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PSICOLOGIA APLICADA AO CURSO

TÉCNICO EM LABOTATÓRIO
Profª. Psi. Karla Michelle Cabral França Azevedo
INTRODUÇÃO À DISCIPLINA

Objetivo: Introduzir a Psicologia apresentando a sua definição e o seu


objeto de estudo. Relações Humanas, sua aplicação junto aos profissionais de
saúde, Grupos, Condições Pessoais, Preparo das pessoas para viveram em
grupo, Estudo da Personalidade, Ajustamento da personalidade, Níveis de
vida mental, Sensação e percepção, Emoção e Sentimento do
desenvolvimento humano.

Trabalhar o discurso ético dentro dos padrões e discussões das temáticas de


saúde; o discussão sobre o que é ético e o não ético e conceito de moralidade.
Trabalhando as questões dos procedimentos bioéticos.
INTRODUÇÃO À DISCIPLINA

Inicio da disciplina: 29/07/2019

Término da disciplina:

Carga horária: 50 horas

3 avaliações (prova, atividade/trabalhos, assiduidade)

O aluno tem direito a uma reposição


CONTEÚDO DA DISCIPLINA

MÓDULO 1: INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

Definição: O que é psicologia? História da


psicologia
Objeto de Estudo
Psicologia
A Evolução da Ciência Psicologia cientifica

As teorias do
século XX
CONTEÚDO DA DISCIPLINA

MÓDULO 1: INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

História da
Wilhelm Wundt
psicologia

- Estruturalismo
Psicologia
- Funcionalismo
científica
- Associacionismo
CONTEÚDO DA DISCIPLINA

MÓDULO 1: INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

- BEHAVIORISMO
- GESTALT
AS TEORIAS DO - PSICANÁLISE
SÉCULO XX - PSICOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO
HUMANO
CONTEÚDO DA DISCIPLINA
MÓDULO 2: PSICOLOGIA DA SAÚDE
Definição: O que é Personalidade?
Formação, Fatores/Determinantes da Personalidade/ Ajustamento da
Personalidade;
Abordagens da Personalidade;
Processos Psicológicos: Sensação, Percepção, Emoção e Sentimento;
CONTEÚDO DA DISCIPLINA

MÓDULO 2: TEORIAS DE PERSONALIDADE

- PERSPECTIVA
PSICANALÍTICA
TEORIAS - NEO-ANALITICA
- HUMANISTA
- APRENDIZAGEM
- COGNITIVA
CONTEÚDO DA DISCIPLINA

• MÓDULO 3: CÓDIGO DE ÉTICA – BIOÉTICA

• História da Ética;
• Definição sobre o ÉTICA;
• Diferença entre Ética e Moral;
• Ética Profissional;
• Definição de BIOÉTICA;
• História da Bioética;
• Fundamentação da Bioética – O Valor da Vida Humana;
• O Cuidado para o profissional de Laboratório;
BIBLIOGRAFIA
MÓDULO 1: INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia; Ana Mercês
Bahia Bock, 2008. Capítulos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9.

MÓDULO 2: TEORIAS DE PERSONALIDADE


Artigo: Teorias de Personalidade; Nuno Jorge Mesquita Baptista,
2008;
Teorias de Personalidade; Hall, Lindzey, Campbell. Capítulo 1;
Psicologia Geral; Elaine Maria Braghirolli, Guy Paulo Bisi, Luiz
Antônio Rizzon, Ugo Nicoletto; 2002; Editora Vozes. Capítulos 11 e
12;
MÓDULO 3: CÓDIGO DE ÉTICA – BIOÉTICA
• Princípios da Bioética e o Cuidado na Enfermagem, Ivanete da Silva Santiago
e Karen knopp de Carvalho.
• O Que é Ética, Álvaro L. M. Valls. Coleção Primeiros Passos - Nº 177, ISBN
85-11-01177-3 - Ano: 1994; Editora Brasiliense.
• Manual de Ética Geral, Padre Elton João C. Laissone, Padre Jorge Augusto e
Padre Luís Alberto Matimbiri; BEIRA,FEVEREIRO DE 2017.
• ÉTICA, ADELA CORTINA / EMILIO MARTÍNE, (Tradução do espanhol por
Silvana Cobucci Leite), Resumo Prof. Dr. Roque Junges. São Paulo: Ed.
Loyola, 2005.

AVALIAÇÃO
• 1º nota: conteúdo – Introdução à Psicologia;
• 2º nota: conteúdo – Teorias da Personalidade;
• 3º nota: conteúdo – Código de Ética - Bioética;
AVALIAÇÕES
1ª AVALIAÇÃO -
2ª AVALIAÇÃO –
3ª AVALIAÇÃO –
REPOSIÇÃO -
FINAL –
PSICOLOGIA

A palavra “psicologia” é uma palavra que tem o grego


como base de origem. Vem de PSYKHE, que pode ser
entendido como “mente” ou “alma”, junto com LOGIA,
que em português significa “estudo, tratado”. É uma
ciência que estuda a mente humana, mas se lido
literalmente, psicologia pode significar “estudo da alma”.
O QUE É CIÊNCIA?
A ciência compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre
fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por
meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos
devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e
controlada, para que se permita a verificação de sua validade.

Objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas


específicas, processo cumulativo do conhecimento,
objetividade fazem da ciência uma forma de conhecimento que
supera em muito o conhecimento espontâneo do senso comum.
Esse conjunto de características é o que permite que denominemos
científico a um conjunto de conhecimentos.
Ciência e senso comum
•As pessoas em geral possuem suas “Psicologias”.
•Usa-se “Psicologia” cotidianamente com vários sentidos
•Psicologia do senso comum: Usada pelas pessoas em geral no
cotidiano.
SENSO COMUM: Relação entre a realidade e o conhecimento
científico
•Existe um domínio da vida do cotidiano.
•O que é o cotidiano?
•A ciência é feita na realidade e no pensar do cotidiano.
•O senso comum é um conhecimento espontâneo manifestado no
cotidiano.
•O conhecimento do senso comum não é científico.
•Na tentativa de facilitar o cotidiano, o senso comum produz seu
próprio conhecimento.
OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA
Um conhecimento, para ser considerado científico, requer
um objeto específico de estudo.

Qual é, então, o objeto específico de estudo da Psicologia?


Se dermos a palavra a um psicólogo comportamentalista, ele
dirá:

“O objeto de estudo da Psicologia é o comportamento


humano”. Se a palavra for dada a um psicólogo psicanalista,
ele dirá: “O objeto de estudo da Psicologia é o inconsciente”.
Outros dirão que é a consciência humana, e outros, ainda, a
personalidade.
DIVERSIDADE DE OBJETOS DA PSICOLOGIA
A diversidade de objetos da Psicologia é explicada pelo fato de este campo do
conhecimento ter-se constituído como área do conhecimento científico só muito
recentemente (final do século 19). Como a psicologia é uma ciência muito nova, ela
não teve tempo ainda de apresentar teorias acabadas e definitivas, que permitam
determinar com maior precisão seu objeto de estudo.

Um outro motivo que contribui para dificultar uma clara definição de objeto da
Psicologia é o fato de o cientista — o pesquisador — confundir-se com o objeto a
ser pesquisado. No sentido mais amplo, o objeto de estudo da Psicologia é o
homem, e neste caso o pesquisador está inserido na categoria a ser estudada.

E por fim, essa diversidade de objetos justifica-se porque os fenômenos


psicológicos são tão diversos, que não podem ser acessíveis ao mesmo nível de
observação e, portanto, não podem ser sujeitos aos mesmos padrões de descrição
e interpretação.
SUBJETIVIDADE
A Psicologia se dedica ao estudo da SUBJETIVIDADE:

É a forma particular e específica de contribuição para a compreensão da


totalidade da vida humana.

Nossa matéria-prima, portanto, é o homem em todas as suas expressões, as


visíveis (nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as
singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos
assim) — é o homem-corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação e
tudo isso está sintetizado no termo subjetividade.

A subjetividade é a síntese singular e individual. Esta síntese é o mundo de


idéias, significados e emoções construído internamente pelo sujeito a partir de
suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica; é,
também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais.
AS 3 (TRÊS) PRINCIPAIS TEORIAS DA
PSICOLOGIA MODERNA
Os seres humanos como conhecemos hoje, apareceram na
Terra há cerca de 100.000 anos atrás. Desde então têm
estado provavelmente tentando compreender-se a si mesmo.
Aristóteles (384-322 a.C.), o filósofo grego, e considerado o
Pai da Psicologia. Entretanto, a especulação sobre assuntos
psicológicos não começou com este pensador grego.
Centenas de anos antes de Aristóteles, os primeiros filósofos
de que se tem notícia já lidavam com esses assuntos.
BEHAVIORISMO OU COMPORTAMENTALISMO
• John Watson criticava o estruturalismo e o funcionalismo se
queixando sobre o fato de que os fatos da consciência não
podiam ser testados e reproduzidos por todos os observadores
treinados, pois dependiam das impressões e características de
cada pessoa.
• Watson sentiu que os psicólogos deviam estudar o
comportamento observável e adotar métodos objetivos. Em
1912, nasceu o behaviorismo e dominou a psicologia
americana por trinta anos.
• Os psicólogos behavioristas estudavam os eventos ambientais
(estímulos), o comportamento observável (respostas) e como a
experiência influenciava o comportamento, as aptidões e os
traços das pessoas mais do que a hereditariedade.
• Frederick Skinner vai além do behaviorismo de Watson e com
ele nasce o behaviorismo radical que também considera os
eventos ambientais, o comportamento observável (ações do
indivíduo), mas também considera os comportamentos internos
ou privados (pensar, sentir, etc).
GESTALT
• A Psicologia da Gestalt pode ser também vista como a
Psicologia da forma. Os gestaltistas estão preocupados em
compreender quais os processos psicológicos envolvidos
na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido
pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na
realidade.
• Max Wertheimer (1880-1943) fundou o movimento da
Gestalt. "O todo é diferente da soma das partes", este é o
slogan do movimento da Gestalt. O que a pessoa é (o
todo) são junções de várias características próprias dela
(as partes).
• Aos gestaltistas interessa muito saber sobre os
significados que os seres humanos impõem aos objetos e
acontecimentos de seu mundo, a percepção, a solução de
problemas e o pensamento.
PSICANÁLISE
Freud adotou a hipnose para ajudar as
pessoas a reviverem as experiências
traumáticas do passado que pareciam
associadas com seus sintomas atuais.
Entretanto, nem todos podiam atingir um
estado de transe e a hipnose parecia
resultar em curas temporárias, com o
aparecimento posterior de novos
sintomas. Freud então desenvolveu o
método da associação livre no qual os
pacientes deitavam num divã e eram
encorajados a dizer o que quer que lhes
viesse à mente (desejos, conflitos,
temores, pensamentos e lembranças),
sendo também convidados a relatar seus
sonhos.
HEREDITARIEDADE X MEIO AMBIENTE
As pessoas são muito variadas. Diferem quanto ao tamanho, religião,
sexo, idade, inteligência e educação. Diferem ainda quanto às
características sociais, econômicas e morais.
A individualidade é o resultado de características biológicas ou herdadas
(hereditárias) e é ainda influenciada pelo meio ambiente onde vivem. Na
realidade o que faz uma pessoa ser aquilo que é resulta da combinação
dos fatores herdados e do seu meio ambiente.
Características herdadas:
Fatores relacionados com a aparência física são geralmente
considerados herdados.
• A não se que haja trauma cefálico ou doença, o intelecto e a altura são
determinados biologicamente.
• A não ser que haja tratamento medicamentoso ou raios luminosos
externos, a cor da pele também é predeterminada.
• A não ser que haja ferimento ou operação plástica, a forma do nariz e
orelhas é predeterminada.
Características ambientais:
• O meio ambiente abrange muitas influências.
• O meio químico pré-natal: drogas, nutrição e hormônios
• O meio químico pós-natal: oxigênio e nutrição

As experiências sensoriais constantes: os eventos


processados pelos sentidos inevitáveis a qualquer
indivíduo como sons de vozes humanas, contato físico
com as pessoas, etc. Todos passam por essas
experiências.
As experiências sensoriais variáveis: eventos processados
pelos sentidos e que diferem de um animal para outro da
mesma espécie, dependendo das circunstâncias
particulares de cada indivíduo. Nem todos passam por
essas experiências.
O melhor argumento a favor da influência ambiental na
formação da personalidade encontra-se no estudo
desenvolvido com gêmeos idênticos, que são criados em
lugares diferentes por diferentes pessoas. Podem ser
encontradas diferenças quanto à estatura e seus Q.I.,
conceito social, pessoal e metas de trabalho. O meio
ambiente desempenha importante papel nessa
diferenciação.
A hereditariedade e o meio interagem continuamente,
influenciando o desenvolvimento. A hereditariedade
programa as potencialidades humanas das pessoas, o meio
faz essas potencialidades se desenvolverem ou não, para
mais ou para menos.
Não é relevante a discussão a respeito se a hereditariedade
ou o meio é mais significativo, pois ambos são
absolutamente essenciais.
Cada ser humano é diferente, pois cada um traz diferentes
experiências de vida, e, portanto, é emocional, intelectual e
socialmente diferente dos demais.
Saber como as pessoas desenvolvem as ideias e quais são
as suas necessidades é fundamental para a formação de
um bom profissional da área de saúde; mas é igualmente
fundamental que este profissional se conheça muito bem.
O profissional da área de saúde interage com pessoas
diferentes umas das outras. A maior dificuldade em lidar
com essas pessoas – médicos, enfermeiras, parentes dos
doentes e os próprios pacientes – está em que nunca duas
pessoas reagirão de maneira idêntica.
Qual a solução para esse problema?
A melhor solução é estar bem consciente da própria
maneira de agir, como pessoa, da reação dos outros às
suas iniciativas e continuar a ganhar experiência nesses
aspectos.
O PACIENTE COMO SER BIOPSICOSSOCIAL
Uma pessoa não pode ou não deve perder sua dignidade e
direitos como pessoa porque está doente. Para May (1977), em
Beland e Joyce, o fundamental da Psicologia humanística é
compreender o homem como um ser, ou seja, atingir o aspecto
mais íntimo de cada pessoa. E para que possamos atingir esse
aspecto é preciso considerar a pessoa e seu ambiente como uma
unidade composta de fatores interdependentes; é preciso
compreender a maneira de pensar, sentir e fazer que o próprio
homem desenvolveu como parte de seu ambiente e ainda ter
consciência de que o bem-estar só é alcançado quando as
necessidade estão sendo supridas satisfatoriamente.
Qualquer doença altera a atuação interpessoal e social do
indivíduo e tanto maior será essa alteração conforme for o valor
físico, emocional e intelectual que a doença representa para o
paciente e seus familiares, sem esquecer que o hospital poderá
minimizar ou exacerbar tal alteração.
A base da profissão de um profissional da saúde deve ser a crença
no valor da pessoa através do respeito ao atendimento das
necessidades básicas do paciente e, para tanto, é imprescindível
identificar seus problemas tendo amplas e atualizados
conhecimentos fisiopatológicos e psicossociais, sem os quais sua
atuação será desnecessária e, muitas vezes, prejudicial.
A PSICANÁLISE
Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico vienense que
alterou, radicalmente, o modo de pensar a vida psíquica.
O termo psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a
um método de investigação e a uma prática profissional.
Enquanto teoria, caracteriza-se por um conjunto de
conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida
psíquica.
A Psicanálise, enquanto método de investigação, caracteriza-
se pelo método interpretativo, que busca o significado oculto
daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas
produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as
associações livres, os atos falhos.
A prática profissional refere-se à forma de tratamento — a
Análise — que busca o autoconhecimento ou a cura, que
ocorre através desse autoconhecimento.
FREUD E A PSICANÁLISE
Interessou-se pelas histéricas de Charcot, e
também pela hipnose. Mais tarde abandona a
hipnose e adota um método a que chamou
“associações livres”.
Importância histórica da Psicanálise:
Tentativa de estudar as perturbações psiquiátricas
em termos psicológicos;
Modelo que tentou estabelecer uma continuidade
entre comportamento normal e patológico;
A DESCOBERTA DO INCONSCIENTE
Freud abandonou as perguntas no trabalho terapêutico
com os pacientes e os deixou dar livre curso às suas idéias,
observou que, muitas vezes, eles ficavam embaraçados,
envergonhados com algumas idéias ou imagens que lhes
ocorriam.
A esta força psíquica que se opunha a tornar consciente, a
revelar um pensamento, Freud denominou resistência.
E chamou de repressão o processo psíquico que visa
encobrir, fazer desaparecer da consciência, uma idéia ou
representação insuportável e dolorosa que está na origem
do sintoma. Estes conteúdos psíquicos “localizam-se” no
inconsciente.
A ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO - 1º TÓPICA
Em 1900, no livro A interpretação dos sonhos, Freud
apresenta a primeira concepção sobre a estrutura e o
funcionamento da personalidade. Essa teoria refere-se à
existência de três sistemas ou instâncias psíquicas:
inconsciente, pré-consciente e consciente.
O inconsciente exprime o “conjunto dos conteúdos não
presentes no campo atual da consciência”. É constituído por
conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-
consciente/consciente, pela ação de censuras internas. Estes
conteúdos podem ter sido conscientes, em algum momento,
e ter sido reprimidos, isto é, “foram” para o inconsciente.
O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido
por leis próprias de funcionamento. Por exemplo, é
atemporal, não existem as noções de passado e presente.
A ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO
O pré-consciente refere-se ao sistema onde permanecem
aqueles conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não
está na consciência, neste momento, e no momento seguinte
pode estar.

O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao


mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do
mundo interior. Na consciência, destaca-se o fenômeno da
percepção, principalmente a percepção do mundo exterior, a
atenção, o raciocínio.
A DESCOBERTA DA SEXUALIDADE INFANTIL
Em suas investigações na prática clínica sobre as causas e o
funcionamento das neuroses, descobriu que a maioria de
pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de
ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida dos
indivíduos.
Na vida infantil estavam as experiências de caráter
traumático, reprimidas, que se configuravam como origem
dos sintomas atuais, e confirmava-se, deste modo, as
ocorrências neste período da vida deixam marcas profundas
na estruturação da pessoa.
As descobertas sobre a sexualidade, colocam este tema no
centro da vida psíquica, e é postulada a existência da
sexualidade infantil.
Os principais aspectos destas descobertas são:

A função sexual existe desde o princípio da vida, logo


após o nascimento, e não só a partir da puberdade como
afirmavam as idéias dominantes.
O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e
complexo até chegar à sexualidade adulta, onde as
funções de reprodução e de obtenção do prazer podem
estar associadas, tanto no homem como na mulher.
Esta afirmação contrariava as idéias predominantes de
que o sexo estava associado, exclusivamente, à
reprodução.
A libido, nas palavras de Freud, é “a energia dos instintos
sexuais e só deles”.
No processo de desenvolvimento psicossexual, o indivíduo,
nos primeiros tempos de vida, tem a função sexual ligada à
sobrevivência, e, portanto, o prazer é encontrado no próprio
corpo, logo o corpo é erógeno. As fases do
desenvolvimento sexual como:

Fase Oral - a zona de erotização é a boca;


Fase Anal - a zona de erotização é o ânus;
Fase Fálica - a zona de erotização é o órgão sexual;
Fase da Latência - que se prolonga até a puberdade e se
caracteriza por uma diminuição das atividades sexuais, isto
é, há um “intervalo” na evolução da sexualidade.
Fase Genital - quando o objeto de erotização ou de desejo
não está mais no próprio corpo, mas era um objeto externo
ao indivíduo — o outro.
As fases do desenvolvimento psicossexuais de Freud
1 – O Estágio Oral
Faixa etária: Nascimento – 1 Ano
Zona erógena: Boca
Durante o estágio oral, a fonte primária de interação do lactente
ocorre através da boca, de modo que o enraizamento e reflexo de
sucção é especialmente importante. A boca é vital para comer e a
criança obtém prazer da estimulação oral por meio de atividades
gratificantes, como degustar e chupar. A criança é totalmente
dependente de cuidadores (que são responsáveis pela alimentação
dela), e também desenvolve um sentimento de confiança e conforto
através desta estimulação oral.
O conflito principal nesta fase é o processo de desmame – a criança
deve tornar-se menos dependente de cuidadores. Se ocorrer
a fixação nesta fase, Freud acreditava que o indivíduo teria
problemas com dependência ou agressão. Fixação oral pode
resultar em problemas com a bebida, comer, fumar ou roer as
unhas.
As fases do desenvolvimento
psicossexuais
Faixa Etária: 1 a 3 anos de Freud
Zona erógena: Entranhas e controle da bexiga
- 2 – Estágio
Anal
Durante a fase anal, Freud acreditava que o foco principal da libido estava
no controle da bexiga e evacuações. O grande conflito nesta fase é
o treinamento do toalete – a criança tem de aprender a controlar suas
necessidades corporais. Desenvolver esse controle leva a um sentimento
de realização e independência.
De acordo com Freud, o sucesso nesta fase é dependente da maneira
com que os pais se aproximam no treinamento do toalete. Os pais que
utilizam elogios e recompensas para usar o banheiro no momento
oportuno incentivam resultados positivos e ajudam as crianças a se sentir
capazes e produtivas. Freud acreditava que experiências positivas durante
este estágio servem de base para que as pessoas tornem-se adultos
competentes, produtivos e criativos.
No entanto, nem todos os pais fornecem o apoio e encorajamento que as
crianças precisam durante este estágio. Alguns pais vão
punir com ridicularização ou vergonha os acidentes das crianças.
As fases do desenvolvimento
3 –psicossexuais
A fase fálica de Freud
Faixa etária: 3 a 6 anos
Zona erógena: Genitais
Durante a fase fálica, o foco principal da libido é sobre os órgãos
genitais. Nessa idade, as crianças também começam a descobrir as
diferenças entre machos e fêmeas.
Freud também acreditava que os meninos começam a ver seus pais
como rivais pelo afeto da mãe. O complexo de Édipo descreve esses
sentimentos de querer possuir a mãe e o desejo de substituir o pai.
No entanto, a criança também teme ser punida pelo pai por estes
sentimentos, um medo que Freud denominou de angústia de
castração.
O termo complexo de Electra tem sido usado para descrever um
conjunto semelhante de sentimentos vivenciados pelas jovens.
Freud, no entanto, acredita que as meninas, em vez disso
experimentam a inveja do pênis.
As fases do desenvolvimento psicossexuais de Freud
4 – O período de latência
Faixa etária: 6 anos – puberdade
Zona erógena: sentimentos sexuais são inativos
Durante o período de latência, os interesses da libido são
suprimidos. O desenvolvimento do ego e superego contribuem
para este período de calma. O estágio começa na época em que as
crianças entram na escola e tornam-se mais preocupadas com as
relações entre colegas, hobbies e outros interesses.
O período de latência é um tempo de exploração em que a energia
sexual ainda está presente, mas é direcionada para outras áreas,
como atividades intelectuais e interações sociais. Esta etapa é
importante para o desenvolvimento de habilidades sociais e de
comunicação e autoconfiança.
As fases do desenvolvimento psicossexuais de Freud
5 - O Estágio Genital
Faixa etária: Puberdade à Morte
Zona erógena: Amadurecendo de Interesses Sexuais
Durante a fase final de desenvolvimento psicossexual, o indivíduo
desenvolve um forte interesse sexual no sexo oposto. Esta fase
começa durante a puberdade, mas passa por todo o resto da vida
de uma pessoa.
Em fases anteriores, o foco foi exclusivamente nas necessidades
individuais, porém o interesse pelo bem estar dos outros cresce
durante esta fase. Se as outras etapas foram concluídas com êxito,
o indivíduo deve agora ser bem equilibrado, tenro e carinhoso. O
objetivo desta etapa é estabelecer um equilíbrio entre as diversas
áreas da vida.
O MITO DE ÉDIPO REI
Laio, rei da cidade de Tebas e casado com Jocasta, foi
advertido pelo oráculo de que não poderia gerar filhos e, se
esse mandamento fosse desobedecido, o mesmo seria
morto pelo próprio filho, que se casaria com a mãe.
O rei de Tebas não acreditou e teve um filho com Jocasta.
Depois arrependeu-se do que havia feito e abandonou a
criança numa montanha com os tornozelos furados para que
ela morresse.
A ferida que ficou no pé do menino é que deu origem ao
nome Édipo, que significa pés inchados. O menino não
morreu e foi encontrado por alguns pastores, que o levaram
a Polibo, o rei de Corinto, este que o criou como filho
legítimo.
Já adulto, Édipo também foi até o oráculo de Delfos para
saber o seu destino. O oráculo disse que o seu destino era
matar o pai e se casar com a mãe. Espantado, ele deixou
Corinto e foi em direção a Tebas. No meio do caminho,
encontrou com Laio que pediu para que ele abrisse
caminho para passar. Édipo não atendeu ao pedido do rei
e lutou com ele até matá-lo.
Sem saber que havia matado o próprio pai, Édipo
prosseguiu sua viagem para Tebas.
No caminho, encontrou-se com a Esfinge, um monstro
metade leão, metade mulher, que atormentava o povo
tebano, pois lançava enigmas e devorava quem não os
decifrasse. O enigma proposto pela esfinge era o seguinte:
Qual é o animal que de manhã tem quatro pés, dois ao
meio dia e três à tarde?
Ele disse que era o homem, pois na manhã da vida
(infância) engatinha com pés e mãos, ao meio-dia (idade
adulta) anda sobre dois pés e à tarde (velhice) precisa das
duas pernas e de uma bengala. A Esfinge ficou furiosa por
ter sido decifrada e se matou.
O povo de Tebas saudou Édipo como seu novo rei, e
entregou-lhe Jocasta como esposa. Depois disso, uma
violenta peste atingiu a cidade e Édipo foi consultar o
oráculo, que respondeu que a peste não teria fim enquanto
o assassino de Laio não fosse castigado. Ao longo das
investigações, a verdade foi esclarecida e Édipo cegou-se e
Jocasta enforcou-se.
O complexo de Édipo acontece entre 3 e 5 anos, durante a
fase fálica. No complexo de Édipo, a mãe é o objeto de
desejo do menino, e o pai é o rival que impede seu acesso
ao objeto desejado. No caso da menina o objeto de desejo é
o pai, e a mãe é vista como uma rival.
Ele procura então ser o pai para “ter” a mãe, escolhendo-o
como modelo de comportamento, passando a internalizar as
regras e as normas sociais representadas e impostas pela
autoridade paterna.
Posteriormente, por medo da perda do amor do pai,
“desiste” da mãe, isto é, a mãe é “trocada” pela riqueza do
mundo social e cultural, e o garoto pode, então, participar
do mundo social, pois tem suas regras básicas internalizadas
através da identificação com o pai.
EXPLICANDO ALGUNS CONCEITOS
No processo terapêutico, Freud, inicialmente, entendia
que todas as cenas relatadas pelos pacientes tinham de fato
ocorrido. Posteriormente, descobriu que poderiam ter sido
imaginadas, mas com a mesma força e conseqüências de
uma situação real. Aquilo que, para o indivíduo, assume
valor de realidade é a realidade psíquica.
O funcionamento psíquico é concebido a partir de três
pontos de vista:
O Econômico (existe uma quantidade de energia que
“alimenta” os processos psíquicos);
O Tópico (o aparelho psíquico é constituído de sistemas
que são diferenciados quanto a sua natureza e modo de
funcionamento, o que permite considerá-lo como “lugar”
psíquico)
O Dinâmico (no interior do psiquismo existem forças que
entram em conflito e estão, permanentemente, ativas. A
origem dessas forças é a pulsão).
A pulsão refere-se a um estado de tensão que busca,
através de um objeto, a supressão deste estado. Eros é a
pulsão de vida e abrange as pulsões sexuais e as de auto-
conservação.
Tanatos é a pulsão de morte, pode ser autodestrutiva ou
estar dirigida para fora e se manifestar como pulsão agressiva
ou destrutiva.
Sintoma, na teoria psicanalítica, é uma produção — quer
seja um comportamento, quer seja um pensamento —
resultante de um conflito psíquico entre o desejo e os
mecanismos de defesa.
O sintoma, ao mesmo tempo que sinaliza, busca encobrir
um conflito, substituir a satisfação do desejo.
A SEGUNDA TEORIA DO APARELHO PSÍQUICO - 2º TÓPICA
Entre 1920 e 1923, Freud remodela a teoria do aparelho
psíquico e introduz os conceitos de id, ego e superego para
referir-se aos três sistemas da personalidade.
O id constitui o reservatório da energia psíquica, é onde se
“localizam” as pulsões: a de vida e a de morte. As
características atribuídas ao sistema inconsciente, na
primeira teoria, são, nesta teoria, atribuídas ao id. É regido
pelo princípio do prazer.
O ego é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as
exigências do id, as exigências da realidade e as “ordens” do
superego. Procura “dar conta” dos interesses da pessoa. É
regido pelo princípio da realidade, que, com o princípio do
prazer, rege o funcionamento psíquico.
A SEGUNDA TEORIA DO APARELHO PSÍQUICO
É um regulador, na medida em que altera o princípio do
prazer para buscar a satisfação. Neste sentido, busca o
prazer a fim de evitar as situações de desprazer.
As funções básicas do ego são: percepção, memória,
sentimentos, pensamento.
O superego origina-se com o complexo de Édipo, a partir da
internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A
moral e os ideais são funções do superego. O conteúdo do
superego refere-se a exigências sociais e culturais.
Para compreender a constituição desta instância é
necessário introduzir a idéia de sentimento de culpa.
ID, EGO e SUPEREGO
(impulsividade, da racionalidade e moralidade)
O Id é o componente nato dos indivíduos, ou seja, as pessoas nascem
com ele. Consiste nos desejos, vontades e pulsões primitivas, formado
principalmente pelos instintos e desejos orgânicos pelo prazer. A partir
do ID se desenvolvem as outras partes que compõem a personalidade
humana: Ego e Superego.
O Ego surge a partir da interação do ser humano com a sua realidade,
adequando os seus instintos primitivos (o ID) com o ambiente em que
vive. O Ego é o mecanismo responsável pelo equilíbrio da psique,
procurando regular os impulsos do ID, ao mesmo tempo que tenta
satisfazê-los de modo menos imediatista e mais realista. Graças ao Ego a
pessoa consegue manter a sanidade da sua personalidade. O Ego
começa a se desenvolver já nos primeiros anos de vida do indivíduo.
O Superego se desenvolve a partir do Ego e consiste na representação
dos ideais e valores morais e culturais do indivíduo. O Superego atua
como um “conselheiro” para o Ego, alertando-o sobre o que é ou não
moralmente aceito, de acordo com os princípios que foram absorvidos
pela pessoa ao longo de sua vida. De acordo com Freud, o Superego
começa a se desenvolver a partir do quinto ano de vida, quando o
contato com a sociedade começa a se intensificar (através da escola,
por exemplo) e as relações sociais passam a ser melhor interpretadas
pelas pessoas.
MECANISMOS DE DEFESA
OS MECANISMOS DE DEFESA DO EGO
São vários os mecanismos que o indivíduo pode usar para
realizar esta deformação da realidade. São processos
realizados pelo ego e são inconscientes, isto é, ocorrem
independentemente da vontade do indivíduo.
Para Freud, defesa é a operação pela qual o ego exclui da
consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo, o
aparelho psíquico.
O ego — uma instância a serviço da realidade externa e
sede dos processos defensivos — mobiliza estes
mecanismos, que suprimem ou dissimulam a percepção do
perigo interno, em função de perigos reais ou imaginários
localizados no mundo exterior.
Os principais mecanismos de defesa são: repressão, negação,
racionalização, formação reativa, isolamento, projeção e regressão.
Negação
Quando você usa a negação, você simplesmente
se recusa a aceitar a verdade ou a realidade de
um fato ou experiência. “Não, eu sou apenas um
fumante social,” é um bom exemplo;
Da mesma forma as pessoas podem aplicar o mecanismo de defesa da
negação a qualquer mau hábito que desejam se distanciar incluindo
uso excessivo de álcool ou uso de drogas, compras compulsivas ou
jogos de azar, e similares. “Apenas diga não”, neste caso, significa que
você vai proteger a sua autoestima ao não reconhecer o seu próprio
comportamento.
A negação também pode ser utilizada por vítimas de traumatismo ou
desastres e pode mesmo ser uma resposta protetora inicial benéfica.
No longo prazo, porém, a negação pode impedi-lo de incorporar
informações desagradáveis sobre você e sua vida e ter consequências
potencialmente destrutivas.
Repressão

Um passo acima da negação no esquema de classificação genérica,


a repressão envolve simplesmente esquecer de algo ruim. Você
pode esquecer uma experiência desagradável, no passado, como
um acidente de carro no qual você foi culpado.
Você também pode usar a repressão quando você “esquecer” de
fazer algo desagradável, como ir ao dentista ou ao encontro com
um conhecido que você realmente não gosta. A repressão, como
a negação, pode ser temporariamente benéfica, especialmente se
você se esqueceu de algo ruim que aconteceu com você, mas
como acontece com a negação, se você não vir a enfrentar a
experiência ela pode voltar para assombrá-lo.
Regressão
Da repressão à regressão o “g” faz toda a
diferença. Na regressão, você volta a um estado
emocional infantil em que seus medos
inconscientes, ansiedades, e “angústia” geral
reaparecem.
O indivíduo retorna a etapas anteriores de seu
desenvolvimento; é uma passagem para modos
de expressão mais primitivos
Na teoria do desenvolvimento psicossexual de
Freud, as pessoas se desenvolvem através de
estágios, como o estágio oral, anal e fálico, e as
estruturas básicas da personalidade são
estabelecidas. No entanto, de vez em quando,
uma pessoa quer reverter-se para um estado
infantil de desenvolvimento em particular, em
condições de tensão.
Regressão
Essa raiva da estrada que você vê quando os condutores estão
presos no trânsito é um grande exemplo de regressão. As
pessoas também podem mostrar regressão quando retornam a
um estado infantil de dependência. Se encolher sob os
cobertores quando você teve um dia ruim é uma instância
possível.
O problema com a regressão é que você pode se arrepender de
deixar o seu espetáculo infantil de uma forma autodestrutiva.
Recusar-se a falar com as pessoas que fizeram você se sentir
mal ou triste pode eventualmente chegar em problemas piores
do que os que você tinha quando começou.
DESLOCAMENTO
No deslocamento você transfere seus sentimentos originais
perigosos (geralmente raiva) para longe da pessoa que é o alvo e para
uma vítima mais infeliz e inofensiva.
Aqui está o exemplo clássico de deslocamento: Você teve uma
interação muito desagradável com seu chefe ou professor, mas você
não pode mostrar a sua raiva em relação a ele ou ela. Em vez disso,
você chega em casa e, por assim dizer, “chuta o gato” (ou cão).
Toda vez que você mudar seus verdadeiros sentimentos de sua fonte
provocadora de ansiedade original para quem você percebe como
menos provável de causar-lhe mal, você está muito
possivelmente usando deslocamento como mecanismo de defesa do
ego. Infelizmente, o deslocamento pode protegê-lo de ser demitido ou
expulso da sala de aula, mas não irá proteger sua mão se você decidir
deslocar a sua raiva do verdadeiro alvo em uma janela ou parede.
PROJEÇÃO
É uma confluência de distorções do mundo externo e interno.
O indivíduo projeta algo de si no mundo externo e não percebe aquilo que
foi projetado como algo seu que considera indesejável.
É um mecanismo de uso frequente e observável na vida cotidiana.

Os quatro primeiros mecanismos de defesa eram relativamente fáceis de


entender. A projeção é mais desafiadora. Primeiro, você tem que começar
com a suposição de que o reconhecimento de uma qualidade particular em
si mesmo poderia causar-lhe dor psíquica.
Vamos dar um exemplo bobo. Você sente que uma roupa na qual você
gastou demais parece realmente ruim em você. Vestindo a roupa, você entra
na sala onde seus amigos olham para você, talvez, por um momento muito
longo (em sua opinião). Eles não dizem nada e não fazem nada que na
realidade poderia ser interpretado como crítica. No entanto, sua insegurança
sobre a roupa (e angústia por ter pago demais nela) te leva a “projetar” seus
sentimentos em seus amigos, e você deixa escapar “Por que você está me
olhando assim? Você não gosta dessa roupa?”
O ponto é que ninguém disse nada que na realidade
poderia ser interpretado como crítica. Você está
“projetando” suas inseguranças sobre os outros e, no
processo, alienando-os (e, provavelmente, parecendo um
pouco bobo também).
Intelectualização

Você também pode neutralizar seus sentimentos de ansiedade,


raiva, insegurança ou de uma forma que é menos provável de
levar a momentos embaraçosos do que alguns dos mecanismos
de defesa acima.
Na intelectualização, você se acha afastado de uma reação de
emoção ou sentimento que você não gosta. Por exemplo, em vez
de enfrentar o intenso sofrimento e rejeição que se sente depois
que sua esposa decide se mudar, você realiza uma análise
financeira detalhada de quanto você pode gastar, agora que você
mora sozinho. Embora você não esteja negando que o evento
ocorreu, você não está pensando sobre suas conseqüências
emocionais.
Racionalização
Quando você racionaliza algo, você tenta explicá-lo. Como um mecanismo de
defesa, a racionalização é um pouco como intelectualização, mas envolve
lidar com um mau comportamento de sua parte em vez de converter uma
emoção dolorosa ou negativa em um conjunto mais neutro de pensamentos.
As pessoas frequentemente usam racionalização para escorar suas
inseguranças ou remorso depois de fazer algo que eles se arrependem.
É mais fácil culpar alguém do que tomar a culpa para si mesmo, especialmente
se você se sentir envergonhado ou embaraçado. Por exemplo, digamos que
você perde a paciência na frente de pessoas que você gosta e respeita. Agora,
para ajudar a se sentir melhor, você atribui mentalmente sua explosão a uma
situação fora de seu controle, e as coisas fluindo de modo que você pode
culpar alguém por provocar você.
Racionalização: o indivíduo constrói uma argumentação
intelectualmente convincente e aceitável, que justifica os
estados “deformados” da consciência.
Isto é, uma defesa que justifica as outras. Portanto, na
racionalização, o ego coloca a razão a serviço do irracional e
utiliza para isto o material fornecido pela cultura, ou mesmo
pelo saber científico.
Dois exemplos: o pudor excessivo (formação reativa),
justificado com argumentos morais; e as justificativas
ideológicas para os impulsos destrutivos que eclodem na
guerra, no preconceito e na defesa da pena de morte.
O uso destes mecanismos não é, em si, patológico,
contudo distorce a realidade, e só o seu desvendamento
pode nos fazer superar essa falsa consciência, ou melhor,
ver a realidade como ela é.
FORMAÇÃO REATIVA
O ego procura afastar o desejo que vai em determinada
direção, e, para isto, o indivíduo adota uma atitude oposta a
este desejo.
Um bom exemplo são as atitudes exageradas — ternura
excessiva, superproteção — que escondem o seu oposto, no
caso, um desejo agressivo intenso.
Aquilo que aparece (a atitude) visa
esconder do próprio indivíduo suas
verdadeiras motivações (o desejo),
para preservá-lo de uma descoberta
acerca de si mesmo que poderia ser
bastante dolorosa.
SUBLIMAÇÃO
É o Mecanismo de defesa mais saudável que o Ego utiliza, canalizando ou
dirigindo para atividades socialmente aceitas, impulsos libidinais e agressivos
considerados indesejáveis e perigosos.

Um clássico exemplo de sublimação é o de um cirurgião que leva impulsos


hostis e os converte em “cortes” em outras pessoas de uma forma que é
perfeitamente aceitável na sociedade. Este é, talvez, um exemplo que coloca
as coisas em termos muito extremos.

Mais realisticamente, sublimação ocorre quando as pessoas transformam


suas emoções conflitantes em estabelecimentos produtivos. Eles dizem
que os psicólogos são inerentemente intrometidos (o que é mentira haha),
mas é possível que as pessoas que vão para áreas de serviços humanos para
ajudar os outros estão tentando compensar dificuldades experimentadas no
início de suas vidas.
BIBLIOGRAFIA
MÓDULO 1: INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia; Ana Mercês


Bahia Bock, 2008.

Capítulos: 1, 2, 3 e 4.

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