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Berenice de Fátima Pretto Soares PDF
Berenice de Fátima Pretto Soares PDF
Ijuí, 2017
UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
CURSO DE PSICOLOGIA
Ijuí 2017
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 6
CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 28
INTRODUÇÃO
Freud nos diz que o indivíduo preserva seus sentimentos intactos, sua origem
permanece imutável em sua mente. Ele evolui constantemente, sujeito à cultura, às
leis e padrões sociais, mas o instinto humano permanece guardado. Para que o
homem responda à imagem padronizada que a sociedade dele espera, ele reprime
seus instintos por meio da satisfação do objeto do mundo externo, quando, então
dá-se a construção do ego.
O amor pelo objeto externo torna-se o centro de tudo para a satisfação interna
e o sentimento sexual em amar e ser amado dá origem a três comportamentos
distintos: a preferência aos relacionamentos emocionais com outras pessoas; o
narcisista, autosuficiente, que busca sua satisfação em seus processos mentais
internos; e, finalmente, o homem de ação, que nunca abandonará o mundo externo,
onde pode testar sua força. O risco é que o indivíduo, em sua busca, deparar-se-á
com a frustração, punição, culpa, compulsão, neurose obsessiva, transtornos,
sintomas esses que são manifestações do desejo externo na insatisfação de seu
ideal, não realizado, ou realizado insatisfatoriamente, na maneira em que é buscado.
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Para o sujeito moderno o luxo não é supérfluo, mas necessário. Ele não é
mais um ser definido por regras tradicionais, mas um ser amparado pela distribuição
de bens, ou, o que é mais radical na sua análise, "não é mais a classe social que dá
direito ao luxo, mas é o acesso ao luxo que decide a classe e o lugar social de cada
um" (CALLIGARIS, 1999, p. 16). Para o autor, a modernidade é uma nova
organização psíquica e a colonização das Américas é o retrato dessa nova
subjetividade. O fundamento dessa hipótese apoia-se na seguinte assertiva: "a
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Com a angústia que lhe é própria, cada indivíduo moderno lida como pode, ou
seja, segundo as modalidades próprias a sua particularidade. Nesta tarefa, a
psicanálise pode lhe ser de grande ajuda. O extraordinário da descrição freudiana do
sujeito moderno, aliás, é que ela é suficientemente complexa para continuar valendo
para seus diferentes sujeitos.
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Todo indivíduo tem o direito de não mais se entusiasmar com nada mais que
represente o pacifismo e a moral humanitária. Por consequência, o ódio ao outro se
tornou furtivo, ferino e, ainda mais, perigoso. O outro passou a ser sempre uma
vítima, e é aí que se gera a intolerância, pela vontade de estabelecer no outro a
harmonia absoluta de um eu narcísico, cujo ideal seria destruí-lo antes mesmo de
sua existência.
Constata Alain Ehrengerg (1997, p. 17) que o drogado é, ainda hoje, a figura
simbólica empregada para definir as feições do anti-sujeito. Antigamente, era o louco
que ocupava esse lugar. Se a depressão é a história de um sujeito incontrolável, a
drogadição é a nostalgia de um sujeito perdido.
fuga. O ego retira sua catexia (pré-consciente) do representante instintual que deve
ser reprimido e utiliza essa catexia para a finalidade de liberar o desprazer
(ansiedade) (Freud, 1925-1926, p. 114).
Freud relata que existe uma relação entre inibição e angústia, uma vez que as
primeiras podem surgir como uma tentativa de evitar a angústia. Para ele as
inibições têm diferentes origens: podem surgir em decorrência de uma tentativa do
ego em evitar um conflito com o id, com o superego ou podem ocorrer em função de
um empobrecimento da quantidade de energia.
casos, não seria o medo, mas sim, o deslocamento (substituição) da figura do pai
pela de um animal (cavalos no primeiro caso e lobos, no segundo).
Freud afirma que existe uma grande relação entre angústia e sintoma, já que
estes se formam com a finalidade de evitar a angústia: os sintomas “reúnem a
energia psíquica que de outra forma seria descarregada como angústia. Assim este
seria o fenômeno fundamental e o principal problema da neurose” (Freud, 1925-
1926, p.142). A angústia, diz ele, é condição necessária para o surgimento do
sintoma, pois é ela que desperta o mecanismo prazer-desprazer, que paralisa os
processos do id.
Com relação ao temor de castração das mulheres, Freud alterna sua opinião,
conforme o que considera castração: temor da perda do pênis ou medo de
separação. Em alguns momentos, afirma que a angústia de castração não existiria,
uma vez que estas já são castradas e em outros, diz que está presente e aparece
pelo medo da perda de amor.
Com relação à fobia, o autor salienta que há uma distorção com relação à
localização da ameaça, que evidencia duas vantagens. Por um lado, evita um
conflito com relação à ambiguidade de sentimentos perante o pai (é amado e
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odiado) e, por outro, impede o ego de gerar angústia, já que o perigo interno é
projetado para outro externo, de forma que passa a ser possível fugir do perigo - o
que não ocorre quando este surge de dentro (ao preço de uma inibição do ego,
como fez Hans, impondo uma restrição a este). “A angústia que pertence a uma
fobia é condicional: ela só surge quando o objeto dela é percebido” (Freud, 1925-
1926, p.125)
Freud faz uma distinção entre angústia (Angst) e medo (Furcht) afirmando
que a primeira é sem objeto. Diz que na angústia o perigo é desconhecido
(desamparo psíquico), diferentemente da angústia realística (desamparo físico), em
que se conhece o perigo. “A angústia, por conseguinte, é, por um lado, uma
expectativa de um trauma e, por outro, uma repetição dele em forma atenuada”
(Freud, 1925-1926, p.161)
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Um sujeito que não pode ser traduzido pelas substâncias produzidas por seu
funcionamento cerebral. Pretendendo negar a dinâmica da existência, o homem
comportamental vive ansioso por absorver a ideia de felicidade; mas não pode evitar
a eventualidade de se deprimir. É quando então, diagnosticado como um portador
da patologia depressiva e/ou ansiosa, são-lhe prescritos os psicotrópicos, com a
garantia da eliminação da doença. Para Elisabeth Roudinesco, quem está deprimida
é a sociedade contemporânea, já que é propagadora da obtenção de padrões de
normalidade, confirmados por uma ciência neuronal e farmacológica, que submete o
psiquismo e suas implicações existenciais às respostas exclusivamente
neurobiológicas.
Porque, como ela mesma afirma, felizmente, não há pretensão científica que
ponha termo à subjetividade humana.
CONCLUSÃO
Freud (1912) nos diz que dois são os tipos de doenças psíquicas. Um advém
das mudanças no mundo externo e adoece-se por uma experiência, o outro advém
de uma mudança interna, por um processo de organização do ego para resistir às
pulsões do id, às cobranças do superego e às pressões da realidade. Nesse
horizonte, a medicalização entra em segundo plano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS