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Interfaceamento de Sistemas

A empresa e a organização da
produção
5º Semestre 2024
Docente:Custodio Zunguze

UNIVERSIDADE A POLITÉCNICA
INSTITUTO SUPERIOR UNIVESITARIO DE TETE

01/03/2024
1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO

• Um sistema de produção (SP) é criado para produzir


bens ou serviços para fins lucrativos. Por exemplo,
uma fábrica metalo-mecânica, uma fábrica de
bebidas, uma fábrica de vestuário, uma companhia
de transporte, uma agência de seguros ou uma
clínica são todas empresas ou sistemas de produção.
Neste exemplo, a indústria metalo-mecânica, a de
bebidas e a de vestuário produzem bens tangíveis,
enquanto as transportadoras e as clínicas produzem
serviços.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Todos os SP’s necessitam de entradas (o capital, a
terra, a mão-de-obra, etc) que são transformadas em
saídas (lucros), existindo, portanto, uma determinada
forma de conversão, que é uma característica
essencial para todas as empresas. A conversão das
entradas pode ser física, tal como nos casos dos
sistemas de manufactura. Porém, no caso de uma
companhia de transporte, não se verifica um
processo de transformação física das entradas,
apenas ocorre a adição da utilidade dos produtos ao
torná-los disponíveis nos locais mais apropriados
para o uso. Interfaceamento de Sistemas 3
1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Sendo o processo de conversão das entradas em
lucros, o principal objectivo de qualquer SP, a Gestão
da Produção devera incluir todas as actividades de
organização, planificação e controle dos processos de
conversão que permitam o alcance desse objectivo.
• O Planificação envolve a selecção de políticas e de
programas que permitam o alcance dos objectivos
desejados. Envolve, ainda, projecto e
desenvolvimento de produtos/serviços, identificação
dos equipamentos, localização da fábrica, definição
de layout das máquinas e equipamentos, etc.
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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• O processo de conversão necessita de ser
monitorado para assegurar que os planos feitos
sejam convenientemente implementados. Caso se
verifiquem desvios nos planos, pode ser necessário
que se tome medidas correctivas com vista a
melhorar o desempenho do sistema. Isto constitui
parte do controle do processo. O controlo de
inventário, controle de qualidade são outros
exemplos de actividades da Organização da
Produção.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades
Competitivas
• A estratégia é definida como sendo a arte e a
ciência de formulação, implementação e avaliação
das decisões que permitem, à uma organização,
alcançar os seus objectivos.
• A estratégia de negócios de uma organização diz
respeito a visão geral e a direcção na qual a
organização deve se mover.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
• A estratégia define os objectivos a longo termo e a
filosofia básica de uma organização. Por isso, a estratégia
da produção de uma empresa deve emergir da
estratégia de negócio dessa mesma empresa. A Produção
de uma empresa, geralmente, usa a maior parte do
capital, da mão-de-obra, dos activos fixos, e.t.c. Por isso,
é imperativo que a estratégia seja correctamente
desenhada, compatível com a estratégia de negócios da
empresa, de formas a proporcionar vantagens
competitivas.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
• Geralmente, a estratégia da Produção é um plano à
longo termo para o desenho e a utilização da Operação
para suportar a estratégia geral de negócios da empresa.
Isto envolve a consideração cuidadosa das prioridades
competitivas que garantam a implementação da
estratégia do negócio da empresa. Para tal, o primeiro
passo deve consistir em identificar as prioridades
competitivas que, para os casos de empresa, geralmente
são: os custos, a qualidade, o tempo e a flexibilidade.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
Os custos
• As empresas que competem com base nos custos
procuram manter a sua vantagem competitiva através da
liderança no negócio baseada em custos. Isto é,
desenvolvem habilidades que permitem oferecer
produtos ou serviços a baixo custo em relação aos seus
competidores. Uma vantagem que só pode ser
conseguida se as empresas conseguirem operar com
baixos custos de produção.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
Os custos
• Em geral, os custos de produção podem ser reduzidos
considerando os cinco aspectos essenciais da função
Produção, a saber:
i. Produtos ou Serviços – devem ser desenhados de tal
modo que os custos de produção sejam reduzidos ao
mínimo. A engenharia do produto é uma ferramenta
essencial para a redução dos custos dos produtos ou
dos serviços. Com efeito, através da engenharia podem

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
Os custos
ser produzidos produtos mais baratos mas com a mesma
funcionalidade que os mais caros. Por exemplo, é muito
mais barato produzir e comercializar panelas de alumínio
que panelas de aço inoxidável, apesar de se poder usar os
dois tipos de panela da mesma forma. A melhoria da
qualidade dos produtos pode reduzir os custos das
devoluções, das garantias, do reprocessamento e de
recuperação. Isto implica a redução de todas as formas de
desperdícios de material.
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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
Os custos

ii. Processos – é sempre recomendável fazer-se a


reconsideração das operações e dos processos de
produção. De facto, o uso da tecnologia pode ajudar a
melhorar os processos e a reduzir os custos de produção.
Hoje em dia, os sistemas de produção recorrem, cada vez
mais, a automação com vista a redução dos custos de
produção.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
Os custos
iii. Fábrica – A localização, o tipo de layout e a capacidade
de produção duma fábrica podem ter um grande impacto
nos custos de produção.
iv. Programas – A gestão dos materiais, a correcta
programação da produção e o controle do inventário
podem ajudar na redução de custos de produção. Importa
salientar que a planificação e a programação da produção
devem ser feitas de modo a reduzir os custos operacionais.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
Os custos
v. Pessoal – Os custo de produção podem ser reduzidos
empregando pessoal com a formação e as habilidades
requeridas para a produção. Pois, poderão se registar
menos desperdícios, menos falhas no equipamento, pouca
necessidade de recuperação ou de reprocessamento e
reduzida frequência de cobertura de garantias se os
trabalhadores produzirem com qualidade e em quantidades
exigidas.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
A qualidade
• Muitas empresas encaram a qualidade defensivamente.
Porém, a qualidade não significa, necessariamente, a
redução da quantidade de defeitos nos produtos, nem
apenas a conformação destes à determinadas
especificações. A qualidade deve ter em vista a satisfação
dos clientes. Deste modo, devem ser identificadas as
expectativas e as atitudes dos clientes em relação à
qualidade, de modo que se possa assegurar a satisfação
dos seus requisitos.
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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
A qualidade
• Entretanto, assegurar um alto nível de desempenho e
alta consistência dos produtos, pode resultar em altos
custos de produção e, consequentemente, em alto preço
de venda. Por isso, a qualidade do produto ou do serviço
deve ser assegurada através das especificações de
projecto; do uso do processo de fabricação apropriado;
da aplicação de materiais com qualidade; do uso de
maquinaria e equipamentos apropriados e contando com
o pessoal consciente da importância da qualidade.
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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
A qualidade

• Neste contexto, as empresas que competem com base na


qualidade devem assegurar projectos que garantam alto
grau de desempenho, produtos ou serviços com
características superiores, alta durabilidade e excelentes
serviços aos clientes. Estes factores devem ser
complementados com serviços de entrega sem erros e
com muito baixa tolerância em relação às especificações.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
O tempo

• Certas empresas competem assegurando serviços de


entrega mais rápidos quando comparados com os dos
seus competidores. A internet e os grandes avanços das
tecnologias de informação e de comunicação fizeram
contribuições significativas relativamente a este aspecto.
Porém, entrega atempada, não só significa entrega
rápida, mas sobretudo entrega à tempo.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
O tempo

• Ou seja, um produto não deve ser entregue tão


rapidamente que possa causar problemas ao receptor em
termos de inventário ou dos custos da posse do produto.
Isto implica que uma empresa que queira competir com
base no tempo deve fazer a entrega do produto
exactamente quando ele é esperado. Isto é, não deve ser
tão cedo, nem tão tarde.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
A flexibilidade
• As necessidades dos clientes são continuamente
variáveis. De facto, os clientes desejam larga variedade
de produtos. Mas as operações da manufactura tendem
a resistir ao aumento da variedade, pois isto tende a
desestabilizar os processos de fabricação tornando a
produção ineficiente. A flexibilidade é a habilidade de
responder à mudança de circunstância motivadas pelas
alterações para a melhoria dos produtos ou pelas
inovações.
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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
A flexibilidade
• Hoje em dia, os clientes preferem produtos ou serviços
altamente adaptados às necessidades individuais e toda
empresa que consegue alcançar estes requisitos tem
possibilidades de ganhar esta vantagem competitiva em
relação àquelas que não podem. Por isso, qualquer
empresa que queira competir com base na flexibilidade
dos produtos, deve ser capaz de mudar de processo de
produção de um determinado item para o outro; deve,

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Estratégia da Produção e as Prioridades Competitivas
A flexibilidade
• ainda, ser capaz de produzir, facilmente, produtos ou
serviços adaptados aos requisitos particulares dos
clientes. As empresas também necessitam de assegurar a
flexibilidade em termos de qualidade. Elas devem ter
habilidade de controlar as flutuações das demandas de
modo a obter vantagens das condições do mercado em
constantes mudanças.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Objectivos da Organização da Produção

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Objectivos da Organização da Produção
• Numa empresa a Produção compreende as funções de
análise e projecção de produtos/serviços, a organização
dos meios e recursos de produção e a transformação dos
recursos em produtos/serviços. Isto é, a Produção opera
o sistema produtivo da empresa. E, desde que o âmbito
de actuação da Produção se estende para larga variedade
de funções, a formulação de uma definição
compreensível da organização da Produção e dos seus
objectivos é muito complexa.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Objectivos da Organização da Produção
• Contudo, a organização da produção compreende: a
planificação, a programação e o controle de actividades;
que transformam as entradas em forma de: matéria-
prima, do capital, da maquinaria, da mão-de-obra, da
informação e do tempo em saídas em forma de produtos
ou serviços de alto valor que as entradas. Assim, a
organização da produção tem como objectivos a criação,
operação e controle dos sistemas de transformação que
tomam as entradas de vários recursos para produzir bens
ou serviços necessitados pelos clientes.
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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Influência da Organização da Produção na Empresa

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Influência da Organização da Produção na Empresa
• Numa empresa, as actividades dos estágios I e V são
geralmente atribuídas ao sector Comercial, enquanto as
dos estágios II, III e IV ficam a cargo do sector de
Produção. O sector Comercial estuda as necessidades dos
clientes através de inquéritos feitos no mercado e de
interacção com os potenciais clientes da empresa. Deste
estudo, o pessoal do sector comercial pode avançar com
a proposta das feições do produto.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Influência da Organização da Produção na Empresa
• O sector Comercial faz também a estimativa da demanda
do mercado dos produtos ou serviços oferecidos pela
empresa. Enquanto o sector de Produção deve produzir
os produtos ou os serviços que possam satisfazer as
necessidades dos clientes. A quantidade e a qualidade
dos produtos ou dos serviços devem ser definidas pelo
sector Comercial em colaboração com a Produção. Isto
implica que os sectores Comercial e de Produção devem
trabalhar em estreita colaboração.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Áreas de Decisão na Empresa
• Em geral, os principais sectores duma empresa são: o
Produtivo, o Comercial, o Financeiro e os Recursos
Humanos. Refira-se que, mesmo que a empresa tenha
capacidade para a produção e exista mercado para os
seus produtos, sem os fundos necessários para financiar
as operações da Produção, poderá se tornar bastante
difícil a sobrevivência da empresa. Daqui se justifica a
relevância do sector Financeiro.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Áreas de Decisão na Empresa
• Similarmente, a má gestão dos recursos humanos, que
pode resultar na inexistência da mão-de-obra em
quantidade e qualidade requeridas, poderá restringir a
Produção. Isto mostra que numa empresa todos os
sectores devem se complementar, uns aos outros, para
formar uma organização eficiente e produtiva como um
todo.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Áreas de Decisão na Empresa
• Sabe-se que o objectivo de uma empresa é o de produzir
e, para isso, combina vários factores de produção de
entre os quais se destacam as máquinas e os
equipamentos. E para que as máquinas e os
equipamentos produzam é necessário que eles
funcionem. Estas considerações são óbvias, mas na
prática do dia-a-dia da empresa implicam a existência de
uma função muito importante que é a Manutenção.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Áreas de Decisão na Empresa
• Com o uso todos os equipamentos se desgastam e
avariam o que vai provocar perturbações na Produção.
Assim, o interesse de diminuir essas perturbações é
evidentes, e daí a justificação para haver um sector cujo
papel é o de manter o equipamento a funcionar de modo
adequado ao sector da Produção, com o mínimo custo.
Deste modo, salienta-se o aspecto económico da
questão. A existência de um sector de Manutenção
implica despesas para a empresa.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Áreas de Decisão na Empresa
• Porém, produzir significa explorar máquinas e
equipamentos para se obter produtos e serviços, e a
Manutenção assegura a disponibilidade à produção e,
portanto, garante a quantidade e a qualidade da
produção. Por esta razão a Manutenção deve ser
considerada como sendo um sector produtivo e
indispensável para qualquer empresa.

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1. A EMPRESA E A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
• Áreas de Decisão na Empresa

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2. ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DE UM
SISTEMA DE PRODUÇÃO
• Conceito Básico de Sistema
• Os sistemas podem ser encontrados em diversos locais
no universo e, apesar das suas diversidades, todos os
sistemas têm algo em comum, a organização. Este facto,
originou o desenvolvimento do chamado “system
thinking” que é uma tentativa de explicação científica da
natureza e da estrutura fundamental de um determinado
sistema. Como resultado, este conceito de sistema tem
sido aplicado em muitas áreas da ciência fundamental e
em vários ramos de Engenharia.

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2. ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DE UM
SISTEMA DE PRODUÇÃO
• Vista Geral do Sistema de Produção
• O objectivo de um S.P. do ramo industrial é o de produzir
e comercializar produtos manufacturados a partir de
projectos baseados em especificações dos clientes e com
a garantia da qualidade e de distribuição a um custo
aceitável. A fábrica deve assegurar que exista pessoal
habilitado, os equipamentos, as ferramentas e os
materiais necessários para a produção. Todas as
actividades devem ser planificadas, programadas,
monitoradas e controladas para assegurar que os
objectivos da fábrica possam ser alcançados.
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2. ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DE UM
SISTEMA DE PRODUÇÃO
• Vista Geral do Sistema de Produção

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2. ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DE UM
SISTEMA DE PRODUÇÃO
• Vista Geral do Sistema de Produção
• A função produção pode ser subdividida em 4 áreas, a
saber:
 Formulação do plano de produção – envolvendo os
departamentos de vendas, estudos e projectos e
planificação da produção;

 Projecto e desenvolvimento de produtos – envolvendo


os departamentos de estudos e projectos e
desenvolvimento e testes;
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2. ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DE
UM SISTEMA DE PRODUÇÃO
• Vista Geral do Sistema de Produção
 Organização dos recursos de produção – envolvendo os
departamentos de aprovisionamento (aquisições e
controle de stocks);

 Produção dos produtos – incluindo produção das peças e


componentes dos produto, sub-montagens, montagem
final e teste dos produtos. Esta função envolve as oficinas
com as maquinarias e equipamentos, linhas de
montagem e os sectores de controlo da produção.

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3. TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Existem diversas formas de classificação de sistemas de
produção. No entanto, de modo geral, todos os critérios
que servem como base para classificação de sistemas de
produção relacionam-se com os elementos do modelo
“Entradas – Transformação – Saídas”.
• Para separar as actividades da indústria manufactureira
das da indústria de serviço, a classificação de S.P. pode
ser feita em dois tópicos, a saber:
 Sistemas de produção da manufactura; e
 Sistemas de produção em operações de serviço.

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3. TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Sistemas de Produção da Manufactura
Sistemas de Produção por Processos de Projectos
 Cada produto tem recursos exclusivamente dedicados a
ele;
 Cada produto é fabricado conforme as especificações
individuais; e
 Os períodos de manufactura são geralmente longos.

o Exemplo: construção de navios, construção de naves


espaciais, etc.
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3. TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Sistemas de Produção da Manufactura
Sistemas de Produção por Processos de empreitadas
 Variedade de tipos de produtos e baixos volumes de
produção;
 Compartilha de recursos de operação com diversos
outros produtos; e
 Produzem mais itens, mas usualmente menores se
comparados aos processos de projecto.
o Exemplo: metalomecânicas de pequenas dimensões,
fábricas de mobiliário, etc.
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3. TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Sistemas de Produção da Manufactura
Sistemas de Produção por Processos em lotes
 As operações se repetem enquanto se produz o lote; e
 Não têm o mesmo grau de variedade que os processos
por empreitada.

o Exemplo: indústria da moda e calçado, indústria de


alimentos congelados, etc.

Interfaceamento de Sistemas 44
3. TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Sistemas de Produção da Manufactura
Sistemas de Produção por Processos Contínuos
 Maiores quantidades de produção; e
 Menor variedade quando comparados aos processos de
produção em massa.

o Exemplo: indústria petroquímica, indústria siderúrgica ou


de redução de metais, produção de electricidade, etc.

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3. TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Sistemas de Produção da Manufactura

Interfaceamento de Sistemas 46
3. TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Sistemas de Produção em Operações de Serviços
Sistemas de Produção de Serviços Profissionais
 Baseados nas pessoas e não em equipamentos;
 Orientados para o processo;
 Alta especificação;
 Pessoal de contacto possui considerável autonomia; e
 Muito tempo despendido no atendimento.
o Exemplo: consultores de arquitectura, de economia, de
engenharia, de medicina, serviços de advocacia, etc.

Interfaceamento de Sistemas 47
3. TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Sistemas de Produção em Operações de Serviços
Sistemas de Produção de Lojas de Serviços
 Serviço é proporcionado por combinações de actividades
de escritório da linha da frente e da retaguarda;
 Uso do pessoal, geralmente profissional, e
equipamentos; e
 Muita ênfase no produto ou processo.
o Exemplo: estabelecimentos de ensino e/ou de formação,
estabelecimentos de saúde e hospitalares, bancos, lojas
comerciais, hotelaria e/ou restauração, etc.
Interfaceamento de Sistemas 48
3. TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Sistemas de Produção em Operações de Serviços
Sistemas de Produção de Serviços de Massa
 Menor especificação de serviço a ser prestado;
 Tempo do pessoal é limitado;
 Baseado em equipamento e orientados para o produto; e
 O pessoal com divisão de trabalho precisamente
definida.
o Exemplo: supermercados, aeroportos, serviços de
telecomunicações, bibliotecas, etc.

Interfaceamento de Sistemas 49
3. TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Sistemas de Produção em Operações de Serviços

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4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos Fixos e Custos Variáveis

• Quando os custos fixos e os custos variáveis são


combinados obtêm-se os custos totais de produção como
função do nível de produção.
Interfaceamento de Sistemas 51
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos Fixos e Custos Variáveis

• Custos fixos – são aqueles que não variam,


independentemente do nível de produção. Por exemplo,
os custos das construções, seguros, taxas de
propriedades e os custos do equipamento para a
produção. Todos os custos fixos são considerados custos
anuais e incluem os capitais investidos na construção da
fábrica e na aquisição e implantação do equipamento
para produção.

Interfaceamento de Sistemas 52
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos Fixos e Custos Variáveis

• Custos variáveis – são aquelas que variam em função da


variação do nível de produção. Os custos da matéria-
prima, da mão-de-obra directa (incluindo subsídios),
consumos da água ou da energia eléctrica, são exemplos
de custos variáveis. O conceito ideal dos custos variáveis
é que estes últimos são directamente proporcionais ao
nível de produção.

Interfaceamento de Sistemas 53
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos Indirectos

• A classificação de custos de produção, em fixos ou


variáveis, não é sempre conveniente para os sectores de
contabilidade ou das finanças das empresas. Os conceitos
de custo fixo e de custos variáveis são válidos, mas na
prática é mais conveniente pensar em termos de custo da
mão-de-obra directa, custos dos materiais e custos
indirectos.

Interfaceamento de Sistemas 54
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos Indirectos

• O custo da mão-de-obra directa pode ser facilmente


determinado somando os salários pagos ao pessoal da
empresa, enquanto os custos dos materiais são
determinados somando os custos totais de todos
materiais usados para produzir bens ou serviços. E, em
termos fixos ou variáveis, os custos da mão-de-obra e dos
materiais devem ser considerados variáveis.

Interfaceamento de Sistemas 55
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos Indirectos
• Os custos Indirectos são os outros custos associados ao
funcionamento das empresas. Estes são subdivididos em
duas categorias, a saber:
 Custos indirectos da fábrica – também designados
despesas da fábrica, incluem os outros custos de
operação da fábrica diferentes dos custos da mão-de-
obra e dos materiais.
 Custo indirectos da empresa – também designados
despesas da empresa, incluem os outros custos de
operação da empresa, diferentes dos custo de fabricação.
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4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos Indirectos

Interfaceamento de Sistemas 57
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos de Utilização do Equipamento
• Na prática, um posto de trabalho pode consistir-se em:
 Um trabalhador e uma máquina;
 Um trabalhador e várias máquinas;
 Vários trabalhadores e uma máquina; ou
 Vários trabalhadores e várias máquinas.

• Em qualquer um destes casos, ao estimar-se os custos de


produção é sempre conveniente separar os custos da
mão-de-obra dos custos da máquina ou equipamento.
Interfaceamento de Sistemas 58
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos de Utilização do Equipamento
• A principal dificuldade associada aos custos indirectos é
que elas são baseadas nos custos da mão-de-obra directa
apenas. Assim, um operador de um torno velho, cujo
valor escriturado está totalmente amortizado, será
taxado do mesmo modo que um operador de um
operador de um torno novo, com CNC, onde, o tempo é
muito mais produtivo e deveria ser avaliado através de
uma taxa mais alta. Deste modo, se as diferenças nas
taxas de máquinas diferentes não forem reconhecidas, os
custos de produção não serão correctamente avaliados
através da estrutura das taxas de custos indirectos.
Interfaceamento de Sistemas 59
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos de Utilização do Equipamento

• Para se poder lidar com esta dificuldade, os custos de


utilização de equipamento são agrupados em duas
categorias, a saber: a mão-de-obra directa e a máquina.
Cada uma delas deve ser associada aos custos indirectos
aplicáveis. Os custos de utilização do equipamento não
são aplicáveis para a operação de toda fábrica. Eles são
aplicáveis para a operação de um determinado posto de
trabalho.

Interfaceamento de Sistemas 60
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos de Utilização do Equipamento
• O custo da mão-de-obra directa, consiste em salários e
outros benefícios pagos para a operação de um posto de
trabalho. Os custos indirectos da fábrica aplicáveis
podem incluir supervisão da linha, impostos, seguros de
vida e outros benefícios. O custo anual da máquina ou
equipamento é o custo inicial da máquina dividido em
partes proporcionais ao longo da vida útil do
equipamento a uma taxa apropriada usada pela empresa.
Geralmente, isto é feito através do factor de retorno do
capital, dado pela seguinte fórmula:
Interfaceamento de Sistemas 61
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos de Utilização do Equipamento
• Onde:
 CAU – Custo anual uniforme (u.m./ano);
 CI – Custo inicial (u.m.);
 (A/P, i, n) – Factor de recuperação do capital que
converte o custo inicial no ano zero (0) em série de
valores anuais uniformes equivalentes (onde i é a taxa de
juro anual e n o número de anos de serviço da máquina
ou equipamento.

Interfaceamento de Sistemas 62
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos de Utilização do Equipamento
• Para determinados valores de i e de n o valor (A/P, i, n)
pode ser determinado pela Fórmula:

• Este valor pode ser encontrado em tabelas apropriadas


largamente empregues.
Interfaceamento de Sistemas 63
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos de Utilização do Equipamento
• O CAU pode ser expresso como uma taxa horária
dividindo o custo anual pelo número anual de horas do
uso do equipamento. A taxa de custos indirectos da
máquina é baseada nas despesas da fábrica que podem
ser directamente atribuídas a máquina. Estas incluem
energia eléctrica, espaço na fábrica, manutenção e
MR1

reparações, etc. A taxa de custos totais para um posto de


trabalho é a soma da mão-de-obra e o custo da máquina.
Para um posto de trabalho que consiste em uma
máquina e um trabalhador a taxa de custos totais pode
ser sumarizada conforme a fórmula seguinte:
Interfaceamento de Sistemas 64
Slide 64

MR1 Para o funcionamento da maquina


Maulana Rupava; 17/03/2020
4. CUSTOS OPERACIONAIS
• Custos de Utilização do Equipamento

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