemas específicos.

Identificar e ensinar os pré-requisitos. Ainda que o ensino de estratégias possa ocorrer


em qualquer idade ( contar pelos dedos é uma estratégia universal para crianças de 2 ou
3 anos), muitas estratégias exigem o conhecimento das aprendizagens básicas. A
estratégia de escrever uma frase só terá sucesso se os alunos souberem identificar
substantivos, verbos e preposições.

Aprender a estratégia. É importante que o professor domine a estratégia por forma a


fazer de modelo com à vontade. Os alunos devem ser capazes de ver os passos dados de
um modo natural e confortável. O domínio de estratégias permite ao professor manter o
enfoque na instrução dos alunos.

Reconhecer e recompensar o esforço do aluno. Os alunos com problemas de


aprendizagem têm uma história de insucesso. O professor deve ser sensível a isso e
fazer um elogio ou dar um feedback positivo para realizações ainda que modestas.

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Pedir o domínio de estratégias - Os alunos devem aprender as suas estratégias a um


nível que lhes permita o seu uso automático. A investigação indica que sem este nível
de realização, muito pouco será generalizado a uma aplicação real. Deixem os alunos ter
os seus próprios quadros para apontar o seu progresso na aprendizagem de uma
estratégia. Contudo, o professor deve estabelecer o nível de realização. Com algumas
estratégias não será razoável estabelecer os 100% como nível de realização.

Instrução integrada. Embora haja várias etapas na aquisição do domínio de uma


estratégia de aprendizagem, elas não são sempre lineares nem sequenciais. Por
exemplo: a capacidade de generalizar é geralmente o último passo, mas pode ser
introduzida em qualquer altura, especialmente se referida por um aluno. O objectivo
último é conseguir que os alunos incorporem as estratégias no seu sistema de
informação.

Dar explicações directas. Os professores devem realçar o processo cognitivo envolvido


na aplicação de estratégias de aprendizagem. Para que os alunos aprendam as etapas de
uma estratégia particular, eles deverão usar imagens visuais, formular hipóteses, ou
relacionar a nova informação com conhecimentos anteriores. O professor deve
demonstrar e encorajar estes processos cognitivos e metacognitivos.

Promover a generalização. A menos que as estratégias sejam usadas numa grande


variedade de situações, os alunos não verão a sua relevância e não conseguirão
generalizar o seu uso. Os professores devem seguir e reforçar o uso de estratégias de
aprendizagem sempre que surja oportunidade para isso. E os pais deveriam ser
encorajados a fazer o mesmo em casa. Por vezes é útil que os alunos realizem
determinada tarefa com ou sem o uso de estratégias, podendo assim julgar por eles
próprios o valor que as estratégias têm na realização bem conseguida de uma tarefa.

Encorajar a adaptação e o desenvolvimento. Quando uma estratégia é aprendida e


generalizada, deverá tornar-se numa parte funcional do processo mental do aluno. As
modificações, para adaptar factores temporais, conteúdo, ou situações ambientais, são
apropriadas. O objectivo último é conseguir que os alunos compreendam todo o

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processo de aquisição de estratégias de aprendizagem, sendo capazes de desenvolver as


suas próprias.

Etapas na aquisição de uma estratégia de aprendizagem


O tempo envolvido na aquisição dos passos para uma estratégia de aprendizagem varia
consoante a dificuldade da estratégia bem como da média de aprendizagem do aluno.
Cada lição deve começar com uma planificação prévia e concluir com uma revisão
daquilo que foi conseguido. A planificação prévia prepara os alunos para estarem
activamente envolvidos com os objectivos a serem aprendidos e dá uma panorâmica da
realização que se esperava. A revisão permite, tanto ao professor como aos alunos,
determinar se a realização das tarefas foi de encontro às suas expectativas. Ao longo da
estratégia da intervenção os alunos deverão guardar os seus próprios registos do
progresso.

Os seguintes passos deverão ser dados quando se ensinam estratégias de aprendizagem.

1: Determinar se a estratégia é necessária - Há muitas explicações para o facto de os


alunos terem dificuldades de aprendizagem. Uma estratégia ineficiente e não efectiva é
uma dessas razões. Por isso, o primeiro passo será verificar se há necessidade de uma
estratégia ou não. Use testes formais e informais, assim como a sua própria observação,
para avaliar a estratégia ( ou mais provavelmente da falta de estratégia) que o aluno está
a utilizar no cumprimento de uma dada tarefa. Quando verificar que a estratégia é
necessária, partilhe as suas conclusões com os alunos.

2: Descrever a estratégia - Este passo é referido para dar aos alunos o sentido de
estratégia. Compare-o com a estratégia que os alunos estão a usar naquele momento.
Faça-os saber o que eles podem esperar em termos de uma melhor realização, se eles
aprenderem uma estratégia. Consiga o seu compromisso e comprometa-se com o
esforço. Faça-os conhecer as suas responsabilidades.

3: Demonstrar a estratégia - Isto é o mais importante no ensino da estratégia. Muitos


professores não foram treinados ou sentem-se pouco à vontade em "pensar em voz alta".
Contudo, é necessário aos alunos experimentar o processo que lhes é fornecido. Eles

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precisam de saber e ver como a estratégia pode funcionar. Precisam de testemunhar o


seu funcionamento cognitivo e metacognitivo. Talvez seja necessário demonstrar várias
vezes, antes dos alunos estarem prontos para passar à etapa seguinte: prática.

4: Praticar a estratégia - Os alunos necessitam de praticar a estratégia até que a


utilizem automaticamente. A aprendizagem deve começar num nível fácil, de modo a
que os alunos se possam concentrar inteiramente na estratégia. Gradualmente, à medida
que se vão sentindo confortáveis com a tarefa, a aprendizagem deverá aumentar de
dificuldade até que esteja ao nível instrucional dos alunos. Neste ponto, haverá variantes
consideráveis na média do progresso do aluno. Assim, será necessária uma instrução
mais personalizada.

5: Usar a estratégia - Nesta etapa os alunos devem estar prontos para aplicar a
estratégia à tarefa ou situação na qual estejam a sentir dificuldades. Eles próprios
deverão procurar as pistas necessárias, sem se apoiarem no professor. O professor
deverá continuar a acompanhar e verificar o uso correcto da estratégia, assim como
deverá estar disponível para dar uma assistência individualizada se tal for necessário.

6: Generalizar a estratégia - Para que o esforço e tempo despendidos no ensino da


estratégia tenham valido a pena, será necessário que os alunos sejam capazes de
generalizá-la a uma grande variedade de situações. O professor deverá continuar a
orientar em relação a "onde", "quando" e "como" a estratégia deverá ser utilizada. A
investigação (Barkowsky et al. 1987) indica que as estratégias se generalizam melhor
quando os alunos acreditam que vai melhorar a sua execução de tarefas.

7: Adaptar a estratégia - à medida que a estratégia se torna uma parte das técnicas de
resolução de problemas dos alunos, estes provavelmente serão capazes de a adaptar de
algum modo. As mnemónicas podem deixar de ser necessárias; as linhas de tempo
podem ser alteradas e os vários passos da estratégia poderão desaparecer. É o que se
espera. Quando um aluno progride até ao ponto de adaptar uma estratégia, isso é um
indicador de que a estratégia se interiorizou no processo de resolução de problemas do
aluno a ponto de se ter tornado automática.

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Estratégias para melhorar o desempenho geral


Há muitas estratégias ou competências que usamos para lidar com todos os aspectos da
nossa vida. Às vezes são referidas como competências da vida. Muitas vezes diferem
entre o sucesso ou falta de sucesso no nosso desempenho. Infelizmente, muitos alunos
com problemas académicos, sociais e vocacionais têm dificuldade em adquirir e usar
estas competências. O que se segue são estratégias para melhorar essas competências.
Os exemplos dados serão tratados aqui de forma sucinta.

Estratégias organizacionais
Uma estratégia eficaz para promover boa organização consiste em usar uma
representação visual daquilo que tem ser realizado. Podem ser registos, agendas,
grelhas, códigos coloridos, notas indicadoras da actividade ou mesmo simples
autocolantes. Outra estratégia básica consiste em exigir que os estudantes tenham um
caderno para cada disciplina. Na capa de cada caderno deverão ter uma bolsa com o
rótulo "Trabalho a ser realizado". Por trás terão uma bolsa idêntica com o rótulo
"Trabalho realizado" . Os professores e os pais deverão verificar e reforçar o uso destas
estratégias. Para aprofundar este assunto consultar Shields and Heron (1989) e
Birnbaum (1989).

Estratégias para a gestão do tempo


O facto de não se conseguir fazer uma boa gestão do tempo pode conduzir a um
rendimento fraco. As estratégias para gerir melhor o tempo incluem grelhas horárias,
calendários, marcadores de tempo mecânicos e cadernos de apontamentos. Uma
estratégia a usar para tarefas domésticas, escolares, ou de outro tipo de trabalho é uma
grelha horária de prioridades. Os alunos, nos seus cadernos de apontamentos, devem
incluir quatro categorias: " Importante e Urgente", "Não importante mas Urgente",
"Não importante nem Urgente". As actividades, marcação de trabalhos e pedidos são
transmitidos e os alunos tomam nota deles numa das quatro categorias. Depressa
começam a compreender que algumas coisas que andam a fazer não podem ser adiadas,
outras têm de ter atenção imediata e ainda outras a que eles devem dar atenção mas que
podem ser realizadas mais tarde. Esta estratégia não só promove uma melhor gestão de
tempo mas também força os alunos a tomar decisões acerca do que é prioritário. Um
estudo a estudantes universitários, que frequentavam um curso que salientava

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estratégias idênticas para a gestão de tempo, indicou que haviam criado melhores
hábitos de estudo, melhorou a realização académica e aumentou a motivação. (Congos
and Smith 1983)

Estratégias para a memorização


Com muita frequência se usa a memória fraca como desculpa para um rendimento fraco.
Contudo há cada vez mais grupos de investigação que provam que a capacidade de
memorização pode ser melhorada (Pressley et al. 1989b). Algumas das mais
prometedoras estratégias para melhorar a capacidade de memorização incluem o uso de
mnemónicas, especialmente para lembrar nomes ou a ordem das coisas; quadros
magnéticos ou de cortiça ou estratégias de associação que ajudam que ajudam a
transferir listas de memória de médio para longo prazo; e, ainda, a categorização por
grupos para lembrar ideias e trabalhos. O uso de grupos de palavras (clustering) para
formar um todo pode ser especialmente útil. Por exemplo: os alunos visualizam colunas
e associam a cada coluna uma ideia. Quando é recebida uma nova informação é
colocada na coluna respectiva.
Esta estratégia é, na realidade, uma combinação da visualização e categorização. O uso
da instrução assistida por computador (IAC) para melhorar a informação factual é
recomendável. Stevens e os seus colegas(1991) desenvolveram uma série de programas
de instrução assistida por computador (IAC) intitulados "Waiting to learn", que usa uma
espera constante, uma estratégia que consiste em dar estímulos escritos que se apagam
de seguida, para melhorar a memorização da ortografia das palavras. É uma estratégia
acompanhada e não apenas exercício e prática.

Realização de Testes
Não há nada que substitua um teste para estudar e conhecer o material a fim de o
realizar bem. Contudo, há estratégias que ajudam os alunos a fazer ainda melhor. (Ver
fastback 291 Preparing Students for Taking Tests, por Richard Antes). Estas incluem
uma leitura cuidadosa e atenta das instruções, tirar o sentido geral da pergunta num teste
temporizado caso não esteja seguro da resposta e voltar a essas perguntas se houver
tempo, responder a todas as perguntas caso não haja penalização pela tentativa de
adivinhar e rever todas as respostas. Uma estratégia conhecida, que usa a mnemónica

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"PIRATES" teve muito sucesso entre os alunos (Hughes et al. 1988). PIRATES quer
dizer:
Prepare to succed (preparar-se para ter bom resultado)
Inspect the instructions ( ler cuidadosamente as instruções)
Read, remember, reduce (ler, lembrar, resumir)
Answer or abandomn. (responder ou abandonar)
Turn back (rever)
Estimate ( avaliar)
Survey (verificar)

Mesmo durante o teste, os alunos poderão melhorar a sua realização através de uma
estratégia. Carlisle (1985) sugere que os alunos procedam da seguinte maneira:
1. Clarificar a pergunta de modo a assegurar a compreensão da mesma.
2. Elaborar respostas com a maior simplicidade possível.
3. Organizar e esboçar a resposta como ela deve ser apresentada.
4. Ter flexibilidade mas preparar-se para justificar a resposta com experiências.
5. Citar fontes.
6. Ter um comportamento calmo e cordial.
7. Admitir falta de conhecimento mas referir assuntos relacionados com a
pergunta.

Scruggs e Mastropieri (1992) fornecem uma grande variedade de estratégias que podem
ser usadas durante a realização de testes na sala de aula, testes estandardizados, e testes
para outros fins. Aqueles também defendem que estas estratégias podem ser ensinadas
tanto pelos pais como pelos professores.

Estratégias para a aquisição de competências sociais


Muitas vezes alunos com dificuldades de aprendizagem também têm problemas de
inter-relação com os pares e com outros. Há várias estratégias para ensinar
competências sociais positivas. Estas incluem aprendizagem cooperativa, descoberta de
interesses mútuos e, ainda, intervenção contextual.
A aprendizagem cooperativa implica que os alunos trabalhem juntos com vista a
atingir determinados objectivos. A descoberta de interesses mútuos permite aos alunos

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explorar projectos de grupo com os pares que têm interesses comuns. A intervenção
contextual envolve o ensino de competências sociais no contexto da família, pares e sala
de aula.
Carter e Sugai (1988) apresentam várias estratégias para a aquisição de competências
sociais que incluem a modelação, o treino correspondente, o ensaio e a prática positiva.
A modelação leva os alunos a observar o comportamento adequado. Com o treino
correspondente, os alunos monitorizam o seu próprio comportamento social e, mais
tarde, apresentam relatórios orais ou escritos de comportamentos.
Os ensaios (ou simulações) e a prática positiva podem consistir no visionamento de
vídeos que apresentam exemplos de competências para saber ouvir.
Com o ênfase actual nos alunos problemáticos, a estratégia de distribuição de lugares
pode ser uma estratégia útil. Implica que os alunos com comportamentos pouco
adequados tenham os seus lugares em sítios de onde possam observar alunos com
comportamentos adequados. Estes alunos servem de modelo e reforçam as
competências sociais adequadas. Outra estratégia, designada por SLANT, é indicada
para melhorar a aceitação social dos alunos. Pode ser utilizada em quase todas as
situações que envolvem interacção entre alunos. Esta mnemónica quer dizer o seguinte:

Sit up (sentar-se direito)


Lean forward ( inclinar-se para a frente)
Activate your thinking ( activar o raciocínio)
Name key information ( sintetizar o que lhe foi dito)
Track the talker ( seguir o pensamento do emissor)

Estratégias para saber expor oralmente (falar)


Muitos alunos, não apenas aqueles que têm dificuldades de aprendizagem e falta de
competências sociais, sentem-se pouco confortáveis quando têm de falar perante um
grupo. Suid (1984) apresenta uma série de estratégias que começam com jogos ou com
actividades de exposição oral de grupos e gradualmente levam os alunos a falar
sozinhos perante um grupo.
Outra estratégia usa o acrónimo SPEECH como mnemónica para os seguintes 6 passos
para fazer uma apresentação oral (Lombardi, na imprensa).

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Select your topic. (seleccionar o assunto)


Prepare pertinent data. (preparar os dados necessários)
Edit your speech (clarity, conciseness, continuity). Formular o discurso (clareza,
concisão, continuidade)
Enhance your speech (gestures, emphasis). Dar expressão ao discurso (mímica, ênfase)
Crosscheck your speech. (rebater o discurso)
Hear yourself (rehearse your speech). Ensaiar o discurso

Estratégias para a caligrafia


Muitos alunos problemáticos e outros não conseguem escrever legivelmente. Essa
incapacidade reflecte-se noutros trabalhos. Bing (1988) oferece algumas estratégias
gerais para melhorar a caligrafia, assim como estratégias específicas para tornear o
problema. As estratégias gerais incluem:
1. Ensino de uma postura correcta, de como pegar na caneta, posição do papel e
outros factores básicos;
2. Fornecer modelos de caligrafia na forma de quadros de alfabeto;
3. Usar técnicas de desenho de forma;
4. Usar pistas e técnicas de apagamento ( permitindo aos alunos traçar letras e
palavras e, então, gradualmente apagar parte de palavras até que fiquem apenas
setas ou pontos para iniciar os alunos na posição correcta;
5. Marcar trabalhos escritos (curtos) ou dar tempo adicional para a sua realização;
6. Exigir a toda a classe o mesmo trabalho sem criticar a sua falta de destreza
manual;
7. Ensinar destrezas de revisão de trabalhos escritos;
8. Proporcionar uma prática supervisionada por curtos espaços de tempo todos os
dias.

Algumas estratégias incluem o uso de uma máquina de escrever ou de um computador,


dando relatórios orais ou gravando os relatórios orais e usando um companheiro que
escreve (um aluno que escreve usando as notas fornecidas pelo estudante com
incapacidade para o fazer).

ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR O RENDIMENTO ACADÉMICO

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Uma das características mais visíveis das crianças problemas é o seu fraco rendimento
académico. Contudo, já existe um número crescente de investigadores para apoiar a
abordagem de estratégias de aprendizagem de modo a ajudar os alunos a aprender como
aprender nas áreas académicas ( Polloway 1989). Os princípios orientadores da
abordagem de estratégias de aprendizagem são os mesmos que estão associados às
melhores técnicas de ensino. Assim as estratégias de aprendizagem e as de ensino
reforçam-se mutuamente. Isto não quer dizer que o uso de estratégias vai resolver todos
os problemas académicos que os alunos têm mas aparentemente vão ajudar a melhorar
o rendimento académico a muitos alunos.

Leitura e escrita
Em "Illiterate in America" (1986), Jonathan Kozol afirma que milhões de americanos
adultos são incapazes de ler suficientemente bem para funcionar independentemente na
sociedade de hoje. Muitos destes iletrados funcionais, que Kozol refere, foram, sem
sombra de dúvida, alunos problemáticos na escola. Seja qual for a explicação para isto,
o ensino da leitura que receberam não resultou, pelo menos ao nível que lhes permitiria
funcionar com sucesso no mundo dos adultos. Assim, o desafio aos educadores é criar
uma nação de leitores efectivos e fluentes.
Antigamente aceitava-se, de um modo geral, que a leitura consistia essencialmente no
reconhecimento de palavras e na aprendizagem de como descodificar palavras. Hoje em
dia, a maior parte das autoridades no ensino da leitura concordam que a leitura é um
processo mais complexo que envolve o leitor, o texto, a compreensão e a própria
actividade de ler. Os alunos devem usar várias estratégias antes, durante e depois de
lerem. Eles devem apreender o sentido geral do texto antes de ler, monitorar durante a
leitura e reflectir depois de ler. Uma das mais conhecidas estratégias de leitura é o
método SQ3R. Os professores usam esta estratégia com todos os alunos com ou sem
problemas. Os passos para esta estratégia são os seguintes:

Survey: Prever a introdução de cada frase em cada parágrafo.


Question: Fazer perguntas sobre cada um dos parágrafos ou títulos principais.
Read: ler rapidamente para encontrar respostas às perguntas formuladas e outra
informação.
Recite: responder com as suas próprias palavras.

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Review: escrever ou responder oralmente sobre tudo o que se aprendeu.


A identificação da palavra e a compreensão da leitura são dois dos maiores problemas
dos alunos que têm dificuldades na leitura. Lenz e os seus colegas (1984) na University
of Kansas Institute for Research on Learning Disabilities desenvolveram uma estratégia
para a identificação de palavras desconhecidas em materiais usando as pistas fornecidas
pelo contexto, separando a palavra em partes e usando os recursos disponíveis.
Conhecida pela mnemónica DISSECT , os passos nessa estratégia são os seguintes:
Discover the context (descobrir o contexto)
Isolate the prefix (isolar o prefixo)
Separate the sufix (separar o sufixo)
Examine the stem (examinar a raiz)
Check with someone ( verificar com outro aluno)
Try the dictionary (consultar o dicionário)
Um estudo envolvendo 12 alunos com problemas de leitura (Lenz and Hughes 1990)
indicou que a estratégia resultava na redução de erros de leitura em todas as disciplinas.
Contudo, verificou-se que era necessária uma atenção separada mas simultânea para
lidar com os problemas de compreensão.
A essência do ensino da leitura é ajudar os alunos a compreender o que leram. Sendo a
natureza da compreensão complexa é necessária uma combinação de estratégias. O
ensino recíproco (Palincsar and Brown 1984; Palincsar 1988) promove essa combinação
lidando com o resumo, com a formulação de perguntas, com a clarificação e com a
previsão. Com o ensino recíproco, o professor começa por debater a razão por que o
texto é difícil de compreender e como existem várias estratégias que podem ajudar no
processo de compreensão. Os alunos, cada um na sua vez, fazem de professor lideram a
discussão em grupo. Por exemplo, o aluno que está a liderar a discussão em grupo pode
resumir as partes principais do que foi lido. Depois, os outros alunos são interrogados
no sentido de responderem se acharam que aquelas eram as ideias principais ou
pormenores. Clarificando palavras desconhecidas e falta de compreensão pode levar os
alunos a ler de novo ou a procurar ajuda no dicionário, enciclopédia ou a recorrer ao
professor. Finalmente o grupo é encorajado a prever o conteúdo, dando-lhes assim uma
razão para continuarem a ler.

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

Falta de destrezas de escrita pode também ser um dos maiores problemas académicos
dos alunos problemáticos. É pelo menos o mais óbvio. Estudos indicam que pedir aos
alunos que escrevam mais não faz com que escrevam melhor.
Duas estratégias para ajudar os alunos a melhorar a escrita são a estratégia para escrever
uma frase (Sentence writing strategy) e a estratégia para escrever um parágrafo
(Paragraph writing strategy). Ambas são parte do Modelo de Estratégia de Intervenção
desenvolvida na Universidade do Kansas e exigem um treino formal para indivíduos
que planeiam usá-las.
A estratégia para escrever uma frase guia o aluno na escrita de quatro tipos de frases:
simples, compostas, complexas e compostas-complexas. Os alunos aprendem a usar
uma fórmula para o tipo de frase que vão usar. Eventualmente aprendem a usar todos os
tipos de frase num parágrafo. A estratégia para escrever um parágrafo é uma extensão
natural da escrita de uma frase. Permite aos alunos expandir as suas criativas destrezas
para a escrita. A um nível mais avançado. Os alunos aprendem a escrever parágrafos
descritivos, enumerativos, sequenciais, comparativos e de causa e efeito.
Ford (1990) usa a estratégia de resolução de problema para ensinar os componentes
básicos de uma boa escrita. Num estádio de pré-escrita, o professor apresenta um
problema para ser resolvido e pede aos alunos para desenvolver um problema
semelhante. No exemplo dado por Ford, o problema tem a ver com encomendar (pedir)
a partir de um menu num restaurante ou a partir de um catálogo para um armazém.
Menus e catálogos são entregues aos alunos. Depois, eles usam o estádio da escrita
para expor o seu problema, numa folha amarela para se lembrarem de que estão a fazer
o primeiro rascunho. No estádio de conferência os alunos encontram-se em pares ou
em grupos para partilhar o problema escrito e discutir o modo como pode ser
melhorado, se é passível de resposta e se há erros de ortografia, gramática ou de
pontuação. Os alunos, então, revêm e reescrevem o problema baseados nos comentários
e sugestões feitas pelo grupo. Finalmente, no estádio de publicação, os problemas são
escritos cuidadosamente em cartões, com as respostas no verso e a assinatura do autor
num canto. Assim é criado um ficheiro de problemas para todos os alunos . Se eles
tiverem dificuldades com o problema, vão ter com o autor para pedir ajuda. Esta
estratégia de escrita requer pouca intervenção por parte do professor, combina a escrita
funcional com a criativa e serve como motivação para os alunos.

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

Ortografia
Muitos alunos têm problemas com a ortografia. É uma área curricular onde o facto de
ser simpático e criativo não melhora a realização. Há basicamente duas maneiras de
aprender ortografia: a memória repetitiva e a utilização de regras de ortografia.
Recentemente tem havido um interesse renovado na avaliação de estratégias de
aprendizagem que possam melhorar a ortografia (Dangel 1989; Graham and Voth
1990). Dangel incidiu a sua atenção em duas estratégias para a ortografia: Plano dirigido
aos alunos e auto-instrução pelos alunos. Na primeira, os alunos terão de decidir quanto
tempo planeiam levar para estudar a ortografia de determinadas palavras e, depois,
dividir as palavras em duas colunas: Palavras simples e palavras difíceis. O professor
recomenda aos alunos que eles dediquem duas vezes o dobro do tempo para estudar as
palavras difíceis, comparativamente com o tempo dedicado ao estudo das palavras
fáceis. Depois de vários testes práticos os alunos deverão decidir mudar as palavras de
uma das colunas para a outra. Na estratégia de auto-instrução os professores começam
por ensinar aos alunos a usar a técnica de sublinhar-copiar-tapar-escrever para
estudarem as palavras e para apontar os resultados positivos da sua prática. Nesta
estratégia, eles também dividem as palavras difíceis e as simples em colunas. Em gera,
estas duas técnicas provaram Ter resultado.
Outras estratégias para a aprendizagem da ortografia foram indicadas por Graham e
Voth:
1. Usar palavras muito frequentes (reflectindo o interesse e o ambiente dos alunos)
2. Introduzir novas palavras gradualmente (duas ou três por dia depreferência a 12
ou 13 por semana.
3. Encorajar a auto-correcção pelos alunos, guiados pelo professor ou pelos pais.
4. Designar tempo específico para a prática da ortografia na escola e em casa.
5. Fazer uso directo das novas palavras em fichas escritas formais .
6. Fazer uso directo da ortografia das palavras nas tarefas escolares diariamente.

Matemática
A maioria dos alunos experimentam bloqueios na compreensão da matemática em
algum ponto do seu percurso académico. Pode ser na adição, fracções, álgebra,
geometria, trigonometria, cálculo ou estatística. Seja em que nível for que o bloqueio
ocorra, gera ansiedade em relação à matemática.

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

Para os alunos problemáticos a ansiedade em matemática começa, muitas vezes,


bastante cedo, quando lhes é pedido para usarem a matemática para a resolução de um
problema. Demasiadas vezes a instrução dos alunos concentrou-se na aquisição de
destrezas em computação; mas eles não são capazes de aplicá-las para resolver
problemas matemáticos práticos, do seu quotidiano. O sucesso em matemática exige
destrezas tanto em computação como na resolução de problemas. Elas devem ser
integradas e ensinadas simultaneamente. Há várias estratégias para ajudar os alunos a
integrá-las.
Kennedy (1985) descreve uma estratégia em matemática na qual os alunos escrevem
cartas, guardam registos (logs) e desenvolvem problemas verbais e apresentam soluções
em pequeno grupo. Cerca de 10 minutos antes da aula acabar, todos os alunos escrevem
uma pequena carta sobre o que aprenderam, sobre o que não compreenderam, e sobre
aquilo que gostariam de ver debatido no início da aula de matemática seguinte. O
professor recolhe as cartas, revê-as e, na aula é seguinte, será capaz de esclarecer
dúvidas sobre os problemas com uma curta explicação. Guardar exercícios permite aos
alunos Ter um registo do seu progresso e tirar apontamentos sobre problemas de
matemática. Trabalhar em pequeno grupo permite aos alunos aprender uns com os
outros como discutir e partilhar soluções de problemas de matemática que eles próprios
elaboraram. Mesmo quando as respostas estão erradas, os alunos são encorajados a
registar o modo como chegaram à resposta. Muitas vezes os alunos aprendem mais com
os seus erros do que com a apresentação da solução correcta.
A crescente disponibilidade de computadores nas escolas permite outras estratégias para
o ensino da matemática. Ross et al. (1988) descreve programas de micro-computadores
que personalizam exercícios de aritmética. Pediu-se aos alunos dos 5º e 6º anos que
completassem um questionário com a data de nascimento, prato favorito, melhor amigo,
etc.. Esta informação foi incorporada num programa de computador de maneira a que os
valores numéricos usados nos problemas de matemática fossem os mesmos para todos,
mas que as linhas históricas fossem personalizadas. Os resultados da pesquisa de Ross
mostraram que os alunos que trabalhavam com materiais matemáticos personalizados
em computador obtinham uma média de 27 pontos mais alta na realização de testes de
avaliação do que os que tinham trabalhado com problemas de matemática
convencionais.
Recentemente foi publicado um programa intitulado "Strategies Math Series (Mercer
and Miller 1992) que oferece uma sequência excelente de materiais matemáticos que
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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

vão desde as destrezas com o computador até aos problemas do quotidiano e, também,
do nível concreto ao abstracto.

Áreas de conteúdo
Para além das estratégias para as áreas básicas, os educadores também estão a investigar
como certas estratégias podem melhorar o aproveitamento dos alunos nas áreas de
conteúdo, tais como: as Ciências, a História, os Estudos Sociais, etc.. Muitas vezes as
estratégias de aprendizagem são ensinadas isoladamente com a expectativa de que serão
generalizadas às áreas de conteúdo regulares. Infelizmente esta generalização nem
sempre resulta. Davis(1990)descreve um projecto em que a vinte dos alunos com maior
problema de leitura, numa amostragem de 160 alunos do oitavo grau, havia sido
ensinado a estudar destrezas usando materiais de áreas de conteúdo. Todos estes alunos
tinham estado em aulas de remediação de leitura; cinco deles foram identificados como
tendo dificuldades de aprendizagem específicas. Durante a primeira parte do projecto,
cada aluno completou um inquérito de 15 perguntas para avaliar o conhecimento e os
hábitos enquanto estavam a ler o conteúdo de um livro de textos. Mais tarde isto foi
usado pelos alunos e professores como base para medição da melhoria das destrezas de
estudo. Os alunos também completaram um contrato de três partes baseado no seguinte:
1. A turma e a disciplina que eles gostavam de melhorar;
2. Um plano para atingir aquele objectivo ( alargar o tempo de estudo, fazer os
trabalhos de casa, fazer perguntas) e
3. Fazer um compromisso ( aluno, pais, professores da disciplina em causa
assinariam o contrato).
Usando textos regulares de Ciências e de Estudos Sociais, o professor ensinou várias
estratégias baseadas no resultado dos inquéritos feitos aos alunos. As estratégias
incluíam muitas das atrás referidas. Treze dos vinte alunos melhoraram o seu
aproveitamento em estudos sociais e os vinte melhoraram em Ciências.
No seu artigo "Jamestown II: Building a New World", Sanchez (1987) apresenta uma
única estratégia de simulação que dá aos alunos a capacidade de compreender e apreciar
os perigos e incertezas durante os primeiros tempos de colonização da América, tendo
em vista a colonização no futuro. A simulação é um exemplo excelente para usar
estratégias de aprendizagem cooperativas e promover destrezas de pensamento crítico.
Os alunos podem trabalhar em pares ou em pequenos grupos. A premissa da simulação

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

é a seguinte: devido ao excedente demográfico, à fome e à doença, os Estados Unidos


estão a planear construir uma colónia espacial em Marte, tentando chamar-lhe
"Jamestown II". Apresentam-se oito tarefas ou decisões aos alunos. As primeiras quatro
terão de ser respondidas antes da viagem espacial, as outras quatro terão de ser
enfrentadas quando os colonos já estiverem em Marte:
1. Estimar o custo da colonização proposta;
2. Identificar as profissões e os pré-requisitos necessários para os 500 colonos que
irão para Marte;
3. Decidir sobre o abastecimento necessário para ser levado nesta primeira viagem;
4. Propor leis e regras que regularão a colónia;
5. Preparar o discurso para os 200 colonos que se sentem infelizes e que desejam
regressar à terra;
6. Decidir sobre a acção que deve ser executada contra dois sabotadores;
7. Convencer os Marcianos que os colonos não lhes farão mal;
8. Escrever uma carta ao Presidente dos Estados Unidos sobre o sucesso ou
fracasso da viagem assim como as recomendações para quaisquer futuras
viagens.
As estratégias levadas a cabo durante esta simulação são um meio que entusiasma para
fazer com que as áreas de conteúdo se tornem vivas

Criação de um ambiente de suporte para as estratégias de aprendizagem.


A aprendizagem e o uso de estratégias produtivas requer um ambiente de suporte!
Brozo (1990) descreve estudantes do ensino secundário em ambientes pouco
convidativos que fingem doença, copiam ou têm um comportamento problemático ou
usam de estratagemas para encobrir o seu mau aproveitamento na leitura, escrita ou
matemática. Em contraposição o ambiente familiar forte que Sally Osbourne tinha
forneceu-lhe estratégias de que ela necessitava para se licenciar em Harvard, apesar de
Ter problemas de aprendizagem. Na sua infância a mãe lia-lhe, falava com ela sobre
projectos da escola e lembrava-lhe constantemente que ela seria capaz (Levine and
Osborne 1989). Em todo o país, negócios e indústria também estão a reconhecer a
importância de um ambiente de trabalho positivo para a produtividade.

AMBIENTE FAMILIAR

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

Os pais são os primeiros professores de uma criança. Se o ambiente familiar que os pais
criam é bom, mau ou indiferente, é, no entanto, um factor crítico no processo de
ensino/aprendizagem (Strom 1984). Há muitas coisas que os pais podem fazer para
tornar o ambiente familiar propício a usar as estratégias de aprendizagem atrás descritas.
Algumas das coisas que os pais podem fazer são as seguintes:
1. Marcar um lugar e tempo específicos para a criança estudar e fazer os trabalhos
de casa. Também conversar com o professor sobre a quantidade de tempo
razoável para estudar e fazer trabalhos de casa.
2. Dar atenção ao tempo que a criança está a ver televisão e aos programas
seleccionados.
3. Mostrar todo o seu próprio gosto e entusiasmo por aprender. As crianças imitam
os pais à medida que crescem.
4. Fornecer os materiais para suporte da aprendizagem, tais como: os livros,
dicionários, enciclopédias e computadores.
5. Tornar a criança responsável por tarefas razoáveis. As tarefas razoáveis devem
incluir uma decisão conjunta entre pais e filhos.
6. Dar pistas à criança sobre quando deve utilizar estratégias que eles conhecem.
Por exemplo, uma pista visual (pode ser em forma de marcador de livro) com a
palavra "DISSECT" escrita, pode ajudar a criança quando confrontada com uma
palavra desconhecida. Ou uma pista verbal " Lembra-te de SLANT" pode
lembrar a criança como corresponder quando estiver a conversar com outra
pessoa.
7. Estratégias de modelação, por exemplo, "pensar em voz alta" quando tiver que
resolver um problema.
8. Escutar a criança quando ela estiver a falar ou a ler. Também tentar perceber o
que não foi dito.
9. Preparar um relatório para dar aos professores da criança para eles saberem dos
progressos feitos em casa em áreas de interesse mútuo. Antes de o elaborarem,
os pais devem discuti-lo com a criança e perguntar-lhe se concorda com ele.
10. Iniciar e manter uma relação cooperante com os professores da criança e outro
pessoal da escola em assuntos que digam respeito à aprendizagem da criança e
outros assuntos afins.

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

Mary Seman, uma colega do autor da Universidade de West Virginia, desenvolveu uma
estratégia para o trabalho de casa que usa a mnemónica "HOMEWORK" . Os passos da
estratégia podem ser ensinados pelos pais ou pelos professores. São os seguintes:
H : Have a regular time and place to work everyday (tem um tempo e lugar marcados
para trabalhar diariamente)
O: Organize a monthly, weekly and daily calendar (organiza um calendário mensal,
semanal e diário)
M: Mark each assignment in a separate notebook and/or personal calendar (marca o
Trabalho de Casa num caderno separado e num calendário pessoal)
E: Elect to do the shortest assignment first (Faz, em primeiro lugar, o trabalho de casa
mais curto)
W: Write the estimated time to complete each assignment( Regista o tempo
aproximado para a realização do trabalho)
O: on with it, get started on the assignment (Começa a fazer o trabalho)
R: Record with a check mark when items are completed (marca com um sinal os
trabalhos que fores completando)
K: Keep homework in a designated place at home. (Guarda o trabalho num sítio certo
em casa).
Há uma segunda mnemónica para a estratégia para trabalhos de casa (RATE). Os passos
são os seguintes:
R: Read the directions for the assignment ( Lê as instruções)
A: Ask the teacher or the parent if you don't understand the assignment
(pergunta aos professores ou aos pais se não entenderes qualquer coisa)
T: Take all necessary materials home (Leva os materiais necessários para casa)
E: Examine the calendar daily (examina o calendário diariamente)

Ambiente escolar
O ambiente instrucional das escolas e salas de aula podem ajudar ou impedir o uso de
estratégias. Um ambiente de trabalho favorável é aquele em que o professor dá o
modelo de estratégia com frequência - e não quando apenas as ensina formalmente. Os
alunos devem observar os professores a pensar em voz alta de modo a perceber como é
que a estratégia de aprendizagem funciona.

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

Os lugares na sala de aula são outro elemento importante para um ambiente de sala de
aula importante. Devem ser flexíveis de maneira a proporcionar uma aprendizagem
cooperativa, o apoio entre pares e a apresentação dos conteúdos a toda a aula.
Em algumas escolas, os alunos com problemas de aprendizagem saem da sala para
trabalhar em centros de recursos ou outros ambientes especiais. É importante que todo o
pessoal da escola, que trabalhe com estes alunos, comunique entre si e com os pais de
modo a haver consistência nas estratégias que são ensinadas e usadas e consistência no
ambiente.
Um elemento fundamental do ensino/aprendizagem de estratégias é incutir
independência e responsabilidade. Os professores deverão levar os alunos a Ter as suas
pastas e grelhas individuais de modo a poderem verificar e registar o seu próprio
progresso. Para lembrar os alunos das várias estratégias que podem usar, os professores
poderão criar cartazes e colocá-las pela sala de aula. Também podem ser letreiros,
marcadores, grelhas, etc.
O director também tem o seu papel na criação de um ambiente de escola favorável, que
maximize o tempo de aprendizagem dos alunos e o uso de estratégias. Seifert and Beck
(1984) fazem as seguintes sugestões aos directores:
1. Reduzir o uso de intercomunicadores para avisos que não são essenciais, que
interrompem professores e alunos;
2. Limitar o número de interrupções da aula por funcionários, elementos da
secretaria e alunos;
3. Limitar o número de assembleias, de programas de entretenimento e programas
de interesse específico que cortem o ambiente de aprendizagem aos alunos;
4. Reduzir o absentismo, contactando e trabalhando com os pais cujos filhos faltam
com frequência.
Se a preocupação com o ambiente de aprendizagem prevalecer na sala de aula, na escola
e em toda a comunidade escolar, então a instrução de estratégias de aprendizagem será
maximizada para todos os estudantes. Alguns departamentos de educação, como por
exemplo na Florida e em West Virginia, fizeram um compromisso para assegurar que
todos os estudantes com necessidades especiais, que podem beneficiar com a instrução
de estratégias de aprendizagem, receberão tal instrução.

ENSINAR ESTRATEGICAMENTE

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

Ensinar estrategicamente é muito mais do que apenas ensinar estratégias de


aprendizagem. Engloba tudo o que sabemos acerca da instrução efectiva. Ensino
estratégico é saber o que fazer, quando fazer e com que alunos. Ensinar
estrategicamente é usar as estratégias de aprendizagem que ajudarão os alunos a prender
e a usar os conteúdos programáticos curriculares. As estratégias não são o próprio
currículo; Guiam o alunos no "como aprender" e "o que aprender".
Algumas das técnicas do ensino estratégico incluem: uma planificação cuidadosa,
actividades de antecipação, brainstorming, motivação dos alunos, activação dos alunos,
modelação, feedback a e actividades de consolidação.

Planificação cuidadosa
A planificação cuidadosa é um pré-requisito para a instrução efectiva. Para cada hora de
instrução efectiva, um professor costuma gastar várias horas de preparação. Polloway et
al. (1989) apresentam um modelo de planificação que vai desde a distribuição dos
alunos pela sala à avaliação dos objectivos instrucionais. Segue-se ama versão abreviada
do modelo de planificação:

Antes da aula Aula Depois da aula

Físico Práticas instrucionais


Feedback
Preparação da sala (Estádio de aprendizagem
(informação)
(classroom arangements) apropriado)

Psicossocial Activação dos alunos Gestão de dados


(Variáveis nos alunos) (tempo de aprendizagem académico) (análise)

Técnicas especiais
Gestão Comunicações
(Estratégias de aprendizagem
(regras na sala de aula) (pais)
específicas)

Instrução auto-regulada (auto-


Dimensões instrucionais Análise ambiental
supervisionada) self-monitoring
(aquisição de materiais) (reflexão)

Uma planificação cuidadosa, como no modelo acima, significa Ter uma visão do
conjunto e prever o que pode ser realizado no fim da aula, unidade e período académico.

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

Actividades de antecipação
As actividades de antecipação têm como objectivo ajudar os alunos a antecipar o que
deverá ocorrer durante um período instrucional particular. Também servem como
"reminders" do professor. Lenz et al. (1987) desenvolveram uma série de procedimentos
para os professores regulares que têm crianças com necessidades educativas especiais
na sua sala de aula. Estes procedimentos deverão ser igualmente válidos para quem usar
um ensino estratégico.
 Informar os alunos do objectivo das actividades de antecipação (advanced
organizers);
 Identificar o objectivo da tarefa a desenvolver (learning task)
 Identificar sub-tópicos da tarefa a desenvolver
 Fornecer a informação de suporte (background information)
 Clarificar os parâmetros da tarefa em termos da acção que o professor irá
desenvolver
 Clarificar os parâmetros da tarefa em termos da acção que os alunos vão
desenvolver
 Nomear os conceitos a serem aprendidos
 Clarificar os conceitos que vão ser aprendidos
 Motivar os alunos usando "racionales" (princípios ou razões) relevantes
 Introduzir e/ou repetir novos termos ou palavras
 Fornecer uma grelha organizacional para a tarefa a realizar
 Nomear os resultados desejados como um resultado de se comprometerem nesta
actividade de aprendizagem

Brainstorming
Brainstorming é uma boa estratégia a usar para saber o que os alunos sabem ou como é
que eles se sentem em relação a um tópico. Também exige que os alunos reflictam e
usem destrezas analíticas. Para os alunos relutantes em participar no brainstorming,
Blachowicz (1986) sugere uma estratégia chamada "brainstorming de exclusão". Com
esta estratégia o professor começa por escrever o tópico no quadro e, por baixo, escreve
uma série de palavras, algumas das quais claramente dizem respeito ao tópico, outras
que claramente não dizem lhe respeito e outras que são ambíguas. O professor pede aos
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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

alunos para riscar as palavras que eles achem que não estão relacionadas com o tópico e
desenhar um círculo à volta das que claramente se relacionam com o tópico. Depois o
professor pede aos alunos que expliquem porque escolheram certas palavras.
Estruturando o envolvimento desta maneira, os alunos relutantes descobrem que eles
sabem mais do que pensavam.

A motivação dos alunos


Motivar os alunos que muitas experimentaram o insucesso na escola e em outros
contextos é uma tarefa difícil. Em parte, o problema da motivação deve-se ao facto
destes alunos serem raramente solicitados a dar qualquer informação sobre os seus
planos académicos ou de carreira. Uma estratégia de motivação, desenvolvida por Van
Reusen et al. (1987), é designada por " I PLAN" Esta estratégia requer a colaboração
dos professores e pais e é destinada para alunos quando estão a preparar-se e a participar
em qualquer espécie de conferência de planeamento educacional ou vocacional. Os
passos básicos para os alunos são os seguintes:
I - Inventário dos teus pontes fortes e fracos, objectivos e escolhas em relação à
aprendizagem.
P - Apresentar o teu inventário na conferência de planeamento.
L - Escutar e responder
A - Fazer Perguntas
N - Dizer quais os teus objectivos.
Há também uma série de sub-etapas nesta estratégia que dizem respeito ao
comportamento activo do aluno durante a conferência.
Num estudo com alunos mais novos, com problemas de aprendizagem, de uma escola
secundária registou-se uma média de 109 contributos durante a sua conferência de
planeamento escolar individual, enquanto que, da parte dos alunos que receberam
apenas uma informação geral para a sua conferência de planeamento só se registaram 31
contributos (Bos and Van Reusen 1989). A chave para a motivação dos alunos reside no
seu próprio envolvimento em todas as áreas que os afectam.

Activação dos alunos


Os professores estratégicos estão sempre a encorajar os alunos a tornarem-se "learners"
independentes e insistem para que eles tenham um papel activo no seu processo de

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

aprendizagem. Uma das estratégias usadas para tornar os alunos activos é a "Three
Statement Rule" (A regra das três afirmações) (Schumacher and Sheldon 1985). A regra
diz que o professor não fará mais do que três afirmações sem que o aluno dê uma
resposta. A resposta poderá ser oral ou escrita. Esta regra, se aplicada a todo o tipo de
ensino, desenvolver-se-á assegurando um envolvimento activo por parte dos alunos no
processo de aprendizagem.
Davey (1986) também dá ênfase ao envolvimento dos alunos na sua obra "Textbook
Activity Guides (TAG) ", que foi elaborada para ajudar os alunos a aprender com os
manuais. Uma série de códigos, usados para designar as estratégias TAG, estão escritos
em fichas de trabalho que os alunos têm de completar.
P - Conversa com o teu parceiro
WR - Elabora uma resposta escrita com as tuas próprias palavras
SKIM - Lê cuidadosamente para encontrar o objecto do texto, discute com o teu
parceiro
MAP - Completa um mapa semântico de informação
PP - Prevê (predict) com o teu parceiro.
Com TAG, os alunos tornam-se mais activamente envolvidos no uso do material do
texto. Eles também interiorizam uma aprendizagem cooperativa assim como auto-
corrigem a compreensão do texto.

Modelação
Os professores, pais e outras pessoas reconhecem que eles servem de modelo aos
alunos. O que eles nem sempre reconhecem é que a modelação é a estratégia de ensino
mais importante. Permite aos alunos ver o que se espera deles. Chama a atenção para
aspectos de uma tarefa ou comportamento que podia ser ignorado se não houvesse um
modelo. A forma mais importante de modelação é, tanto para professores como para os
pais, "pensar em voz alta" de modo a que os alunos possam seguir o processo do
pensamento. O professor também devia encorajar os alunos a fazerem perguntas
durante o processo de modelação para evitar que eles esqueçam quando a modelação
estiver completa. Schumaker (1989) refere-se à modelação como " o coração da
instrução estratégica". Recomenda quatro fases instrucionais para a modelação:

Fase 1 - Actividades de antecipação

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

1. Rever o que se aprendeu anteriormente: " Deixa-me ver este assunto de novo,
para que ele fique mais claro."
2. Personalizar a estratégia: Digam-me porque pensam que esta estratégia vos vai
ajudar."
3. Definir o conteúdo: " Porque é que o pensar em voz alta é importante para
vocês?
4. Formular expectativas: " O que é que vocês pensam que vou fazer?".

Fase 2 - Apresentação
1. Pensar em voz alta: "Muito bem, deixa-me ver, se eu fizer isto
então...........Olhem, funcionou."
2. Auto- ensino: " Está bem. Então vou usar a estratégia."
3. Resolver o problema: "Hmmmm, isto não resultou. O que é que eu devo fazer?"
4. Rever o problema: "Como é que eu fiz aquilo? Deixa-me verificar novamente."
5. Realizar a tarefa: " Agora, eu preciso de fazer...."

Fase 3 - Colaboração dos alunos


1. Envolvimento - "Digam-me o que estão a pensar?"
2. Verificar a compreensão: " Expliquem-me o que é que devem fazer aqui?"
3. Corrigir e alargar a resposta: "Vamos experimentar outra vez. Desta vez,
lembrem-se de...."
4. Aplaudir o sucesso: " Boa! Conseguiste! Isto vai ser fácil para ti!"

Fase 4 - Actividade de consolidação


1. Rever o modelo: "Muito bem! Vamos rever um pouco! Qual é a estratégia?"
2. Personalizar a estratégia: "Quando é que podes utilizar isto?
3. Dar indicações: " É importante para ti memorizar todos os passos da estratégia.
Podes-me dizer porquê?"
4. Formular expectativas: "Espero que domines e uses esta estratégia até.....(marcar
prazo)."
5. Verificar o progresso: "O que é que fazemos quando completares esta parte?"

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

Modelar " o pensar em voz alta" pode ser usado como um natural prolongamento de
perguntas " Como é que..." da parte dos alunos. De início os professores podem sentir
pouco à vontade ao fazer isto, mas, com a prática, torna-se rotineiro. Os alunos, dentro
de pouco tempo, começarão a usar o modelo para expressar o seu próprio processo de
pensamento. Alguns alunos poderão necessitar de ver e ouvir o modelo várias vezes
antes de se sentirem à vontade para experimentá-lo sozinhos. Os estímulos poderão ser
necessários de início, mas à medida que os alunos se vão tornando mais seguros, os
estímulos vão desaparecendo.

Feedback
O feedback deverá ser individualizado para cada aluno. Em geral, deve ser frequente e
positivo, mas também correctivo quando necessário. Os alunos necessitam de feedback
do que eles estão a fazer correctamente e do que estão a fazer mal. Uma estratégia útil e
positiva do feedback positivo é a publicação do trabalho de maneira a que todos
vejam, quer num jornal de parede ou mesmo na porta de um frigorífico em casa. Assim
dá-se a conhecer que o trabalho foi bom!
Lipson e Wickizer (1989) sublinham a importância do feedback no reforço da
compreensão da leitura. No seu estudo, eles interromperam deliberada e periodicamente
a leitura dos alunos e encorarajaram-nos a falar sobre aquilo que estavam a pensar
enquanto estavam a ler. O diálogo que se vai estabelecer dá ao professor a oportunidade
de fazer um feedback das várias estratégias de compreensão dos alunos. Um feedback
positivo não deve estar reservado apenas para a completação com sucesso de um
trabalho ou de um projecto; também deverá ser feito para reconhecer a qualidade da sua
actividade cognitiva em cada etapa do processo.

Actividades de consolidação
No ensino estratégico, as actividades de consolidação são tão importantes como as
actividades de antecipação. Proporcionam um resumo do que tem vindo a ser realizado
e também servem de transição para aquilo que os alunos vão fazer a seguir. Podem
servir como estímulos para as ideias principais, para tirar apontamentos e para a
clarificação de perguntas. O seguinte exemplo de actividade de consolidação foi tirado
da "estratégia para a realização de um teste" (Test taking strategy) (Hughes et al. 1988):

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

"Hoje demonstrei como usar a estratégia para a realização de um teste durante o teste.
Vocês também experimentaram alguns dos passos. Uma vez que tiveram tanto sucesso
na vossa primeira tentativa de uso desta estratégia, tenho a certeza que a vão dominar
num instante. Na próxima vez que nos encontrarmos, vocês vão trabalhar na
memorização dos passos de "PIRATES", de modo a que consigam dizer a vocês
próprios como é a estratégia.
As actividades de consolidação são parte do ensino estratégico. Os professores e os pais
devem dar tempo suficiente aos alunos para essas actividades quando estiverem a
planificar uma instrução.

CRIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS NOVAS


Neste estudo foram apresentadas várias estratégias de aprendizagem para alunos
problemáticos. Podem-se encontrar muitas mais na literatura sobre este assunto.
Algumas das melhores estratégias podem ser aquelas que os próprios professores e pais
criam . Seguem-se algumas indicações a ter em conta quando queremos criar as nossas
próprias estratégias de aprendizagem.
1. Tem a certeza que o problema é mesmo a falta de uma estratégia efectiva?
2. O aluno tem os pré-requisitos para conseguir aprender a estratégia?
3. A estratégia pode ser usada em vários contextos: escola, casa, local de estudo?
4. As etapas da estratégia estão numa sequência correcta?
5. A estratégia estimula o aluno a fazer alguma coisa?
6. A estratégia contém mnemónicas, estímulos, etc.?
7. Há mais do que oito passos na estratégia?
8. O aluno compreende todos os conceitos e palavras usadas na estratégia?
9. A estratégia pode, eventualmente, ser personalizada ou adaptada e continuar
efectiva?
10. O aluno quer aprender a estratégia?
Se verificarmos que todas estas indicações são respeitadas, então algum aluno irá
beneficiar da estratégia. Idealisticamente, os alunos com problemas de aprendizagem
serão capazes de criar as suas próprias estratégias.. O objectivo da instrução estratégica
é tornar os alunos eficientes e autónomos!

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ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS PROBLEMÁTICOS

Retirado de:
http://www.malhatlantica.pt/ecae-cm/aprendizagem3.htm

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