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PEA - Eletrotécnica Geral

Condutores
&
Dispositivos de Proteção
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1 . Objetivos
A. Análise dos tipos de condutores utilizados em
instalações prediais e seu dimensionamento
quanto à suportabilidade da corrente:
-em regime permanente de carga;
-com carga variável ciclicamente;
-em condições de curto-circuito.

B. Análise das características de dispositivos de


proteção utilizados em instalações prediais,
quanto a :
- sobrecargas continuadas ;
-curto-circuitos.

C. Análise da coordenação entre o dispositivo de


proteção e o condutor de modo que este último
não se danifique.
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2-CONDUTORES

2.1 Materiais utilizados na


fabricação de fios e cabos

A. Materiais Condutores

B. Materiais Isolantes

C. Proteção Mecânica
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A. Materiais condutores

1. Cobre eletrolítico , pureza mínima 99,9%,


recozido(têmpera mole). Condutibilidade 100%
IACS (0,017241 Wmm2/m).Ponto de fusão 1083 °C

2. Alumínio de alta pureza , têmpera meio dura,


condutibilidade 61% IACS.Ponto de fusão 658 °C.
Sofre corrosão quando em contato com cobre e
outros metais.

3. Outros metais :
Prata : alta condutibilidade , óxido condutor.
Platina : contatos , alta temperatura de fusão.
Ouro : não oxida , protege outros materiais.
Mercúrio : usado em contatos.

4. Ligas Metálicas : bronze , latão.


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B. Materiais isolantes

1. Termo-plásticos - materiais que


amolecem com o aumento da temperatura.

- PVC (cloreto de polivinila) 70 °C


- PE (polietileno termoplástico) 75 °C

2. Termo-fixos - são vulcanizados e não


amolecem com o aumento de temperatura.
Carbonizam quando demasiadamente
aquecidos.

- XLPE (polimetano reticulado) 90 °C


- EPR (borracha etileno propileno) 90 °C
- neoprene (borracha sintética)
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C. Proteção Mecânica

1. Capas não metálicas

- geralmente externas
- PVC, neoprene, polietileno: escolhidos em
função da resistência mecânica ou química

2. Proteção metálica

- empregada quando os cabos são solicitados


mecanicamente (sob forma de armação)
- radial (fitas de aço ou de alumínio)
- tangencial (fios de aço )
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2.2 Classificação de fios e cabos

A. Tensão - baixa tensão (menor 1000 V)


- média tensão (entre 1000 e
35000 V)
- alta tensão (maior 35000 V)

B. Isolação - nus (aéreos-alumínio)


- isolados (cobre , alumínio)

C. Material - cobre
- alumínio
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2.3 Aspectos construtivos


A.Cabos Isolados :

- menor 1000V condutor


isolação
capa(às vezes)
- maior 1000V condutor
semi-condutor
isolação
semi-condutor
blindagem
Condutor capa externa
Camada semicondutora
(interna e externa)

blindagem

Proteção Mecânica (capa)


Isolação
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B. Isolação

1. extrudada : termoplásticos
termofixo
2. estratificada : papel com massa
papel com óleo

C. Temperaturas (°C)
CONTÍNUA SOBRE C.C.
CARGA
PVC 70 100 160

EPR 90 130 250

PAPEL 85 110 200


85 105 250
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2.4.Comparação cobre X alumínio


A. Ponto de vista elétrico

l
S I R
S
l l
l Cu  Al
S Cu S Al
S Cu Cu 0. 017
   0. 607
Cu  0.017241 W
mm2 S Al Al 0. 028
m S Cu  0. 607 S Al
mm2
Al  0.02828 W dCu  0. 78dAl
m

B. Ponto de vista mecânico


Pcu  Cu SCu lCu 8.89  0.607
   2.0
PAl  Al S Al l Al 2.70  1

Apesar de ter 60.7%da secção do cabo de Al,


o cabo de Cu pesa o dobro!!!
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2.5 Secção Transversal

A. AWG (em desuso)

B. Circular mil.

0.001” 1CM  (0.0254) 2 mm2
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1CM
1CM  506.7  106 mm2
C. Escala milimétrica

D. Tipos de condutores
-redondo sólido
normal
composto
-setorial
-flexível e extra flexível
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2.6 CÁLCULO DA CAPACIDADE DE
CONDUÇÃO DE CORRENTE

CALOR CALOR CALOR


= +
PRODUZIDO ARMAZENADO TRANSFERIDO

W.dt = Q.dq + A.k. q.dt

W = calor produzido por efeito Joule


Q = Qcond + Qiso = capacidade térmica do condutor e isolante
ccond = calor específico do condutor
ciso = calor específico do isolante
dq = variação de temperatura do condutor no intervalo dt
A = área da superfície emissora de calor
k = coeficiente de transferência de calor
q = elevação de temperatura do condutor sobre o ambiente

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Solução :

t

q  TCond  Tamb  W . Rt .(1  e Rt .Q
)

W = RI2 = calor produzido


Rt = 1/(A.k) = resistência térmica
Rt.Q = constante de tempo térmica

q (t)

q (t) = WRt

q (RtQ) = 0,6 3WRt

RtQ
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2.7 Resistência Térmica
R  Rtiso  Rtar D fio

Resistência Térmica
do Isolante

iso D fio
Rtiso   ln
2 Dcond
Dcond

Resistência Térmica do Meio (ar)

10 3
Rt ar 
  D fio  h  q s0,25

h = coeficiente de dissipação de calor


qs = diferença de temperatura entre a superfície
do fio e o meio ambiente
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2.8 Capacidade Térmica


Q  Qcond  Qiso

Capacidade Térmica do Condutor

Qcond  ccond  Scond

Capacidade Térmica do Isolante


Qiso  ciso  Siso  ciso 
4

 D fio  Dcond
2 2

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2.9 Exemplo
Dados: fio=2,5mm2 , Cu/PVC
tamb=20 °C , isol. 1mm
D fio

a)PVC tmax=70°C
b)diâmetro
Dcond

4S 4  2,5
Dfio    1,78mm
2

 
c) resistência térmica da isolação
iso Dfio 6 3,78
Rt iso  ln  ln  0,720 Cm/W
2  Dcond 2  1,78

d) resistência térmica do ar
103 10 3

Rtar  qs 0,25  500,25  4,650 Cm / W


 . D fio . h  .3,78.6,8
h  6.8W / m2
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e) resistência elétrica
0.017241
Rcond  [1  0.00393  (Tcond  20)] 
Scond
 6,89  103[1  0,00393  50]  8,24W
t

q  WRt [1  e  ]

-em regime permanente


q  WRt
q 50  1000
I   33,6 A
rRt 8.24  (0,72  4,65)

-em regime transitório


Q=Qc+Qd=23,47J/oCm
Qc  cc Ac  8625
. J /o Cm
Qd  cd Ad  14,84J /o Cm
t

q  8,24  103  33.62  5,37[1  e  ]
T  Rt  Q  23,47  5,37  126 A
t

q  50(1  e 126
)
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2.10 Fator de Agrupamento

Multiplicador que se aplica na corrente


admissível de uma condição de referência
para se obter a corrente admissível em
outra condição.

q I1(2cond)

qmax

I1 I1(1cond.)=I2(2cond.)

t
I1
I1
I2
f 
I2 I1

I2
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2.11 Regime cíclico de carga

I(t), Tcond(t)

Tcond_max

Iadm_ciclo

t1 t2
T0

Problema: Determinar Iadm_ciclo ( > Iadm_cont) de


forma que a temperatura final durante
a condução seja Tcond_max
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2.11 Regime cíclico de carga

1. Aquecimento

 1 
 
t
Tcond (t1 )  Tcond _ max  T0  A  I 2
adm_ ciclo  Tamb  T0  1  e B 
 

A  Rcond  Rtiso  Rtar 

B  Rtiso  Rtar   Qcond  Qiso 

2. Resfriamento

Tcond (t2 )  T0  Tamb  Tcond _ max  Tamb  e


t2

B
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2.11 Regime cíclico de carga

3.Substituindo T0 da equação de resfriamento na


equação de aquecimento, e lembrando que:

Tcond _ max  Tamb  A  I adm


2
_ cont

resulta finalmente:

t1  t 2

1 e
Bexp

I adm_ ciclo  I adm_ cont  t1



1 e
Bexp

(para t20, Iadm_ciclo = Iadm_cont)


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3. DISPOSITIVOS DE
PROTEÇÃO
3.1 -Finalidade
São utilizados com o objetivo de
desenergizar aquela parte da
instalação sujeita a risco de ser
danificada devido a:

- sobrecargas de longa duração


- curto-circuitos

Caso a proteção não atue, além do


dano ocasionado à instalação há risco
de INCÊNDIO
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3.2- Grandezas Típicas

A. Corrente Nominal
É definida como sendo o máximo
valor eficaz da intensidade de
corrente que pode circular por um
dispositivo de proteção sem causar
seu desligamento automático.

I I
DISP.
PROTEÇÃO

I  Inom : não ocorre desligamento automático

I > Inom : ocorre desligamento Dt = f(I)


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B. Curva Tempo-Corrente
É definida como sendo a curva que
fornece o tempo gasto pelo
dispositivo para abrir eletricamente o
circuito em função da corrente que o
percorre.

I
Inom
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C. Capacidade Disruptiva
É definida como o máximo valor
eficaz da corrente que pode ser
interrompida pelo dispositivo de
proteção.

Pode ser expressa em termos de


corrente ou de potência aparente:

Circuito Trifásico: SDIS  3 VNOM IDIS

Circuito Monofásico: SDIS  VNOM IDIS

sendo:
VNOM - tensão nominal entre linhas (kV)
IDIS - capacidade disruptiva (kA)
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D. Elos Fusíveis
D.1 - Princípio de Operação
São constituídos por elemento
condutor, de composição especial,
dimensionado de modo a fundir com
intensidade de corrente especificada
em intervalo de tempo bem
determinado. O calor para a fusão
provém da corrente que o atravessa
RI 2
(efeito Joule : )

D.2 - Tipos
- fusíveis de rolha
- fusíveis de cartucho
- fusíveis de faca
- fusíveis DIAZED
- fusíveis NH (alta capacidade disruptiva)
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Fusíveis

faca
rosca
cartucho

diazed

NH
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E - Disjuntores de Baixa Tensão

Princípio de Operação
São do tipo “no fuse”. Interrompem o
circuito pela abertura de uma “chave”.

Contam com:

- proteção térmica, para sobrecargas


pequenas de longa duração;
- proteção magnética, para sobre-
correntes de grande intensidade -
curto-circuito;
- câmara para extinção do arco.
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Disjuntor de Baixa Tensão

Alavanca de acionamento

Envoltório isolante

Relé de curto circuito


contato móvel
Relé de sobrecarga

saída
contato fixo

câmara de extinção
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Princípio de Atuação da Proteção
Térmica
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Princípio de Funcionamento
do dispositivo “DE-ION”
(reestabelece a rigidez dielétrica do ar)
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4. COORDENAÇÃO DA
PROTEÇÃO

30 A

1,5 mm2
15 A

- Seletividade
Proteção da instalação:
- Retaguarda

4.1 Sobrecarga
t(s)

30 A

1,5 mm2
15 A

I (A)
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4.2 Curto-circuito
- elevadas correntes
- dispositivos devem atuar em tempos reduzidos

• Tolera-se temperaturas superiores às de operação em


regime (PVC: 150 °C)

• Hipótese adiabática:

[Calor produzido] = [Calor armazenado]

Rcond  I 2  t  Qcond  Qiso  DT

I 2
t 
Qcond  Qiso   DT
 const
Rcond

Rcond deve ser calculada na temperatura máxima


especificada (150 °C)
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4.2 Curto-circuito

Em papel log-log, a equação

I  t  const
2

é representada por uma reta com inclinação


igual a 117° (tan 117°  -2).

t(s)

I2 t = conste

I (A)
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LABORATÓRIO

1. Equipamento

TRANS-
“VARIAC” FORMADOR FIO

0 100 %
220 V

0 - 220 V 0-3V
0 - 100 A AMPERÍMETRO
DE ALICATE

2. Procedimento Experimental

2.1 - Condutores
2.2 - Dispositivos de Proteção
2.3 - Coordenação da Proteção

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