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Art. 569.

​ As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos


das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, ​poderão ser
supridas a todo o tempo​, ​antes da sentença final​.

Reexame necessário​:
- decisão ​concessiva ​de:
- a)​HC
- b)​Reabilitação criminal​ (art. 747)
- absolvição sumária por ​exclusão do crime ou ​isenção da pena (​segundo a
doutrina, está revogada tal instituto, tendo em vista a remissão a antigo e
revogado dispositivo de lei que mencionava ser obrigatório o reexame no
caso​).

Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do
recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter
exclusivamente pessoal, ​aproveitará aos outros​.

Efeitos dos recursos:


- regressivo/iterativo​: permite o juízo de retratação:
- a)RESE
- b)Carta testemunhável
- c)Agravo em execução
- d)ED’s (?)
- translativo​: devolve-se ao tribunal ​toda a matéria de ordem pública​, ainda
que não alegada ou impugnada no recurso.
- não cabe para prejudicar o réu, quando de seu recurso exclusivo ou
quando de ponto não alegado pela acusação em seu recurso.
- devolutivo
- extensivo

RESE
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que ​NÃO RECEBER A DENÚNCIA​ ou a queixa;
- ATENÇÃO​: importante que no JECRIM da decisão que rejeita a
denúncia ou a queixa cabe APELAÇÃO​.
II - que concluir pela ​incompetência ​do juízo;
III - que julgar ​PROCEDENTES ​AS EXCEÇÕES​,​ ​salvo a de suspeição​;
- portanto, a que​ ​não acolhe/improcedente​ a exceção ​não é recorrível.
- segundo o CPP (104 e 105): não cabe recurso da decisão que decidir
sobre a suspeição de perito ou do MP.
IV – que ​PRONUNCIAR​ o réu;
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança (​SOBRE
FIANÇA​), indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la (​SOBRE
PRISÃO PREVENTIVA ​- não fala sobre deferimento​), conceder liberdade provisória
(​não fala sobre negar​) ou relaxar a prisão em flagrante;
- quanto à prisão ou liberdade- todas as ​hipóteses contrárias ao réu​:
indeferir, revogar, conceder liberdade, relaxar a prisão etc.
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que ​decretar ​a prescrição ou julgar, por outro modo, ​EXTINTA A
PUNIBILIDADE
- portanto, sentença final que extingue a punibilidade é recorrível
por meio de RESE.
IX - que ​indeferir ​o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa
EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE​;
X - que ​conceder ou negar ​a ordem de ​HABEAS CORPUS​;
- apenas no que se refere à decisão do juiz de 1º grau, caso contrário,
será objeto de recurso ordinário.
- lembrando que, segundo o CPP, a concessiva é caso de reexame
necessário.
XIII - que ​anular o processo​ da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir ​JURADO NA LISTA GERAL​ ou desta o excluir;
XV - que ​denegar ​a ​APELAÇÃO​ ou a julgar ​deserta​;
- importante ​notar que, em razão da especialidade, ​a carta
testemunhável não tem aplicação quando se trata de ​denegação
apelação​.
XVI - que ​ordenar ​a ​SUSPENSÃO DO PROCESSO​, em virtude de questão
prejudicial;
- portanto, a decisão que não acolhe o pedido de suspensão é
irrecorrível.
XVIII - que decidir o ​INCIDENTE DE FALSIDADE​;
- no entanto, o art. 145, IV, dispõe o seguinte: IV - se reconhecida a
falsidade por ​decisão irrecorrível​, mandará desentranhar o documento
e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público.
- a interpretação que pode ser feita é a de que somente a decisão que
não acolhe o incidente é recorrível.
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;

Peculiaridades do RESE:
- 1º grau que ​concede ou denega​ HC.
- Denegar/Julgar deserto Recurso:
- regra: carta testemunhável
- exceção: RESE​, quando for ​Apelação​.
- reconhece ou nega​ Extinção da Punibilidade
- decisões que são c​ontrárias à prisão,​ exceto sobre fiança.
- Somente decisão que julga ​procedentes/ordena​:
- i) as ​exceções​.
- não cabe na decisão de suspeição;

- ii)suspensão do processo em ​questão prejudicial​.


- Somente nega o Incidente de falsidade.

Obs: Tanto reconhecimento como não reconhecimento da extinção da punibilidade é


hipótese de RESE.

Interposição​:
a)Regra:​ 5 dias​.
b)Exceção: 20 dias a contar da publicação da lista geral de jurados.
Razões: 2 dias​.

APELAÇÃO.

Interposição:
a)Regra: 5 dias.
b)Exceção:
i)​15 dias do dia em que terminar o do Ministério Público: se da
sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o
ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ​ainda que não se
tenha habilitado como assistente​, poderá interpor apelação, que ​NÃO TERÁ,
PORÉM, EFEITO SUSPENSIVO.​
ii)JECRIM: ​10 dias​ (interposição + razões)
Razões:
a)Regra: 8 dias.
b)Exceção:
i)​3 dias: contravenção penal​.
ii)​3 dias: assistente de acusação depois da apelação do MP​.

Obs: Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que


deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem
onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, ​notificadas as partes pela
publicação oficial​.
Obs: Quando forem ​dois ou mais os recorrentes (apelantes ou apelados), ​os prazos
serão comuns​.
Cabimento:
I - das sentenças definitivas de ​CONDENAÇÃO ou ​ABSOLVIÇÃO proferidas por juiz
singular;
- portanto, ​absolvição sumária é caso de Apelação, exceto, no procedimento
ordinário, quando extingue a punibilidade.
II - das decisões definitivas, ou com força de ​DEFINITIVAS​, proferidas por juiz singular
nos casos ​NÃO PREVISTAS NO RESE​ no Capítulo anterior
III - das decisões do ​TRIBUNAL DO JÚRI​, quando:
- a) ocorrer ​nulidade posterior à pronúncia​;
- b) for a sentença do juiz-presidente ​contrária à lei expressa ou ​à decisão dos
jurados​;
- TRIBUNAL CORRIGE
- c) houver ​erro ou ​injustiça no tocante à ​aplicação da pena ou da medida de
segurança;
- TRIBUNAL CORRIGE
- d) for a ​decisão dos jurados manifestamente contrária à prova​ dos autos.
- NOVO JÚRI, mas ​não se admite nova anulação pelo mesmo
fundamento​.

Art. 616. No julgamento das ​apelações ​poderá o tribunal, câmara ou turma proceder a
novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras
diligências.

Efeitos Suspensivo​:
- Apelação:
- a)​Regra: sim​.
- b)Exceto (597):
- i)a aplicação ​provisória ​de:
- interdições de direitos
- medidas de segurança
- ii)no caso de suspensão condicional da pena (​SURSIS​).
- iii)interposta pelo ​assistente de acusação quando o MP não o
fizer.
- Carta testemunhável: ​não​.
- RESE:
- a)​Regra: não.
- b)Exceção:
- i)perda de fiança;
- ii)concessão do livramento condicional (​seria caso de agravo em
execução​);
- iii)denegar ou julgar deserta a ​apelação
- iv)decisão de pronúncia,​ ​apenas quanto ao julgamento
- v)quebra da fiança, apenas quanto à perda da metade do valor
(isto é, não impedindo que o réu venha a receber outra medida
cautelar).

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE


- cabimento ​em apelação​.
- Quando ​não for unânime a decisão de segunda instância, ​DESFAVORÁVEL AO
RÉU​, admitem-se ​embargos infringentes e de nulidade​, que poderão ser
opostos ​dentro de 10 (dez) dias​, a contar da publicação de acórdão, na forma
do art. 613.
- Se o desacordo for ​parcial​, ​os embargos serão ​restritos à matéria objeto de
divergência.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
- Prazo:
- 2 dias CPP
- 5 dias JECRIM
- Hipóteses: ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
- JECRIM não fala em ambiguidade.

REVISÃO CRIMINAL.

Cabimento:
- I - quando a sentença condenatória for ​CONTRÁRIA AO TEXTO EXPRESSO DA
LEI​ penal ou à ​EVIDÊNCIA DOS AUTOS​;
- II - quando a sentença condenatória se ​FUNDAR em depoimentos, exames ou
documentos ​COMPROVADAMENTE​ ​FALSOS​;
- III - quando, após a sentença, se descobrirem ​NOVAS PROVAS de inocência do
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial
da pena.
- no caso de nova prova, ​STJ ​tem entendimento no sentido de que é
preciso ​procedimento de justificação criminal (CPC/73) - ​ação cautelar
-, buscando demonstrar por meio de ​prova pré-constituída​ seu direito.
§ 2o Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento será efetuado pelas câmaras
ou turmas criminais, reunidas em sessão conjunta, quando houver mais de uma, e, no
caso contrário, pelo tribunal pleno.
§ 3o Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou turmas criminais, poderão
ser constituídos dois ou mais grupos de câmaras ou turmas para o julgamento de
revisão, obedecido o que for estabelecido no respectivo regimento interno.

Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal ​poderá alterar a classificação da


infração​, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena
imposta pela decisão revista​.

Cabe ​indenização por erro judiciário​:


§ 2o A indenização ​não será devida​:
a) se o ​erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta ​imputável ao
próprio impetrante​, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a ​acusação​ houver sido ​meramente privada​.
Obs: LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença;

Obs: Segundo STJ e a Lei, para a revisão criminal não é preciso de CAPACIDADE
POSTULATÓRIA.

HABEAS CORPUS.

Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém ​SOFRER ou ​SE ACHAR NA IMINÊNCIA DE
SOFRER violência ou coação ​ilegal na sua ​LIBERDADE DE IR E VIR​, ​salvo nos casos de
punição disciplinar​.
- salvo conduto
- alvará de soltura

Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:


I - quando não houver ​JUSTA CAUSA​;
II - quando alguém estiver ​PRESO POR MAIS TEMPO​ do que determina a lei;
III - quando quem ordenar a coação ​NÃO TIVER COMPETÊNCIA​ para fazê-lo;
IV - quando houver ​CESSADO O MOTIVO​ que autorizou a coação;
V - quando ​NÃO for alguém ​ADMITIDO A PRESTAR FIANÇA​, nos casos em que a lei
a autoriza;
- Obs: apesar do que dispõe aqui, a lei prevê o cabimento de RESE para o
caso de negativa de fiança. Assim, aparentemente caberia HC antes do
processo, depois de iniciado, seria o caso de RESE.
VI - quando o ​PROCESSO​ for ​MANIFESTAMENTE​ ​NULO​;
​VII - quando ​EXTINTA A PUNIBILIDADE​.

§ 2o Os juízes e os tribunais têm ​competência para ​expedir de ofício ​ordem de habeas


corpus, quando ​no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na
iminência de sofrer coação ilegal.

Art. 651. A concessão do habeas corpus ​não obstará, nem porá termo ao processo​,
desde que​ este ​não ​esteja em ​conflito com os fundamentos​ daquela.

- Obs: HC contra Turma Recursal, competência? TJ ou TRF (segundo STF).

DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I - da decisão que ​denegar o recurso​;
II - da que, admitindo embora o recurso, ​obstar à sua expedição e
seguimento​ para o juízo ad quem.

Art. 640. A carta testemunhável será ​requerida ao escrivão, ou ao secretário


do tribunal​, conforme o caso, ​nas ​quarenta e oito horas​ seguintes ao despacho
que denegar​ o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão
ser trasladadas.

Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à


parte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito,
ou de sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta,
devidamente conferida e concertada.

Obs: no caso de “denegar a ​APELAÇÃO ou a julgar deserta” é expresso o cabimento de


RESE. Da mesma forma, no caso de ​RE ou Resp será cabível ​Agravo​. Assim, contra a
denegação de apelação, por exemplo, cabe recurso em sentido estrito, nos termos do
art. 581, XV, do CPP. Contra a decisão que não admite recurso extraordinário ou
especial, cabe agravo (CPC/15). ​Assim, a carta testemunhável dirigia-se basicamente,
contra a denegação do recurso em sentido estrito​.

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