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Prof.: A. R. AQUINO
1. Introdução
2. Filtros Capacitivos
A tensão de saída de um retificador de meia onda sobre um resistor de carga é pulsante como
mostrado na figura abaixo.
Durante um ciclo completo na saída, a tensão no resistor aumenta a partir de zero até um valor
de pico e depois diminui de volta a zero. No entanto a tensão de uma bateria deve ser estável.
Para obter esse tipo de tensão na carga, torna-se necessário o uso de filtro.
O tipo mais comum de filtro para circuitos retificadores é o filtro com capacitor mostrado na figura
abaixo onde o capacitor C é ligado em paralelo com o resistor de carga RL.
Para o entendimento do funcionamento do filtro supor o diodo como ideal e que, antes de ligar o
circuito, o capacitor esteja descarregado.
Ao ligar, durante o primeiro quarto de ciclo da tensão no secundário, o diodo está diretamente
polarizado. Idealmente, ele funciona como uma chave fechada. Como o diodo conecta o
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enrolamento secundário ao capacitor, ele carrega até o valor da tensão de pico US(pico) que é igual
ao valor da tensão retificada de pico UR(pico), pois, o diodo foi considerado ideal.
Logo após o primeiro quarto de ciclo positivo, o diodo para de conduzir, o que significa uma chave
aberta. Isto devido ao fato de o capacitor estar carregado numa tensão igual ao valor de pico da
tensão retificada, ou seja, UR(pico). Como a tensão no secundário, no segundo quarto de ciclo, vai
se tornando menor que UR(pico), o diodo permanece reversamente polarizado e não conduz.
Com o diodo aberto, o capacitor descarrega através do resistor de carga RL. A ideia do filtro é a
de que o tempo de descarga do capacitor seja muito maior que o período do sinal de entrada.
Com isso, o capacitor perderá somente uma pequena parte de sua carga durante o tempo que o
diodo estiver em corte.O diodo só voltará a conduzir no momento em que a tensão no secundário
começar a subir e atinja um valor igual ao valor da tensão de descarga do capacitor. Ele
conduzirá novamente, deste ponto até a tensão retificada atingir, outra vez, o valor de pico UR(pico).
Esse intervalo de condução corresponde ao ângulo de condução do diodo.
Durante o ângulo de condução do diodo, o capacitor é carregado novamente até UR(pico). Nos
retificadores sem filtro cada diodo tem um ângulo de condução de 180°.
Na figura acima é mostrada a tensão sob a carga. A tensão na carga é agora uma tensão mais
próxima da contínua. A diferença para uma tensão contínua pura é uma pequena ondulação
(Ripple) causada pela carga e descarga do capacitor. Naturalmente, quanto menor for a tensão
pico a pico da ondulação UOND, melhor será o efeito do filtro capacitivo. Uma forma de reduzir a
ondulação é aumentar a constante de tempo de descarga (RL.C).
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ICC
UOND
fR C
Onde:
Quanto menor a ondulação ou ripple, melhor. Mas não é viável economicamente que a tensão de
ondulação seja a mais próxima de zero, pois, o valor da capacitância do capacitor teria que ser
muito grande. O preço de um capacitor aumenta com o aumento valor da sua capacitância.
Como regra de projeto, o habitual é escolher a tensão de ondulação como sendo 10% do valor
da tensão contínua que deverá alimentar a carga (10% de UCC).
Observando a figura acima podemos desenvolver a expressão que nos dá o valor da tensão
retificada de pico (UR(pico)) em função do valor da tensão de ondulação desejada (UOND), bem como
do valor da tensão contínua necessária para alimentar a carga (UCC):
UOND
UR( pico ) UCC
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Se no circuito acima considerarmos o diodo ideal, a tensão UR(pico) será igual a US(pico) no
secundário do transformador e assim poderemos especificar o valor eficaz dessa tensão,
permitindo ao fabricante de transformadores produzi-lo.
Corrente de surto
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Nesse momento os únicos elementos que limitam essa corrente alta é a resistência ôhmica do fio
do enrolamento secundário do transformador RS e a resistência interna do diodo rD , ou diodos,
dependendo do tipo de circuito retificador.
O pior caso é o capacitor estar totalmente descarregado e o circuito retificador ser ligado no
instante em que a tensão no secundário é máxima. Dessa forma, o calculo da corrente de surto
será:
U
ISURTO S( pico )
RS rD
Esta corrente vai diminuindo à medida que o capacitor vai se carregando. Em um circuito
retificador típico, a corrente de surto não é uma preocupação. Mas, quando a capacitância do
capacitor de filtro for muito maior que 1000 F, a constante de tempo se torna muito grande e
pode levar vários ciclos para o capacitor se carregar totalmente. Isto tanto pode danificar os
diodos, quanto o próprio capacitor.
O datasheet (folha de dados) fornecido pelo fabricante de diodos, por exemplo, diodos da série
1N4001 a 1N4007 apresentam as especificações máximas desses diodos conforme a tabela
abaixo:
Exercício resolvido:
ESQUEMA DA FONTE
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Como as tensões US1 e US2 são iguais em amplitude e defasadas de 180º, o que acontece no
secundário 1 acontece igualmente no secundário 2 em relação ao primeiro semiciclo e ao
segundo semiciclo dessas tensões. Dessa forma podemos considerar para efeito de cálculos
apenas um dos secundários com o seu respectivo diodo, pois, o outro diodo estará em corte.
Consideremos para efeito de cálculos, o secundário 1, o diodo D1, o capacitor C e a carga RL.
Para uma boa precisão nos cálculos consideraremos o modelo 3 (terceira aproximação) para o
diodo utilizado – 1N4007 – que segundo o datasheet (folha de dados) do fabricante apresenta
para 0,5 A uma queda de tensão VF = UD = 0,85 V, conforme o gráfico da figura abaixo.
U(perdas ) UD URS
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ICC ICC
sendo, UOND temos : C
2 f(rede ) C 2 f(rede ) UOND
500 mA
C 1736 F
2 60 Hz 2,4 Vpp
Esse valor encontrado para o capacitor de filtro não é encontrado comercialmente, dessa forma
devemos encontrar o valor padrão de fabricação logo acima do valor calculado. Para isso
devemos consultar a tabela de valores comerciais para o capacitor eletrolítico desejado e
encontraremos um capacitor de 2200 F com uma tensão de isolação de 35 V.
ICC 500 mA
UOND 1,9 Vpp
2 f( rede ) C 2 60 Hz 2200 F
US( ef ) 9,16 V
Especificação do Transformador:
Primário: 120 V
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Secundário: 10 V + 10 V / 500 mA