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A recuperação imediata de informação gera uma confiança do usuário no bibliotecário, mas

esta habilidade só pode ser obtida através do prévio conhecimento das fontes e dos sistemas,
por isso, uma boa memória e conhecimento referencial garantem que o bibliotecário não fique
refém apenas da busca por termos de entrada. Além da grande maioria das pesquisas simples,
pode haver uma demanda por consultas focadas na totalidade de um assunto ou área, para estas
é preciso mais acuidade do bibliotecário na pesquisa informatizada, buscando diversas fontes
de referência. Também é importante preservar e se atentar às buscas que não trouxerem
resultado no sistema, para que posteriormente o bibliotecário possa procurar fontes prováveis
para estas buscas e ampliar o alcance informacional da biblioteca.

No momento da consulta deve haver reflexão por parte do bibliotecário, não uma impulsão às
prateleiras, pois o ato da busca por informação é um problema técnico, não de conhecimento
literário. De nada adianta o bibliotecário ter um vasto conhecimento sobre o assunto pedido se
não tiver o conhecimento técnico necessário para manusear o sistema e também a sensibilidade
e experiencia para recorrer as mais diversas fontes de referência.

O processo de busca geralmente tem duas fases, a da escolha de palavras-chave e a da busca no


acervo. Charles A. Bunge ressalta que as estratégias dos bibliotecários para a recuperação de
informação são heurísticas, ou seja, são desenvolvidas a partir do subconsciente. William A.
Katz ressalta que um método definitivo para o ato da busca é impossível, devido as variantes
psíquicas dos bibliotecários. D. J. Foskett chama atenção pra a importância do "faro" do
bibliotecário de referência, que só pode ser adquirido a partir da experiência. A análise facetada
de Ranganathan também é citada no texto e pode ser utilizada para a tarefa de recuperação, de
forma que o bibliotecário delibere sobre "personalidade", "matéria", "energia", "espaço" e
"tempo" na hora da busca.

O texto ressalta como a recuperação deve ser feita a partir de palavras-chave, suprimindo
palavras funcionais e, se necessário, traduzindo termos para palavras-chave que recuperariam
a informação mais facilmente. O bibliotecário nesta tarefa também pode recorrer a fontes
diversas, como bibliografias, dicionários, etc, para achar palavras-chave úteis para a
recuperação da informação, em especial em tesauros ou cabeçalhos em controles de autoridade.
O enunciado de busca é indissociável da fonte de informação, por isso não há como determinar
um enunciado universal, cada enunciado vai variar de acordo com a fonte de informação. As
quatro fontes básicas de referência para o bibliotecário são os catálogos, as bibliografias, as
obras de consulta e a literatura especializada. Além destes, o próprio pessoal, ou seja, os
funcionários da biblioteca, também podem ser uma importante fonte de referência.

Segundo o texto as classificações bibliográficas e os livros de referência (dicionários,


enciclopédias, guias, etc) são as melhores fontes de referência para o bibliotecário. O texto
chama atenção para o fato do catálogo ser descritivamente limitado, e com isso, o bibliotecário
de referência ter que recorrer a outras fontes, como as bibliografias ou literatura especializada.
Apesar disso, o catálogo em linha proporcionou uma maior eficiência na recuperação de
informação, frente ao catálogo manual.

Outra importante fonte de referência é o material humano, o pessoal. A partir dele se


desenvolvem nas bibliotecas arquivos informais a partir de buscas de difícil acesso, além de
buscas a partir de qualquer informação relevante ou curiosa que não consta num índice ou
bibliografia, que possa ter sido identificada pelo bibliotecário. Inclusive há bibliografias que
foram desenvolvidas a partir destas fichas informais.

Os princípios básicos de busca são partir do geral pro específico, do conhecido pro
desconhecido, mas não há um modo exato de você seguir estes passos e são normalmente
ignorados na prática. O melhor método de análise de busca identificado no texto é o de Jahoda,
que busca identificar os "conhecidos e desejados", no caso o "conhecido" sendo o "gancho"
dado pelo usuário e o "desejado" o objetivo de sua busca. A partir disso é feita uma análise para
descobrir qual ferramenta de referência é mais adequada para recuperar a informação. Apesar
de tudo, a rotina de busca continua sendo intuitiva.

O texto afirma que em certas ocasiões o catálogo manual pode ser mais útil que o informatizado,
quando o usuário despende de uma informação básica que possa ser encontrada numa
bibliografia impressa, não há por que usar o sistema informatizado, este deve ser priorizado
para pesquisas mais pormenorizadas. No princípio se acreditava que os sistemas informatizados
não serviriam para pesquisas de autor e título, mas isso se alterou desde 1984, quando se
identificou que estes sistemas poderiam ser usados para consultas simples e eram mais
eficientes que os catálogos manuais.

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