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O PROCESSO DA SANTIFICAÇÃO EM NOSSAS VIDAS

Levítico 20:7 ; 1 Pedro 1:16

A santificação é realizada no crente pelo reconhecimento da


identificação com Cristo em Sua morte e ressurreição. Quando
nós nos convertemos ao Senhorio de Cristo, nascemos de novo,
somos libertados das correntes do pecado e revestidos de um
novo homem.

Não somos mais portadores daquela velha natureza. Conforme


declara Pedro em sua primeira carta 1:13-17: “Portanto
cingido os vossos lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e
esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação
de Jesus Cristo. Como filhos obedientes, não vos conformando
com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância.
Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também
santos em toda a vossa maneira de viver.”

O processo da santificação só se evidencia na vida do crente


quando este reconhece o que Deus Pai fez por ele através de
Jesus Cristo nosso Senhor e demonstra gratidão por isto.

O ingrato que não valoriza o sacrifício vicário realizado por


nosso Senhor Jesus Cristo e jamais se interessará pela
santidade. Ele jamais valorizará, em detrimento da sua
regalada e escandalosa concupiscência, o preço pago por sua
alma lá na Crus, que custou o sangue do Filho de Deus.

Santo é o homem ou a mulher cuja conduta serve de exemplo e


modelo. Que não permite se corromper e que mantém a sua
vida segundo os preceitos estatuídos na Bíblia Sagrada, a
Palavra de Deus.
Há uma tremenda demonstração de aversão e antipatia a certos
costumes adotados pelos que primam pela santidade em suas
vidas. Nesta aversão é que aparece a discursão sobre o tão
propalado “usos e costumes.” A pessoa que procura a
santidade, a comunhão com Deus; que se sente salva por Cristo
e agradecida pelas bênçãos alcançadas; com a certeza absoluta,
da vida eterna no Céu com Jesus – não se conforma com
vestimentas indecentes, com festas onde a Ação de Graças é
substituída pela glutonaria, acompanhada de bebidas fortes,
palavrões e todas as demais práticas adotadas pelos ímpios.
Enquanto que o ímpio, critica, dizendo que santidade não está
na roupa; que a santidade não impede ninguém de participar
das festas mundanas e pagãs - verdadeiras rodas de
escarnecedores; dizendo que a santidade está no coração.

A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM

De acordo com as Sagradas Escrituras, o homem é ser


tricótomo, composto: espírito, alma e corpo (1Ts 5.23). Embora
não seja fácil explicar a tricotomia humana, ela, todavia, é uma
realidade.

1. ESPÍRITO. Por intermédio do espírito, entramos em contato


com Deus. Por isso, deve o nosso espírito ser quebrantado (Sl
51:17), voluntário (Sl 51:12) e reto (Sl 51:10). Testemunha o
apóstolo Paulo que servia a Deus em seu espírito (Rm 1:9).
Quando de nossa morte, entregamos a Deus o espírito (Lc
23:46; At 7:59). O espírito dos ímpios, Deus o lança no inferno
(Lc 16:19-31; Sl 9:17; Mt 13:40-42; 25:41,46). Não podemos
separar a alma do espírito, pois ambos formam uma unidade
indivisível.

2. ALMA. Através da alma, nos é possível, utilizando-nos de


nossos sentidos, entrar em contato com o mundo exterior. Não
podemos esquecer-nos de que, na Bíblia, a palavra alma
aparece como sinônimo de espírito (Gn 2:19; Sl 42:2).
3. CORPO. Nosso corpo não é a realidade final de nosso ser. O
seu movimento é proveniente do sopro que do Criador
recebemos (Gn 2:7). Através dele, cabe-nos glorificar a Deus,
pois não é instrumento de imundície, mas de santificação (1Co
6:18-20).

O DESLEIXO

Infelizmente, nos dias em que vivemos, Deus é considerado


alguma coisa que fica em último plano na vida de muitos. Os
assuntos atinentes às coisas celestiais não constam da pauta da
humanidade. Dificilmente Deus é lembrado em qualquer época
ou ato que envolve a vida das pessoas. Até mesmo muitos que
já professaram a fé em Cristo Jesus se encontram embevecidos
com a tríade infernal deste século: o mundo, a carne e o Diabo.

A diferença entre os que primam pela santidade, dos que não


conseguem viver separados do mundanismo, da concupiscência
desenfreada da carne e das artimanhas do Diabo, está em tudo
que envolve a vida da pessoa: da roupa à alma. Os santos
mantém, espírito, alma e corpo, plenamente preservado para o
Senhor (1Ts 5:23) “E o mesmo Deus de paz vos santifique em
tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo.”

A SANTIDADE NO VELHO TESTAMENTO REITERADA


NO NOVO

Santidade é a qualidade ou virtude de santo – é o estado de


santificação, de virtude e de pureza, adquirida através de uma
comunhão estreita com o Santo Espírito de Deus, que tem nosso
corpo como morada Sua (1Co 6:19; Ef 2:22; Jo 14:23).

Em muitas igrejas hoje, a santidade é chamada de fanatismo.


Nessas igrejas falam muito de união, amor, fraternidade,
louvor, mas não da separação do mundanismo e do pecado.
Notemos que as “virgens” da parábola de Mateus 25 pareciam
todas iguais; a diferença só foi notada com a chegada do noivo.

No Antigo Testamento o conceito de santidade, santo ou


santificado é expresso por três palavras
principais: qādash, qōdesh e qādôsh.

O verbo qādash ocorre 170 vezes no hebraico bíblico, com o


sentido de “ser consagrado”, “ser santo”, “ser santificado”. Na
primeira ocorrência do termo (Gn 2:3) significa “declarar algo
santo” (Êx 20:8), mas também o estado daquele que é reservado
exclusivamente para Deus (Êx 13:2). No entanto, há 470
ocorrências do substantivo qōdesh com o significado de
“consagração”, “santidade”, “qualidade de sagrado”, “coisa
santa”. A palavra é empregada para descrever tanto o que é
separado para o serviço exclusivo a Deus (Êx 30:31), quanto o
que é usado pelo povo de Deus (Is 35:8; Êx 28:2,38). Já o
adjetivo qādôsh, isto é, “santo”, “sagrado”, além de ocorrer 116
vezes é o vocábulo mais difundido entre os estudantes das
Escrituras Sagradas. Em Êxodo 19:6, primeira ocasião em que
se emprega o termo, designa o estado de santidade do povo de
Deus (Nm 16:3; Lv 20:26), e a santidade do próprio Deus (Is
1:4; 5:16; 40:25).

“Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR,


vosso Deus” (Levítico 20:7).

“Porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou


santo”(1Pedro 1:16).

"Naquele dia, se gravará sobre as campainhas dos cavalos:


SANTIDADE AO SENHOR; e as panelas na Casa do SENHOR
serão como as bacias diante do altar” (Zacarias 14:20).

"Certamente, as ilhas me aguardarão, e, primeiro, os navios de


Társis, para trazer teus filhos de longe, a sua prata e o seu ouro
com eles, na santificação do nome do SENHOR, teu Deus, e do
Santo de Israel, porquanto te glorificou” (Isaías 60:9).

"Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de


santificação, pela ressurreição dos mortos, —Jesus Cristo, nosso
Senhor” (Romanos 1:4).

“Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que,


assim como apresentastes os vossos membros para servirem à
imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora
os vossos membros para servirem à justiça para a
santificação” (Romanos 6:19).

“Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes


o vosso fruto para santificação, e por fim a vida
eterna”(Romanos 6:22).

“Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por
Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”(1Coríntios
1:30).

“Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos


de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a
santificação no temor de Deus” (2Coríntios 7:1).

“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos


abstenhais da prostituição” (1 Ts 4:3).

“Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e


honra” (1 Ts 4:4).

“Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a


santificação” (1 Ts 4:7).

“Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados
do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a
salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade”(2Ts 2:13).
“Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com
modéstia na fé, na caridade e na santificação” (1Timóteo 2:15).

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá


o Senhor” (Hebreus 12:14).

“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do


Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo:
graça e paz vos sejam multiplicadas” (1Pedro 1:2).

“E vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em


verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4:24).

1. Santificados antes do Pentecostes. Lendo a Bíblia


cuidadosamente, vemos que os discípulos eram pessoas salvas
e santificadas e haviam recebido a unção do Espírito antes do
dia de Pentecostes. Em João 17.15-17, Jesus ora: ‘Santifica-os
na verdade; a tua palavra é a verdade’. Jesus é a Palavra e a
verdade, por isso os discípulos foram santificados pela verdade
na mesma noite em que ele orou por eles (Jo 20.21-23). Os
discípulos, portanto, já estavam cheios da unção do Espírito
Santo antes do dia de Pentecostes, e isso os sustentou até que
foram dotados com poder do alto. No primeiro capítulo de
Atos, Jesus orienta os discípulos a esperarem pela promessa do
Pai. Não era para esperar pela santificação. O sangue de Cristo
já havia sido derramado na cruz do Calvário. Ele não ia enviar
o seu sangue para limpá-los da carnalidade, mas o seu Espírito,
para dotá-los com poder.

2. A Santificação. Não há nada mais doce, mais sublime ou mais


santo neste mundo do que a santificação. O batismo com o
Espírito Santo é o dom de poder na alma santificada,
capacitando-a para pregar o Evangelho de Cristo ou para
morrer na fogueira. O batismo reveste o crente até o dia da
redenção, de modo que ele esteja pronto para encontrar-se com
o Senhor Jesus à meia-noite ou a qualquer momento, porque
tem óleo em sua vasilha, junto com a sua lâmpada.
Você é participante do Espírito Santo no batismo pentecostal
da mesma maneira que foi participante do Senhor Jesus Cristo
na santificação” (SEYMOUR, W. J. Santificados antes do
Pentecostes. In KEEFAUVER, L. (ed.). O avivamento da Rua
Azusa — Seymour. RJ: CPAD, 2001, p.80-3).

1. A Bíblia ordena. A Bíblia afirma que temos dentro de nós a


“lei do pecado” (Rm 7.23; 8.2). Daí, ela ordenar que sejamos
santos (1 Pe 1.16; Lv 11.44; Ap 22.11), pois o Senhor habita
somente em lugar santo (Is 57.15; 1 Co 3.17).

2. Os santos serão arrebatados. O Senhor Jesus que é santo,


virá buscar os que são consagrados a Ele (1 Ts 3.13; 5.23; 2 Ts
1.10; Hb 12.14). Por isso, a vontade de Deus para a vida do
crente é que ele seja santo, separado do pecado (1 Ts 4.3).

3. A santidade revelada de Deus. Uma importante razão pela


qual o crente deve santificar-se é que a santidade de Deus, em
parte, é revelada através do procedimento justo e da vida
santificada do crente (Lv 10.3; Nm 20.12). Então, o crente não
deve ficar observando, nem exigindo santidade na vida dos
outros; ele deve primeiro demonstrar a sua!

4. Os ataques do Diabo. Devemos atentar para o fato de que, o


Diabo, centraliza seus ataques na santificação do crente. A
principal tática que o adversário emprega para corromper a
santidade é o pecado da mistura. Isso ele já propôs antes a
Israel através de Faraó (Êx 8.25). Esta mistura, inclui: da igreja
com o mundanismo; da doutrina do Senhor com as heresias;
da adoração com as músicas profanas; etc.

O DIÁLOGO DE JEREMIAS COM DEUS


“Tu, ó SENHOR, o sabes; lembra-te de mim, e visita-me, e vinga-
me dos meus perseguidores; não me arrebates, por tua
longanimidade; sabe que, por amor de ti, tenho sofrido
afronta. Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua
palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque
pelo teu nome me chamo, ó SENHOR, Deus dos
Exércitos. Nunca me assentei no congresso dos zombadores,
nem me regozijei; por causa da tua mão, me assentei solitário,
pois me encheste de indignação. Por que dura a minha dor
continuamente, e a minha ferida me dói, não admite cura? Serias
tu para mim como ilusório ribeiro e como águas
inconstantes? Portanto, assim diz o SENHOR: Se tu voltares,
então, te trarei, e estarás diante da minha face; e, se apartares o
precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles para ti,
mas não voltes tu para eles. E eu te porei contra este povo como
forte muro de bronze; e pelejarão contra ti, mas não prevalecerão
contra ti; porque eu sou contigo para te guardar, para te livrar
deles, diz o SENHOR. E arrebatar-te-ei da mão dos malignos e
livrar-te-ei das mãos dos fortes”(Jeremias 15:21).

O TESTEMUNHO DE AGOSTINHO

Com o fervor que lhe era tão peculiar, expressa Agostinho toda
a sua esperança na redenção humana: “A essência mais
profunda da minha natureza é que sou capaz de receber Deus em
mim”. Mostra o teólogo africano, de forma despretensiosa, mas
profunda, por que o nosso espírito anseia por receber a Deus:
fomos por Ele criados, e a nossa alma só descansará quando
repousar em sua paz.

CONCLUSÃO

“Vinho ou bebida forte tu e teus filhos contigo não bebereis,


quando entrardes na tenda da congregação, para que não
morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas
gerações, para fazer diferença entre o santo e o profano e entre
o imundo e o limpo, e para ensinar aos filhos de Israel todos os
estatutos que o SENHOR lhes tem falado pela mão de
Moisés”(Levítico 10:9-11).

Santificação não pode ser confundida com “santarronice”


(neologismo meu). Santificação é símbolo de equilíbrio, de
compreensão, de bondade e de compreensão. Santificação leva
a pessoa a sentir a responsabilidade e o desejo de agradecer ao
Senhor com Ação de Graças pelas Suas misericórdias.
Santificação é antônimo de profanação. Os atos praticados
pelos santos evidenciam a diferença entre o santo e o profano.

David W. Cloud define santificação: As palavras "santificar",


"sagrado" e "santo" são traduções da mesma palavra grega.
Elas significam estar separado para um serviço especial. Na
Bíblia muitas coisas além de pessoas são apresentadas como
santificadas - os móveis do Tabernáculo (Ex 40:10, 11,13); uma
montanha (Ex 19:23); comida (1Tm 4:5). Torna-se até possível
para um crente santificar a Deus no seu coração (1Pe 3:15).
Portanto, santificar, ou tornar sagrado, não significa purificar
ou tornar sem pecado, mas separar alguma coisa para Deus e o
serviço a Deus.

Em relação ao Cristão, santificação ou santidade significa estar


separado do pecado e para Deus. Existem três aspectos
distintamente diferentes desta santificação: passado, presente
e futuro. Todo Cristão está autorizado a falar, "fui santificado;
estou sendo santificado; ainda serei santificado."

Santificação passada significa que o crente já foi


posicionalmente separado em Cristo (At 20:32; 1 Co 1:2; 1:30;
6:9-11; Hb 10:10, 14). No novo nascimento, cada crente está
sendo eternamente santificado em Cristo, é retirado do poder
do diabo para dentro da família de Deus (Jo 1:14; Gl 4:4-6), do
reino do diabo para dentro do reino de Cristo (Cl 1:12-13); da
velha criação para a nova criação (2Co 5:17). Esta santificação
é uma realidade eterna e está baseada numa nova posição
espiritual que o Cristão tem em Jesus Cristo. Os crentes de
Corinto não estavam sem pecado, e apesar disso foram
chamados de santos e foi escrito que foram santificados (1Co
1:2, 30). Neste sentido, o Cristão pode dizer, "ESTOU
santificado em Cristo."

Santificação presente (atual) indica o processo pelo qual o


Espírito Santo gradualmente muda a vida do crente para dar
vitória sobre o pecado. Esta é a santificação prática. Trata-se
do crescimento cristão, deixando o pecado do lado e vestindo
dedicação a Deus (Rm 6:19-22; 1Tm 4:3-4; (1Pe 1:14-16). Este
processo atual de santificação nunca acaba nesta vida (1Jo 1:8-
10). O Cristão precisa resistir ao pecado até ser levado deste
mundo através da morte ou na volta de Cristo. Neste sentido, o
Cristão pode dizer, "ESTOU SENDO santificado pelo poder de
Deus."

Santificação futura é a perfeição que o crente vai desfrutar na


ressurreição (1Ts 5:23). Na vinda de Cristo, cada crente
receberá um corpo novo que estará sem pecado. O Cristão não
terá mais de resistir ao pecado ou de crescer para a perfeição.
Sua santificação estará completa. Ele estará inteira e
eternamente separado do pecado e para Deus. Neste sentido, o
Cristão ESTARÁ santificado na volta de Cristo. Precisamos
tomar cuidado para não confundir estes aspectos diferentes da
santificação ou santidade.
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