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EMBAIXADORES DE CRISTO

 UMA DISTINÇÃO IMPORTANTE

Os que procuram manejar bem a Palavra da Verdade e analisar as coisas que


diferem cedo descobrem que “O REINO DOS CÉUS” é distinto de “O
CORPO DE CRISTO”.

No que concerne ao primeiro «Deus falou pela boca de todos os Seus santos


profetas, desde o princípio do mundo», ao passo que o último «esteve oculto
desde os tempos eternos»  (Cf. Act. 3.21 com Rom. 16.25). Ou, apresentando
o caso doutra maneira: O primeiro era o tema da PROFECIA, enquanto que o
último era um MISTÉRIO, escondido em Deus, até Ele o revelar por meio do
Apóstolo Paulo (Cf.  Dan. 2.44 com Col. 1.24-26). Ou ainda doutra: O reino
será o cumprimento dos CONCERTOS que Deus fez com Abraão, David e
Israel, ao passo que o Corpo de Cristo, a Igreja deste século, é o produto
de «A DISPENSAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS» (Cf.  Luc. 1.68-75 com Efé.
3.1-11).

Nós estamos convencidos de que a divisão mais importante na Bíblia não é a


existente entre “O Velho Testamento” e “O Novo Testamento”, mas a
existente entre a “PROFECIA” e “O MISTÉRIO”, entre aquilo que diz
respeito ao Reino dos Céus e o que diz respeito ao Corpo de Cristo.

Os que vêem esta distinção detêm nas suas mãos a chave para uma
compreensão mais clara e uma apreciação cada vez mais acrescida da
maravilhosa Palavra de Deus.

UMA PALAVRA DE AVISO


 Contudo, ao se fazer esta distinção, é preciso ter cuidado em não se cometer o
erro de se supor que os membros do Corpo de Cristo não têm qualquer relação
com o reino, ou com Cristo como Rei.

Algumas perguntas e respostas simples provarão que existe uma relação muito
vital:

Onde se encontra, actualmente, o Rei?


Encontra-se no céu, num Exílio Real, indesejado pelo mundo.
E onde se encontra, actualmente, o reino?
Também ele se encontra em exílio, como muitos governos. Encontra-se
incorporado no próprio Rei. Continua no céu enquanto o seu estabelecimento
terreno permanece suspenso.

E onde se encontra, actualmente, a cidadania espiritual do crente?


No céu!  Paulo diz-nos claramente que «A NOSSA CIDADE ESTÁ NOS
CÉUS» e que Deus «nos tirou da potestade das trevas, E NOS
TRANSPORTOU PARA O REINO DO FILHO DO SEU AMOR» (Fil. 3.20,
Col. 1.13).

Porque é que então somos deixados aqui, na carne?


Para precisamente um propósito: Representar CRISTO - e o próprio título
Cristo significa “o Ungido”, o Rei.

«DE SORTE QUE SOMOS EMBAIXADORES DA PARTE DE CRISTO» (2


Cor. 5.20).

A NOSSA POSIÇÃO NA TERRA


 Nas epístolas de Paulo encontramos a palavra embaixador duas vezes.

Em 2 Cor. 5.20 o apóstolo diz-nos quem representa: «Somos embaixadores


DA PARTE DE CRISTO», enquanto que em Efé.6.19, 20 revela-nos o peso da
sua mensagem: «O MISTÉRIO DO EVANGELHO, pelo qual estou preso em
cadeias».

Paulo regozijava-se na sua posição nos celestiais, em, Cristo, mas também
estava consciente que ocupava uma posição importante na terra.

Assim como Cristo sofrera e morrera uma vez no lugar de Paulo, este
regozijava-se agora na sua comissão em se apresentar diante do mundo no
lugar de Cristo, instando com os homens para se reconciliarem com Deus.

O mundo não queria receber Cristo. Portanto Paulo, que o perseguira tão
tenazmente, avança em Seu lugar com uma oferta de graça e paz. Se Cristo
queria retardar o juízo das nações e continuar exilado do mundo, que era Seu
por direito, Paulo estava desejosíssimo de O representar aqui. Ele tinha por
alegria o sofrimento na carne e o cumprimento daquilo que restava dos
sofrimentos de Cristo. Ele considerava grande privilégio e honra «a
comunhão dos Seus sofrimentos» (Col. 1.24; Fil. 3.10).

Sim, Paulo estava em Cristo, mas Cristo também estava em Paulo, instando
com os pecadores para que se reconciliassem com Deus por meio dos Seus
méritos.

E a posição que era de Paulo como embaixador de Cristo é igualmente nossa.

Em amor e misericórdia insondáveis o nosso bendito Senhor retardou o juízo


dos Seus inimigos por mais de 1900 anos enquanto ainda continua em exílio.
Como a rebelião do mundo continua Ele ainda nos deixa aqui a nós, Seus
embaixadores, para oferecermos termos de paz a todos os que os aceitarem. E
que termos! «A remissão dos pecados segundo as riquezas da Sua
graça»! «Paz por meio do sangue da Sua cruz»!

O mundo ainda blasfema e despreza este maravilhoso Salvador; porém Ele


não leva mais o sofrimento Consigo.  O tempo dos Seus sofrimentos é já
passado. É-nos dado a nós, Seus embaixadores, o cumprimento do que ainda
resta das Suas aflições.  Assim o apóstolo declara:

«PORQUE A VÓS VOS FOI CONCEDIDO, EM RELAÇÃO A CRISTO,


NÃO SOMENTE CRER NELE, COMO TAMBÉM PADECER POR ELE»
(Fil. 1.29).

E notemos que Paulo acrescenta a estas palavras:

«TENDO O MESMO COMBATE QUE JÁ EM MIM TENDES VISTO E


AGORA OUVIS ESTAR EM MIM» (Ver. 30).

Para compreendermos melhor a nossa posição como embaixadores de Cristo,


consideremos a posição de embaixador.

1. Um embaixador é um representante oficial dum governo ou estado.


 
Far-nos-ia a todos bem estarmos de novo conscientes que Deus nos tem
deixado aqui para um grande propósito: representarmos o Seu Filho.
 
A nossa responsabilidade prioritária não é a edificação da Igreja ou até mesmo
a salvação das almas, mas representarmos Cristo e levarmos a Sua mensagem
ao mundo.
 
Do mesmo modo que Deus nos vê em Cristo, o mundo deve ver Cristo em
nós. Assim como Cristo nos representa diante do Pai, assim devemos
representar Cristo diante do mundo.
 
Como se têm desviado disto até mesmo algumas igrejas fundamentalistas!
Imaginemos o Senhor Jesus, ou João Baptista, ou Pedro, ou Paulo, usarem
alguns dos métodos que os nossos evangelistas modernos estão a usar para
atraírem as multidões e levá-las a Cristo!
 
Registremos como princípio e nunca nos desviemos dele: Nós somos
EMBAIXADORES DE CRISTO neste mundo de pecado – os representantes
oficiais de Deus o Filho.
 
Se nós formos fiéis à nossa chamada as almas serão salvas com toda a certeza,
e não somente salvas mas estabelecidas e unidas em amor. Não serão ganhas
para Cristo meramente por meio duma história emocional ou pela vibração
duma multidão ou através de um prolongado convite, mas por a Palavra do
Deus vivo ter exercido nos seus corações o seu grande poder.
 
Nós estamos cientes que isto é contrário à opinião popular, mas “O que dizem
as Escrituras?”. Onde é que nas suas páginas encontramos lugar para
entretenimentos fúteis, frívolos, como os que estão a ser oferecidos hoje em
dia em muitas igrejas fundamentalistas?
 
À nossa volta só se houve dizer: “A nossa prioridade é evangelizarmos as
almas”. A Igreja tem estado a colocar o homem, em vez de Deus, em primeiro
lugar. Como resultado desta filosofia muitos dos nossos líderes estão a
condescender com as práticas mais contrárias às Escrituras a fim de tentarem
ganhar almas de qualquer forma.  E quando se esquecem da dignidade da sua
posição perdem o seu poder espiritual, como também o respeito das pessoas
inteligentes.
 
Não admira o apóstolo exortar-nos para andarmos «DIGNAMENTE DIANTE
DO SENHOR» (Col. 1.10).
 
Então, lembremo-nos e nunca nos esqueçamos: “Nós representamos Deus
neste mundo de pecado”.
 
Unamo-nos a Charles Wesley e digamos de todo o coração:
 
O presente século servir;
A minha chamada cumprir;
Toda a minha força consagrar
P'ra vontade do Mestre praticar.
Um cuidado cioso me concede
Enquanto nesta vida labutar
E prepara Senhor, teu servo pede,
Para contas depois te prestar.
 
 
2.  Um embaixador é sempre enviado a uma outra nação, nunca à sua.
 
A princípio pode parecer desnecessário salientar isto mas tal saliência reveste-
se aqui de capital importância, pois o facto de nosso Senhor estar a enviar
embaixadores a todo o mundo implica que ele não tem na terra nenhuma
nação a que possa chamar de Sua. Toda a humanidade tem estado separada de
Deus pelo pecado.
 
Costumamos falar em termos de nações Cristãs, mas na realidade não existe
nenhum único governo na terra do qual possa ser dito “Este é o reino de Deus.
Cristo reina aqui”. Na verdade, o nosso bendito Senhor é deixado bastante
fora dos melhores governos da terra.
 
Israel já esteve em vias de se tornar reino de Deus, mas recusou o Rei do céu e
o reino dos céus e foi posta de parte do favor de Deus até ao «dia do Seu
poder» quando Ele a tornar “voluntária” (Salmo 110).
 
 
3. Uma troca de embaixadores denuncia um estado de paz.
 
Deverá ser lembrado que antes do reino ser oferecido a Israel, a posição da
nação diante de Deus era muito diferente da dos Gentios. Como dissemos,
toda a humanidade tem estado separada de Deus pelo pecado, mas enquanto
os Gentios eram inimigos alienados, Deus ainda mantinha relações
diplomáticas com Israel. Havia concertos efectuados entre Deus e Israel e eles
tinham trocado embaixadores. Haviam os sacerdotes representando Israel
diante de Deus e os profetas representando Deus diante de Israel.
 
A Igreja de Roma tem invertido esta ordem, pois os seus sacerdotes assumem
a posição de profetas e presumem falar por Deus.
 
Contudo, nas Escrituras, o sacerdote é o adorador, enquanto que o profeta é o
pregador. Desde o princípio da existência nacional de Israel que tinha sido
assim. Aarão, o sacerdote, aparecia perante Deus a favor do povo, enquanto
que Moisés, o profeta, trazia a Palavra de Deus ao povo.
 
Por maior que tenha sido a infidelidade de Israel para com Deus durante os
séculos que se seguiram, ainda havia um estado de paz, um relacionamento
concertual, isto enquanto houve permuta de embaixadores.
 
 
4.   Os embaixadores são removidos quando é declarada guerra.
 
Precisamente quando parecia que o relacionamento entre Israel e Deus se
poderia tornar ainda mais estreito; precisamente quando a nação de Israel se
poderia tornar no reino do Messias, é que ela mostrou a extensão da sua
separação natural de Deus e recusou violentamente a bênção há muito
prometida.
 
Nós nunca devemos perder de vista a graciosa condescendência de Deus na
procura dum relacionamento mais estreito com Israel.
 
Na verdade, Cristo era Emmanuel – “Deus conosco”, mas em que sentido era
Ele “Deus conosco”?  Temos que nos lembrar que o Filho de Deus se
tornou Filho do Homem – de facto, Filho de Abraão, Filho de David.  Paulo
fala de Israel, «DE QUEM  É CRISTO SEGUNDO A CARNE» (Rom. 9.5).
 
O Senhor tinha condescendido em se tornar um com o homem. Ele era
realmente carne e ossos de Israel, de tal forma que como Rei, Ele não somente
seria Filho de Deus, mas um deles. Mas em vez do povo de Israel se sentir
honrado com isto, açoitaram-NO, bateram-Lhe, cuspiram-Lhe na face,
condenaram-NO à morte, como se tivesse sido um criminoso, e pregaram-NO
à cruz. E mesmo isto não foi o fim do seu ódio para com Ele, pois após a
ressurreição e ascensão eles ainda continuaram a revelar a sua ira para com
Ele. Ameaçaram os apóstolos, açoitaram-nos e lançaram-nos na prisão.
Apedrejaram Estêvão e finalmente desencadearam «uma grande perseguição
contra a igreja que estava em Jerusalém». Saulo de Tarso era o líder da
perseguição. «E Saulo assolava a igreja» (Act. 8.3). Ele próprio confessou
mais tarde: «... sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava» (Gál.
1.13).
 
Poderiam os actos de Israel ser interpretados doutra forma senão como uma
declaração de guerra contra Deus? –Eles estavam a unir-se aos
Gentios «contra o Senhor e contra o Seu Ungido», e depressa se tornaram,
não meramente separados, mas inimigos separados.
 
É interessante notar que no julgamento do Senhor Jesus «O sumo
sacerdote RASGOU OS SEUS VESTIDOS, dizendo: Blasfemou; para que
precisamos ainda de testemunhas?» (Mat. 26.65).
 
Deveríamos comparar este versículo com Lev. 10.6 onde Moisés dá instruções
a respeito do sacerdócio: «E Moisés disse a Aarão, e a seus filhos Eleazar e
Itamar: Não descobrireis as vossas cabeças, NEM RASGAREIS OS VOSSOS
VESTIDOS, para que não morrais, nem venha grande indignação sobre toda
a congregação».
 
Isto confere significado ao acto de Caifás ter rasgado os seus vestidos, pois
quando Israel crucificou Cristo e se orgulhou desse terrível feito; não
meramente o sacerdote, mas o sacerdócio morreu, e a ira veio sobre todo o
povo. Israel tinha recolhido os seus embaixadores e tinha-se unido aos Gentios
numa declaração de guerra  aberta contra Deus e o Seu Ungido.
 
E Deus também nos recolherá a nós, Seus embaixadores, quando declarar
guerra a este mundo que rejeita Cristo.
 
«Porque vós mesmo sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o
ladrão de noite;
 
«Pois, que, quando (ELES) disserem: Há paz e segurança; então LHES
sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está
grávida; e de modo nenhum escaparão» (I Tes. 5.2,3).
 
Mas «Deus não NOS destinou para a ira, mas para aquisição da salvação,
por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos,
quer durmamos, vivamos juntamente com Ele» (I Tes. 5.9,l0).
 
Antes de Deus derramar as taças da Sua ira sobre as nações, «O mesmo
Senhor descerá do céu  com alarido e com voz de arcanjo, e com trombeta de
Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
«Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com
eles nas nuvens a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre o
Senhor.
 
«Portanto consolai-vos uns aos outros com estas palavras» (I Tes. 4.16-18).
 
 DEUS DECLARA GUERRA

Há uns 1900 anos o homem declarou guerra a Deus. Tanto Judeus como
Gentios se mancomunaram «contra o Senhor e o Seu Ungido».
 
É claro que uma contra-declaração de guerra seria inevitável, e é esse o passo
seguinte no programa profético.
 
Salmo 2. 1-5
 
«Porque bramaram as gentes      (Gentios), e os povos (de Israel, Act. 4.25-
27) imaginam coisas vãs?
 
«Os reis da terra se levantam e os príncipes juntos se mancomunam contra o
Senhor e o Seu Ungido, dizendo:
 
«Rompamos as Suas ataduras, e sacudamos de nós as Suas cordas.
 
«AQUELE QUE HABITA NOS CÉUS SE RIRÁ; O SENHOR ZOMBARÁ
DELES.
 
«ENTÃO LHES FALARÁ NA SUA IRA E NO SEU FUROR OS
CONFUNDIRÁ».
 
Salmo 110.1
 
«Disse o Senhor ao Meu Senhor: ASSENTA-TE À MINHA MÃO DIREITA,
ATÉ QUE PONHA OS TEUS INIMIGOS POR ESCABELO DOS TEUS
PÉS».
 
Deus estava em vias de responder à declaração de guerra da parte do homem
com uma contra-declaração de guerra. Este, como dissemos, tratava-se do
passo seguinte no programa da profecia, e os Judeus e Gentios bem podiam
esperar pelo juízo que se seguiria aos actos de hostilidade por parte de Israel,
pois agora o mundo inteiro tinha-se voltado contra Deus.
 

PORÉM, NÃO AINDA


«MAS ONDE O PECADO ABUNDOU SUPERABUNDOU A GRAÇA; PARA
QUE ASSIM COMO O PECADO REINOU NA MORTE, TAMBÉM A GRAÇA
REINASSE PELA JUSTIÇA PARA A VIDA ETERNA, POR CRISTO JESUS
NOSSO SENHOR» (Rom. 5.20,21).
 
E assim foi adiado o juízo das nações.
 
Pedro, que tinha tanto a dizer a respeito do retorno de Cristo para julgar e
reinar, explica este adiamento na sua segunda epístola:
 
«O Senhor NÃO RETARDA a promessa, ainda que alguns a têm por tardia;
mas é LONGÂNIMO para convosco, não querendo que alguns se percam,
senão que todos venham a arrepender-se».
 
«E tende por SALVAÇÃO A LONGANIMIDADE DE NOSSO SENHOR; (e
notemos o que ele acrescenta:) COMO TAMBÉM O NOSSO AMADO IRMÃO
PAULO VOS ESCREVEU, SEGUNDO A SABEDORIA QUE LHE FOI
DADA» (II Ped.3.9.15).
 
 
Sim, o homem declarou guerra a Deus, mas Deus ainda não fez uma contra-
declaração, apesar de ainda o vir a fazer. Os homens recolheram os seus
embaixadores, mas Ele ainda não recolheu os d’Ele. Ele ainda não cortou
relações completamente.
 
Apo. 19.11 retrata o retorno de nosso Senhor em glória e poder
para «JULGAR E PELEJAR», mas em incomensurável amor Ele ainda retarda
o juízo e envia embaixadores com uma mensagem de «GRAÇA E
PAZ» baseada nos méritos da Sua obra consumada.
 
«Jesus nosso Senhor ... por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para
nossa justificação».
 
«SENDO POIS JUSTIFICADOS PELA FÉ, TEMOS PAZ COM DEUS POR
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO» (Rom. 4.24-5.1).
 
 EMBAIXADORES EM TERRITÓRIO INIMIGO

Embaixadores!  Que vocação! Que chamada! Secretárias, adidos, criados!


Que luxúria! As reuniões com outros grandes diplomatas! Porém tudo isto
ergue-se em profundo contraste com a pobreza, humilhação e perseguição que
os embaixadores de Cristo têm sido chamados a suportar.
 
Mas, que supõe o leitor que um embaixador pode esperar ao ser deixado numa
nação que tenha declarado guerra ao seu governo? Certamente que não pode
esperar um tratamento muito cordial! Pode esperar por sofrimento,
aprisionamento e até mesmo morte. Com os embaixadores de Cristo é assim.
 
Uma das provas mais claras que a dispensação da graça começou com Paulo,
é o facto de ele ter sido por muitos anos um «embaixador em cadeias». Ele
sofreu tribulações como um malfeitor, em cadeias. Se representarmos
fielmente o nosso Senhor rejeitado poderemos esperar tratamento semelhante.
Porém o sofrimento será doce, pois será o cumprimento do que ainda resta das
Suas aflições - «a comunhão dos Seus sofrimentos». E Deus dará graça e
coragem: Porque «Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza e
amor, e de moderação». (II Tim. 1.7).
 
 OS MENSAGEIROS E A SUA MENSAGEM

(II Cor. 5.14-21)


 
«O AMOR DE CRISTO NOS CONSTRANGE» (Ver. 14). Se Ele quer adiar o
juízo e enviar uma mensagem de paz, nós estamos desejosíssimos de ser os
mensageiros, pois não nos podemos esquecer que nós próprios já fomos
inimigos e fomos reconciliados com Deus por graça, por meio da morte do
Seu Filho.
 
«ASSIM QUE DAQUI POR DIANTE A NINGUÉM CONHECEMOS
SEGUNDO A CARNE» (Ver.16). Agora não há diferença entre Israel e os
Gentios, pois «Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com
todos usar de misericórdia» (Rom. 11.32).
 
«E AINDA QUE TAMBÉM TENHAMOS CONHECIDO A CRISTO
SEGUNDO A CARNE, CONTUDO AGORA JÁ O NÃO CONHECEMOS
DESTE MODO» (Ver.16) É verdade que Ele é «Filho de David e Filho de
Abraão» (Mat. 1.1), e que um dia reinará como Rei de Israel, mas agora temos
uma discussão vital muito maior a discutir.  Todos nós estávamos mortos em
pecados. Ele morreu por TODOS - Ele o Filho de Deus.  «O qual Se deu a si
mesmo em preço de redenção por TODOS, para servir de testemunho a seu
tempo» por meio de Paulo. (Ver I Tim. 2.6,7). Ele agora está exaltado acima
de todo o principado e poder à mão direita de Deus, poderoso para salvar. Ele
tomou o lugar do pecador para que este pudesse comparecer diante de
Deus «Completo NELE», «Aceite no Amado».
 
«ASSIM QUE, SE ALGUÉM ESTÁ EM CRISTO, NOVA CRIATURA É» (Ver.
17).  «E TUDO ISTO PROVÉM DE DEUS QUE NOS RECONCILIOU
CONSIGO MESMO POR JESUS CRISTO» (Ver. 18). O próprio Deus       fez
uma provisão plena, de modo que pode oferecer aos Seus inimigos os termos
mais generosos de paz: reconciliação por graça. Ele não lhes imputa os seus
pecados, por o Seu Filho os ter levado sobre Si no Calvário.  «ÀQUELE QUE
NÃO CONHECEU PECADO O FEZ PECADO POR NÓS; PARA QUE
NELE FOSSEMOS FEITOS JUSTIÇA DE DEUS» (Ver. 21).
«DE SORTE QUE SOMOS EMBAIXADORES DA PARTE DE CRISTO,
COMO SE DEUS POR NÓS ROGASSE. ROGAMO-VOS POIS DA PARTE
DE CRISTO QUE VOS RECONCILIEIS COM DEUS». Deus «PÔS EM
NÓS A PALAVRA DA RECONCILIAÇÃO». É esta a nossa grande
comissão (Ver. 19).  Estamos aqui no lugar de Cristo como Seus
embaixadores, a instar com os homens para que recebam e aceitem os Seus
graciosos termos de paz, e se reconciliem com Deus por meio         dos Seus
méritos. Imaginem! Deus Pai e Deus Filho pedindo aos pecadores que
aceitem o perdão e se reconciliem!
 
Como esta mensagem de graça abundante ultrapassa a do arrependimento e
baptismo que os doze (temporariamente onze) foram enviados a proclamar
sob a chamada “grande comissão” (Lu. 24.47; Mar. 16.15,16; Act. 2. 38)!
 
 

 
ATÉ QUANDO?
Tanto antes da presente dispensarão da graça, como depois, temos declarações
de guerra. Precedendo-a, temos o homem a declarar guerra a Deus; seguindo-
a, temos Deus a declarar guerra ao homem, como o Livro de Apocalipse
prediz tão claramente. Nós vivemos no parêntese intermédio. Vivemos os
momentos tensos entre a declaração de guerra dada por uma nação e a contra-
declaração dada por outra.
 
Passaram-se já 1900 anos desde que o mundo se aprontou para o juízo; desde
então, Deus, em cumprimento da profecia, tem estado em vias de declarar
guerra aos Seus inimigos.  Mas ainda retarda o juízo, em misericórdia.
 
Certamente que todo o momento de demora é um momento de graça.
Podemos, descuidadamente, desperdiçar o tempo e tomarmos a graça de Deus
como coisa certa; podemos, é certo, no entanto não está correcto. ELE esta
profundamente cioso com a passagem de cada momento. «UM DIA PARA O
SENHOR É COMO MIL ANOS».
 
Não admira Paulo terminar o seu discurso sobre a nossa embaixada, dizendo:
 
«E NÓS, COOPERANDO TAMBÉM COM     ELE, VOS EXORTAMOS A
QUE NÃO RECEBAIS A GRAÇA DE DEUS EM VÃO», e acrescenta: «EIS
AQUI AGORA O TEMPO ACEITÁVEL, EIS AQUI AGORA O DIA DA
SALVAÇÃO» (II Cor. 6.1,2).
 
Não admira também ele exortar os crentes a «REMIREM (APROVEITAREM
BEM) O TEMPO, PORQUE OS DIAS SÃO MAUS» (Efé. 5.16).
 

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