Custos e

desperdícios na
Qualidade
Profª. Giulia Oliveira Angélico
 Reação em cadeia
A melhoria da qualidade traz baixa de custos devido à
redução do trabalho, dos erros, dos atrasos, dos
empecilhos e proporciona, também, melhor uso dos
materiais e do tempo de utilização das máquinas,
obtendo, por sua vez, aumento da produtividade, que
gera aumento da participação do mercado em função
da melhoria da qualidade do produto e da possibilidade
de oferecê-lo a um preço mais baixo, possibilitando o
incremento das chances de crescimento ou mesmo de
permanência da empresa no mercado.

Oliveira et al., 2004; Moreira, 1998; Walton, 1989

• Postura estratégica em relação ao controle de
custos e desperdícios nas atividades de produção
é fundamental para que as empresas alcancem o
sucesso esperado.

• Melhoria contínua de produtos/serviços e seus

processos de produção -> maior especialização,
racionalização e tecnologia -> vantagem
competitiva

• Estratégia é uma postura adotada pela

organização em direção a um processo de
mudanças necessárias, como forma de administrar
seus recursos limitados com mais eficiência e
eficácia (Gaj, 1987)
5 forças de Porter
• Estratégia competitiva
visa estabelecer
posição lucrativa e
sustentável contra as
forças que
determinam a
concorrência em um
determinado setor.
 Ter poder de
competitividade significa....

• Ser capaz de minimizar as ameaças de empresas

ingressantes no mercado
• Vencer a rivalidade imposta por empresas
concorrentes
• Ganhar e manter fatias de mercado
• Ser capaz de reduzir o poder de barganha de
fornecedores e consumidores
 Estratégias genéricas de
Porter
• Liderança por custo
o Fazer e entregar produtos e serviços com custos inferiores aos dos
concorrentes para competir em preço.
o Instalação em escala eficiente;
o Controle de despesas gerais
o Investimento em equipamentos atualizados para minimizar custos, etc.

• Liderança por diferenciação

o Empresa busca sobressair em relação à concorrência diferenciando seus
produtos ou serviços em atributos como : qualidade, prazo, flexibilidade
e confiabilidade

• Liderança por nicho de mercado

o Busca vantagem competitiva em um segmento específico de mercado
o Adaptação de suas estratégias para atender o nicho pelo foco em
custos ou diferenciação.
 Análise SWOT
Possibilita direcionar os esforços de qualidade
 Relevância da função
custo
• A função custos foi elevada ao status de
alternativa estratégica
• Mesmo quando a empresa foca em diferenciação
ou nicho de mercado não pode deixar os custos
em segundo plano

• Preços ditados pelo mercado ->

lucro = preço final – custo de produção
OU SEJA
• A racionalização do processo produtivo é a maior
responsável pela sobrevivência e pelo crescimento
organizacional
Custos da Qualidade

Slack, 1996
• CUSTOS DE CONTROLE
Ligados a atividades que visam prevenir a ocorrência
de erros, atuando na antecipação e no
monitoramento dos processos

• CUSTOS DE FALHAS DE CONTROLE

Relacionados aos custos decorrentes do erro já
ocorrido e que, portanto, caracterizam um mau
investimento nos custos de controle.

São inversamente proporcionais: Quanto mais se

investe em prevenção e controle, menos ocorrem
falhas no processo produtivo

Aumento na produtividade e ganhos relativos na

medida em que ocorre aumento da qualidade e
futuros erros podem ser previstos
 Custos de prevenção
custos incorridos para evitar que falhas aconteçam

• Ocorrem quando se busca prevenir problemas

futuros
• Inclui o que se gasta durante a observação e
identificação de problemas antes da execução ou
produção de determinado bem ou serviço.
• Necessária capacitação do pessoal envolvido
diretamente no processo de produção
• Ex.: Planejamento da qualidade;
• Revisão de novos produtos;
• Treino (formação) do pessoal para a qualidade
• Manutenção preventiva dos equipamentos;
• Revisão do projeto;
 Custos de Avaliação
custos necessários para avaliar a qualidade do produto pela primeira vez

• São especificamente voltados para o controle de

qualidade
• Ocorre quando agentes envolvidos diretamente no
processo de produção checam a possibilidade da
existência de problemas e erros que podem
acontecer durante o processo de fabricação
• Ex.: Inspeção da Matéria-prima;
• Inspeção e teste;
• Testes ao equipamento;
• Material consumido nos testes;
 Custos de falhas internas
incorridos devido a algum erro do processo produtivo

• Ocorrem na medida em que são detectados erros

na operação interna, como problemas com peças
e materiais refugados.
• Incluem também a perda de tempo durante o
processo de produção.
É necessário um controle rígido dos fatores de
produção utilizados no processo para identificar erros
internos.
• Ex.: Refugos, sucatas;
• Retrabalhar o produto;
• Reinspeção dos produtos retrabalhados;
• Paragens na linha;
• Esperas
 Custos de falhas externas
decorrentes de falhas no produto ou serviço quando estes se encontram no
mercado e/ou são adquiridos pelo consumidor final
• Os consumidores são afetados em relação à confiança que
têm no produto/serviço e na empresa.

• Falhas externas ocasionam grandes perdas em custos

intangíveis, como destruição da imagem e credibilidade da
empresa. Quanto mais tarde erros forem detectados, maiores
serão os custos envolvidos para corrigi-los, além de ocasionar
perdas que muitas vezes são irreversíveis.

• Ex.: Atendimento a reclamações;

• Tempo para analisar as anomalias;
• Tempo para determinar as ações corretivas;
• Material devolvido;
• Custos com garantia;
• Custos de concessões dadas aos clientes, descontos;
Desperdícios na produção
• Controle e eliminação dos desperdícios é fundamental
para alcançar objetivos de qualidade
• Necessário identificar as perdas em relação ao mau uso
dos recursos de produção

Para que as organizações alcancem excelência em

operações, condição essencial para a excelência
organizacional, é necessário que grandes esforços no
combate ao desperdício e na melhoria contínua (Kaizen)
sejam despendidos

Kaizen: filosofia de melhoria contínua que visa balancear a

redução de custos e o aumento de produtividade
Desperdícios na produção
• Desperdício: qualquer atividade que não agregue
valor ao produto/serviço

• Toyota = percursora na introdução de instrumentos

e técnicas de controle e redução de desperdícios
em sua linha de produção
• Tipos de desperdício:
o Superprodução
o Tempo de espera
o Transporte
o Processo
o Movimentação
o Produtos defeituosos
o Estoque
Desperdícios na produção
• Superprodução
o Produzir mais do que é imediatamente necessário para o próximo
processo.
o Uma das maiores fontes de desperdício – sua eliminação deve ser objeto
de intenso esforço da organização – somente proceder a produção de
determinado produto na quantidade e quando o cliente interno seguinte
o requerer

• Tempo de espera
o Ocorre quando os fatores de produção aguardam para ser processados
a fim de utilizar a capacidade máxima das máquinas e equipamentos ->
leva a uma produção além do que o necessário

• Transporte
o Ocorre na medida em que existem longas distâncias a serem percorridas
pelos fatores de produção ao longo do processo
o Busca-se a minimização da distância e a correta movimentação dos
fatores de produção – estrutura física correta, capaz de viabilizar um
processo produtivo organizado e enxuto
Desperdícios na produção
• Processo
o Ocorre na medida em que as etapas e atividades desenvolvidas que
não agregam valor continuem sendo executadas.
o Necessário investigar quais as reais etapas relevantes do processo e quais
podem e devem ser excluídas

• Movimentação
o Decorre de falhas no projeto do posto de trabalho: quando as empresas
decidem executar o processo de produção sem antes analisar as
características do processo como: aspectos ergonômicos , tempo,
disponibilização de espaços compatíveis com as atividades
o Metodologias que levem à economia de movimento e que aumentem
sua produtividade, reduzindo o tempo de execução do processo
produtivo

• Produtos defeituosos
o Envolve a perda de recursos de produção, tempo dedicado pela mão-
de-obra, armazenagem, desgaste de equipamentos, etc.
o Necessário realizar controle para apontar antecipadamente as possíveis
falhas nos produtos
 Desperdícios na produção
• Estoque
o Os custos envolvidos na armazenagem dos materiais podem ser fixos e
variáveis
o Custos fixos: utilização do imóvel, equipamentos de movimentação e de
armazenagem, mobiliário, seguros, folha de pagamento.
o Custos variáveis: custos de manutenção de estoque, deterioração e
obsolescência, perdas, operação e manutenção dos equipamentos e
instalações e materiais operacionais.

o Desperdício de estoque ocorre quando a empresa mantém estoques

desnecessários, que significam perdas de investimento e também de
espaço físico.
 Produção Enxuta
• Concepção dos sistemas de produção que teve
origem na indústria japonesa diante da
necessidade de produzir pequenas quantidades
de numerosos modelos de produtos em uma
realidade que envolvia escassez de recursos.
• Consolidou o chamado Sistema Toyota de
Produção
 Produção Enxuta
• Abandono do conceito de processo como
transformação de inputs em outuputs, passando a
designar um fluxo de materiais e informações;
• Abordagem sistêmica de processos: requer o
desenvolvimento de habilidades gerenciais
relacionadas à visão sistêmica e aprendizagem
coletiva
• Economias de tempo – todo funcionário tem
autonomia para verificar a qualidade, sendo
responsável pela identificação dos erros à medida
que acontecem, corrigindo-os imediatamente.
• É utilizado pela filosofia just-in-time
 Just-in-time
• Produção é “puxada” a partir da demanda,
produzindo em cada estágio somente os itens que
sejam realmente necessários, nas quantidades e
momentos corretos.
• É composto por práticas gerenciais que primam
pela produção sem estoques, pela eliminação do
desperdício, pela manufatura de fluxo contínuo,
pelo esforço incessante na resolução de
problemas e pela melhoria constante dos
processos

Corrêa e Gianesi (1996)

 Just-in-time x Just-in-case
• Just-in-case : sistema tradicional – produção é
empurrada
o Produtos são desenvolvidos com a utilização máxima de
capacidade dos recursos, sem levar em consideração o
balanceamento do fluxo produtivo, gerando estoques.

• Just-in-time: considera a satisfação total para

clientes internos e externos, buscando a perfeição
na execução das atividades e a sincronia entre os
vários processos que compõem o fluxo produtivo.
o Objetivo fundamental: Melhoria contínua
o Principal instrumento para atingir objetivo: redução de
estoques – pois eles tendem a camuflar problemas
existentes – utilizados para evitar descontinuidades no
processo produtivo
 Just-in-time x Just-in-case
• Problemas camuflados pelo estoque:
Problemas de qualidade
Problemas de quebra de máquina
Problemas de preparação de máquina

O estoque é visto como um investimento necessário quando

problemas como estes estão presentes no processo
produtivo.
Para o JIT, com a redução dos estoques, os problemas ficam
visíveis e, a partir daí, a empresa pode eliminá-los em sua
raíz, por esforços concentrados e priorizados.