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Gestão da Produção DEMA – FEUEM
compatível com a estratégia de negócios da empresa, de formas a proporcionar
vantagens competitivas.
APRESENTAÇÃO DA MISSÃO
• O QUE é o nosso negócio?
• QUEM são os nossos clientes?
• COMO é que a nossa crença
influencia o nosso negócio?
ANÁLISE AMBIENTAL
IDENTIFICAÇÃO DAS FORÇAS E
• Situção política.
FRAQUEZAS INTERNAS
• Situção económica e social.
(Competência essencial da
• Análise tecnológica
Organização)
(oportunidade e ameaças).
FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA
DO NEGÓCIO
(Plano a longo termo para a
operação da empresa)
1.2.1. Os custos
As empresas que competem com base nos custos procuram manter a sua
vantagem competitiva através da liderança no negócio baseada em custos. Este facto,
implica que as empresas desenvolvam habilidades que permitam oferecer produtos ou
serviços a baixo custo em relação aos seus competidores. Esta vantagem competitiva
pode ser conseguida se as empresas conseguirem operar com baixos custos de
produção. E, em geral, os custos de produção podem ser reduzidos considerando os
cinco aspetos essenciais da função Produção, a saber: produtos ou serviços,
processos, fábrica, programas e pessoal.
i. Produtos ou serviços – os produtos ou serviços devem ser desenhados de tal
modo que os custos de produção sejam reduzidos ao mínimo. A engenharia do
produto é uma ferramenta essencial para a redução dos custos dos produtos
ou dos serviços. Com efeito, através da engenharia podem ser produzidos
produtos mais baratos mas com a mesma funcionalidade que os mais caros.
Por exemplo, é muito mais barato produzir e comercializar panelas de alumínio
que panelas de aço inoxidável, apesar de se poder usar os dois tipos de panela
da mesma forma. A melhoria da qualidade dos produtos pode reduzir os custos
das devoluções, das garantias, do reprocessamento e de recuperação. Isto
implica a redução de todas as formas de desperdícios de material.
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ii. Processos – é sempre recomendável fazer-se a reconsideração das operações e
dos processos de produção. De facto, o uso da tecnologia pode ajudar a melhor
os processos de produção. Alternativamente, pode-se usar tecnologias
totalmente diferentes dos já em uso para reduzir os custos de produção. Hoje
em dia, os sistemas de produção recorrem, cada vez mais, a automação com
vista a redução dos custos de produção.
1.2.2. A qualidade
1.2.3. O tempo
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Porém, entrega atempada, não só significa entrega rápida, mas sobretudo
entrega à tempo. Isto significa que um produto não deve ser entregue tão rapidamente
que possa causar problemas ao recetor em termos de inventário ou dos custos da
posse do produto. Isto implica que uma empresa que queira competir com base no
tempo deve fazer a entrega do produto exatamente quando ele é esperado. Isto é, não
deve ser tão cedo, nem tão tarde.
1.2.4. A flexibilidade
Importa referir que nenhuma empresa pode competir com base nos quatro
fatores acima apresentados. A empresa deve escolher a prioridades competitivas que
mais se adequa às suas forças activas, suas fraquezas e suas competências nucleares.
O Quadro 1.1 resume as formas de aplicação das prioridades competitivas para as
empresas.
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i. Flexibilidade nos produtos:
Flexibilidade
Fácil mudança do processo de fabricação de um item para o outro
(substituição);
Fácil adaptação aos requisitos particulares dos clientes;
ii. Flexibilidade no volume:
Fácil aumento ou redução das quantidades dos produtos a serem
produzidos em função da demanda do mercado.
Clientes
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1.4. Influência da gestão da produção na empresa
Desde que o processo de Produção começa e termina com clientes, ele pode ser
descrito como um ciclo fechado conforme apresenta a Figura 1.3.
CLIENTES
ESTÁGIO 1 ESTÁGIO 5
Identicação das necessidade e Expedição dos produtos e dos
previsão dos requisitos serviços
ESTÁGIO 2 ESTÁGIO 4
Análise e projecção dos Transformação dos recursos
produtos ou dos serviços em produtos ou serviços
ESTÁGIO 3
Obtenção e junção dos recurso
O comportamento humano não pode ser vaticinado, mesmo sendo nas mesmas
condições. Pois, o homem tem sentimentos, emoções e pode pensar. A importância
destas características do ser humano no ambiente empresarial é largamente
reconhecida a ponto dos precursores da ciência de administração considerarem a
gestão da produção como sendo: “ter as coisas feitas pelas máquinas, através das
pessoas”.
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Sabe-se que o objetivo de uma empresa é o de produzir e, para isso, combina
vários fatores de produção de entre os quais se destacam as máquinas e os
equipamentos. E para que as máquinas e os equipamentos produzam é necessário
que eles funcionem. Estas considerações são óbvias, mas na prática do dia-a-dia da
empresa implicam a existência de uma função muito importante que é a
Manutenção. De facto, com o uso todos os equipamentos se desgastam e avariam o
que vai provocar perturbações na Produção. Assim, o interesse de diminuir essas
perturbações é evidentes, e daí a justificação para haver um sector cujo papel é o de
manter o equipamento a funcionar de modo adequado ao sector da Produção, com o
mínimo custo. Deste modo, salienta-se o aspeto económico da questão. A existência
de um sector de Manutenção implica despesas para a empresa.
Clientes
estado disponibilidade
financeiro do pessoal
FINANÇAS PRODUÇÃO PESSOAL
necessidades necessidades
equipamento
operacionais em pessoal
condição do
falhas e
avarias
MANUTENÇÃO
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propriedades e os custos do equipamento para a produção. Todos os custos
fixos são considerados custos anuais e incluem os capitais investidos na
construção da fábrica e na aquisição e implantação do equipamento para
produção.
Custos Totais
Custos variáveis
Custos fixos
Volume de Produção
Figura 1.5 – Representação gráfica dos custos de produção
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Custos indiretos da fábrica – também designados despesas da fábrica,
incluem os outros custos de operação da fábrica diferentes dos custos da
mão-de-obra e dos materiais.
A taxa dos custos indiretos da fábrica (TCIF) é determinada como rácio entre os
custos indiretos da fábrica e o custo da mão-de-obra direta.
A taxa dos custos indiretos da empresa (TCIE) é determinada como rácio entre os
custos indiretos da empresa e o custo da mão-de-obra direta.
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Exemplo 1.1. Uma empresa de manufatura, que opera com duas fábricas mais a
sede da corporação, compilou os seus custos para o último ano de operação e o
sumário é apresentado na tabela abaixo.
Resolução:
Fábrica 1:
Fábrica 2:
A principal dificuldade para se lidar com as taxas dos custos indiretos é que elas
são baseadas nos custos da mão-de-obra direta apenas. Assim, um operador de um
torno velho, cujo valor escriturado está totalmente amortizado, seja taxado do mesmo
modo que um operador de um operador de um torno novo, com controlo numérico
(CNC). Obviamente, o tempo no torno CNC é muito mais produtivo e deve ser avaliado
através de uma taxa mais alta. Deste modo, se as diferenças nas taxas de máquinas
diferentes não forem reconhecidas, os custos de produção não serão corretamente
avaliados através da estrutura das taxas de custos indiretos.
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Para se poder lidar com esta dificuldade, os custos de utilização de equipamento
são agrupados em duas categorias, a saber: a mão-de-obra direta e a máquina. Cada
uma destas últimas categorias deve ser associada aos custos indiretos aplicáveis.
CAU CI A / P, i, n (1.3)
Onde:
A / P, i, n i 1 n i
n
(1.4)
1 i 1
O custo anual uniforme (CAU) pode ser expresso como uma taxa horária
dividindo o custo anual pelo número anual de horas do uso do equipamento. A taxa
de custos indiretos da máquina é baseada nas despesas da fábrica que podem ser
diretamente atribuídas a máquina. Estas incluem energia elétrica para o
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funcionamento da máquina, espaço na fábrica, manutenção e reparações, etc. A taxa
de custos totais para um posto de trabalho é a soma da mão-de-obra e o custo da
máquina. Para um posto de trabalho que consiste em uma máquina e um trabalhador
a taxa de custos totais pode ser sumarizada conforme a seguinte fórmula:
Onde:
Co – Taxa horária para a operação do posto de trabalho (u.m./hora);
CL – Taxa horária da mão-de-obra direta (u.m./hora);
Cm – Taxa horária da máquina (u.m./hora); e
TCIFMO – Taxa de custos indiretos aplicável à mão-de-obra (%);
TCIFmaq – Taxa de custos indiretos aplicável à máquina (%).
Exemplo 1.2: Um lote de 250 peças deve ser processado, numa pequena empresa do
ramo Metalo-mecânico, para um certo cliente. Para o processamento do lote, a fábrica
utiliza uma máquina, cujos dados operacionais são os seguintes:
Número de operadores necessários: 1;
Custo da mão-de-obra direta: 30,00 Mt/hora;
Despesas da fábrica aplicáveis à mão-de-obra: 50%;
Despesas da fábrica aplicáveis à máquina: 40%;
Operação da máquina: 8 horas/dia, durante 250 dias/ano;
Capital investido: 650.000,00 Mt;
Valor residual: 20.000,00 Mt;
Vida útil: 20 anos;
Taxa de retorno do capital: 20%.
Resolução:
Dados:
Número de operadores necessários: 1;
Custo da mão-de-obra direta ( C L ): 30,00 Mt/hora;
Despesas da fábrica aplicáveis à mão-de-obra ( TCIFMO ): 50%;
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Despesas da fábrica aplicáveis à máquina ( TCIFmaq ): 40%;
Operação da máquina: 8 horas/dia, durante 250 dias/ano;
Capital investido ( CI ): 650.000,00 Mt;
Valor residual ( VR ): 20.000,00 Mt;
Vida útil ( n ): 20 anos;
Taxa de retorno do capital ( i ): 20%.
1 0 ,2 1
CUA 650.000 20.000 0 ,2054 CUA 137.618 ,00 Mt / ano .
CAU 137.618
Custo horário da máquina ( Cm ): Cm 68 ,81 Mt / hora
TO 2.000
Custo total de operação da máquina: CO CL 1 TCIFMO Cm 1 TCIFmaq
CO 30 1 0 ,5 68 ,81 1 0 ,4 141,33 Mt / hora
Se máquina processa 50 peças por hora, então as 250 peças serão processadas
em 5 horas. Assim, o custo de processamento será:
Resposta: O preço por peça, a ser cobrado ao cliente, será de 4,24 Mt.
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