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EP – Eletrônica de Potência - Prof.

Bertoni - Goiânia, 31 de Outubro de 2014


Principais Valores Nominais para os DIODOS
 TENSÃO DE PICO INVERSA (PIV)

 O valor nominal da tensão de pico inversa (peak inverse voltage – PIV) é a tensão
inversa máxima que pode ser ligada nos terminais do diodo sem ruptura. Se for
excedido a PIV nominal, o diodo começa a conduzir na direção inversa e pode ser
danificado no mesmo instante. Os valore nominais da PIV são também
denominados tensão de pico reversa (peak reverse voltage – PRV) ou tensão de
RUPTURA (breakdown voltage – V(BK)).
Principais Valores Nominais para os DIODOS

 Corrente direta média máxima 𝐼𝑓 𝑎𝑣𝑔 𝑚𝑎𝑥

 A corrente direta média máxima é a corrente máxima que um diodo pode


suportar com segurança quando estiver diretamente polarizado. Os diodos
de potência estão disponíveis na praça com valores nominais que vão de
alguns poucos a centenas de ampères. Se a utilização de um diodo deve
atender a critérios econômicos, é preciso operá-lo perto de seu valor de
corrente direta máxima, a fim de se obter um ponto ótimo entre custo-
benefício do dispositivo.
Principais Valores Nominais para os DIODOS

 Tempo de recuperação reverso (𝑡𝑟𝑟 )

 O Tempo de recuperação reverso de um diodo é bastante significativo em


aplicações de chaveamento em alta velocidade. Um diodo real não passa, em um
único instante, do estado de condução para o de não-condução. Nesse momento,
uma corrente inversa flui por um breve período, e o diodo não desliga até que a
corrente inversa caia a zero, como mostra a figura. O diodo conduz inicialmente
uma corrente 𝐼𝐹 ; essa corrente decresce e passa a fluir, então, a corrente 𝐼𝑅 ,
quando o diodo se acha inversamente polarizado. O intervalo durante o qual a
corrente inversa flui é denominado de TEMPO DE RECUPERAÇÃO REVERSO.
Durante esse período, são removidos os portadores de carga armazenados na
junção quando a condução direta cessou.
 Os diodos são classificados como de recuperação “rápida” e “lenta” com base em
seus tempos de recuperação. Esses tempos vão de faixa dos microssegundos nos
diodos de junção PN, a várias centenas de nanossegundos em diodos de
recuperação rápida, como o Schottky. Um diodo de junção PN costuma ser
suficiente para a retificação de um sinal AC de 60Hz. Os diodos de recuperação
rápida com 𝑡𝑟𝑟 baixos são utilizados em aplicações de alta frequência, tais como
inversores, choppers e fontes de alimentação de funcionamento contínuo
(Uninterruptible Power Supplies – UPS), os conhecidos aqui no Brasil como
Nobreaks.
Principais Valores Nominais para os DIODOS

 Tempo de recuperação reverso (𝑡𝑟𝑟 )


Principais Valores Nominais para os DIODOS

 Temperatura máxima da junção (𝑇𝑗(𝑚𝑎𝑥) )

 Esse parâmetro define a temperatura máxima que o diodo pode suportar, na junção,
sem apresentar defeito. As temperaturas nominais de diodos de silício estão
normalmente na faixa de -40ºC a +200ºC. A operação em temperaturas mais baixas
costuma resultar em um desempenho melhor. Os diodos são em geral montados em
dispositivos dissipadores de calor para que haja melhora nas condições nominais de
temperatura.

 Corrente Máxima de Surto (𝐼𝐹𝑆𝑀 )

 O valor nominal da corrente direta máxima de surto é a corrente máxima que o diodo
pode suportar durante um transitório fortuito ou diante de um defeito no circuito.
Proteções do DIODOS

 UM DIODO DE POTÊNCIA DEVE SER


PROTEGIDO CONTRA SOBRETENSÃO,
SOBRECORRENTE E TRANSITÓRIOS.

 Sobretensão:
 Quando um diodo está diretamente polarizado, a tensão em seus terminais é baixa,
naõ havendo, portanto, grandes problemas. Entretanto, um diodo inversamente
polarizado atua como um circuito aberto. Se a tensão nos terminais exceder sua
tensão de ruptura, ele dispara e o resultado é uma corrente alta. Com essa corrente e
com a alta tensão nos terminais, é bem provável que a dissipação na junção exceda
seu valor máximo, danificando o diodo. Na prática, seleciona-se o diodo com um valor
nominal da tensão de pico inversa 1,2 vez maior do que o esperado durante as
condições normais de operação.
Proteções do DIODOS

 Sobrecorrente:
 As especificações do fabricante fornecem valores
nominais de corrente com base nas temperaturas
máximas de junção, decorrentes de perdas durante a
condução nos diodos. Para um dado circuito, recomenda-
se que a corrente seja mantida abaixo desse valor. A
proteção contra a sobrecorrente é proporcionada pela
utilização de um fusível, o que assegura que a corrente do
diodo não exceda um nível que eleve a temperatura para
além do valor máximo.

 Transitórios:
 Os transitórios podem levar o diodo a tensões maiores do
que a nominal. A proteção contra esses transitórios
costuma ser obtida por circuitos em série RC conectados
em paralelo com o diodo. Esse artifício, como mostrado
na figura, anula ou reduz a taxa de variação da tensão e é
comumente denominado CIRCUITO SNUBBER.
Teste de DIODOS

 Um ohmímetro pode ser fácil e seguramente utilizado para o teste de


diodos de potência. Os circuitos diodo-chave equivalentes, podem ser
usados para determinar como os testes dos diodos podem ser
realizados. Ligue o ohmímetro de tal modo que ele polarize diretamente
o diodo; nesse caso, deve-se ter uma leitura baixa de resistência. A
leitura efetiva dependerá do fluxo de corrente que passa pelo diodo, a
qual é fornecida pela bateria interna do ohmímetro. Quando há inversão
nos terminais do ohmímetro, deve-se obter uma resistência bem mais
alta ou mesmo uma leitura de circuito aberto. A leitura de alta resistência
em ambos os casos, sugere que o diodo está aberto, enquanto a leitura
de baixa resistência sugere que ele está em curto.
Operações com diodos em série e em paralelo

 A potência máxima que pode ser controlada por um único diodo é


determinada por sua tensão inversa nominal e por sua corrente direta
nominal. Em aplicações de alta potência, um único diodo pode não ser
suficiente para suportar a capacidade de potência. Para incrementar
essa capacidade, os diodos podem ser ligados em série, a fim de
aumentar a tensão máxima nominal, ou em paralelo, para aumentar a
corrente máxima nominal. Um arranjo de diodos em série-paralelo pode
ser utilizado para aplicações de alta tensão e alta corrente (ao mesmo
tempo).
2ª aula
Retificadores Monofásicos Não controlados

 A retificação é o processo de converter tensão e corrente alternadas em


tensão e corrente contínuas. Um retificador não-controlado usa apenas
diodos como elementos de retificação. A amplitude da tensão de saída
DC é determinada pela amplitude da tensão de alimentação AC.
 Entretanto a saída DC não é pura – contém componentes AC
significativos, as quais recebem o nome de ondulação. Para eliminá-las,
costuma-se inserir um filtro depois do retificador.

 Neste capítulo estudaremos os retificadores monofásicos não-


controlados:

 - Simples de meia-onda (que usam um único diodo)


 - Onda Completa (2 diodos)
 - Onda Completa (Ponte de diodos – 4 diodos)
Retificadores Monofásicos Não controlados

 Retificador de meia-onda (retificador de um pulso)

A figura abaixo mostra um circuito retificador de meia-onda simples alimentando uma


carga resistiva pura. A tensão da fonte é uma onda senoidal com valor máximo (𝑉𝑚 →
𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑜𝑢 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑖𝑐𝑜 ) e período T. Durante o semiciclo positivo, quando a
tensão no ânodo é positiva em relação ao cátodo, o diodo passa para o estado ligado.
Isso permite que a corrente flua através do resistor de carga R. Assim, a tensão na carga
(𝑉0 ) acompanha a meia onda senoidal positiva. Durante o semiciclo negativo, a tensão no
ânodo torna-se negativa em relação ao cátodo e o diodo passa para o estado desligado.
Assim, não há fluxo de corrente através da carga R. A tensão de saída (𝑉0 ) é mostrado na
figura 5.1b, que também apresenta a correnta na carga.
O retificador de meia onda, dessa maneira, transforma potência AC em DC. A tensão de
saída é pulsante DC e contém uma grande ondulação. Portanto, circuitos de um pulso
têm valor prático limitado para aplicações em alta potência.
Retificadores Monofásicos Não controlados

 Retificador de meia-onda
(retificador de um pulso)

 Os Valores de interesse nesse tipo de circuito são:

 𝑉𝑂 𝑎𝑣𝑔 ⇒ 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎 é 𝑑𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟


𝑉𝑚
 ⇒ 𝜋
⇒ 𝑚𝑎𝑠 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑖𝑐𝑜 é 𝑉𝑚 = 𝑉𝑠 ∗ 2
𝑉𝑠 ∗ 2
 𝑉𝑂 𝑎𝑣𝑔 = 𝑜𝑢 0,318 ∗ 𝑉𝑚
𝜋

 Obs: 𝑉𝑠 é o valor RMS da fonte

A forma de onda da corrente tem a mesma forma de onda


da tensão. Portanto, uma relação similar à da Equação do
slide anterior também vale para o valor médio de corrente
na carga.
𝐼𝑚
𝐼𝑂 𝑎𝑣𝑔 = 𝑜𝑢 0,318 ∗ 𝐼𝑚 ⇒ 𝐼𝑚 = 𝑉𝑚/𝑅
𝜋
Retificadores Monofásicos Não controlados

 Retificador de meia-onda (retificador de um pulso)

O valor Efetivo (RMS) da corrente para o retificador de meia onda é dado por:

𝐼𝑚
𝐼𝑅𝑀𝑆 =
2

Obs: A forma de onda da tensão do diodo mostra que ele deve ser capaz de aguentar uma
tensão inversa que seja igual ao pico da fonte de tensão. Essa tensão é usada para
selecionar o diodo apropriado para um dado circuito.
O valor nominal da (PIV)  tensão de pico inversa é dada por:

PIV≥Vm
Retificadores Monofásicos Não controlados

 Retificador de meia-onda (retificador de um pulso)

 Potência AC e Potência DC

A finalidade de um retificador é converter potência AC em potência DC. Uma


vez que estamos supondo que os dispositivos são ideais, sem perdas de
potência, o fluxo resultante de potência AC obtido da média de todo o ciclo
completo deve ser igual à potência de saída DC. A potência de saída DC (média)
entregue à carga é dada por.
𝑃𝑂 (𝑎𝑣𝑔) = 𝑉𝑂 (𝑎𝑣𝑔) ∗ 𝐼𝑂 (𝑎𝑣𝑔)

𝑉𝑚 𝐼𝑚 𝑉𝑚 ∗ 𝑉𝑚 𝑉𝑚2
= ∗ = = 2
𝜋 𝜋 𝜋2 ∗ 𝑅 𝜋 ∗𝑅
Retificadores Monofásicos Não controlados

 Retificador de meia-onda (retificador de um pulso)

 Potência AC e Potência DC e Eficiência do Retificador

A potência de entrada AC é dada por:


𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 ∗ 𝐼𝑅𝑀𝑆

MAS 𝑉𝑅𝑀𝑆 para o período de 0 até 𝜋 (semiciclo) é Vm/2. Portanto,

𝑉𝑚 𝐼𝑚 𝑉𝑚 ∗ 𝑉𝑚 𝑉𝑚2
𝑃𝐴𝐶 = ∗ = =
2 2 4∗𝑅 4𝑅

EFICIÊNCIA DO RETIFICADOR

É definida como a relação da potência de saída DC com a potência de entrada AC.


𝑃𝑂 (𝑎𝑣𝑔)
𝜂=
𝑃𝐴𝐶
Retificadores Monofásicos Não controlados

 Retificador de meia-onda (retificador de um pulso)

 Fator de Forma

O fator de forma é uma medida da qualidade da tensão de saída. Idealmente, a


tensão de saída DC de um retificador deve ser constante. Na prática, eles
fornecem saídas que são ondas senoidais incompletas. O fator de forma é
definido como a relação da tensão de saída RMS com o valor médio da tensão
de saída
𝑉𝑂(𝑅𝑀𝑆)
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝐹𝑜𝑟𝑚𝑎(𝐹𝐹) =
𝑉𝑂(𝑎𝑣𝑔)

O valor ideal de FF é igual à 1(unidade). O Fator de forma é igual a 1 se a tensão


de saída for um valor constante DC, para o qual 𝑉𝑂(𝑅𝑀𝑆) =𝑉𝑂(𝐴𝑉𝐺) .
A tensão de saída de um retificador contém componentes não só DC como AC
(ondulação). A frequência e a amplitude da tensão de ondulação são fatores
importantes na escolha dos retificadores. Quanto maior a frequência e menor a
amplitude, mais fácil filtrar a ondulação dentro de limites aceitáveis.
Retificadores Monofásicos Não controlados

 Retificador de meia-onda (retificador de um pulso)

 Número de Pulso

O Número de Pulso é a relação entre a frequência fundamental de ondulação


da tensão DC e a frequência da tensão de alimentação AC.

Portanto:

𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑢𝑙𝑎çã𝑜


Número de Pulso =
𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝐴𝐶
Retificadores Monofásicos Não controlados

 Retificador de meia-onda (retificador de um pulso)

Exemplo – O retificador de meia-onda mostrado na figura abaixo é ligado a


uma fonte AC de 50V. Se a resistência de carga for de 100 ohms, determine:
a) A tensão máxima na carga
b) A tensão média na carga
c) A corrente máxima na carga
d) A corrente média na carga
e) A corrente RMS na carga
f) O valor nominal da PIV para o diodo
g) A potência de saída DC (média)
h) A potência de entrada AC
i) A eficiência do retificador
j) O fator de forma
k) O número de pulso
Retificadores Monofásicos Não controlados

 Retificador de meia-onda (retificador de um pulso)


Retificadores Monofásicos Não controlados

 Retificador de meia-onda (retificador de um pulso)

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