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APLICAÇÃO DE UM PLANO DE LUBRIFICAÇÃO EM MÁQUINAS DE


CONVERSÃO DE PAPEL TISSUE

Conference Paper · September 2021

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Diego Alves de Miranda


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Anais do II CoBICET - Trabalho completo
Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia
Evento online – 30 de agosto a 03 de setembro de 2021

APLICAÇÃO DE UM PLANO DE LUBRIFICAÇÃO EM MÁQUINAS DE


CONVERSÃO DE PAPEL TISSUE

Jonathan Rodrigues1, Diego Alves de Miranda2, Edilson José Kurowsky


1
Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, São Bento do Sul – SC, Brasil
(djoni12rodrigues@outlook.com)
2
Faculdade Senai, Joinville – SC, Brasil

Resumo: Há um crescimento significativo no ramo de papel tissue, e por sua fez a


preocupação com a qualidade. Existe a necessidade de adotar sistemas e métodos para
melhor administrar os processos produtivos, e por meio de um sistema de gestão de
manutenção visando reduzir o número de horas improdutivas ocasionadas por
manutenções indesejadas muitas vezes oriundas da falta de acompanhamento. Um destes
métodos que mesmo simples e for aplicado da forma correta traz uma certa lucratividade é
a lubrificação, o qual trata se de uma fina película lubrificante, geralmente de óleo ou
graxa, dentre duas superfícies a fim de reduzir o atrito, principal causador de desgastes e
quebras de componentes e máquinas. Este trabalho elabora e implementa um plano de
lubrificação em uma máquina para conversão de papel tissue, em uma empresa do ramo
papeleiro, que atua com produção contínua de papel higiênico, papel toalha e guardanapo.
Com base em pesquisas sobre componentes agentes de lubrificação e componentes a
serem lubrificados, com cálculos de quantidade de agente lubrificante a ser aplicado e
qual sua frequência de aplicação. A utilização adequada da lubrificação otimizou o
processo de manutenção preventiva da máquina reduzindo custos da empresa.

Palavras-chave: Plano de Lubrificação; Manutenção Preventiva; Confiabilidade; Papel


Tissue.

INTRODUÇÃO em relação a concorrência, para manter se


competitiva, deve-se buscas novas formas de garantir
Sabe-se que o principal responsável por desagastes
uma vasta produtividade tendo um baixo custo de
de componentes é o atrito, o qual é encontrado em
produção, principalmente em setores com produção
duas superfícies em contato uma com a outra, o que
de alta escala. Isto consequentemente obriga as
influenciam diretamente no processo produtivo de
demais empresas a também buscarem ferramentas e
qualquer maquinário. Para evitar uma parada
meios para auxiliar na eficiência dos recursos
inesperada por meio de um desgaste, falta
produtivos.
produtividade ou quebra de um componente, é
possível por meio de filmes lubrificantes (graxas e Na intenção de melhorar sua receita e
óleos) minimizar os problemas e agregar maior consequentemente manter se mais competitivas no
confiabilidade ao componente, impactando mercado, empresas do ramo de papel e celulose, tem
diretamente no meio produtivo e na redução de investindo incansavelmente em seus processos
custos, por meio de controle e estatísticas produtivos. Para isso, muitas empresas focam em
desenvolvidas pelo setor de manutenção. Em reduzir ao mínimo o índice de manutenções
empresas do ramo papeleiro situações como estas são corretivas, onde levam e consideração as horas
comuns para que possa se evitar manutenções produtivas totais e as horas não produtivas originadas
corretivas, as empresas aderem ao plano de por manutenções indesejadas.
lubrificação com uma forma de manutenção
Desta forma aplicam-se novas formas de gestão de
preventiva, reduzindo a porcentagem de manutenção
manutenção focadas em manutenções preventivas e
corretivas além dos custos oriundos deste tipo de
preditivas. Para Viana (2008), uma empresa que
intervenção.
possui uma boa gestão deve focar na manutenção
A indústria de papel e celulose é por natureza de preventiva, fornecendo subsídios para facilitar o
capital muito intensivo, e as empresas devem buscar monitoramento das condições operacionais dos
constantemente as melhores maneiras de obter equipamentos, facilitando a identificação de
retorno de seus investimentos, (PÖYRY, 2019). possíveis falhas e troca de peças, desta forma evita-se
Attadia e Martins (2003), afirmam que a evolução do paradas de máquinas inconvenientes e que possam
cenário econômico e um crescimento das empresas prejudicar o processo e a qualidade do produto.
Ao planejar uma manutenção pode-se evitar MATERIAL E MÉTODOS
desperdícios desnecessários como, mão de obra,
Este capítulo abordará a implementação de um plano
horas extras, peças e serviços. A aplicação da
de lubrificação para uma máquina de conversão de
manutenção preventiva em algumas empresas tem
papel tissue em uma empresa do ramo papeleiro.
sido mais eficaz com o passar dos anos, tendo em
Inicialmente será demonstrado a elaboração do plano
vista que ao planejar uma parada de máquina irá
de lubrificação. Em seguida o a aplicação e inspeção
implicar na melhoria do processo e da qualidade do
junto a máquina adotada para a elaboração do
produto.
referido plano.
Em qualquer empreendimento industrial,
Máquina de Papel Tissue
independente do seu porte, o estabelecimento de um
programa de lubrificação é fator primordial para a Conforme Magalhães (2014), diz que dentre os mais
obtenção da melhor eficiência operacional dos variados segmentos de papeis, o segundo com maior
equipamentos, influindo de maneira direta nos gastos crescimento nos últimos anos é o de papel tissue.
empresariais, pela redução do número de paradas de Com um crescimento significativo e com um
manutenção, diminuição das despesas com peças de aumento da competitividade se faz necessário
reposição e com lubrificantes e pelo aumento de investir em novas tecnologias e máquinas, além das
produção. tradicionais fabricantes de máquinas de papel, a
indústria chinesa vem buscando mais espaço no ramo
Além destes aspectos, podem ainda ser mencionados
de conversão. E para que todo o processo ocorra
o aumento da vida útil dos equipamentos
dentro dos padrões de produção é necessário que se
corretamente lubrificados e a melhoria das condições
aplique constantes manutenções e inspeções a fim de
de segurança do serviço de lubrificação, (ROUSSO,
detectar possíveis falhas.
1982).
A aplicação do plano de lubrificação se dará em uma
Segundo Mobley (2008), a lubrificação industrial é
empresa do ramo de conversão de papel tissue,
uma ferramenta eficaz para a redução de custos e
localizada na região norte de Santa Catarina, qual
aumento de produção, desde que aplicada de forma
possui os mais variados tipos e tamanhos de rolos de
correta, mesmo sendo uma manutenção preventiva de
papel higiênico e papel toalha produzidos. E para
forma primitiva. Para estabelecer um programa de
aumentar a produção adquiriu se junto a uma
lubrificação em toda a fábrica, a gerência deve
fabricante chinesa de máquinas para conversão de
providenciar uma pesquisa realizada em cada peça de
papel tissue, uma máquina denominada rebobinadeira
equipamento, observando as recomendações e
ULTRA GRANDE 600, Figura 1, sendo responsável
garantias do fabricante provisões para lubrificação
pela conversão aproximadamente 800 toneladas de
juntamente com a condição da máquina, velocidades
papel tissue em papel higiênico folha dupla por mês.
de operação e cargas, condições de operação (como
contaminantes e temperaturas) e histórico da Figura 1. Representação da Máquina ULTRA
máquina. Essas informações podem ser GRANDE 600.
informatizadas para estabelecer cronogramas de
lubrificação/manutenção, intervalos de troca de óleo
e rotas para executar as tarefas de lubrificação reais,
(ALVERSON, 2008).
Para Duane (2008), os responsáveis pela lubrificação
possuem maiores responsabilidades com a
lubrificação, sendo desta forma treinados para Na Figura 1, pode-se observar a estrutura da
executar as devidas tarefas de lubrificação, disposto rebobinadeira ULTRA GRANDE 600, onde é
por um plano ou cronograma de lubrificação. Estes composta por dois desenroladores de bobina,
também devem ser habilitados para manuseio, demonstrados na seção 1, um grupo laminador e
aplicação e uso de lubrificantes, além de gofrador, demonstrado na seção 2, além do conjunto
armazenamento. rebobinador e colador de rabicho, dispostos nas
seções 3 e 4 respectivamente, todo o conjunto é
Dentro deste contexto, este trabalho irá demonstrar a responsável pela conversão de papel tissue em rolos
aplicação de um plano de lubrificação em uma de papel higiênico folha simples ou dupla.
máquina de conversão de papel tissue, em uma
empresa do ramo de papel. Onde foram realizados Pré-análise para Aplicação do Plano
estudos sobre agentes lubrificantes e cálculos para
Belinelli, et al (2009), explicam que assim como
aplicação e frequência de aplicação do plano.
todas as empresas que atuam no ramo industrial, as
Visando assim uma melhoria significativa no
empresas responsáveis pela fabricação de papel e
processo de produção de papel higiênico, além de
celulose, e sua conversão, sempre buscam um maior
manter as condições de uso do maquinário melhores,
desempenho de seus maquinários, com o intuito de se
e possibilitando um maior controle e evitando
tornarem competitivas junto ao mercado que integra,
manutenções corretivas existentes atualmente.
além de aumentar a produtividade e reduzir as em uma determinada parte da máquina. As condições
manutenções indesejadas. Para isso cai sobre o setor apresentadas são seu regime de trabalho constante,
da manutenção a responsabilidade de manter os níveis de contaminação, sua posição e temperatura, a
maquinários em dia com relação as manutenções qual ficam expostos a velocidade aproximada de 550
preventivas, onde se estabelece o plano de m/min.
lubrificação, verificando junto ao maquinário quais
Análise dos Agentes Lubrificantes
as partes necessitam de lubrificação (Figura 2).
Ao identificar e escolher um lubrificante, necessita
Figura 2. Conjunto rebobinador.
possuir as características físico químicas do agente,
além da qual aplicação se dará. Entre parâmetros que
devem ser avaliados se encontra a viscosidade e seu
índice, o teor de saturados, além do ponto de fluidez.
Para escolha do lubrificante de acordo com estas
condições determina se se o óleo é viscoso, e que
mantenha uma película de proteção sobre a peça, não
impedindo o movimento relativo entre as partes
geradoras de atrito. Com a temperatura gerada pelo
componente estimasse o agente a ser utilizado
levando em consideração a determinação feita por
temperaturas controlas, geralmente 40°C e 100°C. A
Figura 3 demonstra algumas características típicas de
Na Figura 2, pode-se observar alguns pontos com um óleo, que será utilizado na aplicação do plano.
partes rolantes compostas de rolamentos, tais com
rolo de picote e contra lâminas, demonstrado na Figura 3. Características típicas.
ISO
seção 5, e os rolos formador, rebobinador e presa, ENSAIOS 68
UNIDADE
demonstrado na seção 6, partes estas que necessitam Densidade @20/4°C g/cm³ 0,8803
Cor, ASTM - l 2.0
de lubrificação, para que seu funcionamento seja Viscosidade Cinética @ 40°C cSt 70,55
adequado a condição de trabalho. Viscosidade Cinética @100°C cSt 9,15
Índice de Viscosidade - 105
Levantamento dos Componentes e Condições de Ponto de Fluídez °C -18
Ponto de Fulgor °C 248
Trabalho Demulsibiliade @54°C, 30' ml 40/40/00
TAN mg KOH/g 0,45
Uma máquina de conversão de papel possui diversos
elementos mecânicos que necessitam lubrificação, Na Figura 3, apresenta se as características típicas do
pontos estes que se não houver uma lubrificação de óleo hidráulico 68, que te sua utilização
correta poderão acarretar falhas que acarretaram na principalmente em sistema hidráulicos e
diminuição da produção ou até mesmo parada da circulatórios.
máquina. Um dos principais componentes são
Por sua vez rolamentos e outros componentes
rolamentos, quais são de diferentes especificações,
necessitam de lubrificação com graxas, pois à mesma
assim como as engrenagens. Um momento oportuno
possui propriedades que as limitam da fuga junto a
para o levantamento destes componentes é quando
ponto desejado de lubrificação. Para classificar as
ocorre uma parada de máquina ocasiona pelo próprio
graxas deve se identificar a sua consistência,
processo produtivo ou por manutenções no processo.
podendo ser descritas como menor ou maior
As condições de trabalho que se encontram os
mobilidade da graxa, onde o grau de consistência da
componentes tornam-se fundamentais para aplicação
graxa é expressa em grau NGLI (National Grease
dos cálculos de frequência de relubrificação. Sabe-se
Lubricating Institue), conforme Tabela 2.
que muitas condições influenciam muito no
desempenho e na vida útil do equipamento, muitas Tabela 2 – Classificação do grau NLGI.
vezes estas mesmas condições não são levadas em Classe NGLI
Penetração
Trabalhada
Estrutura Aplicação Geral
considerações na hora da fabricação do componente. /DIN 51.818 DIN 51.804/1
(0,1mm)
Desta forma, até o próprio elemento escolhido para Principalmente para
000 445 - 475 Extremamente Fluida
determinada aplicação podem influenciar diretamente engrenagens
00 400 - 300 Fluida
no desempenho do maquinário. 0 355 - 385 Quase Fluida
Lubrificação de
1 310 - 340 Muito Macia Mancais de rolamento
Tabela 1. Condições de trabalho. e deslizamento
CONDIÇÕES DE TRABALHO 2 265 - 295 Macia
PARTE TIPO ROLAMENTO REGIME TRABALHO CONTAMINAÇÃO POSIÇÃO TEMPERATURA 3 220 - 250 Média
Ponteiras ROL CILIND Constante Leve/ Sem abrasivos Vertical <150 °C 4 175 - 205 Dura Vedação de Labirinto
Acionamento Principal ROL UCR 213 Constante Leve/ Com abrasivos Vertical <150 °C
Bailarino ROL UCR 210 Constante Leve/ Com abrasivos Vertical <150 °C
5 130 - 160 Muito Dura

A Tabela 1 demonstras as condições de trabalho de 6 85 - 115


Extremamente
Dura
uma parte do maquinário, a qual pode-se observar as
condições que se apresentam os elementos rolantes
Na Tabela 2, encontra se a classificação da aplicar os resultados obtidos por meio dos cálculos
consistência e o grau de NGLI das graxas, além das anteriores, na Equação 4:
possíveis aplicações, das quais as mais comuns em
(4)
aplicações industriais são de grau 2 e 3. Muitas
destas graxas possuem aditivos químicos que Sendo Tr o tempo de relubrificação (h), 5371,7 a
agregam valores ao lubrificante, possibilitando assim constate de equação, DN o fator de velocidade do
uma maior proteção contra oxidações, corrosões e rolamento (mm) e Fr fator de forma do rolamento,
desgastes em determinadas aplicações. sendo 1 para rolamentos de esfera e 2 para demais
Elaboração de Cálculos tipos de rolamentos.

Para lubrificar um componente não basta somente Lubrificação de Engrenagens


aplicar determinada quantidade de lubrificante sem Segundo Norton (2013), todo engrenamento deve ser
antes tomar conhecimentos sobre o componente, sua lubrificado para que se evite falhas prematuras,
aplicação e suas condições de utilização, com base desgastes por abrasão ou adesivo. Na situação atual
nestes dados pode se obter por meio de cálculos a as engrenagens que se apresentam junto máquina são
quantidade necessário de lubrificante para cada do tipo abertas, ficando então expostas a impurezas e
componente, bem como sua frequência de o pó, com isso o fabricante da máquina dispôs de um
lubrificação. Segundo Teles (2016), o cálculo da dispositivo para lubrificação junto a parte superior da
quantidade de lubrificante a ser utilizado a Equação proteção das engrenagens, desta forma é possível
1: ordenar que o modo de lubrificação da engrenagens
(1) ocorre por meio de gotejamento, o que consiste em
uma lubrificação intermitente, mantendo intervalos
Onde G corresponde a quantidade de lubrificante (g) irregulares, possibilitando assim uma mínima
á ser utilizado, 0,005 constate da equação, B é a espessura dentre os dentes.
largura (mm) do rolamento e D é o diâmetro externo
Cadastro dos Dados para o Sistema da Empresa
do rolamento em milímetros. Sabe se que um plano
de lubrificação específica da melhor forma possível Com a elaboração do plano, necessita que seja
cada tipo de aplicação principalmente a quantidade e cadastrado junto ao sistema de manutenções
frequência, pois sabe se que ao aplicar uma dispostos pela empresa, Anexo 1, desta forma
quantidade excessiva de lubrificante poderá carretar facilitando o controle e gerenciamento da aplicação
em dados aos componentes, bem como a não juntos as paradas programas dispostas pela empresa
aplicação correta dentro dos prazos estipulados. ao maquinário. Junto ao sistema pode identificar
todos os pontos de lubrificação bem como seu
Xaxo (2011), explica por meio de cálculos que é
método de aplicação e sua periodicidade, além das
possível determinar um tempo para relubrificação em
informações sobre o agente lubrificador e sua
horas, sendo necessário calcular o diâmetro médio do
quantidade. Além de facilitar a consulta da
rolamento (Dm), conforme Equação 2:
determinados comportamentos de alguns elementos,
(2) visando uma melhoria na sua vida útil, mantendo
assim um elo junto a manutenções preventivas para
Onde D é o diâmetro externo do rolamento e d é o repor determinado elemento quando esteja perto de
diâmetro interno do rolamento. Em seguida deve se ocorrer uma falha ou até mesmo uma quebra.
calcular o fator de velocidade (DN), conforme a
Treinamento dos Responsáveis
Equação 3:
A responsabilidade de aplicação do plano não está
(3) restrita somente ao operador de lubrificação, mais
Sendo n a rotação do equipamento (RPM), e Fc o também junto a quem elabora o plano, o setor de
fator de correção do rolamento, descrito na Tabela 3. PCM (Planejamento e Controle da Manutenção) e a
manutenção da empresa. Com isso é necessário
Tabela 3 – Fatores de correção. qualificar todos de como proceder com a aplicação
FC: FATOR DE CORREÇÃO PARA ROLAMENTOS do plano, salientando todos os pontos necessários tais
Rolamentos de esferas 100% 1
Rolamentos com dupla carreira de esferas 90% 0,9 como execução do plano, controle de aplicação,
Rolamento agulha 70% 0,7 comunicação de possíveis falhas detectadas ao
Rolamento de rolos cônicos 60% 0,6
Rolamento de rolos cilíndricos 40% 0,4 lubrificar, além de demonstrar o que está disposto
junto a FISPQ (Ficha de Informação de Segurança
A Tabela 3, demonstra o fator de correção para para Produtos Químicos) de cada lubrificante, Anexo
diferentes tipos de rolamentos, com base em suas as 2, referente a procedimentos de segurança na
forças e aplicações que cada rolamento se aplicação e no manuseio de lubrificantes, bem como
compromete a exercer. Para que se possa pôr fim formas de armazenamento, combate e neutralização
calcular o tempo de relubrificação (Tr), deverá se em situações de risco a saúde e ao meio ambiente.
Aplicação do Plano Junto ao Maquinário Sendo, IC a indicação corrigida e VVC o valor
verdadeiro convencional, desta forma pode se
Após todo processo de análises, cálculos e
calcular a falha de corrente de causas inesperadas,
treinamento juto aos responsáveis pela aplicação do
causados por fenômenos naturais ou condições
plano, deve se aplicar o plano junto ao maquinário.
inesperadas de produção. Para se calcular a
Toda aplicação de um lubrificante deverá ser
estimativa percentual que se aplica a probabilidade
executada da forma mais correta e eficaz, sua
de falha nas condições anotadas, é necessário
aplicação consiste em equipamentos que facilitam o
calcular o desvio padrão por amostragem, conforme
manuseio do lubrificante (óleo e graxa), porém para
Equação 7:
que a lubrificação possa ser correta necessita se de
pontos de lubrificação adequados, que sejam limpos (7)
e inspecionados frequentemente, conforme Figura 4,
para que seja realizando assim um monitoramento
Sendo então, σ a estimativa de falha por amostragem,
dos métodos de aplicação e o comportamento do
Σ o somatório de indicações ou amostragens e n o
maquinário, tendo em vista que ao cumprir se de
número total de indicações ou amostras. Por meio das
forma correta a aplicação do plano de lubrificação, o
indicações fornecidas pode se verificar o seu
mesmo irá gerar um impacto no desempenho do
comportamento por meio de uma distribuição normal
maquinário, consequentemente um aumento na
ou gaussiana, sendo então aplicada a curva de
produtividade. Com base nestes dados pode se
frequência da falha por meio da curva de Gauss F(x),
determinar um grau mais elevado de confiabilidade
conforme a Equação 8:
do equipamento.
Figura 4. Pontos de Lubrificação. (8)

Onde, σ a estimativa de falha por amostragem e x a


frequência, desta forma pode obter uma curva para se
identificar o aumento da confiabilidade e da
eficiência do plano, dentro dos padrões estabelecidos
nos cálculos de frequência de aplicação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em um período de acompanhamento da aplicação do
plano de lubrificação, pode se observar o aumento do
desempenho da máquina, a qualidade do produto, da
confiabilidade, e aumento significativo na produção
Na Figura 4 pode-se observar alguns pontos de da linha. Além da redução de manutenções
lubrificação, destaca se os pontos 1 como sendo rolo indesejadas ligas a lubrificação. Na Figura 5 pode-se
prensa superior, ponto 2 sendo o rolo de picote e o observar a forma qual estava sendo aplicado o plano
ponto 3 como rolo formador. Qual respectivamente de lubrificação.
deverão ser lubrificados conforme quantidade de Figura 5. Confiabilidade da lubrificação do Plano de
lubrificante estabelecido pelo plano de lubrificação. Manutenção anterior. a) Demonstração do Plano com
Comparativo de Eficiência Δx = 15 Semanas; b) Vista ampliada com Δx = 4
Semanas (entre 2,5 e 6,5).
Para que se possa calcular o aumento da
confiabilidade do equipamento é necessário fazer
alguns cálculos de comparação entre condições
anteriores nas quais eram aplicados o plano e a forma
atual de aplicação, para então demonstrar
graficamente a eficiência da aplicação do plano.
Inicialmente se faz necessário o levantamento da
frequência de aplicação da lubrificação realizando
um somatório destas, conforme Equação 5:
(5)

Onde, é o valor médio de indicações, são as


indicações e n o número total de indicações, desta
forma pode se obter uma média em semanas da
aplicação do plano. Sendo então necessário o cálculo
da falha aleatória (Fa), conforme Equação 6:
(6)
Na Figura 6, pode se observar de forma mais ampla o
aumento da eficiência e da confiabilidade perante a
aplicação do plano de lubrificação. Em comparação
com o desvio padrão do plano anterior o novo desvio
estabelece claramente que ocorre uma maior eficiente
e um crescimento significativo da confiabilidade do
equipamento, se mantendo dentro da verdadeira vida
útil do equipamento.
Para um maior segurança e controle da aplicação do
plano de lubrificação, fora ordenado aos operadores
que a aplicação deve se ocorrer dentro das paradas
programadas, levando em conta o tempo de
relubrificação disposto o plano. As paradas
programadas são dispostas pela empresa, sendo cerca
de 8 horas mensais, para realizações de manutenções
Na Figura 5, pode-se observar com a aplicação do preventivas e corretivas planejadas, Desta forma,
plano anterior, demonstrava certa eficiência, porém pode-se observar que os índices de manutenções
não demonstrava a devida confiabilidade corretivas não planejadas reduziram drasticamente.
demonstrada pela vida útil verdadeira do
equipamento (VVC), sendo que se ao todo processo Sugestões de Melhorias
deve se manter uma ordenação dentro do desvio Após a aplicação do plano junto a rebobinadeira mais
padrão estabelecido (Ì). Na Figura 6, pode-se nova da empresa, pode se perceber que seu
observar a verdadeira vida útil do equipamento e com desempenho e sua performance aumentaram
a aplicação correta do plano, após meses de análises significativamente, não somente pela aplicação do
sobre a aplicação do plano de lubrificação. plano de forma correta, mas também pela aplicação
Figura 6 – Confiabilidade da lubrificação de ambos de manutenções preventivas, possibilitando assim um
os Planos de Manutenção. a) Demonstração do Plano maior controle sobre os equipamentos dispostos na
com Δx = 15 Semanas; b) Vista ampliada com Δx = máquina. Para que se possa manter e ainda aumentar
4 Semanas (entre 11,5 e 15,5). a produção total das máquinas e da empresa de um
modo geral, forma propostas cerca de cinco
propostas de melhoria a empresas, dispostas a seguir:
1. Aplicar do plano de lubrificação: com o intuito de
aumentar o desempenho e a confiabilidade de todos
os componentes que necessitem lubrificação em cada
máquina, a aplicação do plano de lubrificação nas
demais máquinas da empresa é fundamental,
2. Levantar dados de outras máquinas: para que se
possa se aplicar com maior eficiência o plano de
lubrificação, necessita que seja levantado dos as
partes que necessitem de lubrificação para eventual
especificação do plano.
3. Treinar e qualificar operadores: com a intenção de
aumentar ainda mais a confiabilidade da aplicação do
plano é necessário que os operadores estejam aptos e
qualificados para executar de forma correta o plano.
4. Disponibilizar equipamentos: com a especificação
do plano é necessário que este seja aplicado de forma
correta, necessitando assim de equipamentos que
possa executar de forma precisa a aplicação de
lubrificante.
5. Desenvolver uma ficha para inspeção de
lubrificação: para que se possa ter um maior controle
da aplicação do plano, necessita um controle e
inspeções por parte dos responsáveis pelas linhas de
produção da empresa.
Com a aplicação destas cinco propostas, espera se
que ocorra uma melhoria um aumento significativo
na produção e no desempenho dos maquinários 1logo%20Geral%20N K(1).pdf>. Acesso em: 23
envolvidos. março 2019.
CONCLUSÃO PORTAL IPIRANGA. Lubrificantes Ipiranga.
Disponível em:
A aplicação do plano de lubrificação foi de grande
<https://portal.ipiranga/wps/portal/ipiranga/produ
importância para o aumento da vida útil dos
toseservicos/pro utos/lubrificantes/page-
equipamentos, além de aumentar consideravelmente
paraseunegocio/page-industriais/page
a confiabilidade e a eficiência da aplicação, por meio
hidraulicos/>. Acesso em: 12 março 2019.
de cálculos que demonstraram a importância da
aplicação correta do lubrificante. Desta forma pode- POYRY. Papel e Celulose. Disponível em:
se aplicar de forma mais eficiente o plano de <https://www.poyry.com.br/setores/industria/pap
lubrificação nos demais equipamentos podendo assim el-e-celulose>. Acesso em: 23 fevereiro de 2019.
manter um maior controle sobre possíveis falhas ou
ROUSSO, José. Lubrificação Industrial. Rio de
quebras referentes a lubrificação.
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<https://www.skf.com/br/products/lubrication-
ABNT. NBR10520: informação e documentação:
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citação em documentos. Rio de Janeiro, 2002. 7
2019.
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Acesso em: 12 maio 2019.
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VIANA, Herbert Ricardo Garcia. PCM,
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planejamento e controle da manutenção. Rio de
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Janeiro: Qualitymark, 2008.
BAOSOU Company. Manual de Instrução ULTRA
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Interpretação de Parâmetros que Definem o
FOGLIATTO, Flávio Sanson; RIBEIRO, José Luis Intervalo de Teórico Mínimo de Relubrificação.
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