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1 Pedro 4.

7-11
Exegese do texto de Pedro.

Introdução: 

A escravidão na sociedade foi algo aceitável durante muito tempo.


Em Roma se um escravo fugisse e sendo encontrado,
provavelmente seria marcado na testa com um “F”
(para fugitivus) e se roubasse alguma propriedade de seu senhor,
provavelmente seria condenado à morte, de acordo com a lei
romana para escravos insubmissos. Os negros trazidos para o
Brasil recebiam marcas quando eram comprados por traficantes e
recebiam mais marcas quando eram comprados aqui no Brasil. E se
fossem vendidos recebiam as marcas do seu novo senhor. Essas
marcas eram feitas a ferro quente. Esta era situação de seres
humanos que eram escravizados. As Escrituras falam que somos
escravos de Deus. Cristo nos resgatou da ira de Deus. Recebemos
o Espirito Santo que é o Selo de que pertencemos a Ele. O nosso
Dono não nos irá vender. Somos sua propriedade para sempre.
Além de sermos suas propriedades, Ele nos elevou a uma condição
de dignidade antes nunca vista, somos seus filhos. Como nosso
Dono e nosso Pai, Ele exige de nós obediência as suas diretrizes.

Elucidação: Nestes versos Pedro fala que dentro da comunidade


cristã o crente deve praticar a disciplina de vida santa, a fim de ter a
verdadeira comunhão. No verso 22 do cap. 1 nos é dito que fomos
purificados pela obediência à verdade. Nos versos (4. 7-11) a
verdade é posta em pratica. Todas as ordens que Pedro dá em
termo prático só podem serem obedecidas por quem foi regenerado
por esta verdade. Iremos meditar hoje sobre o seguinte tema

Tema: Deveres Cristãos

1 Divisão: O dever da oração (verso 7)

Pedro dá uma ordem especifica aqui que é manifesta em dois


versos que ele usou (swfronh,sate) “criterioso” este verbo é um
imperativo aoristo ativo. O verbo no original nos passa a idéia de
cabeça fria, mente equilibrada que exerce autocontrole ou
moderação. O outro verbo é (nh,yate) “sóbrio” este verbo é um
imperativo aoristo ativo. A idéia no original é de manter a mente
limpa. Qual a razão de sermos criteriosos e sóbrios? R- O fim de
todas as coisas está próximo.
Pedro usa aqui o substantivo te,loj “fim”. Qual a idéia de fim que
Pedro tem em mente? Que fim de todas as coisas Pedro se refere?
A idéia do tempo de Deus está presente aqui. O plano redentor de
Deus está estabelecido. Pedro diz que o sangue de Cristo foi
manifestado no fim dos tempos por amor de vós 1 Pe. 1.20.

Pedro chama os crentes a atentarem no plano de Deus, Pedro


chama os crentes a perceberem o que está acontecendo e terem
uma posição definida e não se perturbarem com o que está
acontecendo.

Para realçar bem isto, Pedro diz que este fim h;ggiken “se
aproximou” este verbo é um indicativo perfeito ativo, ou seja, ele já
chegou de forma definitiva e estamos experimentando seus efeitos.
As Escrituras nos informam as características dos últimos dias:
apostasia e práticas mentirosas. As Escrituras nos ensinam como
devemos nos portar neste dias que vivemos:

Hebreus 10:25

Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes,


façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se
aproxima

Tiago 5:8-9 8 Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso


coração, pois a vinda do Senhor está próxima. 9 Irmãos, não vos
queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz
está às portas.

Qual a finalidade de sermos criteriosos e sóbrios? O texto nos


informa a razão: Oração

Enquanto o crente espera o desfecho de todas as coisas, a volta de


seu Redentor que irá julgar todas as coisas, o cristão precisa ter a
cabeça equilibrada e a mente limpa para que possa orar. Pedro
usou uma preposição no texto original que mostrar a finalidade de
sermos equilibrados.

Por que orar?

A oração mudaria as características dos últimos dias? Mudaria o


decreto de Deus? Mudaria o coração de Deus?

Certamente não!
Os objetivos já estão traçados.

Então, por que orar?

A oração é um aspecto importante da vida espiritual do cristão.


Através da oração o cristão tem comunhão intima com seu Deus,
através da oração o cristão conta suas angustias a Deus, através
da oração o cristão agradece o que ele é em Cristo e do terrível
juízo que foi liberto. O catecismo de Heidelberg na sua pergunta
117 diz:

Como devemos orar, para que a oração seja agradável a Deus e


Ele nos ouça?

R. Primeiro: devemos invocar de todo o coração, o único e


verdadeiro Deus, que se revelou a nós em sua palavra, e orar por
tudo o que Ele nos ordenou pedir

Segundo: devemos muito bem conhecer nossa necessidade e


miséria, a fim de nos humilharmos perante sua majestade. Terceiro:
devemos ter a plena certeza de que Deus, apesar de nossa
indignidade, quer atender à nossa oração por causa de Cristo,
como Ele prometeu em sua Palavra

Kistemaker no seu comentário faz as seguintes colocações

A sobriedade e o domínio próprio são características essenciais


para a oração desimpedida. A oração requer esforço, assim, o
cristão pode apresentar seus louvores e pedidos com seriedade
perante o trono de Deus. As Escrituras ensinam que deixar de orar
é pecado (1 Sm 12.23). A oração é um requisito básico para um
cristão que deseja ter uma vida agradável a Deus e aos homens.
Através da oração, o cristão estabelece uma ligação vertical com
Deus, antes de criar uma ligação horizontal com outras pessoas.[1]

2 Divisão: O dever de amar uns aos outros e de servir ao


próximo e (verso 8 -10)

Os deveres cristãos não param somente na oração. Pedro dá mais


razões para sermos criteriosos e sóbrios, Nestes versos Pedro
começa a trabalha aspectos práticos do cristão.

1- Amor
2- Serviço

No verso 8 Pedro diz: Antes de tudo ou acima de tudo, os cristãos


devem ter amor Pedro usou um verbo e;contej “tendo” este verbo é
um particípio com sentido imperativo presente ativo, a idéia é de um
amor sempre presente e ativo de uns para os outros. Pedro
qualifica este amor. Ele não deve ser de qualquer forma, não deve
ser falso, não deve ser mentiroso, não deve ser interesseiro, ele
deve ser “evktenh/’ intenso e ardente. O amor não é uma emoção,
mas uma decisão de querer, que leva à ação.

No próprio verso Pedro mostra este amor atuando. O amor não


guarda arquivos dos erros cometidos, antes perdoa e esquece.
Pedro faz uma citação do Antigo Testamento

Provérbios 10:12 O ódio excita contendas, mas o amor cobre


todas as transgressões.

A idéia de Provérbios 10.12 é a seguinte: O ódio sugere a rejeição


da boa ordem, dissolução dos relacionamentos humanos,
fragmentação de qualquer tipo de sociedade. O amor é a busca do
melhor para o outro. O amor é a melhor expressão dos
relacionamentos ordeiros. Visando esta harmonia o amor encobre
as questões que promovem contendas.

O verbo que Pedro usou para “cobrir” kalu,ptei é um indicativo


presente ativo. A idéia é de algo constante, aqui reside um principio
que é útil pra muita gente. A disposição de querer que as coisas e
projetos dêem errado. Quantas e quantas pessoas nas igrejas além
de não fazerem nada ficam torcendo para que as coisas fracassem
e saiam erradas. Só pra ter o gosto de dizerem: Não falei!

Estas pessoas estão pecando.

Outra coisa também é o ressentimento a ressurreição de pecados


cometidos e nunca perdoados.

As Escrituras mostram que o cristão deve agir de forma correta. O


principio do amor é o que está estabelecido na Oração do Pai
Nosso: perdoa as nossas dividas assim como nós perdoamos aos
nossos devedores. Deus me ama por isso me perdoa. Tem prazer
em ter comunhão com seus santos. O que se espera de um crente?
Se não a mesma coisa. Se você meu irmão não está agindo assim,
você está pecando. Está sendo passivo da disciplina de Deus.

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