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14816 - Estruturas de Edifı́cios

Evandro Paulo Folletto

Universidade do Oeste do Estado de Santa Catarina - Unoesc

2019

Evandro Paulo Folletto (Unoesc) 14816 - Estruturas de Edifı́cios 2019 1/1


1 Introdução

2 Projeto estrutural

3 Comportamento não linear das estruturas


Não linearidade fı́sica - NLF
Não linearidade geométrica - NLG
Efeitos de primeira e segunda ordem
Processos para classificação da estrutura

4 Parâmetro de instablidade α

5 Coeficiente γz

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1 Introdução

2 Projeto estrutural

3 Comportamento não linear das estruturas


Não linearidade fı́sica - NLF
Não linearidade geométrica - NLG
Efeitos de primeira e segunda ordem
Processos para classificação da estrutura

4 Parâmetro de instablidade α

5 Coeficiente γz

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A disciplina de Estruturas de Edifı́cios é oferecida na 9a fase do curso de
Engenharia Civil da Unoesc. Para ter um bom aproveitamento e compreensão
da disciplina é interessante ter cursado as componentes relacionadas aos
assuntos de análise estrutural, concreto armado e fundações.
Aqui, serão discutidos aspectos relacionados ao projeto de estruturas de
edifı́cios, como por exemplo a disposição dos elementos estruturais, influência
das dimensões dos elementos, parâmetros de instabilidade α e γz , não
linearidade geométrica, não linearidade fı́sica, entre outros.
Na sequência, será discutida a elaboração de uma planta de formas para um
projeto estrutural, analisando as diferentes soluções possı́veis, e variáveis a
serem consideradas na etapa de lançamento estrutural.
Posteriormente, em laboratório, será estudada a ferramenta computacional
Eberick, onde será lançado um modelo estrutural para uma edificação. Serão
abordados aspectos relacionados ao lançamento estrutural, processamento e
detalhamento do projeto.

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1 Introdução

2 Projeto estrutural

3 Comportamento não linear das estruturas


Não linearidade fı́sica - NLF
Não linearidade geométrica - NLG
Efeitos de primeira e segunda ordem
Processos para classificação da estrutura

4 Parâmetro de instablidade α

5 Coeficiente γz

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Ao pensarmos na sequência de passos de um projeto estrutural, tendo posse
de um projeto arquitetônico, temos:
- elaboração do modelo estrutural: são definidas as posições dos pilares,
vigas e lajes. Nesta etapa muitas são as variáveis que devem ser levadas em
consideração. Todas as etapas são importantes, mas essa, sem dúvida, é a
que necessita de maior experiência do profissional. Um modelo mal
concebido pode gerar resultados economicamente inviáveis.
-análise estrutural: conforme item 14.3.1 da NBR 6118, o objetivo da análise
estrutural é determinar os efeitos das ações em uma estrutura, com a
finalidade de efetuar verificações dos estados-limites últimos e de serviço.
Aqui, é comum que sejam feitas mudanças relacionadas ao modelo estrutural,
estando o projetista ”transitando” entre estas duas primeiras etapas.
-dimensionamento estrutural: aqui, com as informações obtidas na análise
estrutural dimensionanam-se os elementos para o ELU, e verificam-se os
ELS. Observa-se: se a análise estrutural não for realizada de forma correta,
de nada adianta o dimensionamento ser perfeito, já que os elementos estarão
dimensionados para esforços equı́vocados.
-detalhamento estrutural: os resultados obtidos no dimensionamento devem
ser detalhados de tal forma que seja de fácil compreensão e execução.
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Como comentado, o projetista trabalha nas duas primeiras etapas
simultaneamente, pois, ao verificar resultados não satisfatórios na análise
estrutural, pode-se verificar a necessidade de alguma alteração no modelo
inicialmente concebido. Tal situação é muito comum e necessária, mais do
que isso, questionar os resultados obtidos na análise estrutural é um dever do
engenheiro civil responsável pelo projeto.
Atualmente, as ferramentas computacionais não dispõem de comandos
relacionados à elaboração (e otimização) do modelo estrutural, ou seja, tal
tarefa é exclusiva do projetista e, dessa forma, depende muitas vezes da
experiência deste.
Agora, adicionamos um fato na conversa: determinados projetos demandam
soluções complexas, sendo muitas vezes difı́cil de ”visualizar” os resultados!
Para exemplificar o citado acima, utilizando as ferramentas Ftool e Excel, o
seguinte objetivo é proposto: diminuir o deslocamento horizontal no topo do
pórtico plano mostrado na sequência.
Para tal tarefa, existem algumas possibilidades, uma delas é aumentar a
inércia dos pilares, que pode ser obtida, neste caso, rotacionando-os. A
pergunta é: é mais efetivo rotacionar P1, P2 ou P3 quando do objetivo de
diminuir o deslocamento horizontal no topo do pórtico?
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1 Introdução

2 Projeto estrutural

3 Comportamento não linear das estruturas


Não linearidade fı́sica - NLF
Não linearidade geométrica - NLG
Efeitos de primeira e segunda ordem
Processos para classificação da estrutura

4 Parâmetro de instablidade α

5 Coeficiente γz

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As estruturas respondem de uma forma tipicamente não linear, por exemplo:
- ao aplicar uma carga P na estrutura, lê-se um deslocamento d;
e,
- ao aplicar uma carga 2P o deslocamento observado é diferente de 2d.
Ou seja, os deslocamentos, esforços e tensões são desproporcionais a
aplicação da carga.
Tal situação se deve ao fato de que a estrutura apresenta um comportamento
não linear, e alguns são os fatores que influenciam este comportamento:
a) não-linearidade fı́sica (NLF);
b) não-linearidade geométrica (NLG).
É interessante que se diga que o item b citado acima, está relacionado com a
posição deformada da estrutura, logo, com os seus deslocamentos.
Chama-se atenção a este fato pois sabe-se que as edificações, ao longo dos
anos, passaram de estruturas muito rı́gidas para estruturas mais flexı́veis,
esbeltas e deslocáveis. Tal fato se deve a vários fatores, entre os quais,
evolução dos materiais empregados e análises computacionais mais
sofisticadas, porém, mais evidente fica a necessidade da consideração da não
linearidade geométrica.

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1 Introdução

2 Projeto estrutural

3 Comportamento não linear das estruturas


Não linearidade fı́sica - NLF
Não linearidade geométrica - NLG
Efeitos de primeira e segunda ordem
Processos para classificação da estrutura

4 Parâmetro de instablidade α

5 Coeficiente γz

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A não linearidade fı́sica está relacionada com o comportamento não linear dos
materiais. Este comportamento possui dois aspectos principais:
- as propriedades dos materiais envolvidos, que são aço e concreto possuem
uma resposta não linear;
- os elementos estruturais de concreto armado estão comumente fissurados
quando solicitadas.
Conforme o item 15.7.3 da NBR 6118, para a análise dos esforços globais de
2a ordem, em estruturas reticuladas com no mı́nimo quatro andares, pode ser
considerada a não linearidade fı́sica de maneira aproximada, tomando-se
como rigidez dos elementos estruturais os valores seguintes:
)sec = 0, 3 · Ec · Ic
- lajes: (EI(
(EI )sec = 0, 4 · Ec · Ic para A0s 6= As
- vigas =
(EI )sec = 0, 5 · Ec · Ic para A0s = As
- pilares: (EI )sec = 0, 8 · Ec · Ic
Onde:
Ic - momento de inércia da seção bruta de concreto;
Ec - valor representativo do módulo de deformação do concreto.

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1 Introdução

2 Projeto estrutural

3 Comportamento não linear das estruturas


Não linearidade fı́sica - NLF
Não linearidade geométrica - NLG
Efeitos de primeira e segunda ordem
Processos para classificação da estrutura

4 Parâmetro de instablidade α

5 Coeficiente γz

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A não linearidade geométrica está relacionada ao comportamento da
estrutura como um todo, levando em consideração que a posição deformada
da estrutura gera uma nova distribuição dos esforços nesta, podendo gerar
acrescimos de esforços importantes e comprometer a segurança. Tal situação
se deve ao fato de que, quando a estrutura é solicitada por cargas verticais e
horizontal simultaneamente, as cargas verticais podem ocasionar novos
esforços quando atuantes na estrutura deformada.
Este efeito está relacionado com a deformação da estrutura, desta forma,
estruturas que sofrem deslocamentos muito pequenos, estes efeitos são
pequenos, podendo ser desprazados. Por outro lado, em estruturas que os
deslocamentos são significantes (estruturas flexı́veis) estes efeitos devem ser
considerados (considerando que existam cargas verticais significantes).

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1 Introdução

2 Projeto estrutural

3 Comportamento não linear das estruturas


Não linearidade fı́sica - NLF
Não linearidade geométrica - NLG
Efeitos de primeira e segunda ordem
Processos para classificação da estrutura

4 Parâmetro de instablidade α

5 Coeficiente γz

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Análise de uma estrutura na posição indeformada, gera esforços ou
deslocamentos ditos de primeira ordem.
Análise de uma estrutura na posição deformada, gera esforços ou
deslocamentos ditos de segunda ordem.
A NBR 6118 (item 15.4.2) classifica as estruturas em: de nós fixos e de nós
móveis.
estruturas de nós fixos: quando os deslocamentos horizontais dos nós são
pequenos e, por decorrência, os efeitos globais de 2a ordem são desprezı́veis
(inferiores a 10 % dos respectivos esforços de 1a ordem). Nessas estruturas,
basta considerar os efeitos locais e localizados de 2a ordem.
estruturas de nós móveis: onde os deslocamentos horizontais não são
pequenos e, em decorrência, os efeitos globais de 2a ordem são importantes
(superiores a 10 % dos respectivos esforços de 1a ordem). Nessas estruturas
devem ser considerados tanto os esforços de 2a ordem globais como os locais
e localizados.
Todavia, há estruturas em que os deslocamentos horizontais são grandes e
que, não obstante, dispensam a consideração dos efeitos de 2a ordem por
serem pequenas as forças normais e, portanto, pequenos os acréscimos dos
deslocamentos produzidos por elas.
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4 Parâmetro de instablidade α

5 Coeficiente γz

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A NBR 6118, no item 15.5, apresenta dois processos que permitem a
classificação da estrutura em nós fixos e nós móveis, ou seja, para indicar se
basta uma análise linear ou é se são necessários cálculos mais rigorosos.
Estes processos são:
- parâmetro de instabilidade α;
- coeficiente γz .
Alguns autores comentam que o coeficiente γz permite a previsão dos
acréscimos de esforços de segunda ordem (com algumas ressalvas).

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3 Comportamento não linear das estruturas


Não linearidade fı́sica - NLF
Não linearidade geométrica - NLG
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4 Parâmetro de instablidade α

5 Coeficiente γz

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Conforme o item 15.5.2 da NBR 6118, uma estrutura reticulada simétrica
pode ser considerada como sendo de nós fixos se seu parâmetro de
instabilidade α for menor que o valor α1 , conforme a expressão:
p
α = Htot · Nk /(Ecs Ic )

onde:(
n ≤ 3 → 0, 2 + 0, 1n
α1 =
n ≥ 4 → 0, 6
onde:
n - número de nı́veis de barras horizontais (andares) acima da fundação ou de
um nı́vel pouco deslocável do subsolo;
Htot - altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um
nı́vel pouco deslocável do subsolo;
Nk - o somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir
do nı́vel considerado para o cálculo de Htot ), com seu valor caracterı́stico;
Ecs Ic - representa o somatório dos valores de rigidez de todos os pilares na
direção considerada. No caso de estruturas de pórticos, de treliças ou mistas,
ou com pilares de rigidez variável ao longo da altura, pode ser considerado o
valor da expressão Ecs Ic de um pilar equivalente de seção constante.
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O valor de Ic deve ser calculado considerando as seções brutas dos pilares.
A rigidez do pilar equivalente deve ser determinada da seguinte forma:
- calcular o deslocamento do topo da estrutura de contraventamento, sob a
ação do carregamento horizontal na direção considerada;
- calcular a rigidez de um pilar equivalente de seção constante, engastado na
base e livre no topo, de mesma altura Htot , tal que, sob a ação do mesmo
carregamento, sofra o mesmo deslocamento no topo.

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Processos para classificação da estrutura

4 Parâmetro de instablidade α

5 Coeficiente γz

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Conforme o item 15.5.3 da NBR 6118, o coeficiente γz de avaliação da
importância dos esforços de segunda ordem globais é válido para estruturas
reticuladas de no mı́nimo quatro andares. Ele pode ser determinado a partir
dos resultados de uma análise linear de 1a ordem, para cada caso de
carregamento, adotando-se os valores de rigidez dados na NLF aproximada.
O valor de γz para cada combinação de carregamento é dado pela expressão:

1
γz =
∆Mtot ,d
1−
M1,tot ,d

onde:
M1,tot ,d - é o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de
todas as forças horizontais da combinação considerada, com seus valores de
cálculo, em relação à base da estrutura;
∆Mtot ,d - é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na
estrutura, na combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos
deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos
da análise de 1a ordem.
A estrutura é de nós fixos se for obedecida a condição γz ≤ 1, 1
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