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Universidade Federal de São Carlos

Departamento de Engenharia Química


109096 - Processos da Indústria Química

AULA 4

INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

Profa. Patrícia Moreira Lima

1
SUMÁRIO

1. Caracterização do petróleo

2. Processamento do petróleo

3. Refino do petróleo

4. Mercado e Considerações gerais

2
INTRODUÇÃO

• Material fóssil; Composição típica do Petróleo


Carbono 82%
• Oleoso;
Hidrogênio 12%
Nitrogênio 4%
• Inflamável;
Oxigênio 1%
Sais 0,5%
• De alto valor energético;
Metais 0,5%

• Menos denso que a água;


Fonte: ANP (https://goo.gl/oApav3)

• Coloração variável (incolor ao


preto).

• Formado majoritariamente por


hidrocarbonetos.

3
FRAÇÕES DO PETRÓLEO
N° de
Fração Aplicação
Carbonos
Gás de Petróleo 1a2 Aquecimento na indústria
Gás Liquefeito de Petróleo
3a4 Gás de cozinha
(GLP)
Produto intermediário que pode se transformar
Nafta 5 a 10
em gasolina
Gasolina 5a8 Combustível para motores
Querosene 11 a 12 Combustível para turbinas de jatos
Combustível de transporte rodoviário e
Óleo Diesel 13 a 18
aquaviário
Óleo Lubrificante 26 a 38 Lubrificação de motores e engrenagens
Óleo Combustível Até 39 Fonte de calor na indústria
Matéria-prima para outros produtos (coque,
Resíduos Até 80
asfalto, ceras, etc).

Fonte: ANP (https://goo.gl/oApav3) 4


TIPOS DE PETRÓLEO

• Classifica-se de acordo com a sua Densidade:


Densidade Relativa

° API

Classificação ° API Constituição de Hidrocarbonetos


Base Aromática (Constituído praticamente apenas de
Extrapesados Menor que 10
aromáticos)
Base Aromática (Constituído praticamente apenas de
Pesados Entre 10 e 22
aromáticos)
Base Naftênica (Contém, além de alcanos, 25 a 30% de
Médios Entre 22 e 30
aromáticos)
Base Parafínica (Contém, além de alcanos, 15 a 25% de
Leves Maior que 30
cicloalcanos)

Quanto maior o °API, maior o valor do produto no mercado


5
TIPOS DE PETRÓLEO
• Classifica-se de acordo com o seu Teor de Enxofre:

Classificação Teor de Enxofre


Doce Menor que 0,5% w/w
Ácido Maior que 0,5% w/w

Os petróleos ácidos apresentam em sua composição ácido sulfídrico, altamente tóxico


para seres humanos e que exige melhores processamentos do petróleo para controlar a
poluição atmosférica com dióxido de enxofre, proveniente da queima do ácido
sulfídrico.

6
ORIGEM DO PETRÓLEO

7
HISTÓRICO MUNDIAL DO PETRÓLEO

1859 – Primeiro poço é perfurado nos EUA (Produção de 2 mil para


3 milhões de barris/ano)

1914-1918 –1ª Guerra Mundial faz aumentar consumo de


derivados do Petróleo

1960 – Criado OPEP (Organização dos Países Exportadores de


Petróleo)

1973 – Boicote à venda do Petróleo em apoio à Israel nos


conflitos do Oriente Médio

2018 – Os países da OPEP firmam acordo de diminuir a produção e


oferta de Petróleo. Organização desafia apelo de Trump para manter
produção elevada e elevar preço do petróleo cru

8
HISTÓRICO BRASILEIRO DO PETRÓLEO

1938 – Criado o Conselho Nacional do Petróleo

1939 – Descoberta na Bahia a primeira jazida de Petróleo


explorável comercialmente

1950 – O primeiro navio petroleiro brasileiro é lançado ao mar

1953 – Fundada a Petrobrás

1975 – Implementação do Pró-Álcool devido à crise do


Petróleo
2006 – Alcançada a autossuficiência temporária de Petróleo no
Brasil

2008 – Primeira produção no Pré-Sal

9
SUMÁRIO

1. Caracterização do petróleo

2. Processamento do petróleo

3. Refino do petróleo

4. Mercado e Considerações gerais

10
ETAPAS DO PROCESSO

Prospecção Extração Tratamento Transporte Destilação

11
PROSPECÇÃO
Tem como objetivo detectar as reservas de petróleo e gás natural sem escavar
ou perfurar.

Métodos
Métodos Geofísicos
Geológicos

Análise das propriedades físicas do


solo para obter suas características
e estrutura

Reconstrução das condições de formação


e acumulação do solo através de mapas de
geologia de superfície

12
PROSPECÇÃO
• Gravimetria  Método Sísmico
Medição de variação do Ondas sonoras artificiais são
campo gravitacional propagadas no solo.
(densidade); Parte sofre reflexão e parte sofre
refração.

Mapa da Bacia do Recôncavo, Bahia.


Fonte: http://www.geocities.ws/ussgeology/

Fonte: https://krisenergy.com/company/about-oil-and-gas/exploration/

13
ETAPAS DO PROCESSO

Prospecção Extração Tratamento Transporte Destilação

14
EXTRAÇÃO DO PETRÓLEO
• Após a prospecção, realiza-se o processo de extração.
Duas etapas iniciais são realizadas:

PERFURAÇÃO COMPLETAÇÃO

Trata-se do conjunto de Trata-se do conjunto de


operações e atividades, operações e atividades
necessárias para atravessar o subsequentes à
solo e as formações geológicas perfuração, destinadas a
que formam a porção equipar o poço para
superficial da crosta terrestre. produzir óleo ou gás e
O objetivo dessa etapa é injetar fluidos nos
encontrar a reserva de reservatórios de forma
petróleo. segura e econômica.15
PERFURAÇÃO

• Permite alcançar cerca até 6000 m de profundidade

• Pode ser feita em:


• Solos continentais: perfuração Onshore
• Solos marítimos: perfuração Offshore

• Possui elevado custo de operação – principalmente a


Offshore

16
PERFURAÇÃO ONSHORE

• Torre e subestrutura
• Brocas
• Bombeamento
• Fluido de perfuração
• Concretagem

Fonte: THOMAS, 2001.

17
PERFURAÇÃO
 Sonda de
Perfuração:
 Coluna de
perfuração:
elemento
rotativo na
sua
extremidad
e – Broca

 Adiciona-se
fluidos de
perfuração ou
lama que
removem os
fragmentos de
rocha.

 Ao atingir certa
profundidade, o
poço é
cimentado. 18
PERFURAÇÃO OFFSHORE

Plataformas fixas Plataformas auto-eleváveis Plataformas submersíveis

Plataformas flutuantes Plataformas flutuantes Plataformas Tension Leg


19
COMPLETAÇÃO

Instalação dos Avaliação da Instalação da


Condicionamento Colocação do
equipamentos de qualidade da Canhoneio coluna de
do poço poço em produção
superfície cimentação produção

20

Fonte: https://goo.gl/Ruzwxx
EXTRAÇÃO

Recuperação da Jazida
Trata-se da quantidade de óleo que pode ser extraída da
reserva de petróleo, já que não é possível realizar sua total
extração.

Fator de recuperação
(%OOIP - Original Oil in
Place )

Porosidade das rochas do


Fatores que afetam a
reservatório
recuperação

Viscosidade do petróleo

21
EXTRAÇÃO
Recuperação da Jazida

Recuperação Primária Recuperação Secundária Recuperação Terciária

• Injeção de componentes
• Utiliza a energia • Injeção de componentes
de natureza diferentes
disponível no próprio nativos da reserva como
àqueles presentes na
reservatório para extrair gás natural e água
reserva.
o petróleo
• A energia dos fluidos é
• Polímeros, CO2, vapor,
• Sem estímulos externos utilizada para aumentar
surfactantes, produtos
a pressão e extrair o
caústicos
• Baixa eficiência óleo
• Taxa de recuperação
• Taxa de recuperação • Taxa de recuperação
40-45 % do óleo
15 % do óleo original 20-35 % do óleo original
original

22
EXTRAÇÃO

Elevação Natural

Elevação
do óleo a
Superfície Bombeio Mecânico

Elevação Artificial Gás Lift

Bombeio Submerso

23
ETAPAS DO PROCESSO

Prospecção Extração Tratamento Transporte Destilação

24
PROCESSAMENTO PRIMÁRIO-TRATAMENTO

Separação do óleo, do gás e da


Gás água com as impurezas em
suspensão
Óleo
Petróleo Tratamento ou
Água condicionamento dos HC
Impurezas Tratamento da água (reinjeção
ou descarte)

25
TRATAMENTO
Diagrama de blocos do processamento primário

Fonte: THOMAS, 2001


26
TRATAMENTO
Manifold de produção - COLETA
• Receptor de tubulações
de diferentes poços;

• “Central” de coleta de
tubos menores para
entrar na plataforma.

27
Fonte: https://mb50.wordpress.com/2011/12/05/
TRATAMENTO
Diagrama de blocos do processamento primário

Fonte: THOMAS, 2001


28
TRATAMENTO
Separador bifásico horizontal
Seção de aglutinação é composta por
aletas de metal, almofadas de tela de
arame ou placas pouco espaçadas que
extraem gotas com diâmetro muito
pequeno e a névoa presente no fluido

Fluido se choca com


defletores na entrada
que provocam uma
mudança brusca de
velocidade e direção
do fluído. A força da
gravidade causa a Gotículas maiores são separadas
separação das gotículas por decantação 29

líquidas mais pesadas


TRATAMENTO

Separador trifásico vertical

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=XVosSjXVCmU

Fonte: THOMAS, 2001

30
TRATAMENTO
Problemas operacionais:

Espuma Areia Emulsões Arraste


Ocorre quando o
Impurezas Controle de nível nível do líquido
Erosão nas válvulas está muito alto, ou
quando existe
Diminuição do algum dano
Dificulta o controle
tempo de retenção
de nível do líquido Obstrução nos efetivo
elementos internos Indicativo de
Pode ser arrastada pela e acúmulo no Redução da problema no
corrente de gás ou óleo fundo do eficiência do processo
desgaseificado separador processo

Analisar o
Aquecer os fluidos Adição de calor projeto
antes de ir para a ou de produtos (subdimensionad
separação ou químicos o ou dano em
Evitar a produção
utilizar minimizam o algum
antiespumante acúmulo de componente
(silicone) emulsão interno)
31
TRATAMENTO
Diagrama de blocos do processamento primário

Água: destinada à
condição ambiental e
tecnicamente mais
aceitável (descarte ou
reaproveitamento)

Gás: Transferido para as


Unidades de
Processamento de Gás
Natural (UPGNs)

Fonte: THOMAS, 2001

32
TRATAMENTO
Tratamento do óleo
• Remoção do restante da água que
permaneceu emulsionada;
• Presença de agentes emulsificantes que
impedem a coalescência das gotículas de
água;
• Desemulsificação;
• Decantação da água.

 Desemulsificação:
1. Aquecimento (45-60 oC): campos de petróleo
terrestres.
2. Adição de desemulsificantes (copolímero de
óxido de propileno e óxido de etileno)
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=UUtqH5C1bzE
3. Campo elétrico (15000-50000 V): provoca
a coalescência (sistemas marítimos de
33
produção);
TRATAMENTO
Diagrama de blocos do processamento primário

34
Fonte: THOMAS, 2001
TRATAMENTO
Hidrociclone
Entrada de
água/óleo sob
pressão tangencial Água recuperada
no trecho de maior pode ser
diâmetro descartada para o
meio ambiente ou
reinjetada

Devido à diferença de pressão


entre parede e o centro, o
fluxo central contém óleo em
maior proporção(rejeito)
35

Fonte: THOMAS, 2001.


ETAPAS DO PROCESSO

Prospecção Extração Tratamento Transporte Destilação

36
TRANSPORTE

• O petróleo tratado deve ser transportado até as refinarias

• Pode ser feita principalmente por :

• Oleodutos e Gasodutos

• Transporte hidroviário – Navios petroleiros

37
TRANSPORTE
Terminal de São Sebastião
Oleodutos e Gasodutos

• Tubulações utilizadas
para transporte de
grandes quantidades de
petróleo
• Meio mais econômico
e seguro
• Podem ser terrestres
ou submarinos
• Baixas velocidades de
escoamento

Terminal Aquaviário de Maceió Fonte: Petrobrás


38
TRANSPORTE

Navios Petroleiros

• Navios de grande
dimensões (até 500 m
de comprimento e 70 m
de largura)
Fonte: Petrobrás
• Não atracam em portos
marítimos convencionais

• Transferem a carga em
terminais marítimos
localizados em áreas
costeiras

Fonte: 39
https://goo.gl/zfXLBO
ETAPAS DO PROCESSO

Prospecção Extração Tratamento Transporte Destilação

40
CURVA DE DESTILAÇÃO

Frações ou
cortes da
curva

Fonte: Sklo, 2005 41


DESTILAÇÃO

42
ETAPAS DA DESTILAÇÃO DO PETRÓLEO

Dessanilização e Destilação
Destilação à vácuo
pré-aquecimento atmosférica

Remoção de
alguns
compostos
organometálicos
e sólidos
suspensos.

43
DESTILAÇÃO ATMOSFÉRIC A

Separar as frações do petróleo

Pressão Atmosférica

10.000 à 400.000 barris de


óleo por dia

44
DESTILAÇÃO ATMOSFÉRIC A

Pontos de corte
< 32,20 ºC GLP e
Fonte: goo.gl/kmLGSu

vapores leves
32,20 - 104 ºC

Gasolina
104 – 157,23 ºC
Nafta
157,23 – 232,23 ºC
Querosene
232,23 – 350 ºC
Óleo díesel

> 350 ºC RAT (Resíduo


Atmosférico)

45
DESTILAÇÃO ATMOSFÉRIC A

Bubble Caps e
Downcomer

46
DESTILAÇÃO Á VÁCUO

Altas temperaturas
de bolha
Frações de
elevado valor
econômico :
GASÓLEOS
Limite de 400 ºC

RAT (Resíduo
Atmosférico) P T

47
Baixo valor econômico
DESTILAÇÃO À VÁCUO

Gasóleos

Abaixamento da pressão

Pressão = 2 psi (0,14 atm)

Grandes diâmetros (maiores que 4 m)

Fonte: http://labvirtual.eq.uc.pt/
48
SUMÁRIO

1. Caracterização do petróleo

2. Processamento do petróleo

3. Refino do Petróleo

4. Mercado e Considerações Gerais

49
REFINO DO PETRÓLEO

• Produzir petróleo – pelo menos em uma quantidade que atenda à


necessidade do país – e ter um parque de refino que atenda à
demanda interna de derivados de petróleo são fatores que
proporcionam economia de divisas na balança comercial da
nação e viabilizam sua segurança energética, ao garantir o
abastecimento contínuo de derivados de petróleo, insumos
essenciais à vida contemporânea.

• Refinarias próximas aos centros de consumo de derivados, tanto


quanto às regiões produtoras de petróleo, carregam um valor
estratégico muito importante, pois maximizam a apropriação
do valor agregado, bem como reduzem os custos de logística,
não só para uma empresa, mas para o país
50
FLUXOGRAMA TÍPICO DO REFINO

Fonte: Szklo e Uller (2008)


FCC – CRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

A gasolina é atualmente a fração mais importante do petróleo.

Mas no processo de refinamento, é obtida uma porcentagem muito pequena de gasolina


em relação à demanda atual.

Como aumentar a fração de gasolina obtida no refino do petróleo?

Moléculas maiores e de menor Moléculas menores e de maior


valor agregado (querosene, valor agregado (gasolina,
diesel e óleo lubrificante) butanos)

Craqueamento
Quebra de moléculas longas de hidrocarbonetos de elevada massa molar para a
formação de outras moléculas com cadeias menores e massas molares mais baixas,
como alcanos, alcenos e, inclusive, carbono e hidrogênio.
Fonte: Nóbrega, Rafeal Corrêa; Catalisadores pata craqueamento catalítico fluido de petróleo. Universidade federal de Alfenas, 2014.
FCC – CRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

5 - Sistema de separação,
1- Riser : tubo vertical onde composto por ciclones e
ocorrem as reações químicas strippers responsável por
(leito fluidizado) separar a mistura

2 - Partículas de catalisador 6 - Os subprodutos são


regenerado são injetadas na então retirados do sistema
base do riser

3 – Catalisador carregado para 7 - Catalisador é


cima do riser através da injeção transportado para um
de gás (hidrocarbonetos) sistema de regeneração

4 - Os bicos injetores são 8 - Coque presente na


responsáveis pela inserção dos superfície do catalisador é
hidrocarbonetos (gasóleo) no queimado, regenerando o
sistema, que por sua vez entram mesmo e fornecendo calor
em contato com as partículas para promover as reações de
de catalisador, formando o leito craqueamento
fluidizado que escoa
ascendentemente através do
riser Representação esquemática de uma unidade de craqueamento catalítico fluidizado (O’CONNOR et al., 2012)
FCC – CRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

Catalisadores:
• 1940: argilas naturais tratadas com ácidos. Envenenamento e
altas taxas de desativação.
• 1950: catalisadores sintéticos de sílica-alumina amorfa. Melhor
seletividade.
• 1960: desenvolvimento de zeólitas. Alta estabilidade, alta
seletividade. Tipos mais usadas: zeólitas Y e ZSM-5.
ZSM – 5. Empregada no craqueamento
catalítico.

Parafinas olefinas e parafinas menores


C10H22 → C4H10 + C6H12
Olefinas olefinas menores
C9H18 → C4H8 + C5H10

Cisão de aromáticos ramificados


ArC10H21 → ArC5H9 + C5H12 Zeólita Y. Empregada no craqueamento
catalítico.

54
Fonte: Nóbrega, Rafeal Corrêa; Catalisadores pata craqueamento catalítico fluido de petróleo. Universidade federal de Alfenas, 2014.
FCC – CRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

● Carga: gasóleosleves e pesados provenientes da


destilação a vácuo, unidade de coqueamento e
desasfaltação
● Pré aquecimento da carga: 250 – 425 °C
● Contato com catalisador aquecido a 700 °C
● Craqueamento ocorre entre 500 – 540 °C e
pressão de 1,5 – 2 bar
● Acima de 500 °C ocorre craqueamento da
gasolina formada e aumento exponencial da
formação de GLP (propeno)
● Acima
de 600 °C ocorre craqueamento do GLP e
aumento exponencial da formação de eteno
● Ajuste
da temperatura de forma a maximizar a
formação de um determinado produto 55
HCC - HIDROCRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

Fonte: Szklo e Uller (2008)


HCC - HIDROCRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

• É um processo catalítico de refino capaz de melhorar cargas


de petróleo por meio da adição de hidrogênio, remoção de
impurezas e craqueamento para faixas de ebulição desejadas.

• Processo versátil que pode ser utilizado em diferentes modos,


e uma de suas vantagens é a sua habilidade em quebrar cargas
aromáticas de alto ponto de ebulição produzidas pelo
craqueamento catalítico ou coqueamento.

Por que usar hidrocraqueamento?

Possibilita a conversão de cargas que o craqueamento catalítico (FCC) não


poderia decompor (tais como resíduo de vácuo, gasóleos de reciclo, extratos
aromáticos e outras cargas residuais) em nafta, querosene de jato e óleo diesel. Pode ser
usado como processo complementar ao FCC.

57
Fonte: Nogueira, Caroline Neves; Integração energética em uma unidade de hidrocraqueamento catalítico. Escola de química, UFRJ. Rio de janeiro, 2015.
HCC - HIDROCRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

• A maioria dos processos de conversão aumentam a razão H/C através da


eliminação de carbono.

• Apenas o hidrotratamento e o hidrocraqueamento aumentam a razão H/C


pela adição de hidrogênio.

• Aumentar a H/C = Quebrar moléculas grandes em outra menores com maior H/C

• O uso de hidrogênio em processos térmicos foi talvez o mais significativo


avanço na tecnologia de refino durante o século vinte.

• Hidrocarbonetos leves = Alto H/C


• Hidrocarbonetos pesados = Baixo H/C

58
HCC - HIDROCRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

VANTAGENS DESVANTAGENS

• Pressões mais altas que


• Um dos processos mais
versáteis (Consegue o FCC (Equipamentos).
converter desde gasóleos a • Demanda grandes
resíduos em produtos
leves). quantidades de
hidrogênio.
• Complementar ao FCC.
• O Hidrogênio evita a • Resíduos líquidos ácidos
formação de resíduos no fracionador
pesados e aumenta a
produção de gasolina.
• Produz destilados médios
de alta qualidade. (Enxofre
em Diesel, FCC: 55ppm,
HCC: 10ppm)
• Temperaturas mais baixas
que o FCC.
59
HCC - HIDROCRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

As unidades de hidrocraqueamento podem ser configuradas de várias maneiras:


• Um ou dois reatores.
• Um ou vários catalisadores.
• Um ou dois estágios.
• Com ou sem reciclo.
• Leito fixo, lama, ou expandido.

Fonte: M. Bricker et al.


HCC - HIDROCRAQUEAMENTO C ATALÍTICO
R - Reator
F - Unidade de Fracionamento

Fonte: M. Bricker et al.


HCC - HIDROCRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

Reator de HCC

• Fluxo descendente
• Leito Fixo
• Fluxo Lento
• Paredes grossas: até 30 cm.
• Material resistente: Cromo,
Molibdênio, Vanádio e Aço Condições de operação
inox. Temperatura 300-450 °C
• Com controle de entre os Pressão de hidrogênio 85-170 bar
leitos temperatura: reações *Para ambos reatores
exotérmicas.
• Número de leitos dependerá
do produto:
• Nafta 5-6
• Destilado médio 3-4
• Altura do leito: até 10 m.

Fonte: M. Bricker et al.


HCC - HIDROCRAQUEAMENTO C ATALÍTICO
Reator de HCC - Catalisador

• A fim de manter a conversão


constante de matéria-prima
• Resfriar o fluxo pela
em produtos, a temperatura
injeção de hidrogênio frio.
média do leito é
• Aumentar a pressão parcial
gradualmente aumentado.
do hidrogênio
• O aumento de temperatura
• Garantir a distribuição
em muitos casos é muito
uniforme de temperatura
pequeno, menos de 1 °C/mês.
(zonas de desativação)
• Quando se atinge a
• Misturar eficientemente os
temperatura máxima se
fluidos sobre o próximo
reativa ou substitui o
estágio.
catalisador.

Fonte: M. Bricker et al.


HCC - HIDROCRAQUEAMENTO C ATALÍTICO

Fonte: Szklo e Uller (2008), Petrobras


REFORMA C ATALÍTIC A

Fonte: Szklo e Uller (2008)


REFORMA C ATALÍTIC A

• Processo no qual as moléculas são alteradas estruturalmente sem


serem quebradas
• Neste processo ocorre a formação de hidrogênio, sendo a
principal fonte de hidrogênio na refinaria
• É utilizado, principalmente, para aumentar a octanagem da nafta e
gasolina
REFORMA C ATALÍTIC A
Octanagem ou índice de octano

Faz relação de equivalência à resistência de detonação de uma mistura percentual


de isoctano e n-heptano.

Assim, uma gasolina de octanagem 87 apresenta resistência de detonação


equivalente a uma mistura de 87% de isoctano e 13% de n-heptano.

Fonte: Almeida, Jorge; Petrobras; Introdução à indústria do Petróleo. FURG - CTI, 2006.
REFORMA C ATALÍTIC A

• Desidrogenação de naftênicos a aromáticos:


Nafteno Aromático + 3 H2

• Desidrociclização de parafinas:

Parafina Nafteno + H2
REFORMA C ATALÍTIC A

• O catalisador empregado utiliza platina


suportada em alumina;

• As reações principais são endotérmicas;

• Utiliza-se reator de leito fixo, temperatura


de 500°C e pressão de 13 -20 atm.
REFORMA C ATALÍTIC A

Fonte: Neto, Afonso D.; Refino de petróleo e petroquímica. Universidade federal do rio grande do norte, 2014.
SUMÁRIO

1. Caracterização do petróleo

2. Processamento do petróleo

3. Refino do petróleo

4. Mercado e Considerações gerais

71
EVOLUÇÃO DA OFERTA DE ENERGIA PRIMÁRIA NO
BRASIL

72
Fonte: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/oferta-de-energia-primaria-brasil/
MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS DE PETRÓLEO
2018

73
Fonte: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/maiores-produtores-mundiais-de-petroleo-em-2018/
E VO L U Ç Ã O DA P RO D U Ç Ã O, I M P O RTA Ç Ã O E E X P O RTA Ç Ã O D E P E T R Ó L E O
NO BRASIL – 2005-2019

Fonte: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/producao-importacao-e-exportacao-de-
petroleo/?utm_campaign=ibp_news__boletim_de_noticias_da_industria__julho_associados&utm_medium=email&utm_source=RD+Station
74
EVOLUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES EM PD&I

75
Fonte: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/obrigacoes-em-pd/
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS
NATURAL NO PRÉ -SAL

76
Fonte: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/producao-nacional-de-og-e-pre-sal/
MAIORES RESERVAS PROVADAS DE PETRÓLEO

77
Fonte: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/maiores-reservas-provadas-de-petroleo-em-2018/
PLATAFORMAS NO BRASIL – JAN/2019

78
Fonte: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/numero-de-plataformas-no-brasil-jan-2019/
C APACIDADE DE REFINO NO BRASIL, 1965 - 2017

Milhares de barris/dia

79

Fonte: Mendes, 2018.


L OC AL I ZAÇÃO DOS PAR QUE S DE R E FI NO NO B R ASI L

18 refinarias
2,3 milhões de barris/dia.

Fonte: Mendes et al. (2018)


REFINARIAS NO BRASIL

81
AB ASTECIMENTO NACIONAL

82
PRODUÇÃO E IMPORTAÇÃO DE DERIVADOS (MILHÕES DE
BARRIS/DIA)

Fonte: Mendes et al. (2018)


CONSIDERAÇÕES GERAIS

• O Brasil é o 7º maior consumidor de derivados de petróleo do

mundo e o 3ºmaior em combustíveis rodoviários

• O abastecimento nacional é atendido por meio da produção


nacional e da
importação Estimativas apontam para o

crescimento da demanda por


combustíveis e o aumento da
dependência externa

84

Fonte: ANP
CONSIDERAÇÕES GERAIS

85
Fonte: Petrobras
CONSIDERAÇÕES GERAIS

86
Fonte: Petrobras
REFERÊNCIAS

Petrobras. www.petrobras.com.br
ANP. http://www.anp.gov.br/
GARY, H.J., HANDWERK, E.G., KAISER, J.M. Petroleum Refining. 5ªed. Boca Raton: CRC Press, 2005.

ALMEIDA, J. Introdução à indústria do petróleo. 1ªed. Rio Grande: Petrobrás, 2006.

SZKLO, A., ULLER, C.V. Fundamentos do refino de petróleo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2008

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