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Piso novo
"Há ainda outras patologias referentes aos problemas de coloração e delaminação, mas
que acabam sendo em menor quantidade", afirma o engenheiro Públio Penna Firme
Rodrigues, da LPE Engenharia e Consultoria, empresa que realiza projetos e presta
consultoria na área de pisos industriais de concreto. Rodrigues explica que, hoje, são
bastante freqüentes as patologias ligadas à execução, causadas por atraso no corte das
juntas, cura inadequada, armaduras mal posicionadas e problemas de acabamento.
"Nesse caso, o ideal é optar pela remoção e recompactação do solo", acrescenta Tartuce.
Outra solução seria o estaqueamento do piso, responsável pela melhor distribuição das
tensões no solo.
As fissuras podem ser causadas por retração hidráulica ou autógena, que acontecem
normalmente num período de 60 dias a um ano. A retração antógena decorre das reações
químicas entre o cimento e a água, cujas moléculas sofrem redução de volume. A retração
hidráulica acontece nas primeiras idades do concreto (a grande maioria, na primeira
semana), podendo indicar que o material não está sendo adequadamente curado.
Outro tipo de patologia muito ligada à exsudação é a delaminação que hoje afeta mais os
pisos que recebem aspersão mineral (principalmente as coloridas), ou quando há
condições desfavoráveis na concretagem, ou seja, em locais abertos ou sujeitos a ventos,
ou em áreas próximas às portas ou domos para iluminação natural. A diminuição drástica
da durabilidade do piso é uma das conseqüências da delaminação, que é caracterizada
pelo destacamento da lâmina superficial do piso. Isso acontece quando o acabamento
deixa tal superfície menos permeável do que deveria, suscetível, portanto, a uma maior
intensidade dos vapores de água que se deslocam das camadas inferiores do piso.
Num piso de concreto, as juntas são pouco resistentes a impactos, razão pela qual devem
ser trabalhadas de maneira especial. Caso contrário, poderão estar sujeitas ao
esborcinamento (quebras das bordas). Erros de projeto, como a adoção de barras de
transferência de diâmetro inadequado ou a especificação incorreta de materiais de
preenchimento, também causam esborcinamentos. "A maior causa desse problema, no
entanto, é a má execução", afirma Rodrigues, se referindo ao hábito impróprio dos
executores de remover as barras de transferência para facilitar a desenforma.
Eduardo Tartuce explica que erros no posicionamento das barras de transferência das
juntas (eixo inadequado) podem criar fissuras próximas às juntas. Tão importante quanto
a execução, é o projeto.
O poliuretano tem uma resistência à abrasão melhor do que o epóxi que, por outro lado,
resiste mais à umidade. Tartuce explica que, para que não haja comprometimento desses
materiais, a umidade do concreto não deverá exceder os 5%, caso contrário
comprometerá a aderência do selante. "Ambos materiais precisam de uma base bem-feita
e livre de substâncias químicas para aderir adequadamente", afirma. Uma vez
endurecidos, o epóxi e o poliuretano tornam-se resistentes à ação da umidade.
Piso novo
Recuperação de patologias
Cada patologia requer um tratamento específico. Por exemplo, problemas de desgaste
podem ser tratados com endurecedores químicos ou pela lapidação associada a um
endurecedor, dependendo da situação. Já os esborcinamentos podem ser tratados com
lábios poliméricos, desde que a junta esteja estruturalmente adequada, ou seja, desde
que não haja problemas de transferência de carga. "Caso contrário, poderá haver
necessidade de injeção de pasta de cimento entre a placa de concreto e a fundação para
controle de deformações, ou até a introdução de barras de transferência", explica Públio
Penna Firme Rodrigues.
Pisos com desgastes e recalques podem ser recuperados com o overlay cimentício, técnica
que consiste na sobreposição de uma camada de concreto nova sobre o piso original.
"Ooverlay é desaconselhado nos casos em que a espessura final, formada pelo piso antigo
e novo, interferirá muito nas cotas de arquitetura", acrescenta Eduardo Tartuce. Nesses
casos, avalia o engenheiro, pode ser viável a demolição do piso antigo seguida da
construção de um novo. "É uma solução mais cara, mas às
vezes a menos trabalhosa", justifica.