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EP – Eletrônica de Potência - Prof.

Bertoni - Goiânia, 17 de Outubro de 2014


CHAVES IDEAIS X CHAVES REAIS

 CHAVES IDEAIS  PERDAS INEXISTENTES

 CHAVES REAIS  PEQUENAS PERDAS


 01 – PERDAS POR CONDUÇÃO
 02 – PERDAS POR CHAVEAMENTO

 AO CONTRÁRIO DO QUE OCORRE COM UMA CHAVE IDEAL,


AS CHAVES REAIS, ASSIM COMO OS TBJ (TRANSISTORES
BIPOLARES DE JUNÇÃO), POSSUEM DUAS GRANDES
FONTES DE PERDAS: POR CONDUÇÃO E PERDAS POR
CHAVEAMENTO
PERDAS NA CONDUÇÃO
 Quando o Transistor na figura estiver DESLIGADO (figura A), por ele
passará uma corrente de fuga (𝐼𝐿𝐸𝐴𝐾 ). A perda de potência associada à
essa corrente de fuga é mínima, já que a corrente é extremamente baixa
e portanto pode ser desprezada. Assim, a perda de potência neste caso é
essencialmente igual a zero.
PERDAS NA CONDUÇÃO
 Quando o Transistor estiver LIGADO (figura B), ocorrerá uma pequena
queda de tensão sobre ele. Essa tensão é chamada de TENSÃO DE
SATURAÇÃO (𝑉𝐶𝐸 (𝑠𝑎𝑡) ). A dissipação de potência no transistor ou a
perda na condução devida à tensão de saturação é:

EQ 1.1 − 𝑃𝑂𝑁 = 𝑉𝐶𝐸 (𝑠𝑎𝑡) . 𝐼𝐶

onde:

𝑉𝑠 − 𝑉𝐶𝐸 (𝑠𝑎𝑡) 𝑉𝑠
EQ 1.2 − 𝐼𝐶 = ≅
𝑅𝐿 𝑅𝐿

• A equação 1.1 fornece o valor da perda de


potência devido à condução se a chave
permanecer ligada (fechada) indefinidamente.
Entretanto para haver controle da potência
para uma certa aplicação, a chave deve ser
ligada e desligada de maneira periódica !!
PERDAS NA CONDUÇÃO
 Para determinarmos a potência média 𝑃𝑂𝑁(𝑎𝑣𝑔) , deveremos considerar
uma nova variável em nossas contas, o ciclo de trabalho - (d).

𝑡𝑂𝑁 𝑡𝑂𝑁
𝑑= =
𝑡𝑂𝑁 + 𝑡𝑂𝐹𝐹 𝑇

𝑡𝑂𝑁
𝑃𝑂𝑁(𝑎𝑣𝑔) = 𝑉𝐶𝐸 (𝑠𝑎𝑡) ∗ 𝐼𝐶 ∗ 𝑇  𝑉𝐶𝐸 (𝑠𝑎𝑡) ∗ 𝐼𝐶 * d
 De modo semelhante, se desejarmos calcular a potência média para os
momentos em que a chave está desligada, sabendo que existe sim uma
corrente de fuga (𝐼𝐿𝐸𝐴𝐾 ), temos:
PERDAS POR CHAVEAMENTO
 Além da perda na condução, uma chave não ideal também tem perdas
em virtude do chaveamento porque não pode passar de um estado para
outro (liga-desliga ou vice-versa) de modo instantâneo.

 Uma chave não ideal leva certo tempo finito “𝑡𝑠𝑤(𝑂𝑁) ” para ligar

 E certo tempo também finito “𝑡𝑠𝑤(𝑂𝐹𝐹) ” para desligar

 Esses períodos não apenas introduzem dissipação de potência, como


também limitam a máxima frequência de chaveamento possível. Os
tempos de transição 𝑡𝑠𝑤(𝑂𝑁) e 𝑡𝑠𝑤(𝑂𝐹𝐹) para chaves não ideais não são
normalmente iguais; 𝑡𝑠𝑤(𝑂𝑁) é ligeiramente maior.
PERDAS POR CHAVEAMENTO
 Entretanto, vamos supor que 𝑡𝑠𝑤(𝑂𝑁) e 𝑡𝑠𝑤(𝑂𝐹𝐹) sejam iguais. A figura abaixo mostra então
as formas de onda de chaveamento para:
 a) a tensão na chave;
 b) a corrente que passa por ela;
 c) a potência dissipada durante os chaveamentos;
Tipos de Circuitos de Eletrônica de
Potência
 OS CIRCUITOS DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA (OU CONVERSORES, COMO SÃO
USUALMENTE CHAMADOS) PODEM SER DIVIDIDOS NAS SEGUINTES CATEGORIAS:

 1 – Retificadores não Controlados (AC para DC)


 O Retificador não-controlado converte uma tensão monofásica ou trifásica em uma tensão
DC. Para essa conversão de potência são usados diodos como elementos de retificação.

 2 – Retificadores Controlados (AC para DC)


 O Retificador controlado converte uma tensão monofásica ou trifásica em uma tensão DC
variável. Para essa conversão de potência e controle são usados SCRs como elementos de
retificação.

 3 – Choppers DC (DC para DC)


 O Chopper DC converte uma tensão DC fixa em tensões DC variáveis.

 4 – Controladores de Tensão AC (AC para AC)


 O Controlador de tensão AC converte uma tensão AC fixa em uma tensão AC variável na
mesma frequência. Há dois métodos básicos utilizados em controladores de tensão AC:
Controle liga-desliga e controle de fase.
Tipos de Circuitos de Eletrônica de
Potência
 5 – Inversores (DC para AC)
 O Inversor converte uma tensão DC fixa em uma tensão monofásica ou trifásica AC, fixa
ou variável, e com frequências também fixas ou variáveis.

 6 – Conversores Cíclicos (AC para AC)


 O Conversor Cíclico converte uma tensão e frequência AC fixa em uma tensão e
frequência AC variável. Essa conversão pode ser obtida de forma indireta,
primeiramente por meio de uma retificação AC para DC e depois retornando para AC na
frequência desejada.

 7 – Chaves Estáticas (AC ou DC)


 O dispositivo de potência (SCR e Triac) pode ser operado como uma chave AC ou DC,
substituindo, dessa maneira, as chaves mecânicas e eletromagnéticas tradicionais.
Aplicações da Eletrônica de Potência
Aula 2 – Diodos de Potência

 Os Diodos de potência desempenham um papel importante nos circuitos


de eletrônica de potência. São utilizados principalmente em retificadores
não-controlados, efetuando a conversão de tensões AC para DC fixas, e
como diodos de retorno, a fim de fornecer uma passagem de fluxo de
corrente em cargas indutivas. São similares em função aos de Junção
PN; entretando, tem uma capacidade muito maior de potência.

 Diodos de Junção PN

 Os materiais utilizados na fabricação de diodos podem ser de silício ou


Germânio. Os diodos de potência são normalmente produzidos com o
silício, pois podem operar com correntes maiores e temperaturas de
junção mais altas, além de ter uma resistência reversa maior.
Aula 2 – Diodos de Potência

A estrutura de um diodo semicondutor e seu símbolo são mostrados na figura


abaixo. O diodo tem dois terminais: um terminal ânodo (A) na junção P, e um
terminal cátodo (K) na junção N.

Quando a tensão no ânodo é mais positiva que do que a no cátodo, diz-se que o
diodo está diretamente polarizado e permite a condução de corrente com uma
queda de tensão relativamente pequena em seus terminais. Quando a tensão no
cátodo é mais positiva do que a no ânodo, diz-se que o diodo está inversamente
polarizado e, assim, bloqueia o fluxo de corrente.
Característica da tensão-corrente de um
diodo
A figura abaixo mostra a relação V x I (tensão versus corrente) de um diodo.
Quando diretamente polarizado, ele começa a conduzir no momento em que a
tensão no ânodo (em relação ao cátodo) aumenta. Quando a tensão se
aproxima da chamada tensão-joelho, que é de cerca de 1 volt (para os diodos de
silício), um ligeiro acréscimo dessa tensão, fará com que a corrente aumente
rapidamente. Esse aumento será limitado apenas pela resistência que for ligada
em série com o diodo.
Característica da tensão-corrente de um
diodo
Já quando o diodo está inversamente polarizado, uma corrente pequena, denominada de
(Corrente de Fuga Inversa), flui à medida que aumenta a tensão entre o ânodo e o cátodo.
Isso simplesmente indica que o diodo tem uma resistência alta na direção inversa. Essa
característica é mantida com o aumento da tensão inversa, até que a tensão de RUPTURA
seja alcançada. Na Ruptura, o diodo deixa passar uma corrente grande, com acréscimos
pequenos de tensão. Deve-se também utilizar aqui, um resistor limitador de corrente, em
série com o diodo, para evitar que ele seja completamente danificado.
O DIODO IDEAL

Na Eletrônica de Potência, trabalhamos com tensões e correntes altas. Portanto,


as características detalhadas de um diodo não são tão importantes assim. Dessa
maneira, podemos trata-lo como um elemento ideal. A figura abaixo mostra as
características ideais de um diodo.

Obseve que quando diretamente polarizado, não há tensão sobre ele. A corrente
depende, então, da fonte de tensão e dos outros elementos do circuito. Já
quando Inversamente polarizado, não há corrente passando por ele.
O DIODO IDEAL
Essa Característica torna o diodo ideal similar a uma chave que conduz corrente
apenas em uma direção. Essa chave poderia ligar e desligar por si mesma,
dependendo da polaridade da tensão em seus terminais. A primeira figura abaixo
mostra um diodo diretamente polarizado e sua equivalência de circuito.

Já essa outra figura mostra um diodo inversamente polarizado e sua chave


equivalente. Quando o ânodo é negativo do que o cátodo, podemos considera-lo
como se fosse uma chave aberta.
O DIODO Schottky
O diodo Schottky é um dispositivo que trabalha com baixas tensões e em alta
velocidade, segundo um princípio de funcionamento diferente do usual para
diodos de Junção PN. Ele são fabricados sem a Junção PN de costume. Eles
possuem uma barreira fina de metal (CROMO, PLATINA OU TUNGSTÊNIO) que
é interfaceada com o semicondutor do tipo N. Essa forma de confecção propicia,
nos terminais, uma tensão de estado ligado muito baixa (cerca de 0,6 V) quando
há condução. Esse tipo de diodo pode ser ligado e desligado muito mais rápido
que os de Junção PN, propiciando frequências de chaveamento muito maiores. A
corrente de fuga inversa, porém, é bem mais alta e a tensão de ruptura inversa é
bem mais baixa, quando comparadas às de um diodo PN comum.

Os diodos Shottky são, portanto, empregados como retificadores em aplicações


de baixa tensão, em que a eficiência de conversão é o ponto importante. Eles
também são amplamente utilizados em fontes de alimentação chaveadas que
operam em frequências iguais ou maiores que 20Khz.
Análise de Circuitos com Diodos
DIODOS EM CIRCUITOS DC

Determine, no circuito mostrado, a corrente do diodo 𝐼𝐷 , a tensão no diodo 𝑉𝐷 e a


tensão no resistor 𝑉𝑅 , considerando o diodo como IDEAL.

Solução: Uma vez que a corrente estabelecida pela fonte flui na direção da seta, o
diodo está ligado e pode ser substituído por uma chave fechada.
Simulação 1
DIODOS EM CIRCUITOS DC

Determine, no circuito mostrado, a corrente do diodo 𝐼𝐷 , a tensão no diodo 𝑉𝐷 e a


tensão no resistor 𝑉𝑅 , considerando o diodo como REAL. Neste caso utilizaremos
como fina didáticos uma simulação no Proteus e também no PSim
Análise de Circuitos com Diodos
DIODOS EM CIRCUITOS AC

Os circuitos AC têm tensão que varia com o tempo. Portanto,


pode haver instantes em que a tensão AC polariza o diodo
diretamente e outros em que o polariza inversamente. A
análise do circuito pode ser feita separadamente para os
semiciclos positivo e negativo. Deve-se observar, no entanto,
quando a polaridade da tensão no diodo é direta ou inversa.
O diodo pode então ser substituído por um circuito chave
equivalente.
Análise de Circuitos com Diodos
Exemplo

Determine o circuito-chave equivalente de um diodo com uma fonte de


tensão AC.

Durante o semiciclo positivo, o ânodo é mais positivo que o cátodo e,


portanto o diodo está diretamente polarizado. Podemos substituí-lo por uma
chave fechada.
Durante o semiciclo negativo, o ânodo é mais negativo do que o cátodo e,
portanto, o diodo está inversamente polarizado. Podemos substituí-lo por
uma chave aberta.
Análise de Circuitos com Diodos
Exemplo 2

Para o circuito mostrado na figura abaixo, desenhe as formas de onda da


tensão no Resistor (Vr) e da tensão do diodo (Vd).

Durante o semiciclo positivo, o diodo está diretamente polarizado e pode,


portanto, ser substituído por uma chave fechada. A tensão em seu sterminais
é zero. E no resistor é a mesma da fonte. Durante o semiciclo negativo, o
diodo está inversamente polarizado e pode, portanto, ser substituído por
uma chave aberta. A tensão no resistor é zero e no diodo é a mesma da
fonte. Veja a figura no próximo Slide.
Análise de Circuitos com Diodos

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