Você está na página 1de 52

Vide p.

36, Trabalho M issionário: Uma


Grande Responsabilidade.
Mensagem de
Inspiração

stamos engajados na obra

E do Senhor; esta é a sua


igreja; ele é o autor do
plano de salvação; é o seu
Evangelho que tem os recebido
dos céus, abertos em nossa
época; e o nosso desejo e total
propósito da vida deveria ser
acreditar nas verdades que ele
tem revelado e, por elas, pau­
tar nossa vida. Nenhuma pes­
soa, na Igreja ou fora dela, de­
veria acreditar em qualquer
doutrina, advogar qualquer prá­
tica ou apoiar qualquer causa
que não estivesse em harmonia
com a vontade divina. Nosso
único objetivo, no que concerne
às verdades de salvação, deve
ser descobrir o que o Senhor
tem revelado e, então, crer e
agir de acordo com elas.

Presidente Joseph Fielding


Smith.
1974

Publicação mensal
d'A Igreja de Jesus C risto
dos Santos dos Últim os Dias.

A PRIMEIRA PRESIDÊNCIA
NESTE NÚMERO Spencer W. Kimball
2 Mensagem de Inspiração ............................. Presidente Joseph Fielding N. Eldon Tanner
Smith Marion G. Romney

4 Digno de Confiança ....................................... Presidente N. Eldon Tanner CONSELHO DOS DOZE


Ezra Taft Benson
6 Ativação do Sacerdócio: Como consegui-la David H. Thomas
Mark E. Petersen
9 Se Perseverares. . . O Desafio da Mulher Delbert L. Stapley
Solteira ............................................................. Carol Larsen LeGrand Richards
Hugh B. Brown
14 Élder Reed Smoot Howard W. Hunter
Gordon B. Hinckley
17 Lições de Feminilidade ................................. .....Arta M. Hale Thomas S. Monson
Boyd K. Packer
20 A Conquista de Canaã .......................................Edward J. Brandt Marvin J. Ashton
Bruce R. McConkie
23 Iram Descobre seu Talendo Particular . . . . Rosalie W. Doss
L. Tom Perry
26 A Prece de Carolina ...........................................Ruth Swanson
COMITE DE SUPERVISÃO
28 De Um Amigo para Outro .......................... Presidente S. D ilw orth
J. Thomas Fyans
Young John E. Carr
Doyle L. Green
30 Só Para Divertir
Dean L. Larsen
31 Perguntas e Respostas Daniel H. Ludlow
Verl F. Scott
33 O que Ouvimos? ............................................. Presidente Spencer W.
Kimball EXECUTIVO DO INTERNATIONAL MAGAZINE

36 Trabalho Missionário: Uma Grande Res­ Larry H iller, Editor Gerente


ponsabilidade ................................................... Presidente Ezra Taft Carol Larsen, Assistente Editorial

Benson
EXECUTIVO DA "A LIAHONA"
40 Construa seu Escudo da Fé ...................... Élder L. Tom Perry José B. Puerta, Editor Responsável
José B. Puerta, Editor da Parte Nacional
42 Comprometidos a S e r v ir ............................... Élder J. Thomas Fyans

44 Os Caminhos por Onde Jesus Andou . . . . Élder Thomas S. Monson SUPERVISOR DE LAYOUT
Luiz Rubião Silva
48 Conferência de Área Planejadas — Brasil
e Argentina REGISTRO
50 Primeiro Encontro Regional Mórmon de Re­ Está assentado no cadastro da DIVISÃO DE
lações Públicas CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D.P.F.,
sob o no. 1151-P.209/73 de acordo com as
51 Até Breve, Presidente Oakes normas em vigor.

SUBSCRIÇÕES: Toda a correspondência sobre assinaturas deverá ser de 9-11-1930. ‘ International Magazine' é publicado, sob outros títu ­
endereçada ao Departamento de Assinaturas, Caixa Postal 19079, los, também em alemão, chinês, coreano, dinamarquês, espanhol,
Sço Paulo, SP. Preço da assinatura anual para o Brasil: Cr$ 20,00; finlandês, francês, holandês, inglês, italiano, japonês, norueguês,
para o exterior, simples: US$ 5,00; aérea: US$ 10,00. Preço do samoano, suéco, taitiano e tonganês. Composta pela Linotipadora
exemplar, avulso em nossa agência: Cr$ 2,00; exemplar atrasado: Godoy Ltda., R. Abolição, 263. Impressa pela Editora Gráfica Lopes.
CrS 2,50. As mudanças de endereço devem ser comunicadas indi­ Rua Peribebuí, n.° 331, Telefone 276-4893, São Paulo, SP. Devido à
cando-se o antigo e o novo endereço. orientação seguida por esta revista, reservamo-nos o direito de
publicar somente os artigos solicitados pela redação. Não obstante,
A LIAHONA — Edição brasileira do “ International Magazine" d'A serão bem-vindas todas as colaborações para apreciação da redação
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, acha-se regis­ e da equipe internacional do ‘ International M agazine'. Colaborações
trada sob o número 93 do livro B, n.° 1, de Matrículas de Oficinas espontâneas e matéria dos correspondentes estarão sujeitas a
Impressoras de Jornais e Periódicos, conforme o Decreto n.° 4857 adaptações editoriais.

Outubro de 1974 3
Mensagem da Primeira Presidência

Digno de Confiança
Presidente N. Eldon Tanner

Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência

A
pior reprimenda de minha vida e, possivelm ente, Como membros da Igreja, temos o verdadeiro e
a m elhor lição que jamais aprendi, foi quando eterno Evangelho, e os homens, mesmo os mais jovens,
meu pai me disse: — “ Filho, pensei que podia podem ser portadores do Sacerdócio de Deus e agir em
confiar em você." Papai era bispo e deixara meu irmão
seu nome. Sabemos que somos filho s espirituais de
menor e eu encarregados de uma tarefa especial, en­ Deus, e portanto, é de suma importância que vivamos
quanto estava ausente, tratando de um funeral na ala. cada dia à altura dos convênios feitos quando entramos
Nós achamos que ficaria fora mais tempo, e quando nas águas do batismo, aceitamos o Sacerdócio e somos
voltou, encontrou-nos perdendo tempo a brincar de ordenados para ofícios inerentes dele, ou quando acei­
montar novilhos. tamos cargos nas organizações da Igreja.
Eu sabia que papai me amava e eu o amava também Recentemente, alguém me perguntou como pode­
e queria agradar-lhe sempre. Por isso, quando falou: mos esperar que nossos jovens, ou cidadãos em geral,
“ Pensei que podia confiar em você", aquilo me atingiu sejam honrados e retos em seus negócios e cheios de
profundamente. E naquele mesmo lugar e momento, eu integridade, quando homens em cargos elevados se
decidi que nunca mais haveria de dar m otivos para mostram indignos de confiança. Minha resposta fo i e
dizer-me aquilo. continua sendo que experiências assim, mais do que
Aquele incidente o deixou desapontado, e a mim outra coisa qualquer, deveriam destacar a grande im­
ferido. Refletindo sobre o acontecido, resolvi vive r de portância de viverm os todos, sem exceção, de tal ma­
maneira que ninguém mais tivesse razão para dizer-me: neira, que sejamos capazes de cum prir as responsabi­
— “ Pensei que podia confiar em você". Comecei a lidades que nos foram confiadas por aqueles a quem
compreender que, se papai ficara ofendido, certam ente representamos. Deveríamos parar um momento e
meu Pai Celestial também esperava que eu fizesse as perguntar a nós mesmos:
coisas que prometera quando fui batizado, quando fui Qual a minha reação diante de pequenas mentiras?
ordenado ao Sacerdócio, ou quando aceitei algum cargo
Como me sinto com relação à honra e integridade?
na Igreja.
Até que ponto chega minha tolerância para com a
Naquela época, tom ei a decisão de viver de tal
mudança ou deturpação de fatos em benefício dos
maneira, que meu Pai Celestial nunca tivesse motivos
negócios?
para dizer: — Pensei que podia confiar em você. E desde
Acaso aceito o velho adágio de que no amor, guerra,
aí, venho tentando viver assim. É claro que fiz coisas
política e esportes tudo é válido?
que me obrigaram a arrepender-me, mas minha resolu­
ção fora viver de maneira que pudesse merecer a con­ É preciso, realmente, parar, perguntar e chegar a
fiança do Senhor. uma conclusão honesta sobre estas coisas. Como me
Durante meus dezesseis anos de m agistério, sinto, exatamente a respeito desses pontos?
procurei diligentem ente ajudar os meus alunos a com­ Quando eu m ilitava no governo e também nos ne­
preenderem como é importante viver sendo digno de gócios, era comum receber pedidos de referências sobre
confiança quanto ao cum prim ento de promessas e con­ indivíduos que pretendiam um emprego no governo ou
vênios fe itos com seus semelhantes e com o Pai Ce­ indústria. Uma das perguntas mais freqüentes era:
lestial. E o mesmo venho acentuando continuamente aos “ Considera-o honesto e digno de confiança?” Eu sempre
meus próprios filhos. ficava tris te , quando não podia recomendar alguém como

4 A LIAHONA
digno de confiança, porém me sentia fe liz em poder e farei aos outros somente aquilo que gostaria de que
recomendar outros sem reservas. me fizessem? Sou inteiram ente honesto com o Senhor
Certo senhor, a quem estou ligado como d iretor de no pagamento do dízimo e ofertas? A seguir, indaguem:
uma grande empresa e que também trabalha para o Sonegar o imposto de renda será pior que deixar de
governo, disse-me certa ocasião: — “ Solicitam os can­ pagar o dízimo ao Senhor? Violar as leis do país é mais
didatos para certo cargo governam ental” . Apareceram grave que quebrar as leis de Deus?
muitos mas foram reduzidos a dez. Considerando sobre Embora creiamos na “ obediência, honra e manuten­
esses dez, notamos que um deles era membro da sua ção da le i", m uitos cumprem as leis do país apenas
igreja e imediatamente optamos por ele. para fugirem à punição certa. A punição de Deus tam­
Então perguntei por que o haviam escolhido. Ele bém seguirá, certam ente, qualquer desobediência aos
respondeu: — Porque sabíamos que não iria desperdi­ seus mandamentos; porém, nós devemos guardar suas
çar seu tempo em noitadas; sabíamos que poderíamos leis e mandamentos por causa do amor e sacrifício
confiar nele e que faria o trabalho que lhe fosse de­ fe ito por nós, e pelas bênçãos prometidas. Vamos então
signado. Que coisa maravilhosa, se todos os nossos ler e reler o capítulo 20 de Exodo, e incorporar esses
jovens se dessem conta da importância disto! mandamentos em nossa vida diária como hábito.
Conforme já disse, é de suma importância que se Não basta sermos quase, precisamos ser sempre
possa confiar nas pessoas. Uma coisa que sempre me dignos de confiança. Sejamos fié is nas pequenas coisas,
incomodou é que, conforme está comprovado, freqüen­ assim como nas grandes. Pode-se confiar em mim para
temente as apropriações indébitas são cometidas por qualquer designação? Seja para um pensamento de dois
funcionários aparentemente responsáveis e dignos de m inutos e meio, para o trabalho de mestre fam iliar, para
confiança, mas cujo senso interio r de integridade era v is ita r um doente ou para se rvir na missão da estaca
ignorado. ou de tempo integral?
A cada dia devemos parar e perguntar-nos: Será Lembremos “ . . . m uitos são chamados, mas pou­
que mereço confiança? Tenho força e determinação su­ cos são escolhidos” . E por que não são eles escolhidos?
ficientes para tornar-me uma pessoa em quem se possa “ Porque seus corações estão tão fixos nas coisas
confiar? Por todo lado, vemos exemplos de pessoas que deste mundo, e aspiram tanto às honras dos h om en s.. . "
tiveram todas as oportunidades de agir bem e p ossibili­ (D&C 121: 34-35), que não merecem confiança.
dades de carreiras promissoras, capazes de realmente Falando dos poucos eleitos, o Senhor está-se refe­
contribuir para o bem do mundo; no entanto, fracassa­ rindo àqueles em quem pode te r plena confiança. Deci­
ram por não terem chegado a uma conclusão e não foram damos agora fazer parte desses poucos escolhidos.
bastante fortes para se manterem irrepreensíveis e Perguntemos a nós mesmos: Envergonho-me do Evan­
resistirem às tentações que se lhes ofereceram. gelho de C risto, procurando desculpar-me por ser mem­
Temos que parar e perguntar-nos: O que sinto a bro da sua igreja ou por ser diferente? O Senhor afirmou
respeito das condições existentes no mundo, quando que seremos um povo peculiar — isto é, que se viver­
Satanás e sua coorte fazem tudo o que podem para mos de acordo com os ensinamentos do Evangelho,
nos afastar dos velhos e comprovados padrões morais, seremos diferentes do resto do mundo. Consigo supor­
chamando de nova moralidade o que na realidade, nada ta r críticas e zombarias, e manter-me firm e do lado que
mais é que imoralidade? sei ser o certo, mesmo que tenha de fica r sozinho?
Falando, por exemplo, de namoro, será que mereço Pode o Senhor confiar em mim, para defender a sua
a confiança de meus pais, e podemos te r confiança igreja e seus profetas, e sempre reconhecer o seu
mútua para nos mantermos limpos e puros, respeitar grande sacrifício fe ito por mim e ser digno dele?
um ao outro e observar coisas que contribuirão para a Levantem-se para serem contados! Digam como
genuína masculinidade e fem inilidade, lembrando sem­ Josué, na antigüidade: “ . . . porém eu e a minha casa
pre que é neste estágio que determinamos a espécie servirem os ao Senhor". (Josué 24:15) Fiquem do lado
de pais que nossos filho s terão? Eles merecem o do Senhor! Lembrem-se das palavras deste hino:
melhor que lhes possamos dar. Trabalhemos hoje na obra do Senhor
Perguntem a si mesmos: Estarei vivendo de tal E ganhemos assim um lugar compensador
modo, que meus filhos possam dizer verdadeiramente: — Empunhai na luta que vamos travar
“ Nasci de pais justos?" Estarei vivendo de maneira que A espada do vencedor.
possa merecer a confiança do Senhor, para ser digno Firmes, sempre firmes prossegui;
de entrar na sua casa santa e aí ser selado para o tempo Todo inimigo confundi! confundi!
e a eternidade e então construir um lar, onde o seu Lutaremos, pondo todo o valor
Espírito possa habitar e para onde gostará de conduzir A serviço de Jesus, Senhor!
seus filho s espirituais? Poderá ele confiar em mim para — HINOS, n.° 39
criá-los e os guiar de volta à sua presença? Para fazer tudo isso, temos que te r desejo e deter­
Ele mandou-nos amar aos nossos semelhantes; po­ minação, e depois disciplinarmo-nos em todos os sen­
rém, no tocante a mim, posso dizer honestamente: Ele tidos, para que afirm em a nosso respeito: “ Ele é pessoa
pode confiar na minha honestidade em todas as coisas, em quem se pode confiar."

Outubro de 1974 5
avia muito tempo que o bis­ rum de élderes, o próprio presidente

H pado da ala vinha presidindo

a reunião do Sacerdócio co­


da estaca reúne-se mensalmente com
cada presidente, exatamente como
faz com os bispos. É nestas entre­
mo um trio solitário, tendo como úni­
ca companhia, na tribuna, o regente
Ativação vistas com o presidente da estaca
que os presidentes de quorum fazem
e o organista. Os outros portadores sua avaliação mensal do ensino fa­
do Sacerdócio ocupavam os bancos
da capela. Hoje, porém, em muitas
do m iliar.
“ Nosso programa tem vários pro­
partes da Igreja, esse costume está pósitos," prossegue o Presidente
sendo abolido. O bispado faz-se Pfeifer. “ Primeiro, queríamos que os
acompanhar, na tribuna, pelas presi­
dências dos quoruns de élderes e li­
Sacerdócio: líderes e membros de quoruns conhe­
cessem a suma importância do seu
deres de grupo dos setentas e sumos trabalho. Os quoruns do Sacerdócio
sacerdotes.
O fato de tom ar os líderes do Sa­
Como são as unidades básicas da organiza­
ção da Igreja e, dando-lhes o devido
cerdócio da audiência, e passá-los reconhecimento, ampliamos a per­
para a tribuna é um indício na nova cepção do propósito e magnitude do
atitude frente aos quoruns do Sacer­ Consegui-la Sacerdócio."
dócio de Melquisedeque. O impacto dessa intensiva concen­
“ O grande poder que sempre exis­ tração nos quoruns de élderes e suas
tiu nos quoruns está sendo finalm en­ David H. Thomas responsabilidades tem sido im pres­
te aproveitado” , observa o Irmão sionante. Em quinze meses, a Estaca
John M.R. Covey, coordenador do D etroit ordenou sessenta e seis no­
currículo dos quoruns do Sacerdócio vos élderes e reativou quarenta e
de Melquisedeque. A seguir, acres­ vistado juntamente com sua esposa quatro élderes em perspectiva, ne­
centa: “ Agora, a genealogia, o traba­ por toda a presidência da estaca, que cessitando, assim, da formação de
lho missionário, o ensino fa m iliar e se empenha especialmente em expli­ mais dois quoruns adicionais.
o bem-estar pessoal dos membros do car-lhe os encargos e mordomias. Um dos sucessos de maior signi­
quorum são mais do que nunca uma “ Não é chamado nenhum homem ficação foi que vinte e seis élderes
responsabilidade do quorum, perm i­ que não seja também digno de entrar inativos foram reativados.
tindo aos bispos mais tempo para de­ no te m p lo,” diz o Presidente Pfeifer, “ Temos ajudado os irmãos a per­
dicar à juventude e para aconselhar “ pois, para esses serviços, precisa­ ceberem a importância de suas res­
os membros da a la ” . mos de nossos melhores élderes; e ponsabilidades sacerdotais, e os líde­
A nova ênfase dada à participação então, a estaca precisa fornecer-lhe res a entender sua grande mordomia
do Sacerdócio teve influência sobre adequada diretriz e assistência.” no tocante aos membros do seu quo­
os programas de treinam ento para lí­ A fim de possibilitar essa assistên­ rum ", diz o Presidente Pfeifer.
deres de quorum, ocasionando um re­ cia, o Presidente Pfeifer organizou os Num curso para élderes em pers­
novado interesse nos programas para encargos dos sumos conselheiros de pectiva realizado pela Estaca Ancho-
os élderes em perspectiva da Igreja. tal forma, que cada um ficou encar­ rage, do Alasca, trin ta e três novos
Um exemplo típico dessa nova a ti­ regado de uma ala ou de um quorum élderes foram trazidos à atividade
tude é o programa de treinam ento de élderes, mas nunca de ambas as para o Sacerdócio de Melquisedeque.
para líderes na Estaca Bloomfield coisas. Em Samoa, no espaço de um ano,
H ills, de Michigan: “ Decidimos que Segundo o Presidente Pfeifer, isto vinte e dois por cento dos élderes
é preciso dar tanta importância ao perm ite ao sumo conselheiro dedicar em perspectiva da missão foram
chamado de uma presidência de quo­ o máximo de tempo à presidência do avançados no Sacerdócio de M elqui­
rum de élderes quanto à que damos quorum para o qual foi designado. sedeque.
a chamados do bispado," diz o Pre­ Além de designar um sumo conse­ A Estaca Bountiful Heights, Utah,
sidente John R. Pfeifer. lheiro como supervisor de tempo in­ com cento e sessenta e três élderes
Qualquer homem chamado para tegral para cada presidência de quo­ em perspectiva, realizou um progra­
uma presidência de quorum é entre-

6 A LIAHONA
ma especial de treinam ento e conse­ cinco membros foram ordenados ao com “ sua" fam ília, fazendo-lhe v is i­
guiu que quarenta por cento dos ir­ Sacerdócio de Melquisedeque, segun­ tas sociais e planejando acompanhá-
mãos avançassem no Sacerdócio, em do o Presidente W ittw er. la ao templo.
1972. Conforme relatório dos líderes de “ Este é um dos fatores-chave no
Percentagens semelhantes vamos ala e do Sacerdócio, apresentados ao sucesso de qualquer Projeto Tem­
encontrar na Estaca Southampton, In­ Presidente W ittw e r, em meados do p lo ", diz o Presidente Johnson. “ As
glaterra, na qual vinte e oito por cen­ ano já tinham atingido mais da me­ fam ílias beneficiadas pelo projeto
to foram avançados em um ano, e na tade da meta. Em um ano, mais cin­ nos dizem como foi importante que
Estaca Silver Spring, Maryland, com qüenta fam ílias foram ativadas. uma fam ília firm e na Igreja realmente
dezenove por cento, avançados em "A consecução de nossa m eta", diz se importasse com elas."
1972. o Presidente W ittw e r, “ exigiu-nos a “ A amizade entre essas famílias
À medida que as estacas, em todo dedicação de mais tempo, necessário não ficou como mera 'obrigação', mas
o mundo, vêm perseguindo o mesmo para acompanhar as metas de cada tornaram-se verdadeiros amigos e ir­
objetivo — quoruns do Sacerdócio de ala e quoruns. para mais plena ativa­ mãos para a eternidade,” diz ele.
Melquisedeque mais atuantes — elas ção de outros membros na Igreja." O sucesso do Projeto Templo da
vão conseguindo renovado engaja­ Um dos mais conhecidos progra­ Estaca G rantsville, Utah, é bem de­
mento no Sacerdócio e maior v ita li­ mas do Sacerdócio de M elquisede­ monstrado pelo fato de que trinta fa­
dade através da inspiração de seus que, na Igreja, é o “ Projeto Templo", mílias da estaca passaram pelo Tem­
líderes. e um de seus mais extraordinários plo de Salt Lake pela prim eira vez,
A Estaca Lansing, Michigan, d iri­ exemplos ocorreu em G rantsville, sendo que setenta e três crianças fo­
gida pelo Presidente Sylvan W ittw er, Utah. ram seladas aos pais. Outros vinte
em fins de 1971, aceitou do Presiden­ “ O êxito do nosso Projeto Templo membros foram ordenados élderes e
te Loren C. Dunn, do Primeiro Con­ foi, na verdade, o resultado de dois esperam ir ao tem plo dentro em
selho dos Setenta, o desafio de ativar fatores — jejum e oração, como pre­ breve.
cinqüenta fam ílias chefiadas por por­ paração para os seminários, e depois “ Todas essas experiências ensinam
tadores do Sacerdócio. o trabalho competente e contínuo de aos nossos irmãos um dos princípios
O Presidente W ittw e r solicitou aos dedicados m estres fam iliares do Sa­ realmente importantes do Sacerdócio
seus onze bispos ou presidentes de cerdócio” , diz Kenneth C. Johnson, — o da fraternidade," diz o Irmão
ramo que lhe submetessem os no­ presidente da Estaca Grantsville, Covey.
mes das famílias que esperavam ati­ Utah. “ Há bastante, bastante tempo,
var através dos quoruns. Os progres­ Tendo estabelecido como meta a muitos homens na Igreja vinham en­
sos deviam ser comunicados durante visita de cento e cinqüenta famílias carando o quorum do Sacerdócio co­
as avaliações mensais do Sacerdócio ao tem plo, o Presidente Johnson co­ mo apenas mais uma aula a que se
com o presidente da estaca. meçou por uma reunião de detalha­ assiste no domingo de manhã. Não é
Essa determinação de meta e do planejamento. A presidência da isto que o Senhor pretendia que fos­
acompanhamento produziu bons re­ estaca elaborou uma agenda extre­ se um quorum do Sacerdócio."
sultados. Em uma das alas, dentre mamente m inuciosa para cada sem i­ Os quoruns do Sacerdócio de Mel­
os ativados por esse programa, fo ­ nário do Projeto Templo. Cada ses­ quisedeque possuem uma autêntica
ram chamados um líder de grupo dos são deveria te r um cunho espiritual, responsabilidade, comparável à do
sumos sacerdotes, um presidente de tanto no que se refere às inform a­ bispo, pelo bem-estar espiritual de
Escola Dominical e um secretário ções, quanto à motivação. seus componentes. Isto representa
executivo de ala. Outros membros Para assegurar que as fam ílias in­ um tremendo encargo, quando se
reativados estão servindo atualmente cluídas no projeto receberiam assis­ considera que os élderes, e élderes
como conselheiros de presidência e tência quanto a problemas às vezes em perspectiva e seus fam iliares
secretários executivos de ramo. independentes do seminário, o presi­ atingem oitenta e três por cento da
Quatro fam ílias foram ao tem plo dente solicitou aos líderes do Sacer­ congregação da Igreja.
pela prim eira vez. Um novo élder dócio a designação de excelentes “ Parece-me," concluiu o Irmão Co­
saiu em missão. Foram reativados mestres fam iliares para elas. vey, “ que o Senhor vem preparando
mais de vinte élderes, setentas e su­ O mestre fa m iliar sênior e sua es­ a liderança do Sacerdócio paulatina­
mos sacerdotes. Como resultado di­ posa tinham uma designação espe­ mente, para responsabilidades ainda
reto do programa, mais de vinte e cial — buscar m aior companheirismo m aiores."

Outubro de 1974 7
Se Perseverares
O Desafio da Mulher Solteira

Carol Larsen
Assistente Editorial

ma jovem irmã, cujo noivo Lucile, de cinqüenta, que durante saber que, para a tingir o mais ele­

U fora morto em batalha, foi


procurar o Centro de V isi­
tantes na Praça do Templo, em a titu ­
longos anos cuidou de sua mãe ido­
sa, recentem ente falecida, agora pre­
cisa reconstruir sua vida por si mes­
vado grau de exaltação, precisa ca­
sar-se. Em anos passados, ela tivera
várias oportunidades de construir um
de de oração, à procura de consolo. ma. lar; mas cada vez que orava a res­
O afeto entre os dois fora belo e pro­ Grace, de trin ta e dois anos, cujo peito dessas possibilidades, a res­
fundo. Como conseguiria enfrentar a marido e dois filhos pereceram trag i­ posta fazia-a compreender que o mo­
vida sem ele? Numa sala destinada à camente num acidente de automóvel. ço em questão não era para ela. Mui­
contemplação e meditação, seu espí­ tos dos amigos e parentes bem in­
Marie, com quarenta anos, aban­
rito sentiu-se tocado por uma Escri­ tencionados lhe perguntam: "Por que
donada pelo marido quando se filio u
tura ali exposta, que dizia: "E, se não se casa?” ou “ Por que uma moça
à Igreja.
guardares os meus mandamentos e atraente como você continua soltei­
M uitas m ilhares mais estão em ra?” , ou ainda: “ Por que não se ca­
perserverares até o fim , terás a vida
condições semelhantes ou diferentes. sou, quando teve oportunidade? Tal­
eterna, que é o maior de todos os
A maioria adm ite que gostaria de se vez logo seja tarde demais, querida."
dons de Deus.” (D&C 14:7)
casar, caso tivesse oportunidade ou Visto que o princípio do casamento
Como pode alguém perseverar, se lhe apresentasse a situação con­ é tão freqüentem ente salientado, Sa­
com êxito, até o fim , sozinho? veniente. rah e outras moças SUD solteiras
Na Igreja, existem mais de seiscen- Sarah é membro da Igreja desde chegam à maturidade achando que o
tos e cinqüenta mil membros adultos o seu batismo aos oito anos de ida­ casamento é o único c rité rio para
solteiros, dos quais mais da metade de. Seus bisavós estavam entre os avaliar o valor da mulher. Em conse­
são mulheres. Quem são estas irmãs prim eiros que se converteram à Igre­ qüência, Sarah tornou-se obviamente
solteiras da Igreja? São pessoas de ja. Seus pais foram sempre um exem­ sensível aos constantes lembretes de
todos os tipos de personalidades, plo de amor e devoção. Ela tem uma que não está atingindo uma impor­
idades e interesses. Existem irmãs excelente profissão em que pode tante meta eterna. Talvez as pressões
que foram casadas e perderam seu aproveitar seus talentos, um lar con­ mais constantes, e mais difíceis de
companheiro, bem como outras que fortável e um cargo de responsabili­ suportar, exercidas sobre homens e
ainda não se casaram. Por exemplo: dade na Sociedade de Socorro. À p ri­ mulheres solteiros de certa idade,
Ireta, de setenta anos, é uma pro­ meira vista, pode parecer uma moça sejam os conselhos bem intenciona­
fessora aposentada que nunca chegou que tem tudo o que quer. Mas, por dos, porém levianos de amigos e pa­
a se casar, mas leva uma vida ativa, que será infeliz? rentes que parecem não se dar conta
atuante. Sarah é infeliz por ser solteira e de que a m aioria das pessoas soltei­

Outubro de 1974 9
Se Perseverares..
ras está perfeitam ente consciente de Igreja, a comunidade e o próximo. Uma irmã pode gozar do envolvi­
sua condição e, em geral, gostaria de Conseguirá isto desenvolvendo uma mento fam iliar de muitas maneiras.
mudá-la. sólida fé em Deus, escudando-se nela Quantas vezes ela reduz a palavra
Sarah é uma mulher atraente, mas e aprendendo a encarar o casamento fam ília a esta tão limitada e precá­
por estar no início dos trinta e sol­ como um marco im portante que po­ ria definição: “ Família — marido e
teira, considera-se sem atrativos e derá ser alcançado em mais de um filho s próprios.” Como uma fam ília
menosprezada. Às vezes, chega a ponto do infindável caminho para a deste tipo tão reduzido, frustradora-
perder o ânimo em relação a si mes­ vida eterna. “ Tudo tem o seu tempo mente d ifíc il de conseguir, ela expul­
ma e à vida em geral. Ela não perce­ determinado, e há tempo para todo o sa de sua vida o envolvim ento fam i­
be que deixar-se sucum bir ao desâni­ propósito debaixo do céu.” (Eclesias- liar, privando-se, assim, da satisfa­
mo é, realmente, negar o poder de tes 3:1) Sarah acabou compreenden­ ção de dar e receber o que a fam ília
Deus para atender a suas orações e do que, embora talvez não encontre proporciona. Que família, então, de­
in flu ir na sua vida. Se acreditar que um companheiro eterno nesses cin­ veria ela procurar? É preciso nunca
até mesmo seu Pai Celestial não co, dez ou vinte anos, ou talvez, se­ perder de vista sua condição de filha
pode ou não quer ajudá-la, então sua quer nunca nesta vida, deve estar em pelo menos três famílias. Primei­
fé foi substituída pela dúvida, pois preparada para o casamento, seja ro, ela foi gerada como filha e spiri­
as duas não podem e x is tir sim ulta­ quando for. Caso esteja entre as ir­ tual no lar do Pai Eterno. Segundo, é
neamente. Períodos ocasionais de mãs que não se casam nesta vida, filha literal de pais terrenos. E, fin al­
dúvida são normais; o desânimo pro­ poderá encontrar consolo, sabendo mente, é filha de todas as pessoas
longado, porém, pode enfraquecer a que o Senhor prometeu, por interm é­
“ fortes e boas", cujo sangue corre
fé. A m elhor maneira de se vencer dio de seus profetas, que nenhuma
em suas veias. Ela pertence a gera­
esse desânimo, é desenvolver uma bênção será negada àquelas que fo­
ções e gerações de antepassados.
convicção inabalável de que Deus rem dignas.
Poderá com pilar a história fa m iliar
não pode deixar de responder às ora­ Diz Joseph Fielding Sm ith: “ Se, em
de parentes próximos ainda vivos, fa­
ções justas. Talvez o faça em seu seu coração, a moça aceita incondi­
zer pesquisa genealógica, participar
próprio tempo, mas falhar — nunca. cionalmente a palavra do Senhor e
ou form ar organizações fam iliares,
Este tipo de fé não é fácil de adqui­ em condições favoráveis cum priria a
realizar trabalhos tem plários por seus
rir, mas podemos cultivá-lo, como lei, mas recusa uma proposta, quando
próprios fam iliares, e envolver-se de
qualquer outra habilidade, pela práti­ acredita que as circunstâncias não
um modo geral em sua própria he­
ca e aplicação constantes. O Senhor justifica m sua aceitação de um con­
rança. Além dessa sua posição m úl­
atenderá em seu próprio tempo e à trato m atrim onial que a ligaria para
tipla como filha, ela pertence ainda
sua maneira, o desejo justo e divina­ sempre a alguém a quem não ama,
às fam ílias de irmãos e irmãs. Neste
mente aprovado, de casamento dos ela não perderá sua recompensa. O
sentido, toda alma vivente na terra se
que o merecem — se não nesta vida, Senhor a julgará pelos desejos de
relaciona com ela. No te rce iro tipo
então certam ente na próxima. seu coração, e dias virão em que re­
de estrutura fam iliar, no papel de
Nem todos os amigos de Sarah são ceberá as bênçãos que lhe foram ne­
“ criadora", ela espera tornar-se mãe,
insensíveis às suas necessidades. gadas, ainda que seja só na vida vin­
um relacionamento fe ito de sa crifí­
Certo dia, quando se achava particu­ doura." (Joseph Fielding Smith, Doc-
larmente acabrunhada, uma amiga trines of Salvation, [S a lt Lake City: cio, de doação e de ensino. As irmãs

disse-lhe: “ Nunca desista diante das Bookcraft, 1955] 2:77) solteiras podem aproveitar seu tem ­

dificuldades.” Estas sim ples palavras M ilhares de mulheres solteiras na po, preparando-se para sua futura fa­
de incentivo, vindas de uma amiga, Igreja indagam de si mesmas: “ Ha­ mília, freqüentando o curso de Trei­
deram-lhe a motivação de que preci­ verá algo de errado comigo, que me namento Maternal da Sociedade de
sava. A despeito das pressões e oca­ impede de realizar-me como mulher Socorro, aprendendo habilidades do­
sionais palpites para que não se aco­ e com partilhar o amor que tenho no mésticas, adquirindo uma coleção de
mode à tradição, ela está conseguin­ coração com um marido e filho s?" peças úteis para o lar, aprendendo a
do enfrentar a vida com alegria e a ti­ Não, irmãs, não há nada de errado decorar e m obiliar sua casa e procu­
tude positiva. Assim fazendo, pode com vocês que a paciência, a perse­ rando oportunidades para lidar com
transform ar seus anos de solteira em verança, o envolvim ento e a fé não crianças pequenas em base form al
contribuições significativas para a possam remediar. (na Primária, Escola Dominical Jú­

10 A LIAHONA
nior etc.) ou informal (filhos de vizi­ Todo membro da Igreja que com­ fic ia r os outros como a si mesmas...
nhos, amigos ou parentes). preende realmente os princípios do Fixai em vossa mente pensamentos
O Presidente Harold B. Lee expres­ Evangelho acaba almejando a mais nobres, cultivai temas elevados, dei­
sou sua preocupação com os mem­ elevada forma de exaltação. Todavia, xai que vossas metas e aspirações
bros solteiros da Igreja e admoestou- não podemos esperar obter perfeição sejam altas. Buscai certo grau de in­
os a que servissem seus seme­ no reino celestial, se não nos esfor­ dependência para serdes úteis e au-
lhantes: çarmos ao máximo para desenvolver toconfiantes, embora nenhum ser hu­
“ Alguns de vocês não têm presen­ nossos talentos nesta vida. Nos con­ mano possa ser considerado real­
temente, um companheiro em casa. selhos dos céus, antes da criação, mente independente de seus seme­
Podem te r perdido a esposa ou es­ planos bem claros e minuciosos fo ­ lhantes, e não exista ninguém tão te ­
poso, ou talvez ainda não encontra­ ram estabelecidos a respeito deste merário que negue nossa extrema
ram um companheiro. Em sua classe mundo. O exemplo da existência pré- dependência de nosso Pai Celestial.
social, existem alguns dos mais no­ terrena demonstra que, antes de um Procurai educar-vos no mais alto sen­
bres membros da Igreja — fié is, co­ empreendimento, devemos form ar tido; tira i o máximo de proveito de
rajosos, que se esforçam por viver uma imagem exata do que pretende­ vosso tempo, vosso corpo e cérebro,
os mandamentos do Senhor, ajudar a mos alcançar As metas nos benefi­ e buscai d irig ir todos os vossos es­
edificar o reino da terra, e servir o ciam de muitas maneiras: (1J Quan­ forços para fins honrosos; que talen­
próximo. do temos um objetivo e sabemos para to algum seja desperdiçado; e ne­
A vida lhes oferece tantas coisas. onde vamos, torna-se mais fácil deci- nhum trabalho resulte em perda ou
Esforcem-se por enfrentar os desa­ c ir aonde não ir; (2J uma vez deter­ dano.
fios. Há tantas maneiras de se en­ minada a meta, podemos responder “ Buscai a melhor companhia pos­
contrar satisfação, ajudando nossos às perguntas-chave: “ Onde estou sível; sede bondosas, gentis, agradá­
entes queridos, realizando bem a ta­ agora?" e “ Partindo de onde estou, veis, procurando aprender tudo o que
refa que temos pela frente, em nosso como poderei chegar até onde que­ seja bom, comprendendo os deveres
emprego ou no lar. A Igreja oferece ro?” (3) M anter nossa meta nos habi­ da vida para serdes uma bênção para
inúmeras oportunidades para ajudar lita a conhecer quando a alcançamos; todos os com quem conviveis empe­
almas, a começar pela sua, a encon­ Í41 um objetivo bem definido dará nhando-vos em fazer o máximo e o
trar a alegria da vida eterna. propósito às nossas ações; (5) os melhor que puderdes, na v id a ...
Não deixem que a pena de si mes­ objetivos concentram nossa energia, “ Há pessoas que gostam de cha­
mos, ou o desespero, os desviem do e nos fazem concentrar-nos plena­ mar as mulheres de sexo fraco. Eu
caminho que sabem estar certo. Con­ mente numa tarefa sem qualquer des­ não creio nisso. Fisicamente, pode
centrem-se em ajudar os outros. Es­ perdício; (6) um objetivo claramente ser; mas no campo espiritual, moral
tas palavras do M estre tem, para definido aumenta nossa autoconfian­ e no tocante à fé, qual o homem ca­
vocês, significado especial: ‘ Quem ça e ajuda-nos a vencer o desânimo. paz de se igualar a uma mulher real­
achar a sua vida perdê-la-á; e quem As irmãs solteiras devem te r vá­ mente c o n v ic ta ? ... Elas sempre se
perder a sua vida por amor de mim rios tioos de objetivos para ajudá-las mostram mais dispostas a fazer sa­
achá-la-á' (Mateus 10:39). a se tornarem pessoas perfeitam ente c rifícios e ombreiam com os homens
E também, as palavras do Rei Ben equilibradas. Esses objetivos devem em firmeza, santidade, moral e f é . ..
jam in: 'M as eis que vos digo estas inclu ir todos os aspectos do (1) de­ “ E eu vos exorto, jovens irmãs, a
coisas para que aprendais sabedoria; senvolvim ento espiritual, (2) social, que apoieis aqueles que são coloca­
para que saibais que, quando estais (3) fam iliar, (4) pessoal e (5) pro fis­ dos sobre vós, aproveiteis todas as
a serviço de vosso próximo, estais sional. oportunidades e eviteis o mal; e,
somente a serviço de vosso Deus.' Joseph F. Smith admoestou as mo­ lembrai-vos de que, através de um
(Mosiah 2:17) ças a que se preparassem para a vida elevado padrão de caráter, haveis de
Permita Deus que os lares dos prática. Também acho m uito im por­ obter as honras da vida e tornar-vos
Santos dos Últim os Dias sejam aben­ tante que as moças estabeleçam fatores preponderantes na formação
çoados, e que sejam a base da fe lic i­ bem cedo um desígnio, ou propósito de vossas comunidades. Preservai
dade aqui, e exaltação no reino celes­ definido na vida, que seja nobre, vossa dignidade, moral e virtude,
tial " Fortalecendo o Lar, pp. 10 e 11. bom, alguma coisa que venha a bene­ mesmo com o sacrifício de outras

Outubro de 1974 11
Se Perseverares..
coisas da vida, se preciso for. Segui um desses moços antes de se casar te iro s era de duas para um. “ Os ho­
este curso, e mesmo que sejais igno­ com ele, e notar que ele se batiza mens não gostam de que as mulheres
rantes em m uitas coisas, sereis con­ por estar convertido e não apenas procurem conquistá-los,” dizia ele.
sideradas entre os mais nobres tipos por amor a ela, o Senhor a abençoa­ “ O que me atraiu para a minha mu­
de mulher. Com tais virtudes como rá. Ela precisa te r paciência, entre­ lher foi que ela não andava ‘à caça'
adorno, homem algum poderá deixar tanto, e grande fé. Mas conheço certo de m arido."
de amar uma moça assim .” (Joseph número de moças nessa condição que O Presidente Cierpka, da Estaca
F. Smith, A Doutrina do Evangelho). tiveram tal fé .” Berlim, conta como a sua esposa o
Existem m uitas razões para as pes­ Independentemente de ser realiza­ conquistou por deixar-lhe a iniciativa
soas não se casarem — talvez tantas do agora ou no mundo vindouro, o de conquistá-la. Ele é médico e traba­
razões quantas são as pessoas sol­ convênio do casamento é parte es­ lhava num hospital de Berlim ao fim
teiras. Dentre os motivos, podemos sencial da exaltação. O Presidente da guerra. Era também membro da
incluir pouca saúde física ou mental, Joseph F. Smith falou da sua neces­ Igreja.
lim itações profissionais, responsabi­ sidade, ao dizer: “ Nenhum homem “ Eu era o único médico solteiro
lidades pessoais, falta de oportunida­ pode ser salvo e exaltado no reino trabalhando entre centenas de enfer­
de, expectativas demasiado elevadas, celestial sem a mulher, e nenhuma meiras solteiras que esperavam o
decepções sentim entais, excessiva m ulher pode alcançar a perfeição e fim da guerra e a volta dos homens,
ansiedade para encontrar um(a) com- exaltação no reino de Deus sozi­ para encontrarem um m arido,” diz
panheiro(a) e incapacidade para assu­ n ha . . . Deus instituiu o casamento ele.
m ir as responsabilidades m atrim o­ desde o princípio." (Joseph Fielding Foi nessas condições que o Dr.
niais e da paternidade ou m aternida­ Smith em Conference Report of The Cierpka encontrou sua esposa.
de. Nas missões da Igreja, muitas Church of Jesus Christ of Latter-day “ Acho que era uma das poucas que
vezes há pessoas que não se casam Saints, Abril 1913, pp. 118-19) não andava atrás de mim. Foi por isso
por não encontrarem um parceiro Será que só as mulheres estão su­ que me despertou a atenção," expli­
aceitável. Muitas irmãs dão-se conta jeitas a pressões para casar? Longe ca ele.
dos perigos de casar fora da Igreja disso. O homem solteiro tem uma A Irmã Cierpka conta: “ Eu estava
e preferem, então, fica r solteiras. responsabilidade ainda maior, uma sim plesm ente aplicando a psicologia
Inquirido recentemente acerca da­ vez que, em nossa sociedade, espe­ fem inina e mostrando-me um pouco
queles que não conseguem encontrar ra-se dos homens mais iniciativa no reservada. A coisa funcionou, e em
um par aceitável na Igreja, o Bispo namoro do que das mulheres. 1947, estávamos casados” disse ela,
V ictor L. Brown respondeu: “ Reco­ Diz o Presidente Joseph Fielding que se batizou dois dias antes do ca­
nhecemos que isto é, de fato, um Smith: “ Qualquer moço que negli­ samento. “ Meu noivo ensinou-me a
problema. Em m uitos lugares, quase genciar voluntariam ente o grande respeito da verdadeira Igreja e foi fá­
não há oportunidade de encontrar mandamento de se casar, ou não se cil perceber que a religião à qual eu
pessoas do sexo oposto que sejam casa devido ao desejo egoísta de pertencera carecia de muitas coisas.
igualmente membros da Igreja. (Bem, furtar-se às responsabilidades da vida Vim a apreciar o verdadeiro Evange­
este problema parece ser mais co­ de casado, está seguindo um rumo lho e ser batizada por meu marido
mum às mulheres, mas os homens desagradável à vista de Deus. Exalta­ pouco antes de nos casarmos, foi
podem aplicar também os princípios ção quer dizer responsabilidade. Sem uma experiência m aravilhosa", con­
que serão mencionados). ela, não pode haver exaltação." (Doc- tinuava ela. (Church News, 23 de fe­
“ Meu conselho seria que, se toda trines o f Salvation, 2:74) vereiro de 1974)
irmã solteira viver o Evangelho, em Afora as pressões exercidas sobre Ser um parceiro à altura numa so­
sua mais plena capacidade e tive r fé eles como membros da Igreja e por­ ciedade eterna requer infinitam ente
no Senhor, tudo correrá bem. Talvez tadores do Sacerdócio, m uitos ho­ mais que dizer apenas: “ S im ” . A mu­
não da maneira que ela deseja, mas mens solteiros ainda enfrentam outro lher não pode viver num vazio a vida
terá o melhor, porque o Senhor a problema — o assédio das mulheres inteira, adquirindo hábitos indolen­
ama e entende seu problema. Há por solteiras. tes, cuidando unicamente de si mes­
aí uma porção de moços excelentes Um homem que se casou recente­ ma sem contar com os demais, e es­
e se uma irmã solteira tiv e r a fé su­ mente lembra que na sua ala a pro­ perar, ao mesmo tempo, ser capaz
ficien te para ensinar o Evangelho a porção entre mulheres e homens sol­ de co ntribu ir para um fo rtu ito casa­

12 A LIAHONA
mento celestial. Pelo contrário, deve Fielding Smith advertiu que a pessoa 34:34) Assim também, os mesmos
ser uma pessoa bem equilibrada, de­ deve te r m uito cuidado ao escolher atributos, falhas de personalidade e
senvolver suas habilidades e talen­ seu companheiro conjugal: “ Esta vida virtudes que a pessoa possui agora,
tos pessoais, adquirir conhecimento, é curta e a eternidade longa. Consi­ ela os levará para o casamento.
cuidar de si e portar-se com dignida­ derando que o convênio do casamen­ Quanto mais preparada estiver a mu­
de; em outras palavras, deve parecer to é para todo o sempre, convém que lher para o casamento e as d ific u l­
e agir como uma filha de Deus. O mereça todo o cuidado. A precipita­ dades que o acompanham, tanto mais
Presidente Lee admoestou a mulher ção neste mais im portante dos pas­ fe liz será ela. Por isso, os tempos de
SUD a respeitar a autêntica fe m in i­ sos na vida poderá ocasionar à vida solteira devem ser bem aproveitados
lidade. “ Ser aquilo que Deus preten­ mortal de marido, m ulher e filho s so­ para se preparar e desenvolver.
de que se seja como mulher, depende frim entos infindáveis. Os resultados Levar uma vida rica e satisfatória
da sua maneira de pensar, crer, v i­ podem estender-se até a eternidade não é fácil para a mulher solteira
ver, ve stir e conduzir-se como legí­ e muitas vezes realmente o fazem, SUD. Porém, enfrentar cada desafio
tim o exemplo de fem inilidade SUD, causando remorsos irreparáveis que com fleum a e criatividade pode dar-
exemplo daquilo para o qual se foi nunca terão f i m . . . Meu conselho lhe satisfação e paz de espírito. Ela
criada e feita. para nossas moças é — se não con­ é desafiada a
“ A mulher que preservar e m anti­ seguirem achar um marido que seja 1. Manter-se perto do Senhor.
ver intacta a identidade que Deus lhe fie l à sua religião e que tenha fé no 2. Reagir à vida positivamente.
deu, conseguirá cativar e conservar o Evangelho do Senhor, é melhor viver 3. Reconhecer que o casamento
verdadeiro amor do marido e a admi­ em ‘solitária bem-aventurança’. É pre­ não é a única medida do seu
ração de todos os que prezam a fe­ ferível sofrer certa carência na vida valor, a despeito das pressões
minilidade natural, pura e encantado­ mortal e alcançar a vida eterna, do sociais em contrário.
ra. Portanto, o que desejo dizer-lhes, que perder a salvação no reino de 4. Preencher seus anos de soltei­
irmãs, é que, em prim eiro lugar, se­ Deus. Lembrem-se de que o Senhor ra com contribuições significa­
jam o que Deus tencionou, que vocês as compensará com alegria e união tivas.
fossem, uma verdadeira m ulher." eterna, m uito além do que possam 5. Ser paciente. (Se o casamento
(Harold B. Lee, no discurso proferido te r perdido temporariam ente, por se­ não su rg ir nesta vida, aconte­
na Conferência da Sociedade de So­ rem verdadeiras e fié is ." (Doctrines cerá na próxima, desde que ela
corro, em abril de 1972. Reproduzido of Salvation, 2:77,8) seja digna.)
na Liahona de julho de 1972) A mulher SUD deve procurar aper­ 6. Estabelecer metas e atingi-las
A parábola das dez virgens aplica- feiçoar-se, seja casada ou não. Certos com sucesso.
se muito bem aqui. (Ver Mateus problemas se resolvem mais fa c il­ 7. Reconhecer por que não se ca­
25:1-13) Cinco delas prepararam suas mente com um marido, outros não. As sou e aceitar de bom grado as
lâmpadas para a chegada do esposo. mulheres casadas também têm seus coisas que não pode mudar.
Quando chegou a hora, elas puderam problemas, provações e dificuldades. 8. Desenvolver a participação fa­
segui-lo por estarem preparadas. As Imaginar o casamento como um pa­ m iliar.
cinco virgens imprevidentes ficaram raíso terreno é não só quim érico co­ 9. Entender e respeitar os papéis
para trás. Da mesma forma, a mu­ mo pode induzir a m ulher a ficar eternos do homem e da mu­
lher SUD solteira que m antiver sua aguardando uma felicidade futura, lher.
vida em ordem poderá chegar a qual­ sem aproveitar o presente para o 10. Preparar-se para ser uma com­
quer fase de exaltação. Quando se aperfeiçoamento próprio. Algumas panheira eterna.
apresentar a oportunidade de esco­ podem ser tentadas a com eter o Uma irmã na Igreja de Jesus Cristo
lher o companheiro celestial pelo mesmo engano em suas expectativas dos Santos dos ú ltim o s Dias nunca
qual estivera esperando paciente­ de casamento, como fazem quanto a deveria se esquecer de que pode
mente, ela terá sucesso, porque está suas expectativas sobre a vida vin­ tornar seus anos de solteira produti­
preparada. Ela será capaz de efetuar doura. Diz a Escritura: " . . .porque o vos, independentemente de idade ou
uma escolha acertada. mesmo espírito que possuir vossos condição, aprendendo a ver-se pela
Muitas vezes o problema não é en­ corpos, quando deixardes esta vida, perspectiva eterna. A exaltação é
contrar alguém para casar, mas sim terá forças para possuir vossos cor­ uma excelente meta pela qual vale
evitar escolhas erradas. Joseph pos naquele mundo eterno." (Alma a pena lutar.

Outubro de 1974 13
Histórias Excepcionais da Vida de Nossos Apóstolos*

Elder Reed Smoot


O Presidente J. Reuben Clark Jr. prestou-lhe este
Esboço Biográfico grande cumprim ento:
“ Desejo aproveitar a ocasião para dar graças ao
Reed Smoot nasceu a 19 de janeiro de Pai C elestial, como membro desta Igreja, por estar
1862, na Cidade do Lago Salgado e criou-se em novamente entre nós aquele que considero o maior
Provo, Utah. Seu pai, Abraham O. Smoot, foi o m issionário da sua geração. Refiro-me ao ilustre Reed
Smoot.
segundo prefeito da Cidade do Lago Salgado,
“ Mudei-me para o Leste dos Estados Unidos mais
prefeito de Provo e um dos fundadores da Aca­
ou menos na mesma época em que ele ingressou no
demia Brigham Young. A mãe, Annie K irstin e Senado. Conheço um pouco do sentim ento então exis­
M orrison, era norueguesa convertida que aban­ tente para conosco. Vi o sorriso desdenhoso e de escár­
donou a fam ília para juntar-se à sua nova igreja nio, quando alguém se dizia mórmon. Durante os trinta
em Utah. anos de mandato do Senador Reed Smoot, passei grande
parte do tempo vivendo no mesmo ambiente do L e s te ...
Enquanto viveu na Cidade do Lago Salga­ Agora quero dizer-vos, irmãos que, pelo menos a julgar
do, Reed Smoot estudou sob a direção de W il- pela minha sabedoria e entendimento humano, não existe
liam W illes e Dr. Karl G. M aeser. Em 1872, a outra causa como aquela à qual ele serviu, que con­
fam ília transferiu-se para Provo, onde ele pas­ tribuísse tanto para a mudança de atitude entre os po­
vos da terra, que agora honram e respeitam onde antes
sou a freqüentar um ramo da Universidade De-
escarneciam e desprezavam. Além disso, o Senador
seret. Quando foi aberta a Academ ia Brigham Smoot tem-se devotado ao serviço de seu país de modo
Young, em abril de 1876, Reed foi o prim eiro raramente igualado e nunca superado."1
aluno a m atricular-se. Consta que passou por
todos os cursos superiores então existentes, “Uma Poucas Palavras de Vossa Filha Kirstine."
formando-se em adm inistração de empresas e
com ércio, em 1879. Tive o privilé g io de vis ita r a Europa em companhia
do Irmão W idtsoe durante os meses de julho e agosto.
Já então reconhecido como em presário de
Durante essa missão especial, e com o auxílio do Irmão
sucesso, em novembro de 1890 o Élder Smoot
W idtsoe, passei pelos países escandinavos. Durante m i­
partiu para s e rv ir na M issão Européia.
nha últim a visita fui até lá, principalm ente, devo dizer,
Em 1895, foi nomeado conselheiro de para conhecer o antigo lar de minha mãe. Quando eu era
Edward Partridge, na Estaca de Utah. Em 1900, moço, costumava dizer-lhe: “ Um dia iremos rever seu
foi apoiado como apóstolo e designado pelo velho lar." Mas fui adiando, como tanta coisa é adiada,
Presidente Lorenzo Snow. até ser tarde demais, pois mamãe faleceu aos sessenta
Em janeiro de 1903, o Legislativo Estadual anos de idade. Porém, decidi que mais cedo ou tarde
elegeu-o para o Senado dos Estados Unidos, eu visitaria o velho lar e veria alguns de meus parentes
onde serviu como Senador com distinção pelo de lá. Hoje não tenho tempo para falar do que senti ao
espaço de trin ta anos. O senador de Utah po­ ver a velha porta que ela, quem sabe, abria centenas e
deria ser citado como a pessoa mais capaz de centenas de vezes: ao contemplar a nascente nos fundos
criar uma imagem favorável da Igreja. da casa da qual ouvira tanto falar, quando garoto; ao
fica r à sombra da maravilhosa árvore plantada pela mãe
Ao retornar para Utah em 1933, passou a
trabalhar ativam ente no Quorum dos Doze
* Transcrição de Leon R. Hartshorn. “ Exceptional Stories from the
Apóstolos, porém sua saúde já começava a de­
Lives of Our Apostles" Salt Lake City: Deseret Book Co., 1973.
clinar. Serviu durante quarenta e um anos co­ Usado com permissão.
mo apóstolo, em cuja posição serviu até m orrer 1 ‘ In Memory of Senator Reed S m oot', Brigham Young University
Library, 1966.
em fe vereiro de 1941.1 2 Conference Report, Abril de 1933, p. 102.

14 A LIAHONA
dela e sobre a qual costumava cantar; e, ao ver as con­
dições existentes em torno daquela propriedade, agra­
deci a Deus, meus irmãos, do fundo do coração que o
Evangelho de Jesus C risto tenha alcançado minha mãe
e pelo fato de ela reconhecer sua veracidade, quando era
ainda pouco mais que uma criança. Nenhuma oposição e
reprimenda por parte de seus pais e seus entes queridos
conseguiu exercer a mínima influência sobre seu teste­
munho de que Deus vive e que Jesus é o C risto.

Meus primos mostraram-me a velha Bíblia da fam í­


lia e, ao levantar a capa, reparei no nome "Anna Kirstine
M aurits-datter” escrito no fim da últim a página. Não
consegui ler o que havia sido deixado ali, mas pedi ao
Irmão W idtsoe que o copiasse o mais rápido possível e
depois me contasse o que dizia. Desejava vê-lo traduzido
palavra por palavra. Era uma mensagem dela aos pais,
escrita no dia em que saiu de casa — no dia em que
foi expulsa do lar pelos pais amorosos que achavam
não ir ela m uito longe, e que logo voltaria para pedir
perdão, negando saber que Deus vive e que Jesus é o
Cristo. Era apenas uma menina, então, mas vou tomar
o tempo para ler sua carta diante desta congregação,
porque nos mostra o espírito que produz mulheres assim.
Ela está repleta do mesmo espírito de nossos pais que
estavam dispostos a tudo sacrificar neste mundo por
amor ao Evangelho; sim, o espírito de um m issionário
pregando o Evangelho de Jesus C risto. Isto foi escrito
por sua própria mãe e era o derradeiro adeus de uma
garota que amava sua terra, seus pais e seu lar, mas
que amava ainda mais o Evangelho de Jesus C risto:

Uma poucas palavras da vossa filha Kirstine,


meus queridos pais: Orai a Deus para que tenhais Essa questão é o desejo de que pudésseis conhecer a verdade e
aceitá-la, fizeram-me derramar secretamente
coragem de aceitar esta grande verdade contida muitas lágrimas ardentes.
neste livro e que agora foi restaurada, a fim de
que a rejeição desse conhecimento não venha a
testemunhar contra vós no grande dia do Senhor
que está para vir. Rogo a Deus para que, nesse
grande dia, possamos estar reunidos em alegria
e felicidade, e que então possamos ser coroados
com a sua glória e ele possa dizer a todos nós:
“ Vinde, meus filhos fié is, e sereis recompensados
por vossas obras.” Essa questão e o desejo de
que pudésseis conhecer a verdade e aceitá-la, f i­
zeram-me derramar secretam ente muitas lágrimas
ardentes, e muitas mais ainda, ao lembrar-me da
impiedade da raça humana. Os anos estão cor­
rendo, aproxima-se o dia em que todo mundo terá
que escutar o Pastor e obedecer à sua vontade,
para não ser punido. O grande Rei virá para reinar
e governar. O pecado e o mal serão banidos. Quei­
ra Deus que vós estejais entre os justos. Meu

Outubro de 1974 15
coração se enternece, quando penso nestas coi­ Estou seguramente informado de que Reed Smoot
sas. Deus perm ita que toda a humanidade se ar­ foi convidado a concorrer à candidatura para a presidên­
rependa. Orarei ao Pai Celestial para que todos os cia dos Estados Unidos pela chapa republicana, desde
que negasse sua fé — pois o fato de ser mórmon impos­
que lerem estas linhas consigam compreender o
sib ilita ria seu lançamento como candidato.
verdadeiro propósito desde livro santo, livrando-se
O Dr. Haymond prossegue: — Quinze anos mais
do fardo do pecado. O que escrevi é para todos os tarde, o Senador Smoot esteve em meu escritório, e du­
que venham a ler estas linhas. Rogo a Deus que rante nossa conversa, contei-lhe o que me dissera James
vos guie para a vida eterna. Farley. Ele respondeu: — Em duas convenções republi­
canas, ofereceram-me a candidatura à presidência dos
Kirstine M aurits-datter, Drammen, 1.° de setembro Estados Unidos, desde que abandonasse minha Igreja."
de 1854. Não me envergonho do Evangelho de Jesus
Perguntei-lhe então: — Não teria valido a pena?
C risto; não me envergonho do testemunho da mulher
Voltando-se como um raio, tomou-me pelo braço e
que me deu à luz. Não me importa onde esteja na face
disse: — “ Jovem, talvez não conheça minha posição
da terra, se na companhia de reis, potentados ou seja com respeito à Igreja. Se tivesse que escolher entre
quem fo r no mundo, quero que todos saibam que sou ser um diácono na Igreja de Jesus C risto dos Santos dos
um membro da Igreja de Jesus C risto dos Santos dos Ú ltim os Dias ou presidente dos Estados Unidos, eu pre­
Ú ltim os D ia s .. ,3 fe riria ser um diácono."5

Meu Vinho não Era


“Que Grande Mentira." Suficientemente Bom Para
o Senhor, Senador Smoot?
Quando o Senador Reed Smoot era garotinho, Bri­
gham Young esteve em Provo, Utah, e, numa reunião Eu preferiria m orrer a perder meu testemunho, e
de conferência, afirm ou que chegaria o dia em que a jamais me envergonhei dele não importa onde estivesse.
voz humana seria ouvida de Nova York a São Francisco... Nunca me coloquei numa posição em que qualquer ho­
A mãe o havia levado àquela reunião e, a caminho mem ou m ulher pudesse apontar-me dizendo: “ Ele não
de casa, o menino disse (referindo-se às afirmações do vive à altura dos princípios que professa.” Em todas as
Presidente Brigham Young): “ Que grande m entira! Isso
reuniões dos grande homens desta nação, a que com­
é absolutamente impossível! Como poderia se r? ” Sua
mãe, mulher de muita fé, disse-lhe: — Sim, você ainda pareci, nos grandes banquetes oferecidos pelos pode­
viverá para ver o cumprim ento do que o Presidente disse rosos de Washington, era costume servirem bebidas
hoje. Ele não quis acreditar. Passou-se o tempo, e du­ alcoólicas, mas jamais provei uma gota dessas bebidas
rante sua estada no Senado dos Estados Unidos, cons­ ou vinhos. No prim eiro grande banquete de que p arti­
truiu-se um sistema de radiodifusão que perm itia falar
cipei, oferecido pela m ulher mais rica do mundo, cada
de Nova York para São Francisco. Um de seus colegas
no Senado era o encarregado desse empreendimento e lugar na mesa apresentava taças especiais para os três
quando da sua inauguração, ele convidou o Senador tipos de vinho que foram servidos. Ao final do jantar,
Smoot para v ir a Nova York e ser o prim eiro homem a notando que eu não havia nem tocado nos ditos vinhos,
falar através da recém-terminada rede. Ele aceitou o con­ a anfitrioa perguntou-me: — Senador Smoot, meu vinho
vite e sua voz pôde ser ouvida clara e distintam ente
não era suficientem ente bom para o senhor?
através de todo o continente.
Assim , ele viveu para cum prir literalm ente a pro­ Tive então a oportunidade de explicar-lhe a Palavra
messa fe ita anos antes, em Provo, pelo Presidente Bri­ de Sabedoria como nós a entendemos. Pedi que não to ­
gham Young.4 masse minha recusa como ofensa, pois não era essa
minha intenção. Não levou tempo para que todo mundo
“EU Preferiria Ser Um Diácono." em Washington — pois eu fazia o mesmo em todos os
jantares, nas embaixadas estrangeiras, ou fosse qual
Em conversa com o Dr. [C re e d ] Haymond, James A. fosse a ocasião — soubesse que eu não tomava álcool.
Farley, diretor-geral dos Correios dos Estados Unidos na Sou grato a Deus por te r sido fo rte bastante para agir
gestão do Presidente Franklyn Delano Roosevelt, contou: conform e eu professava e como minha religião me en­
— Sou um democrata de certo renome nacional, e Reed sinou. .. Deus nunca requer de seu povo qualquer coisa
Smoot é um republicano; ainda assim, considero-o o
para a qual não providenciou um meio de ser cum prida.”
maior diplom ata do Governo dos Estados Unidos. Ele
sabe mais do que se passa, comparece a maior número
de reuniões e é uma autoridade maior em tudo do que
3 Conference Report, Outubro de 1923, pp. 76-77.
qualquer outro que conheço. Tomara tivéssem os mais 4 Hinckley, Faith of Our Pioneer Fathers, p. 207.
homens iguais a ele. 5 Ibld, pp. 201-202.

16 A LIAHONA
Lições de
Arta M. Hale

Feminilidade
m grupo de senhoras conversava informalmente das as m ulheres darão honra a seus m ari­

U sobre o papel da m ulher no mundo. Quase todas


se sentiam m uito satisfeitas com seu papel
de esposa e mãe; uma delas, porém, queixava-se amar­
gamente das discriminações profissionais que expe­
d o s . .. ” (Ester 1:15-17, 19-20)
Essas palavras agradaram ao rei e aos
príncipes. Assuero enviou com unicados a todas
rimentara. as províncias, ordenando que todo homem
— Ora, mas a situação da m ulher até que melhorou “ fosse se n h o r” em sua casa, e a palavra dele,
bastante, — comentou outra. — Devemos ser gratas por lei para sua m ulher.
não term os vivido nos tempos bíblicos.
É bem verdade que os costum es muda­
Depois, contou-lhes a história de Vasti.
ram, dando às m ulheres mais liberdade do que
possuíam antigam ente. Deus, porém, não mu­
VASTI — RAINHA DA PÉRSIA
dou. Homens e m ulheres foram ambos criados
Por volta de 500 A.C., a Pérsia era um por ele, são filh o s e filh as de Deus, a quem ele
imenso im pério com posto de cento e vin te e ama e sem pre amou. A mordomia da mulher,
sete províncias. O rei Assuero preparou uma embora diferente, é tão im portante e satisfa­
grande festa nos jardins do palácio real para tó ria à alma quanto aquela dada ao homem.
os príncipes das províncias. No sétim o dia dos Outra história bíblica m ostra que a mu­
festejos, tendo o vinho já alegrado o rei, este lher que serve e apóia um profeta ou líder cha­
mandou que seus cam areiros trouxessem à sua mado por Deus é abençoada de acordo com
presença Vasti, a rainha, usando a coroa real, suas necessidades, com o que precisa para
para m ostrar sua form osura aos príncipes. vive r, com o Espírito do Senhor e um te ste ­
A rainha recusou-se a com parecer diante munho.
dele. Embaraçado pelo incidente, Assuero ficou
m uito irado. Convocando sete dos seus prín­ A MULHER QUE ALIMENTOU ELIAS
cipes mais sábios, que conheciam a lei e sa­
biam como julgar, p e rg u n to u -lh e s ... “ o que, Após três anos de seca e fome em Israel, o Senhor
segundo a lei, se devia fazer da rainha Vasti, mandou que o Profeta Elias fosse para Sidom, ao norte,
por não haver cum prido as ordens do r e i . .. ’’ acrescentando: “ Ordenei ali a uma mulher viúva que
Um dos princípes respondeu: “ Não so­ te sustente." (I Reis 17:9) Chegando lá, Elias encontrou
mente pecou contra o rei, a rainha Vasti, mas a m ulher juntando lenha e pediu-lhe um pouco de água
também contra todos os príncipes, e contra e uma côdea de pão. Ela retrucou que não tinha pão, mas
todos os povos que há em todas as províncias apenas um pouco de farinha e óleo suficientes para fazer
do rei Assuero. dois bolinhos. Depois de comê-los, acrescentou, certa­
“ Porque a notícia deste fe ito da rainha se mente ela e o filh o haveriam de m orrer.
tornará conhecida de todas as m ulheres, de Elias disse-lhe que, se prim eiro fizesse um pequeno
modo que desprezarão seus m aridos. .. bolo para ele, e depois mais dois para ela e o filho, a
“ Se bem parecer ao rei, que lance um édito farinha e o óleo não se acabariam até term inar a época
real, que seja escrito, na lei dos persas e dos de escassez. A m ulher obedeceu ao profeta e, de fato,
medos, e que não possa ser alterado. Que Vasti sua farinha e óleo nunca dim inuíram , embora Elias ficas­
não volte mais à presença do rei A ssuero e o se com eles por vários dias.
rei dê sua condição de realeza a outra que seja Pouco depois, o filh o da viúva adoeceu gravemente
m elhor do que ela. e um dia cessou de respirar. Levando o menino para seu
“ E, ouvindo-se o mandado, que o rei decre­ quarto, Elias rogou ao Senhor que devolvesse ao menino
tar em todo o seu reino (porque é grande), to ­ seu espírito. O menino reviveu, e Elias o levou de volta

Outubro de 1974 17
à mãe, que disse: “ Nisto conheço agora que tu és ho­ O Senhor realmente recompensou os sacrifícios de
mem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é Rute. Mais tarde, ela se casaria com Boaz, tendo com
verdade.” (I Reis 17:24) ele um filho , Obede. Por interm édio deste, Rute veio a
M uitas moças, hoje em dia, desistiram de tudo para ser a bisavó de Davi, rei de Israel, e assim uma anteces­
filiar-se à Igreja. O Senhor está ciente desses sa crifí­ sora de nosso Salvador Jesus Cristo.
cios e há de recompensá-las como fez a Rute, que, na Toda m ulher SUD deve te r sempre em mente os
antigüidade, se converteu e seguiu o caminho do Se­ padrões e metas da Igreja. Se p e rm itir que tendências do
nhor sem vacilar. momento a persuadam a “ realizar-se” , isto poderá fazer
com que seu empenho pelas honrarias e admiração a le­
A RECOMPENSA DE RUTE vem a perder o único caminho para a verdadeira reali­
zação. A m ulher que sacrifica algumas ambições pes­
Elimeleque vivia na Judéia com sua mulher, Noemi soais em favor de seus fam iliares — seu marido e filhos
e dois filhos. Forçados pela fome, transferiram -se para — é verdadeiram ente realizada. A ela se aplicam estas
Moabe, um país idólatra. Elimeleque faleceu, e seus dois palavras de Jesus: “ Quem achar a sua vida perdê-la-á;
filhos casaram-se com duas moças moabitas de nome e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.”
Orfa e Rute. Todavia, não m uito depois, os dois filho s (Mat. 10.39) Uma mulher assim conserva o devido equi­
também morreram. líbrio para se rvir dentro e fora do lar, porque sua causa
Noemi já estava longe da Judéia havia dez anos e es­ é ajudar a seus semelhantes e não a busca de honras e
tava saudosa de sua terra e povo. Por isso, decidiu voltar louvores para si mesma. Seu lar e sua fam ília têm prio­
para lá, pedindo às noras que retornassem à casa pater­ ridade. Tal m ulher será apoiada e auxiliada pelo Senhor,
na, pois em Moabe poderiam encontrar marido entre sua como o foi a Rainha Ester.
própria gente.
Orfa e Rute choraram, quando Noemi as beijou em O SACRIFÍCIO DA RAINHA ESTER
despedida. Orfa voltou para a casa dos seus; Rute, po­
Jerusalém havia sido capturada, e m uitos de seus
rém, havia-se convertido à religião e ao Deus de Israel.
melhores cidadãos levados cativos para as terras orien­
Agarrando-se a Noemi, implorou: “ Não me instes para
tais. Quando Assuero se tornou monarca do império
que te deixe, e me afaste de ao pé de ti; porque aonde
persa, centenas de judeus viviam espalhados por suas
quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares à
províncias.
noite ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu
Depois que a Rainha Vasti perdera sua condição
Deus é o meu Deus." (Rute 1:16)
de realeza por recusar-se a atender o chamado do rei,
Noemi e Rute chegaram ao velho lar daquela, em foram despachados emissários a todas as províncias, em
Belém, ao início da colheita da cevada. Rute, seguindo busca das virgens mais formosas para o Rei Assuero es­
o costume, foi apanhar as espigas deixadas pelos sega- colher dentre elas uma rainha.
dores, para que ela e Noemi tivessem o que comer. Na fortaleza de Susã, vivia um judeu chamado Mar-
O campo em que Rute foi respigar pertencia a Boaz, doqueu, que acolhera em sua casa Ester, a filha de seu
parente do marido de Noemi. Indo ver seus campos, ele tio, quando esta ficou órfã, para criá-la como se fosse
notou Rute e perguntou aos segadores quem era aquela sua própria filha. Excepcionalmente bela, de rosto e de
moça. Estes informaram-no então que ela era moabita, corpo, Ester foi levada, juntamente com as outras v ir­
nora de Noemi e que trabalhara com empenho. gens, ao palácio do rei como candidata a rainha.
Boaz determ inou a Rute que não respigasse em ou­ Depois de meses de preparativos e purificação, f i­
tros campos que não os seus. Ela não seria molestada nalmente chegou a hora de Ester ser apresentada ao rei.
de forma alguma, devendo servir-se da comida e água Ele a escolheu para ser a sua rainha, colocando-lhe a
providenciadas para os segadores. coroa real sobre a cabeça.
Inclinando-se diante de Boaz, Rute perguntou por Pouco depois de Ester se tornar rainha, Mardoqueu
que se mostrava tão gentil com ela, uma estrangeira. ouviu dois eunucos conspirando contra o rei. Mardoqueu
Boaz respondeu: “ Bem se me c o n to u ... (que) deixaste levou o fato ao conhecimento de Ester, que avisou o rei,
a teu pai e a tua mãe, e a terra onde nasceste, e vieste salvando-lhe a vida.
para um povo que dantes não conheceste. Assuero escolheu Hamã, um de seus nobres, como
“ O Senhor galardoe o teu fe ito ; e seja cumprido o o segundo homem em poder no reino. Todos deviam
teu galardão do Senhor Deus de Israel, sob cujas asas render-lhe tributo, mas como ele odiava e m altratava os
te vieste abrigar." (Rute 2:11-12) judeus, Mardoqueu não quis inclinar-se diante dele.

18 A LIAHONA
Irado, Hamã acusou os judeus de observarem so­ Naquela noite, Assuero não conseguiu dorm ir. Or­
mente suas próprias leis, desobedecendo às de Assuero. denou que lhe fossem lidas as crônicas reais, vindo
Este então deu-lhe permissão para destruí-los, fossem então a saber que fora Mardoqueu quem descobrira a
ricos ou pobres, moços ou velhos, mulheres ou crianças. conspiração dos dois guardas. Assuero perguntou de que
Quando souberam da data marcada para seu exterm ínio, forma se premiara a fidelidade de Mardoqueu. Seus
houve pranto, jejum e orações entre os judeus. servos responderam: “ Cousa nenhuma se lhe fez.”
Mardoqueu mandou que Ester fosse interceder junto (Ester 6:3)
ao rei pelo seu próprio povo. Ester não se sentia amea­ Bem cedo, na manhã seguinte, Hamã esperava no
çada — estava absolutamente segura, tinha honras, po­ pátio exterior para falar com o rei sobre o enforca­
sição e prestígio. No corte, ignorava-se que ela fosse mento de Mardoqueu. O rei mandou que ele viesse à
judia e assim ela poderia te r ignorado as necessidades sua presença e perguntou: “ Que se fará ao homem de
da sua fam ília e seu povo. cuja honra o rei se agrada?” (Ester 6:6)
Ao apelo de Mardoqueu, Ester respondeu que, pela Pensando que o rei se referisse à sua própria pes­
lei, qualquer pessoa que fosse à presença do rei sem te r soa, Hamã sugeriu que os príncipes o vestissem com
sido convocada, seria considerada ré de morte, a não as vestes reais e lhe colocassem na cabeça a coroa do
ser que o rei lhe estendesse seu cetro de ouro, para rei. A seguir, deveria ser levado pelas ruas montado no
que vivesse. Havia trinta dias que Ester não era chamada cavalo do rei, apregoando-se diante dele: “ Assim se fará
à sua presença, e temia apresentar-se sem ser convi­ ao homem de cuja honra o rei se agrada!” Então disse
dada. o rei: "A p re s s a -te ... e faze assim para com o judeu
Mardoqueu replicou que, possivelm ente, o Senhor a M ardo qu eu ... ” (Ester 6:9-10)
tornara rainha, para que pudesse salvar a vida de seu Acabrunhado, Hamã cumpriu as ordens do rei.
povo. Então Ester mandou uma mensagem a Mardoqueu, No segundo banquete, o rei voltou a falar no pedido
pedindo: de Ester, prometendo que lho concederia, mesmo que
“ Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em fosse a metade do reino. A Rainha Ester respondeu: “ Se
Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por bem parecer ao rei, dê-se-me a minha vida como minha
três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas petição, e o meu povo como meu requerimento. Porque
moças também assim jejuarem os; e assim irei te r com (e s tã o )... para nos d e s tr u íre m ...” (Ester 7:3-4)
o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pe­ O rei então perguntou: “ Quem é esse? E onde está
reço.” (Ester 4:16) esse, cujo coração o instigou a fazer assim ?”
Mardoqueu assim fez. No te rceiro dia, Ester, depois Ester respondeu: “ .. .o opressor e o inim igo é este
de envergar suas vestes reais, dirigiu-se ao pátio inter­ mau Hamã.” (Ester 7:5-6)
no, onde o Rei Assuero se assentava em seu trono. O coração do rei encheu-se de furor, e Hamã foi
Vendo a rainha, ele estendeu seu cetro de ouro, pergun­ justiçado na forca levantada para Mardoqueu, que tam­
tando: “ Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua bém veio a ocupar o lugar de Hamã. E assim foram sal­
p e tiçã o ? ... ” (Ester 5:3) vos os judeus em todo o im pério persa.
Ester respondeu: “ Se bem parecer ao rei, venha o Hoje, como ontem, a influência da mulher para uma
rei e Hamã hoje ao banquete que lhe tenho preparado.” vida alegre e plena é amar e se rvir ao Senhor e sua
(Ester 5:4), ao que o rei consentiu. casa. Pela boca de Salomão, o Senhor disse que o valor
da m ulher excede em m uito qualquer riqueza. (Vide Prov.
Durante o banquete, o rei voltou a indagar sobre
31:10-31) Seu marido a louva e nela confia sem temor.
o pedido de Ester. Ela pediu-lhe que voltassem para novo
Ela lhe faz bem todos os dias de sua vida. Aceita a res­
banquete no dia seguinte.
ponsabilidade de cuidar da sua casa e filhos. Alim enta
Chegando em casa naquele dia, Hamã contou a Ze-
e veste sua fam ília e nunca está ociosa; estende suas
res, sua mulher, todas as honras de que fora alvo. Ape­
mãos para socorrer o pobre. Mostra sabedoria e bon­
nas uma coisa estragava sua alegria; ao passar pela
dade em suas palavras e obras; seus filh o s chamam-na
porta do palácio, ali encontrou Mardoqueu que continua­
de bem-aventurada. A m ulher que assim amar ao Se­
va a negar-lhe homenagem.
nhor será honrada e louvada por todos.
Zeres então sugeriu-lhe que mandasse erguer na­
Que maneira m elhor haveria para descrever a ver­
quela tarde uma forca, e na manhã seguinte, dissesse ao
dadeira m ulher SUD?
rei para nela enforcar Mardoqueu; depois, poderia ir
alegremente ao banquete da rainha. Hamã mandou fazer A Irmã Hale, dona de casa e mãe de dois filhos, serviu na
Associação da Primária e atualmente faz parte do Comitê de Reunião
a forca. Familiar da Igreja. Ela reside na Ala Yale, Estaca Bonneville.

Outubro de 1974 19
A

Conquista
de

Canaã
Edward J. Brandt
Departamento de Seminários
e Institutos de Religião
Senhor ordenou a Josué que a época da cheia e era um sinal para de lhes ser fornecido o maná como

0 fizesse o povo de Israel atra­


vessar o Rio Jordão, inician­
do-se, assim, a conquista da terra de
Canaã. Foram mandados espiões
o povo de que o manto de autoridade
estava agora com Josué. No novo
acampamento em Gilgal, foi erguido
um marco em memória do m ilagre
sustento. (Josué 5)
Nota: Os registros preservam ape­
nas relatórios resumidos das gran­
des campanhas dos israelitas; toda­
para Jericó, a prim eira linha de de­ de sua entrada na Terra Prometida. via, a conquista prolongou-se por vá­
fesa das muitas cidades fortificadas (Josué 3-4) rios anos e nunca foi plenamente
espalhadas por Canaã. O relatório completada nos term os originalm en­
Gilgal ficava perto de Jericó, to r­
deies indicava que havia apreensão te pretendidos pelo Senhor. (Deut. 7;
nando-se a base de operações dos
entre os habitantes da cidade. (Jo­ 9:1-6; 20:10-19)
sué 1-2) israelitas para suas prim eiras incur­
As águas do Jordão foram separa­ sões em Canaã. A li fizeram convê­ CONQUISTA DAS REGIÕES
das pelo poder do Sacerdócio, a fim nios e celebraram a páscoa em me­ CENTRAIS
de que os filho s de Israel pudessem mória do dia em que o anjo destrui­
cruzá-lo a pé e a seco. Esse aconteci­ dor poupou os filho s de Israel. Tendo O prim eiro ataque foi dirigido con­
mento extraordinário deu-se durante comido dos frutos da terra, deixou tra Jericó. Após sete dias de assédio
A Conquista de Canaã

sem luta, as muralhas caíram, e a ci­ co reis. Com a assistência divina, destruídas. (Josué 11:1-4) Esse con­
dade foi totalm ente destruída. So­ derrotaram completamente o inim i­ flito armado de grandes proporções
mente Raabe e sua fam ília foram go; esta bênção foi um pesado revés não assegurou aos israelitas a posse
poupados, por terem ajudado os es­ para os governantes da cidade-esta- de toda a terra, mas forneceu-lhes
piões de Israel. (Josué 6) A seguir, do. (Josué 10:6-14) condições para a radicação do povo.
voltaram-se contra a fortaleza de Ai, Nota: As conquistas de Israel t i­
perto de Betei. Tendo falhado a p ri­ INVASÃO da REGIÃO SUL veram êxito em assegurar às tribos
meira tentativa de assédio com fo r­ a posse das principais regiões mon­
ças limitadas, Josué empregou a es­ Os reis derrotados fugiram para o tanhosas e as áreas transjordanianas.
tratégia m ilita r do engodo para des­ sul e ocultaram-se numa caverna Além disso, as principais forças m i­
tru ir a cidade. (Josué 7-8; comparar perto de Laquis. Descobertos por litares haviam sido destruídas, evi­
com Alma 52:19-26) agentes secretos israelitas, foram tando, assim, a ameaça de expulsão
Temendo a proximidade dos israe­ apanhados e mais tarde executados. do país. Um relato pormenorizado de
litas, o povo de Gibeon enviou uma (Josué 10:15-27) Josué conduziu as suas vitórias mostra a extensão de
delegação a Josué, a qual lhe men­ forças de Israel contra as cidades de seus feitos. (Josué 12) Josué, porém,
tiu, dizendo v ir de uma cidade distan­ Libna, Laquis, Eglom, Hebron e Debir já estava velho e foi tirado de entre
te, e ofereceu-lhe uma aliança em na região sul, que estavam sem lide­ o povo, “ e ainda m uitíssim a terra f i­
que seriam vassalos do povo do Se­ rança nem poderio m ilita r. Em cou para possuir.” (Josué 13:1)
nhor. Essa aliança foi aceita por con­ Laquis, o rei de Gezer tentou aju­ Alguns grupos importantes não t i­
vênio por Josué (Josué 9:1-15), ape­ dar os cananitas, porém seu exér­ nham sido destruídos ou expulsos
sar de o Senhor te r ordenado a des­ cito foi igualmente derrotado. (Josué das fronteiras das terras das tribos
truição total dos povos ímpios de 10:28-39) de Israel (isto é, os filis te u s e sidô-
Canaã. (Deut. 7) Contudo, tinham li­ Josué continuou a marchar para o nios ou fenícios, Josué 11:23; 13:2-6;
cença de celebrar convênios de paz sul até Cades-Barnéia, voltando-se Juizes 3:1-4) Mesmo dentro dos te r­
e vassalagem com cidades distantes depois para o norte através de Gaza ritó rio s dominados pelas tribos, ha­
de Canaã. (Deut. 20:10-15) e pela região montanhosa. (Josué via ainda várias cidades e povos gen­
Logo depois, Josué descobriu que 10:40-43) Embora os cananitas e s ti­ tio s entre eles. (Josué 15:63; 16:10;
Gibeom ficava quase que no centro vessem extremamente enfraqueci­ 17:11-18; Juizes 1:22-36) Algumas
do país; mas, apesar de terem sido dos, durante anos ainda os filho s de destas cidades, contrariando ainda os
logrados, os israelitas respeitaram o Israel tiveram que agir com forças mandamentos do Senhor, foram ad­
tratado considerado sagrado. (Josué m ilitares para assegurar a posse de m itidas como tributárias de Israel.
9:16-27) O convênio com os gibeomi- algumas cidades. (Juizes 1:19-21) (Juizes 1:27-28)
tas de pagarem trib u to a Israel per­ A trib o de Dã foi tão incapaz de
durou por centenas de anos. INVASÃO DA REGIÃO NORTE dominar os povos dentro de seu te r­
Reconhecendo a força dos filho s ritó rio , que teve que acabar emigran­
de Israel, cinco reis do sul de Canaã As notícias do sucesso de Israel do para o norte, onde tomou para si
se uniram para destruir os gibeomi- na parte sul de Canaã serviram de uma herança. (Juizes 1:34-35; 17-18;
tas, aliados daqueles. Essa liga era advertência para os reis das cidades Josué 19:47). Finalmente, convém
formada pelos reis de Jerusalém, He- do norte. Estes, aliados sob o coman­ notar a fortaleza dos jebuseus em Je­
bron, Jarmute, Laquis e Eglom. (Jo­ do do rei de Hazor, enfrentaram os rusalém, destinada a ser a capital de
sué 10:1-5) Sitiados, os gibeomitas israelitas numa batalha no coração Israel, que conseguiu re s is tir até os
apelaram para Israel. Fiel ao tratado, de seu próprio te rritó rio , junto às dias do Rei Davi, séculos mais tarde.
Josué conduziu o exército de Israel águas de Merom. Os cananitas foram (Josué 15:63; Juizes 1:8, 21; II Sa­
contra as forças combinadas dos cin­ derrotados, e muitas de suas cidades muel 5:6-9; II Crôn. 11:4-8)

22 A LIAHONA
I
ram vivia numa fazenda no Vale Certa vez, Iram tentava ajudar Ha-
do Jordão. Era o caçula da famí­ zen a pastorear o rebanho, quando o
lia, tendo dois irmãos mais ve­ velho carneiro reprodutor o atacou,
lhos chamados Hazen e Micha. fazendo-o correr até em casa. E ao
Hazen pastoreava o rebanho de trabalhar com Micha nos campos,
ovelhas da fam ília. Quando chamava, cortou-se com a foice e foi mandado
as ovelhas sempre vinham correndo. de volta para casa.
Nunca havia perdido um único animal — Iram pode trabalhar comigo no
do rebanho. vinhedo, — disse o pai. — Vou en­
Micha era o agricultor da família. sinar-lhe como e quando apanhar os
Na época da colheita, sua foice tra ­ cachos de uva.
balhava sem cessar. Nas mãos de Entretanto, fo i outro desastre. An­
Micha, a lâmina afiada e curva fais- tes mesmo de o orvalho haver seca­
cava de lá para cá, cortando as has­ do nas parreiras, ele levou um tombo
tes dos cereais. e torceu o pé.
— O que vou fazer? — chorava
Iram mais tarde. — Não tenho talen­
to para coisa alguma. Não sei fazer
nada direito !
Sua mãe procurou consolá-lo, di­
zendo:
— Todos nós temos talentos, em­
bora diferentes. Você também possui
um talento particular, Iram. Você ain­
da verá.

Iram
Descobre
Seu
Talento
Particular
Rosalie W. Doss
Ilustrado por Dick Brown

Outubro de 1974
Iram Descobre Seu Talento Particular

— Mas qual é? — perguntou o Uma dia, sentado numa pilha de não conseguiu tira r os olhos daquele
menino. pedras tiradas do campo, Iram viu um objeto grande e desajeitado que o
— Paciência, meu filho , — dizia o velho andando pelo caminho poeiren­ estranho largara no chão ao lado
pai. — Você precisa continuar traba­ to. O tal homem levava um objeto es­ dele.
lhando nas diversas tarefas da fazen­ quisito nas costas. Finalmente a curiosidade de Iram
da. Logo você descobrirá alguma coi­ — Eu poderia tom ar um gole o venceu e o fez perguntar:
sa talhada para você, que lhe trará de água fresquinha do seu poço? — — O que é essa coisa enorme que
felicidade e será de proveito para os perguntou o velho. está carregando?
outros. — Certamente, — respondeu — É uma roda de oleiro, — expli­
Assim , Iram ia juntar lenha para a Iram. — Espere que vou buscar tam­
cou o velho.
mãe, e ajudava o pai a catar as pe­ bém um pouco de queijo e um pu­
— Então o senhor faz potes e jar­
dras de um campo. nhado de passas.
— M uito obrigado! A ceito com ros de argila? — perguntou a mãe de
— Qualquer um sabe fazer estas
coisas, — resmungava. — E quando muito prazer, — disse o velho, agra­ Iram, que vinha chegando com outro
não houver mais pedras no campo, o decido. prato de queijo.
que vou fazer? Enquanto o homem comia, Iram — Eu já fui um oleiro e tanto, —

24 A LIAHONA
— Qual de vocês gostaria de
aprender esta arte?
— Eu não, — disse Hazen. — Sou
pastor e gosto de estar no campo
com minhas ovelhas. Nunca conse­
guiria fica r parado no mesmo lugar
por m uito tempo, até aprender como
manipular uma roda de oleiro.
— Minhas mãos são pesadas de­
mais para lidar com essas coisas de­
licadas de cerâmica, — comentou M i­
cha, mostrando suas mãos enormes,
grosseiras, o que fez todos rirem.
— E eu? — indagou Iram tim ida­
mente. — Gostaria de experimentar.
Hazen e Micha troçaram da idéia.
— Você, que deixou o velho car­
neiro correr com você, quando pas­
toreava? — caçoou Hazen.
— E que logo se machucou assim
que pegou na foice? disse Micha.
O pai, porém, ficou pensativo. —
Tenho sempre aconselhado Iram a ex­
perim entar todo tipo de trabalho.
Acho que deve tentar este também.
O velho oleiro era um professor
paciente, e Iram um aluno ávido e
esperto. Deleitava-se em ver um pu­
nhado de barro transformar-se numa
panela para a cozinha da mãe ou num
esguio jarro para o azeite de oliva do
pai.
suspirou o velho. — Mas agora m i­ — Mais algumas jarras de água
nhas mãos já não me obedecem mais. também não iriam mal, — acrescen­ — Quando você trabalha com ar­
— Estendendo as mãos, mostrou tou Hazen. gila, seus dedos parecem mágicos,
seus dedos nodosos e retorcidos. — E eu estou precisando de potes — dizia o velho oleiro. Estava satis­
— Então por que continua carre­ novos para guardar cereais, — disse fe ito com os progressos de Iram.
gando por aí esta roda pesada? — Micha. — Eu não devia te r caçoado de
quis saber Iram. — E como eu gostaria de algumas você, — falou Hazen, admirando o
— Eu esperava conseguir vendê- panelas novas! — suspirou a mãe. belo pote de água que lhe fizera
la na cidade, — explicou o ancião — Se deixarem que eu passe meus Hiram.
tristem ente. últim os dias aqui na sua fazenda, eu — Que coisa boa term os nossa
— É uma pena que tenha deixado poderia ensinar a um de seus filhos própria olaria na fazenda, — comen­
de fazer jarros e potes, — comentou a arte de oleiro, — sugeriu o velho. tou Micha, examinando os graciosos
a mãe. — É uma excelente oferta, — con­ vasos para guardar cereais, que lhe
— É mesmo, — concordou o pai cordou o pai de Iram. — Sei de um foram oferecidos pelo irmão.
de Iram que acabava de chegar com lugar não m uito longe daqui, onde há Iram era o mais fe liz de todos na
Hazen e Micha. — Temos tanta ne­ argila boa para cerâmica. família. A final, havia descoberto seu
cessidade de jarras para guardar nos­ Depois, olhando para os filhos, talento especial e tinha prazer em
so azeite. perguntou: compartilhá-lo com os outros.

Outubro de 1974 25
Prece de Carolina
Ruth Swanson

C
om os longos cabelos louros flutuando às Fixando bem o olhar, ficaram observando um
costas, Carolina firm ou o corpo contra o cargueiro aproxim ar-se vagarosamente das do­
vento que soprava lá no alto do m orro, cas que se estendiam ao longo do m ovim entado
enquanto fitava encantada a vista m aravilhosa porto de Gavle. O pai trabalhava como capataz
que se estendia diante dela. A li, bem abaixo, ali nas docas. Seu dever era cuidar que sua
estava Gavle, sua cidade natal, encravada nu­ turm a trabalhasse d ire ito no descarregam ento
ma enseada da costa leste da Suécia. O mar das cargas que deviam ser transportadas para
que se estendia reluzindo para além da cidade- o in te rio r, pela estrada de ferro.
zinha, estava pontilhado de pequenos barcos e — Jai sei, querido, vamos descer para ver
grandes navios. os homens descarregarem o cargueiro.
O irm ãozinho de Carolina, Érico, puxava-a — Então vamos, — respondeu Érico, en­
pela mão, na im paciência de continuarem sua tusiasm ado. Enquanto ficassem fora do cam i­
caminhada pela verde colina coberta de mata nho, o pai não se im portava com a presença de­
que se erguia no lim ite norte da cidade. Caro­ les. Tinham um ponto de observação predileto
lina estava tão acostumada a cuidar do irm ão­ em cima de um enorm e engradado, e os homens
zinho de quatro anos, que o considerava quase da turm a costum avam rir e brincar com eles en­
como parte de si mesma, levando-o ju nto para quanto trabalhavam .
onde quer que fosse. As crianças desceram o m orro correndo,
antecipando alegrem ente o prazer de observar
— Olhe, Lina, olhe o navio! — gritou Érico, as manobras do grande cargueiro para atracar
chamando-a pelo apelido que lhe dera. e descarregar. Chegando ao pé do m orro, Caro­
— Que beleza, não é? — concordou Lina. lina propôs:

26 A LIAHONA
— Vamos pelos trilh o s da estrada de fe r­ m inutos, e o m aquinista talvez não visse o pe­
ro. A ssim a gente chega mais depressa nas queno Érico a tem po de parar. Estes pensamen­
docas. tos te rríve is deram mais velocidade a seus pés,
A meio caminho, Carolina viu algumas be­ quando voltou correndo para junto do irmão. O
las flores silve stre s e decidiu colher um rama­ que fazer? Vendo-a chorar e percebendo seu
lhete delas. Largando a mão de Érico, abaixou- medo, o garoto chorava cada vez mais com os
se e começou a colher as delicadas florzinhas bracinhos agarrados a ela.
azuis. O irm ãozinho seguiu adiante, brincando Carolina estava apavorada. Dando puxões
de pisar entre os dorm entes da ferrovia. De re­ no pé de Érico, ela m urm urou uma prece pedin­
pente, Carolina ouviu um g rito de dor e o pedido do ajuda. “ Pai C elestial, ajuda-nos! Não sei o
angustiante de Érico: que fazer. A juda -m e!” Subitam ente, ouviu uma
— Lina, Lina! Meu pé! Olhe meu pé! voz m uito calma, dizendo: “ Desamarre o sa­
Largando as flores, Carolina correu em seu pato! "
socorro. O pé do irmão estava preso num bura­ — Sim, sim , — respondeu ela, e obedien­
co debaixo de um dos dorm entes da linha. tem ente, pôs-se a desam arrar o cordão com
dedos trêm ulos, e assim conseguiu tira r o pé
Ajude-me, Lina! — gritava o menino cho­
do irm ão do sapato que continuava firm em ente
rando de dor. Carolina puxava-o com todas as
preso debaixo do dorm ente. Ela puxou com tan­
forças pelo braço, achando que assim conse­
ta força, que ambos acabaram perdendo o equi­
guiria livra r seu pé. Ao ver que isto não deu re­
líbrio e caíram sentados. As crianças levanta­
sultado, colocou os dois braços em torno da
ram-se e pularam de cima dos trilh o s, ju sta­
cintura dele e tentou erguê-lo. O menino gritava
mente quando o trem dobrava a curva e passou
de dor. Ele fe rira o pé ao cair no buraco.
por eles como um raio.
— Érico, pare de g rita r e vou tirá-lo daí
Após a passagem do trem , Érico gritou:
num instante.
— Olhe, veja só o meu sapato!
Porém, quanto mais Carolina puxava e se O sapato estava um tanto esfolado, mas
esforçava, mais chorava o irmão. Finalmente, Carolina acalmou o m enino, enquanto procura­
ela falou: va soltá-lo:
— Olhe, tenho que ir buscar ajuda para — Não ligue para o sapato. Devemos ser
livra r seu pé. Eu sozinha não consigo. Logo gratos, porque minha oração foi respondida. Eu
estarei de volta. sozinha não saberia o que fazer!
Carolina pôs-se a co rre r pela linha férrea E abraçou o irm ãozinho com alegria e alí­
que contornava a base do m orro. Ao chegar na vio. Depois de calçar o sapato nele, os dois con­
curva, ela viu o trem aproximando-se, lá bem tinuaram seu cam inho para contarem ao pai o
ao longe. Agora não tinha mais tem po para bus­ que havia acontecido.
car socorro! O trem estaria ali em questão de (História veridlca)

Outubro de 1974 27
J ^ D e Um
l^ lA m ig o Para
W Outro

“Cada Membro Um Missionário”


Presidente S. Dilworth Young
do Conselho dos Setenta.

elo mundo afora, as crianças da põem a Primeira Presidência que pre­


P Igreja aprendem a repetir as treze
Regras de Fé. Esses pronunciamentos
side a Igreja inteira. Mas ela precisa de
ajudantes, não pode fazer tudo sozinha.
inspirados declaram que cremos em Por isto, o Pai Celestial providenciou
Deus, o Pai Eterno, e em seu Filho, um quorum conhecido como o Quorum
Jesus Cristo, e que estamos dispostos dos Doze Apóstolos. Quorum é um gru­
a obedecer-lhes. E para poder obede­ po de homens trabalhando juntos para
cer-lhes, temos que saber a quem, um mesmo propósito. Esses homens
quando e o que obedecer. se reúnem em conselho, ajudam a Pri­
meira Presidência e prestam ao mundo
Nosso Pai Celestial deu ao Presi­ o testemunho especial de que Jesus é
dente Spencer W. Kimball a responsa­ o Cristo. Como conferenciam e traba­
bilidade de d irig ir a Igreja. Nós obede­ lham juntos, geralmente são chamados
cemos a ele e àqueles que indicou para de Conselho dos Doze.
nossos líderes. Ele e seus dois conse­ Nosso Pai Celestial escolheu tam­
lheiros, Presidente N. Eldon Tanner e bém um grupo de sete homens para
Presidente Marion G. Romney, com­ trabalhar e cum prir designações sob a
direção do Conselho dos Doze. Estes lhar o Evangelho com outros, sempre
homens são conhecidos como o Pri­ que houver oportunidade.
meiro Conselho dos Setenta — eles Vocês, garotos e meninas, pode­
presidem sobre os setentas da Igreja rão servir como missionários, apren­
e supervisionam o trabalho m issio­ dendo mais sobre o Evangelho e sendo
nário. exemplos para seus amigos e vizinhos.
Atualmente, existem perto de Muitos de vocês, quando crescerem,
23.500 setentas na Igreja. Eles saem irão em missão longe de casa, para le­
à procura dos que não são membros var a mensagem do Evangelho a outras
da Igreja para ensinar-lhes os princí­ terras e povos. Outros servirão como
pios e ordenanças do Evangelho, exa­ missionários locais, na escola ou no
tamente como vocês os aprendem nas serviço m ilitar. Mas, sempre que com­
Regras de Fé. partilharem o Evangelho, nosso Pai
Ainda que o trabalho missionário Celestial ficará satisfeito, pois sabe
seja responsabilidade principalmente que o trabalho missionário traz gran­
dos setentas, todos os membros da des bênçãos aos outros como a vocês
Igreja devem ser missionários e parti­ mesmos.

O Primeiro Conselho dos


Setenta

À esquerda, sentados:
S. Dilworth Young,
Milton R. Hunter,
A. Theodore Tuttle.

De pé:
Paul H. Dunn,
Hartmann Rector Jr.
Loren C. Dunn,
Rex D. Pinegar.

Fotos de Eldon Linschoten e Dan Thorpe

Outubro de 1974 29
Vá seguindo os pontos de 1 a 58, para ver o que se esconde no Jardim.

Ponto por Ponto

Copie o desenho abaixo em papelão ou


cartolina ou papel grosso, depois recorte
cuidadosamente as seis partes. Veja se
consegue formar com elas um quadrado.

Veja aqui um quebra-cabeças que vai


manter você realmente ocupado. Quantos
quadriláteros e triângulos existem neste
desenho?
Igreja, tem-no fe ito ao profeta vivo. Por exem­
plo, o Senhor revelou ao profeta, o Presidente
Heber J. Grant, o programa do bem-estar. Diz
um dos principais prom otores deste programa,
Perguntas e Respostas o Presidente J. Reuben Clark, prim eiro conse­
lheiro do Presidente Grant:
“ Agora vos digo q u e . .. o Presidente Grant
recebeu a revelação do Espírito Santo. Não só
As respostas visam esclarecer e dar
neste caso, mas em outros também. E por
perspectiva; não são pronunciam entos
m eio dessa revelação, ou inspiração se prefe-
doutrinários da Igreja
ris, do Espírito Santo, o Presidente Grant lan­
çou o grande Plano do Bem -estar.” (Discurso
“Existem revelações dadas para a nossa época
proferido pelo Presidente J. Reuben Clark Jr.
assim como os santos as tinham nos primórdios
na Região Central do Bem-Estar de Utah, em 3
da restauração da Igreja?”
de agosto de 1951)
A resposta é sim.
Durante minhas funções como autoridade
geral, o Senhor revelou m uitas coisas aos pro­
fetas. Dois exem plos são o Programa correla­
cionado e o programa desenvolvido para su­
pervisionar o rápido crescim ento da Igreja nas
estacas e m issões da Igreja.
Todo o ficia l presidente na Igreja que mag-
nifique seu chamado, recebe hoje em dia reve­
lações para guiá-lo no desempenho dos deveres
de seu ofício, exatam ente como nos prim eiros
dias da Igreja.
Todo m embro da Igreja que atentar para
a voz do Senhor receberá revelações para suas
próprias decisões. (Ver D&C 84:46-47) “ Pedi .e
recebereis; batei, e ser-vos-á a b e rto .” (D&C
4:7), não é uma prom essa vã. A declaração do
Senhor a O live r Cowdery se aplica a todos nós:
“ . . .na verdade, na verdade te digo que,
tão certo quanto vive o Senhor, que é teu
Deus e teu Redentor, assim também receberás
o conhecim ento de quaisquer coisas que pedi-
res com fé e com coração honesto, crendo que
r eceber ás. . .
“ Sim, eis que eu falarei à tua mente e ao
partir de 1820, com a Primeira Visão, e teu coração, pelo Espírito Santo, que virá sobre

A durante o resto da vida do Profeta Joseph


Sm ith, o Senhor revelou a m aior parte dos
grandes princípios e ordenanças fundam entais
ti e habitará em teu coração.
“ Agora, eis que este é o espírito de revela­
ção: eis que este é o espírito pelo qual M oisés
do Evangelho, juntam ente com instruções a res­ conduziu os filh o s de Israel através do Mar Ver­
peito da organização e funcionam ento da Igreja m elho em te rra se ca.” (D&C 8:1-3)
de Jesus C risto dos Santos dos Ú ltim os Dias. Enquanto a igreja de Jesus C risto perma­
Essas revelações continuam tão atuais hoje em necer na terra, este princípio da revelação con­
dia como quando foram reveladas ao Profeta. tinuará operante; e tem os a promessa do Se­
Obviamente, não necessitam de ser reveladas nhor que a sua igreja nunca mais será retirada
novamente. da terra nem dada a outro povo.
Sempre que o Senhor achou por bem con­
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
ceder mais revelações para a orientação da Presidente Marion G. Romney

Outubro de 1974 31
lado, propôs dar a todos livre arbítrio, e salvar aqueles
“O Que Pensar do que quisessem aceitar a salvação. Nosso Pai rejeitou
Emprego do Hipnotismo? o plano de Satanás, sacrificando um terço de seus filhos
para assegurar o princípio verdadeiro de que o homem
deve te r o d ireito de agir por si mesmo e ser responsá­
vel por suas próprias ações.” ( “ Shall We Practice
Hypnotism -” Improvement Era, vol. 6, [A b ril de 1903],
p. 420)
Um dos tópicos do Boletim do Sacerdócio, de agosto
de 1972, diz: “ Tem-se recebido relatos de resultados in-
fortunados com relação a pessoas que participam de
demonstrações de hipnose de grupo ou cursos populares
de estudo de controle mental. Há relatos de que alguns
líderes da Igreja têm organizado apresentações de hipno­
se como um meio de entretenim ento. Os líderes devem
advertir os membros da Igreja contra a participação de
tais atividades. Certamente, elas não devem ser patro­
cinadas ou encorajadas pelos líderes da Igreja, como
foi relatado."
Tenho visto o hipnotism o empregado com vários
resultados; e observando seu emprego, estou conven­
cido de que, quando uma pessoa se submete ao hipno­
tism o, ela entrega parte ou toda a sua vontade a outra
pessoa. Ela, de fato, perde seu livre arbítrio durante o
tempo em que está hipnotizada e talvez mesmo durante
períodos posteriores, caso tenha recebido sugestões
pósJhipnóticas durante a hipnose. Ninguém se dá real­
mente conta de quão poderosa é a influência ou de quão
incomum é o fenômeno do transe hipnótico; e, con­
trariando o que afirm am comumente os hipnotizadores,
as pessoas podem ser induzidas, sob hipnose, a fazer
coisas que não fariam normalmente por uma questão
istoricamente, os líderes da Igreja têm desacon­ de moral. Além do mais, é d ifíc il compreender as ten­

H selhado os santos a que empreguem ou façam


experiências com hipnotismo, bem como que

W. Taylor, do Conselho dos Doze, dizia: "Q uero erguer


tações enormes a que está sujeito o terapeuta, quando
tem domínio total sobre outro ser humano.
participem de cursos de controle mental. Em 1902, John É d ifíc il até mesmo decidir a quem entregar os
cuidados de nosso corpo. Certas pessoas aparentemente
minha voz e dizer que isso é uma abominação aos olhos bem credenciadas podem não ser os melhores ciru r­
do Senhor nosso Deus." (Conference Report, A b ril de giões ou clínicos na onipião de seus colegas; todavia,
1902, p. 76) cada um de nós tem que escolher, cuidadosamente,
Francis M. Lyman, do Conselho dos Doze, diz: “ Pelo alguém para cuidar de sua saúde física, segundo seu
que entendo e tenho visto, devo aconselhar-vos a não melhor critério. Se escolher mal, o pior que poderá
praticar hipnotism o. Da minha parte, jamais consentiria acontecer é que sua saúde física talvez não seja resta­
em ser hipnotizado ou p erm itiria que meus filhos o belecida tão depressa quanto poderia ser, se houvesse
fossem. O livre arbítrio dado pelo Senhor é o bem mais escolhido melhor.
precioso que temos. Entretanto, tão logo permitamos
Mas, a quem entregará sua alma imortal? Como
que outra mente nos controle, assim como controla seu
escolher com segurança alguém a quem possa confiar
próprio corpo e funções, entregamos nosso livre arbí­
livrem ente seu livre arbítrio? Sua vontade, sua ética?
trio completamente ao outro; e enquanto estiverm os em
A quem entregaria seu senso de moral para seu entre­
transe hipnótico — que durará enquanto o hipnotizador
tenim ento ou de outros, ou com o propósito de preten-
desejar — tudo faremos, seja o que fo r, sem o saber
samente ajudá-lo (Ia) com seus problemas — por exem­
ou consentir. O hipnotizador poderá influenciar-nos para
plo, para perder peso, abandonar maus hábitos ou re­
fazer coisas boas, mas elas não nos trarão benefício
cordar problemas de infância? Quem merece tal con­
algum, mesmo que nos lembremos delas depois de sair
do transe, pois não as fizemos voluntariam ente. O hipno­ fiança? Este é o ponto cruciante da questão. Quem é
tizador poderá induzir-nos igualmente a fazer coisas tão digno de confiança, a ponto de se lhe p erm itir brin­
absurdas e até mesmo chocantes, iníquas, pois sua von­ car com a alma eterna? Nos dias de hoje, como resposta
tade nos domina. direta à pergunta: "O que acha do emprego do hipno­
“ O hipnotism o se assemelha bastante ao plano que tism o?", digo: creio que os membros da Igreja não
Satanás desejava fosse aceito pelo Pai antes de a terra devem envolver-se ativamente com hipnotism o.
Dr. Homer Ellsworth
ser povoada. Ele pretendia obrigá-los a agir bem e salvá- da Junta Geral da AIM do
los, a despeito de si mesmos. O Salvador, por outro Sacerdócio de Melquisedeque

32 A LIAHONA
gerações e dispensações. Nós vos
mados irmãos, todos vós que
O Que
A
amamos e vos desejamos progresso
estais perto e vós que estais total, alegria e felicidade, os quais
longe, hoje participamos de
uma assembléia solene. Desde os
tempos de Israel, estas assembléias
Ouvimos? só podem ser conseguidos, seguin­
do-se as admoestações do Senhor
proclamadas através de seus líderes
solenes são conhecidas entre os san­ e profetas.
tos. Têm sido de vários tipos, mas Ao voltarm os nosso coração para
geralmente são ligadas à dedicação A Igreja em Ação.
o Pai Celestial e seu Filho Jesus
de um tem plo ou uma reunião espe­ Os líderes apoiam C risto, ouvimos uma doce sinfonia
cial convocada para o voto de apoio aqueles que os lideram. cantada por vozes angelicais, procla­
para uma nova Primeira Presidência mando o Evangelho de paz.
ou para que o Sacerdócio ratifique Presidente Spencer W. Kimball Como representantes do povo, se­
uma revelação, como no caso da re­ guimos a sugestão de Paulo, o após­
velação do dízimo dada ao Presidente tolo da antigüidade, quando instava
Lorenzo Snow. com os santos colossenses: “ . . . bus­
Referindo-se à assembléia solene, cai as coisas que são de cima, onde
diz o Profeta Joseph S m ith :" C risto está assentado à destra de
“ Demorai-vos, demorai-vos, e con­ Deus.
vocai uma assembléia solene, uma “ Pensei nas coisas que são de
assembléia daqueles que são os p ri­ cima, e não nas que são da terra."
meiros obreiros deste últim o reino." (Col. 3:1-2)
(D&C 88:70) “ A palavra de C risto habite em
Joseph Smith e Brigham Young vós abundantemente, em toda a sa­
foram prim eiram ente apoiados por bedoria, ensinando-vos e admoestan­
uma congregação, incluindo um Sa­ do-vos uns aos outros, com salmos,
cerdócio plenamente organizado. Bri­ hinos e cânticos espirituais; cantan­
gham Young foi apoiado a 27 de do ao Senhor com graça em vosso
março de 1846, e “ unanimemente coração." (Col. 3:16)
eleito presidente de todo o Acampa­ E assim, com esta melodia de
mento de I s r a e l . . . " pelo conselho. amor em nossos corações, avança­
( B. H. Roberts, A Comprehensive em suas várias posições, (aludindo mos em união promovendo a obra do
History of the Church, vol. 3, p. 52) aos diferentes quoruns da Igreja), Senhor, sabendo que não é para um
Mais tarde, foi apoiado e o Brado de seriam abençoados pelo S e n h o r... século ou um m ilênio, mas para todo
Hosana foi dado. em nome de Jesus C risto, as bên­ o sempre.
Todos os presidentes da Igreja fo ­ çãos dos céus seriam suas; e quando Agora, ao escutarmos a doce me­
ram apoiados pelo Sacerdócio em o ungido do Senhor proclam ar a pa­ lodia da eternidade, o que ouvimos?
assembléia solene, desde o prim eiro lavra, prestando testemunho a esta Ouvimos a voz de Deus dirigindo-
até o Presidente Harold B. Lee, que geração, se a receberem serão aben­ se ao nosso pai Adão, face a face,
foi apoiado a 6 de outubro de 1972. çoados, mas se não, os julgam entos dizendo:
Joseph Smith dirigiu a prim eira de Deus os seguirão de perto até “ Eu sou Deus; fiz o mundo e os
assembléia solene. Terminado seu que a cidade ou a casa que os rejeita homens antes que existissem na
discurso, chamou os diversos quo­ fique desolada." Então o Brado de c a r n e . . . ” (M oisés 6:51)
runs, a começar pela presidência, Hosana foi dado. (Vide Documentary E o nosso pai Adão legou-nos ver­
para que manifestasse, levantando- History of the Church, vol. 2, pp. dades que têm sido básicas desde a
se, sua decisão de reconhecê-lo como 416-18) fundação do mundo. O Evangelho é
profeta e vidente, e sustentá-lo como o mesmo ontem, hoje e para sem­
Hoje, vistes a Igreja em ação. V is­
tal com suas orações e fé. Todos os pre. É eterno. Foi-nos proclamado
tes as poderosas obras do Senhor,
quoruns, um após outro, fizeram-no que “ . . . o Filho de Deus tinha ex­
como tudo é fe ito pelo consenso ge­
prontamente. A seguir, pediu que piado pelo pecado original, sendo
ral, e como os liderados apóiam
toda a congregação dos santos desse que, como os pecados dos pais não
aqueles que os lideram. Esta é uma
igualmente seu consentim ento, pon­ podem recair sobre a cabeça dos
assembléia constituinte, à qual todos
do-se de pé. os membros da Igreja estão convi­ filho s, porque estes são limpos
Prosseguindo, pediu que os quo­ dados a comparecer. desde a fundação do mundo.” (M oi­
runs do Sacerdócio e depois os san­ Nós que fomos hoje apoiados por sés 6:54)
tos em geral se pusessem de pé para vós, assumimos nossos deveres de Adão foi batizado e recebeu o Es­
mostrar seu apoio; os líderes e os todo o coração. Somos gratos, pro­ p írito Santo.
conselhos da Igreja foram aprovados fundamente gratos, por vosso voto E dele aprendemos a respeito da
da mesma forma. de apoio. Nosso único interesse vinda do Filho, Jeová, e da redenção
Disse Joseph Smith: agora é aconselhar e advertir o povo da morte do homem caído. Ouvimos
“ A votação foi unânime para todos corretam ente e em consonância total Adão dizer: “ . . . terei alegria nesta
os casos, e eu profetizei a todos que, com os conselhos do Senhor, con­ vida, e em carne verei outra vez a
enquanto apoiassem esses homens form e nos foram dados através das Deus.” (M oisés 5:10)

Outubro de 1974 33
A mortalidade possibilitou que t i­ minharam com Deus, e ele habitou Vemo-lo ser aceito pelo Senhor,
vessem semente, e em conseqüência, no meio de Sião; e aconteceu que quando a voz da sarça ardente cha­
as fam ílias da terra têm ao seu al­ Sião não existia mais, porque Deus mou sua atenção e ordenou-lhe:
cance a eternidade. Esse profeta e a recebeu em seu próprio s e i o . . . " “ . . . tira os teus sapatos de teus
sua mulher “ . . . não cessaram de Moisés 7:69) pés; porque o lugar em que tu estás
clamar a Deus.” (M oisés 5:16) Mais uma vez, o que ouvimos ao é terra santa.
“ E, assim se confirmaram todas as escutar? A voz do virtuoso Abraão, “ . . . Eu sou o Deus de teu pai, o
coisas a Adão por uma ordenança pai de uma raça. Somos-te gratos, Deus de Abraão, o Deus de Isaque,
sagrada, e se pregou o Evangelho, e ó Deus, pelo Profeta Abraão, um e o Deus de J a c ó . . . " (Êxodo 3:5-6)
se proclamou o decreto que deveria homem santo e justo, que foi nosso E novamente cantamos: “ Damos
estar no mundo até o seu fim ; e ancestral e tinha íntima comunhão graças a ti, ó Deus" — pelo profeta,
assim f o i . . . " (Moisés 5:59) com nosso Senhor, Jeová. o grande Moisés, que acendeu as
E assim ele é eterno. Ele tornou-se astrônomo e deposi­ lâmpadas diante do Senhor.
tário de numerosos segredos dos E ao escutar outra vez, o que
Adão recebeu o Sacerdócio e re­
céus e do universo, e conversava ouvimos?
gistrou sua genealogia num livro de
com os maiores cientistas do Egito, Ouvimos a voz de Jeová dirigindo-
lembranças.
centro da astronomia naqueles dias. se a Pedro, o presidente da sua igre­
E nós te somos gratos, ó Deus, A Abraão foi confiada a história da ja; e sendo-lhe perguntado: “ Quem
por este profeta que nos deu esse vida preexistente que antecedeu a dizem os homens ser o Filho do
sólido começo. criação desta terra, e o povoamento homem?” (Mat. 16:13), ouvimos o
Novamente, te somos gratos, ó dela tornou-se mais que conhecido a grande profeta Pedro responder com
Deus, por outro profeta que ajudou este patriarca-profeta. Ele ensinou- a convicção que não admite dúvida:
a mostrar-nos o caminho reto — nos a pura confiança em Deus. “ . . . Tu és o C risto, o Filho de Deus
Enoque, aquele que tinha comunhão Ao ser-lhe exigido o sacrifício de vivo." (M at. 16:16) E, prestando mais
com Deus e a quem este falou, en­ seu filho Isaque, ele o ofereceu com uma vez seu imbatível testemunho
ao recordar sua experiência no Monte
da Transfiguração, ouvimo-lo dizer:
“ Porque não vos fizemos saber a
virtude e a vinda de nosso Senhor
Jesus C risto, seguindo fábulas a rti­
ficialm ente compostas; mas nós mes­
mos vimos a sua majestade.
“ Porquanto ele recebeu de Deus
Pai honra e glória, quando da magní­
fica glória lhe foi dirigida a seguinte
voz: Este é o meu Filho amado, em
quem me tenho comprazido.
“ E ouvimos esta voz dirigida do
céu, estando nós com ele no monte
santo.” (II Pedro 1:16-18)
A crucificação foi seguida de apos­
tasia, e a terra esteve imersa em
profundas trevas espirituais durante
séculos. E então, chegado o tempo,
houve um grande despertar, com v i­
sões e revelações, como nos prim ei­
ros dias.
Escutando novamente, o que ouvi­
quanto profetizava e ensinava os fé sobre-humana, ainda que lhe hou­ mos?
caminhos do Senhor: vesse sido prom etido que Isaque v i­ Ouvimos a voz de um rapaz que,
“ Eis que meu Espírito repousa veria e teria uma posteridade imensa, de joelhos no chão no meio de um
sobre ti, portanto, ju stifica re i todas pois sua fé inabalável lhe dava a bosque, fazia perguntas vitais: O que
as tuas palavras; e as montanhas certeza de que, embora Isaque per­ é a verdade? A que igreja me devo
fugirão de tua presença, e os rios desse a vida, “ . . . Deus era pode­ filia r? E mais um grande profeta
mudarão seus cursos, e tu permane- roso para até dos mortos o ressus­ inaugura outra dispensação, a final.
cerás em mim, e eu em ti, portanto, c i t a r . . . " (Hebr. 11:18) Por isto, Ouvimos a voz do onipotente Deus,
anda com igo.” (Moisés 6:34) agradecemos-te, ó Deus, por este O Pai, dizer daquele que estava a
Este santo profeta de fato andava grande profeta. seu lado, na que foi talvez a mais
com Deus e contemplou suas cria­ Escutando novamente, o que ouvi­ espetacular visão de todas as eras:
ções desde o princípio e até à res­ mos? “ Este é o meu Filho Amado. Ouve-o!”
surreição de C risto e de toda huma­ Ouvimos a voz de Moisés, o pro­ (Joseph Smith 2:17)
nidade, e diz a Escritura: feta, ouvimo-lo orar para que Israel E escutando mais um pouco, ouvi­
“ E Enoque e todo o seu povo ca­ fosse libertada da hedionda servidão. mos outra voz dizer: “ Eu sou Jesus

34 A LIAHONA
Cristo, o Filho de D e u s . .. o prim eiro Havemos de vos servir, ó povo na luz, olhando para o alto; entramos
e o ú ltim o .” (D&C 11:28, 110:4) nosso, e vos amar e fazer o máximo nos negócios de nosso Pai” com te­
O jovem profeta foi informado de para guiar-vos para o vosso destino mor, e tremor, e amor. Nós sabemos
que seria um instrum ento nas mãos justo e glorioso, com o coração que o Pai Celestial vive. Sabemos
do Senhor para a restauração do transbordante de amor e apreço por que Jesus C risto, seu Filho glorifi-
Evangelho eterno com tudo o que vós. cado, vive. E sabemos que a obra
fora perdido nos prim eiros séculos. dele é divina. E prestamo-vos este
Depois, essas visões e revelações Com nossas mãos no arado, olhan­ solene testemunho, em nome do
continuaram através dos anos, nas do para a frente; com os olhos fitos Senhor Jesus C risto. Amém.
quais se ouvia a voz de Jeová segui­
damente, restituindo à terra, por in­
term édio deste jovem profeta* as
verdades do Evangelho, o Sacerdócio
de Deus, o apostolado, as autorida­
des e poderes e a organização da
Igreja, para que, mais uma vez, as
revelações e as verdades eternas
estivessem na terra, à disposição de
todos os homens que queiram aceitá-
las. O programa de Deus foi restau­
rado, para que o homem possa al­
cançar seu pleno poder e glória.
Escutando novamente, ouvimos a
voz do Profeta Joseph Smith a pro­
clamar:
“ Irmãos, não prosseguiremos em
tão grande causa? Ide avante e não
para trás. Coragem, irmãos; e avante,
avante para a vitória! Regozijem-se
vossos corações e sede m uito ale­
gres. Prorrompa a terra em canto.
Que os mortos se expressem em
hinos de eterno louvor ao Rei Ema­
nuel, o qual, desde antes da funda­
ção do mundo, ordenou aquilo que
nos perm itiria redimi-los de sua p ri­
são; pois os encarcerados terão a
liberdade.
Que as montanhas gritem com ale­
gria, e todos vós, vales, clamai em
alta voz; e vós, mar e terras secas,
cantai as maravilhas do vosso Eterno
Rei! E vós, rios, e riachos, e ribeiros,
correi alegremente. Que as matas e
todas as árvores do campo louvem
ao Senhor; e vós, pedras sólidas,
chorai de alegria! E que o sol, a
lua e as estrelas da manhã cantem
juntamente, e que todos os filho s de
Deus gritem em regozijo. E que as
eternas criações declarem o seu
nome para todo o sempre. E nova­
mente digo, quão gloriosa é a voz
que ouvimos dos céus, proclamando
aos vossos ouvidos, glória, e salva­
ção, e honra, e imortalidade, e vida
eterna; reinos, principados, e pode­
res!" (D&C 128:22-23)
Essas vozes têm sido ouvidas.
Esses profetas realmente têm falado.
Este é o dia do Senhor. Nós estamos
em suas mãos. O Evangelho restau­
rado está aqui.

Outubro de 1974
Seção vespertina de Domingo, Abril 1974 salvar as almas dos filhos dos ho­
mens. O Senhor falou ao Profeta
Joseph Sm ith:
“ Lembrai-vos de que o valor das

Trabalho almas é grande na vista de Deus."


(D&C 18:10)
Este é o nosso principal interesse

Missionário: como igreja — salvar e exaltar as


almas dos filhos dos homens. O su­
premo interesse do Presidente Lee

Uma Grande era esse grande projeto. Sou grato


pela inspiração que ele transm itiu à
juventude de Sião, aos filhos de

Responsbilidade nosso Pai em toda a parte, é à


grande causa da verdade no mundo
inteiro.
Há trin ta anos, venho-me sentando
Como Igreja, nosso maior interesse ao lado do Presidente Spencer W.
é salvar almas. Kim ball. Chegamos juntos ao Con­
selho dos Doze. Eu conheço este
Presidente Ezra Taft Benson grande homem. Eu o amo, honro e
Presidente do Conselho dos Doze respeito. Ele é verdadeiramente um
dos nobres filho s de Deus — um
humilde e inspirado profeta de Deus.
boas-vindas ao Conselho dos Doze, Eu o apóio de todo o coração. E com
estendendo-as no mesmo espírito, ele, amo a todos os filhos de nosso
aos élderes J. Thomas Fyans e Neal Pai — independentemente de raça,
A. M axwell como assistentes dos credo, nacionalidade ou filiação po­
Doze. lítica.
Irmãos, meus sentim entos, como Regozijo-me com o programa que
os de m uitos m ilhares mais, se co­ o Presidente Kimball e seus conse­
moveram com o passamento de lheiros elaboraram, em grande parte,
nosso amado líder, o Presidente sob a direção do Presidente Lee. Não
Harold B. Lee. Estivemos ligados na existe programa melhor no mundo
vida mortal durante cinqüenta e cinco inteiro para a edificação de homens
anos, e antes disso, estou certo, e mulheres, e para que sejam solu­
também na vida pré-mortal. Recebi cionados os problemas enfrentados
umilde e grato estou diante igualmente a terna e consoladora por pais, fam ílias e indivíduos isola­

H de vós, neste glorioso dia


do Sábado. Estou certo, Pre­
sidente Kimball, de que nos junta­
mos a estas agradáveis irmãs do
certeza de que um profeta de Deus
não se vai antes do tempo. A im
pressionante obra terrena do Presi­
dente Lee está finda. Ele foi chama­
damente. Através da liderança inspi­
rada do Presidente Kimball, continua­
remos a fortalecer e ampliar esse
programa. É um programa mais ne­
Coro do Tabernáculo para orar por ti, do a outro importante trabalho no cessário hoje do que nunca.
nosso querido profeta, como diz o grande programa do Senhor, que A mensagem do mormonismo, o
hino. Gostaria de dizer ao Élder L. prossegue de ambos os lados do Evangelho restaurado de Jesus C ris­
Tom Perry, o novo membro dos Doze, véu. Ele era um homem de profunda to, vem sendo oferecida ao mundo
que ele está ingressando na mais visão espiritual, com atributos seme­ há mais de cento e quarenta anos.
bela associação entre homens de­ lhantes aos de Cristo. Em junho de 1830, Samuel Harrison
baixo dos céus. Nós lhe damos as Seu grande objetivo era ajudar a Smith caminhava penosamente por

36 A LIAHONA
uma estrada no Estado de Nova à comida, abrigo e roupas, em res» Por que? Qual será a razão para
York para a prim eira jornada m issio­ posta a um chamado. Pais e filhos semelhante sacrifício de tempo, di­
nária oficial da igreja restaurada. Ele têm deixado voluntariam ente seu lar, nheiro, conforto e doce convívio fa­
havia sido designado por seu irmão, fam ília e emprego para irem a todos m iliar?
o Profeta Joseph Smith. Esse grande os cantos do mundo, suportando Não seria a ardente convicção de
missionário venceu quarenta quilô­ grandes dificuldades m ateriais e in­ que Deus voltou a revelar-se ao ho­
metros no prim eiro dia, sem dispor cansável perseguição. Famílias fica ­ mem na terra, restabeleceu a sua
de um único exemplar extra daquele ram para trás em situação precária, igreja com todos os dons e bênçãos
novo e estranho livro que carregava labutando de boa vontade com o má­ gozados em tempos passados e con­
às costas. Procurando abrigo para ximo empenho, a fim de fornecer cedeu novamente ao homem seu
passar a noite, exausto e fam into, meios ao “ seu m issionário". E atra­ santo Sacerdócio, com autoridade
após explicar sua missão foi escor­ vés de tudo isso, existe uma alegria para exercê-lo em benefício de seus
raçado com as palavras: “ Seu men­ e satisfação que tem levado os fam i­ filhos? Sim, sem dúvida, isto é o
tiroso, saia já desta casa. Não per­ liares, em casa. a expressarem gra­ testemunho pessoal da divindade
m ito que fique nem um m inuto com tidão pelas bênçãos especiais rece­ desta grande obra dos últim os dias,
esses seus livros." Continuando sua bidas, e os m issionários a se refe­ a fé nos mandamentos do Onipo­
jornada, de ânimo abatido e com o rirem a esse período como o “ tempo tente, a nossa responsabilidade como
coração pesado, ele dormiu aquela mais fe liz de minha v id a ” . seus filho s do convênio, o conheci­
prim eira noite debaixo de uma ma­ mento de que Deus vive e ama seus
Segundo uma estim ativa cuidadosa,
cieira. filhos, e a certeza de que nos cabe
desde 1830 serviram na Igreja de
a missão de edificar e salvar os
Assim iniciou-se, da maneira mais 140.000 a 150.000 m issionários de
homens de toda parte.
desfavorável possível, o trabalho tempo integral, sem contar os m ilha­
Desde os dias do Pai Adão aos do
m issionário desta dispensação pela res de homens e mulheres que pres­
Profeta Joseph Smith e seus suces­
igreja restaurada, A Igreja de Jesus taram valioso serviço m issionário em
sores enquanto existiu o Sacerdócio
C risto dos Santos dos ú ltim o s Dias. âmbito local, e que atualmente che­
na terra, uma das maiores responsa­
Cento e quarenta e quatro anos gam a mais de vinte m il. Esses fié is
bilidades foi a pregação dos princí­
passaram-se desde que aquele p ri­ emissários que foram ao exterior,
pios eternos e salvadores do Evan­
meiro e humilde m issionário se dis­ cumpriram de noventa e oito a cento
gelho — o plano de redenção. Pai
pôs a levar a mensagem de salvação e cinco milhões de dias de trabalho
Adão ensinou estas coisas a seus
a um mundo confuso. Em cum pri­ missionário, ao custo de 420 a 450
próprios filhos. (M oisés 5:12) Pen­
mento ao todo-im portante mandado milhões de dólares, calculando-se a
sai nos longos anos de empenho
divino, esta grande obra vem progre­ perda de ganhos pessoais e despe­
m issionário de Noé e nas pregações
dindo incansavelmente através dos sas de manutenção; esta soma não
de todos os profetas antigos. (M oi­
anos. É um capítulo dramático na inclui as despesas de transporte de
sés 8:16-20) Cada um deles a seu
história de um “ povo peculiar". Mas, ida e volta ou no campo m issionário,
tempo foi mandado a levar a men­
em todos os anais do cristianism o, despesas de administração na sede
sagem do Evangelho aos filho s dos
não existe maior prova de coragem, ou no exterior, e gastos de serviço
homens e chamá-los ao arrependi­
disposição de sacrificar-se e ilim i­ m issionário local.
mento como único meio de escapar
tado devotamento ao dever. Homens, Provavelmente, nenhum outro gru­ ao julgam ento que virá. O Mestre
mulheres, crianças — todos têm-se po humano das mesmas dimensões, deixou bem claro que a grande mis­
unido nesse heróico esforço, sem
no mundo inteiro, já fez tamanha são dos apóstolos antigos era:
nenhuma esperança de recompensa oferta voluntária em favor da difusão “ .. .ide, ensinai todas as n a ç õ e s ... ”
material. da justiça; e isto vem de um povo (M at. 28:19)
Esses embaixadores do Senhor Je­ não-abastado e que, além disso, deve Nas prim eiras visitas do Anjo Mo­
sus C risto, segundo acreditam ser co ntribu ir com um décimo de seus roni ao Profeta Joseph Smith. foi
firmemente, têm lutado contra lama proventos anuais para “ a obra do salientado que o nome do Profeta
e neve, atravessando rios a nado, e Senhor", segundo a antiga-moderna seria conhecido por bem ou por mal
passando necessidades com respeito lei do dízimo. no mundo inteiro, e que o novo livro

Outubro de 1974 37
Trabalho Missionário
de Escrituras e o evangelho restau­ sas promessas foram feitas, mesmo 34:6) Receberam a promessa de que
rado nele contido teriam que ser antes da organização form al da Igreja, suas palavras seriam ditadas pelo
levados a todo o mundo "pela boca em 6 de abril de 1830. poder do Espírito Santo, e que se­
de Meus discípulos, os quais escolhi Após a organização, batizaram-se riam a vontade do Senhor e Escritura
neste últim os d ia s” . (D&C 1:4) homens e mulheres, e irmãos dig­ para o povo, enquanto fossem fiéis.
Mais de um ano antes da organi­ nos foram ordenados ao Sacerdócio, Foi-lhes dito claramente que estavam
zação da Igreja, o Senhor revelou, designados para pregar o arrepen­ sendo enviados para "provar o mun­
através do Profeta, que “ uma obra dim ento e difun dir a mensagem do", que não sentiriam “ obscurecida
maravilhosa está para se realizar do Evangelho restaurado. Promessas sua mente nem cansada", e que
entre os filho s dos hom ens” e que ainda maiores foram feitas nas reve­ tampouco um único cabelo da sua
“ o campo já está branco, pronto para lações que se seguiram, m uitas das cabeça cairia “ despercebido à te rra ”
a c e i f a . . . ” (D&C 4:1,4) Aos prim ei­ quais se referiam em term os explí­ (D&C 84:79-80)
ros conversos, coube a maior por­ citos à solene responsabilidade da Portanto, não é de admirar que,
ção de responsabilidade, conforme igreja restaurada de pregar a palavra. com seus testemunhos pessoais, se
segue: “ Portanto, ó vós que embar- No outono do mesmo ano, veio por estivesse abrindo uma nova dispen-
cais no serviço de Deus, vede que o interm édio do Profeta esta palavra sação do Evangelho; e que, unidos
sirvais de todo o coração, poder, do Senhor: pelas emocionantes promessas do
mente e força, para que possais "Pois em verdade, em verdade vos Senhor, fossem avante com poder e
comparecer sem culpa perante o digo que sois chamados para erguer grandes sacrifícios pessoais, sem
tribunal de Deus no últim o d ia .” as vossas vozes como com o som de qualquer recompensa monetária, em­
(D&C 4:2) trom beta, para declarar o meu Evan­ bora seu número fosse pequeno e
Grandes promessas foram feitas a gelho a uma geração perversa e suas condições precárias. Somemos
esses prim eiros missionários. Foi- malvada. a isto o fato de que os pronunciamen­
lhes dito que “ o valor das almas é “ Pois eis que o campo já está tos divinos acentuavam ser esta a úl­
grande na vista de Deus” e que, se branco, pronto para a ceifa; e é a tim a vez que o Evangelho seria ofere­
“ trabalhardes todos os vossos dias, décima prim eira hora, e a últim a vez cido ao homem como testemunho em
proclamando arrependimento a este que chamarei trabalhadores para m i­ preparação para a segunda vinda de
povo, e trouxerdes a mim, mesmo nha vinha.” (D&C 33:2-3) C risto e o fim do mundo — o té r­
que seja uma só alma, quão grande O Senhor explicou a esses hum il­ mino da iniqüidade. Eles tinham a
será a vossa alegria com ela no reino des embaixadores que eles estavam responsabilidade de prevenir o mun­
de meu P ai!” (D&C 18:10,15) “ preparando o caminho do Senhor do sobre os julgam entos vindouros,
Tudo isto e muitas outras glorio­ para a sua segunda vinda.” (D&C assim como acontece conosco. Eles
sabiam, como nós, que o Senhor sal da mensagem do Evangelho res­ falei dos c é u s . . . (D&C 1:17) Como
dissera: taurado. Se ainda restava alguma em todas as outras dispensações, foi
“ Pois, se os habitantes da terra dúvida até então, agora já não havia provido um meio de escape, revelado
não se arrependerem, uma praga mais m otivo para tal. Nossa mensa­ através de um profeta. Depois, o
assoladora virá sobre eles e conti­ gem é universal. Senhor acentua que está disposto a
nuará a derramar-se de tempos em Ninguém que tenha lido a prim eira tornar conhecidas estas coisas a toda
tempos, até que a terra se torne seção de Doutrina & Convênios, com­ a carne", pois não faz “ acepção de
vazia e seus habitantes sejam con­ preendendo que a Igreja a aceita pessoas". (D&C 1:34-35)
sumidos e totalm ente destruídos pelo como palavra do Senhor, poderá per­ Como admoestação final, ele con­
resplendor de minha vinda. guntar por que enviamos m issioná­ vida todos os seus filho s a examina­
“ Eis que te digo estas coisas, rios a todas as partes do mundo. A rem “ estes mandamentos" que fo ­
assim como preveni o povo acerca responsabilidade, e como é grande, ram revelados para o bem de toda a
da destruição de Jerusalém; e a recai diretam ente sobre os membros humanidade, porque “ são verdadei­
minha palavra será verificada agora, da Igreja, pois “ a voz da advertên­ ros e fié is , e as profecias e as pro­
como o tem sido até aqui." (D&C c ia ” , diz o Senhor, “ irá a todos os messas neles contidas serão todas
5:19-20) povos pela boca de meus discípulos, cum pridas." (D&C 1:37) Ainda que
Em fins de 1831, chegara a hora os quais escolhi nestes últim os dias." passem os céus e a terra, diz ele,
de pensar-se na publicação das re­ (D&C 1:4. G rifo nosso) A seguir, o (a sua palavra) “ não passará, mas
velações dadas pelo Senhor à sua Senhor acrescenta esta grande pro­ será inteiram ente cumprida, seja
igreja. Nessa época, já haviam sido messa: “ E eles irão avante, e nin­ pela minha própria voz, ou pela de
recebidas numerosas revelações, e guém os impedirá, pois eu, o Senhor, meus servos, não im porta." (D&C
a Igreja crescera consideravelmente, os m andei.” (D&C 1:5) A revelação 1:38) Dois dias depois de recebida
a despeito da perseguição e pres­ esclarece ainda que todas essas esta importante revelação a qual
sões dos poderes do mal. Na confe­ coisas foram dadas aos seus discí- acabo de citar, o Senhor disse o se­
rência de élderes, o Senhor conce­ pulos-missionários, para que “ os pu­ guinte à sua igreja: “ Enviai os élde­
deu, através do Profeta Joseph Smith, blicassem para vós, ó habitantes da res da minha igreja às nações lon­
uma importante revelação endereça­ te rra ." (D&C 1:6) Depois de declarar gínquas; às ilhas dos mares; enviai-
da ao povo da Igreja e a “ todos os que a sua voz se dirige aos confins os às nações estrangeiras; adverti a
homens, e ninguém há de escapar..." da terra, o Senhor salienta que, “ co­ todas as n a ç õ e s . . . ” (D&C 133:8)
(D&C 1:2) Nenhuma mensagem dada nhecendo a calamidade que haveria E assim, como santos dos últimos
até então havia mostrado com tanta de v ir sobre os habitantes da terra, dias em toda parte, com testemunhos
evidência e vigor a natureza univer­ chamei meu servo Joseph Smith, lhe pessoais desses grandes eventos,
Trabalho
Missionário:
aceitamos, com humildade e gra ti­
dão, esta grande responsabilidade
confiada à Igreja. Estamos felizes por
sermos parceiros de nosso Pai Ce­
Construa
lestial na grande obra de salvação e
exaltação de seus filhos.
vontade, damos de nosso tempo e
De boa Seu Escudo
recursos com que somos abençoados,
para o estabelecim ento do seu reino
na terra. Sabemos que este é nosso
da Fé
prim eiro dever e nossa grande opor­
tunidade. Este espírito tem caracte­
Os pais, em toda a Igreja, devem
rizado o trabalho m issionário da
igreja de Jesus C risto em todos os
ensinar os filhos a não se
tempos. Este tem sido um marco afastarem do Senhor.
preeminente da introdução dessa Élder L. Tom Perry
dispensação da plenitude dos tem ­ do Conselho dos Doze
pos — nosso tempo. Onde houver
santos dos últim os dias fié is, encon-
trar-se-á esse espírito de sacrifício brigado, presidente. Esta
e abnegação, em prol da maior de uma conferência geral em

m
todas as causas da terra. Num pro­ que minhas emoções estão
nunciamento dirigido ao mundo du­ um tanto à flo r da pele. Acabo de
rante a II Guerra Mundial, a Primeira ser apoiado pelo voto da congregação
Presidência da Igreja declarava: “ Ne­ da Igreja para um cargo preeminente.
nhum ato nosso ou da Igreja deve Espero que nestas circunstâncias,
in te rfe rir jamais nesse mandato vin­ seja permissível falar em term os um
do de Deus.” (Conference Report, pouco pessoais esta manhã.
A bril de 1942, p. 91) Fui criado num lar em que as

Em suma, nós nos dedicamos in­ crianças eram ensinadas a te r gran

teiram ente à obra do Senhor — o de amor e respeito pelas Autoridades

estabelecimento e progresso do seu Gerais da Igreja. Quando eu estava a reunião fam iliar, para falar a res­
reino e a disseminação da justiça. aprendendo os nomes dos membros peito dos atuais membros do Con­
Esta é uma grande responsabilidade. do Conselho dos Doze como requi­ selho dos Doze? Essa idéia me so-
O Presidente Kimball acentuou esta sito para a form atura na Primária, bressaltou. O que poderia ele dizer
grande responsabilidade num inspi­ lembro-me de que meu pai despen­ de mim?
rado discurso dirigido aos Represen­ deu tempo e paciência para ensinar- Pensando e refletindo, compreendi
tantes Regionais na últim a quinta- me algo da vida de cada um deles, que existe em minha vida um tema
feira. Nós aceitamos agradecidos o além do trabalho de memorização. digno de ser repetido e que, acho,
desafio e rogamos continuamente Até hoje, podeis pedir-me, a qual­ seria de valor para vossos filho s pe­
pela força sustentadora do Senhor quer momento, que vos recite os no­ quenos. Ei-lo: Ele foi criado num lar
para o nosso trabalho. mes daqueles grandes homens, de em que os pais amavam e aprecia­
Esta grande obra é divina — d iri­ Rudger Clawson a Charles A. C allis; vam o evangelho de Jesus Cristo.
gida pelo Senhor Jesus C risto por posso repeti-los rapidamente e lem­ Entendiam a admoestação de Paulo
intermédio da sua igreja, a Igreja de brar-me de acontecimentos de suas aos santos efésios em que dizia: “ No
Jesus C risto dos Santos dos Últim os vidas. demais, irmãos meus, fortalecei-vos
Dias. Disto presto humilde e grato Ao m editar nesta designação, pen­ no Senhor e na força do seu poder.
testemunho, em nome de Jesus C ris­ sei: e se houver na Igreja algum pai “ Revesti-vos de toda a armadura
to, Amém. disposto a despender tempo durante de Deus, para que possais estar fir ­

40 A LIAHONA
mes contra as astutas ciladas do taria sóbrio na hora de vo ltar à base respeito da nossa Igreja? Ao que
diabo. e poderia levá-los pontualmente de respondi: — M uita coisa, e saltei
“ Estai pois firm es, tendo cingido volta. com eles para irmos a uma festinha
os vossos lombos com a verdade, e Estávamos em Los Angeles, indo da ala.
vestida a couraça da justiça. de bonde para um salão de dança. Como podeis ver, o escudo da fé
“ E calçados os pés na preparação Meus companheiros já tinham bebido estava presente. Protegeu-me dos
do Evangelho da paz; um pouco, e eu estava disposto a dardos inflamados do maligno, a fim
“ Tomando sobretudo o escudo da abandoná-los. Foi então que o escudo de que, no devido tempo, eu fosse
fé, com o qual podereis apagar todos protetor começou a funcionar e eu digno de levar um anjo ao templo
os dardos inflamados do maligno." soube que meus pais oravam pelo do Senhor e ali, aos pés do seu altar,
(Efésios 6:10-11, 14-16)
Todas as manhãs, em casa, éra­
mos vestidos não só com chapéu,
capa de chuva e botas para proteger-
nos das intem péries físicas, como
nossos pais nos vestiam diariamente,
com maior cuidado ainda, a armadura
de Deus. Ao ajoelharmo-nos em ora­
ção fam iliar e escutar nosso pai, um
portador do Sacerdócio, extravasar
sua alma ao Senhor rogando que pro­
tegesse sua fam ília contra os dardos
inflamados do maligno, nosso escudo
da fé era acrescido de mais uma ca­
mada. Enquanto nossa couraça ia
sendo reforçada, a deles estava sem­
pre disponível, pois eles estavam à
nossa disposição e nós sabíamos
disso.
Que proteção não é seguir a jo r­
nada da vida, sabendo que um escudo
de fé está sendo cuidadosamente
construído para nós, desde os nos­
sos prim eiros momentos na terra,
pelos pais que nos amam.
Permiti-me contar apenas um pe­
queno exemplo de como esse escudo
funciona. Certo dia, alguns fu zile i­ meu bem-estar. O bonde parou e sermos seíados para o tempo e toda
ros navais, companheiros meus, con­ entrou nova leva de passageiros que a eternidade.
vidaram-me para um programa atraen­ me separaram de meus companhei­ Sei, por experiência pessoal, o va­
te durante a nossa folga. Só depois ros, empurrando-me mais para o fun­ lor de te r pais generosos que cons-
de estarmos a caminho é que eu do do carro. E ali pude ver um grupo troem em torno dos filhos o escudo
percebi que eles não eram boas com­ de jovens sim páticos, alguns senta­ protetor da fé em nosso Senhor e
panhias para mim. Foi então que des­ dos e outros de pé. Imediatamente, Salvador Jesus C risto. Testifico-vos
cobri o verdadeiro m otivo do con­ vendo-me ali em sua companhia, um que ele funciona. Não deveria todo
vite — os meus padrões que eles deles perguntou: — Olá, fu zile iro ! filh o de Deus te r esta oportunidade
conheciam. Eles sabiam que eu es­ Nós somos mórmons. O que sabe a na vida — iniciar cada dia ouvindo

Outubro de 1974 41
Construa seu
Escudo da Fé
o pai abençoar o seu lar, dando-lhes
esse escudo de fé protetor, ao saí­
rem de casa para cuidar de seus
afazeres?
Presidente Kimball, de público eu
Comprometidos
aceito o chamado para servir
Senhor. Sei que seu chamado é di­
vino. Sei que possui dentro de si os
ao
a Servir
mesmos atributos que distinguiam
José, na antigüidade, do faraó do
Egito, o qual declarou a seus servos
Nova autoridade geral responde
que ali estava um homem em quem
habitava o espírito de Deus. (Ver
ao seu chamado.
Élder J. Thomas Fyans
Gên. 41:38)
Assistente do Conselho dos Doze
Espero e oro para que, de alguma
forma, eu seja capaz de, com meu
serviço neste quorum, ajudá-lo a
levar o pesado fardo que carrega.
Presidente Benson, eu o amo e piritual.
aprecio, bem como a sua grande lide­ Através do Velho Testamento e da
rança. Estou devotado a se rvir no Pérola de Grande Valor, partilhei de
reino de nosso Pai nos céus. Empre­ uma visão profética da vinda do

$
gue-me em qualquer coisa para a Salvador. As bênçãos, responsabili­
qual eu seja capacitado. dade e o desafio de Abraão e sua

N
E quanto aos dois grandes colegas posteridade estão agora mais clara­
com quem trabalhei tão de perto, o mente implantados em mim.
Élder Hanks e Élder Faust, desen­ Através do Novo Testamento, re­
volveu-se entre nós uma amizade tornei para Belém ao lado da man­
toda especial. Quanta paciência tiv e ­ jedoura; vi, m entalmente, sagrados
ram para treinar-me nas coisas que eventos refletidos nas águas do Mar
eu deveria fazer nesses grandes cha­ da Galiléia, inclinei em gratidão
mados. Quero expressar-lhes minha minha cabeça perante o sepulcro va­
asci de bons pais e, embora zio, e todos esses acontecimentos

N
gratidão e agradecimento.
E a todos que hoje ouvem minha se encontrem já do outro me aproximaram um pouquinho mais
voz, declaro meu testemunho de que lado do véu, tenho certeza de dos céus.
Deus vive, que Jesus é o C risto, e que minha mãe angelical e meu santo Através do Livro de Mórmon, pude
que Spencer W. Kimball é de fato pai se regozijam com este chamado. ver as bênçãos da obediência, e os
um profeta do Senhor. Vinde e juntai- Eu amo minha fam ília. sofrim entos provocados pela deso­
vos a nós. Permiti que vos ajudemos Nos últim os meses, por alguma bediência na posteridade dos espíri­
a construir o vosso escudo da fé, a razão, eu sentia um desejo insaciá­ tos eternos de Léhi e outros que
fim de poderdes viver com a tran­ vel de ler as Escrituras. Refletindo foram conduzidos a esta terra pro­
qüila certeza de haver uma forte sobre os acontecimentos especiais metida, fornecendo-me um panorama
linha de defesa entre vós e os po­ desta conferência, bem pode ser que do desejo de nosso Pai Celestial de
deres do maligno. Eu oro hum ilde­ o Santo Espírito, mencionado pelo promover e aperfeiçoar seus filhos,
mente em nome de Jesus C risto, Presidente Romney, achasse conve­ mesmo que seja pela adversidade.
Amém. niente esse tipo de preparação es­ Das páginas das Escrituras moder­

42 A LIAHONA
nas, reveladas nos prim órdios do rá pronto na próxima semana. Eu por meio de sua conduta exemplar.
estabelecimento do reino do Se­ amo meus colaboradores. Nossas cinco filhas, quatro delas
nhor em nossos dias, estas verda­ O prim eiro mandamento nos ensina casadas, e seus entes queridos, têm-
des parecem-me as mais oportunas: a amar o Senhor de todo o coração, se mostrado extremamente recepti­
“ ... três Sumos Sacerdotes Presi­ mente e força, “ E o segundo seme­ vos. E, influenciando favoravelmente
d e n te s ... formam o quorum da Pre­ lhante a este é: Amarás o teu pró­ esses espíritos eternos, minha mu­
sidência da Igreja," (D&C 107:22), e xim o como a ti m esm o.” (Mat. lher mostra seu amor pelo Senhor.
os Doze, “ sob a direção da Presi­ 22:37-39). Nós amamos nossos se­ Em toda minha vida de serviço na
d ê n c ia ... [d eve m ] edificar a igreja melhantes, nossos vizinhos; acho que Igreja, ela sempre demonstrou apro­
e regular todos os seus negócios em eles também nos amam. C ito como vação e incentivo com um sorriso.
todas as n a ç õ e s . . . " (D&C 107:33) evidência tortas de limão e saladas Homem algum poderia te r uma com­
“ E tudo o que falarem, quando sob a
inspiração do Espírito Santo, será
E s c ritu ra ... ” (D&C 68:4)
Ao sentir estas palavras serem
destiladas em minha alma, ponho-me
em reverente assombro diante des­
ses irmãos e le itos. Devo um re­
conhecimento especial aos quatro
membros do Conselho dos Doze que
servem como supervisores do Depar­
tamento de Comunicações Internas.
Devido à dedicação dos colegas,
as Escrituras de hoje — os sermões
destas conferências — estarão entre
as capas do Ensign que chegará aos
vossos lares, em fins de abril e
princípios de maio. Ponderando sobre
estas Escrituras modernas, podemos
saber a vontade do Senhor, a inten
Bancos do Tabernaculo.
ção do Senhor e a palavra do Senhor.
Neste momento, outro setor das feitas em casa com que nos presen­ panheira mais agradável e solidária.
Comunicações Internas está tradu­ tearam ontem. Ao Presidente Kimball e seus ins­
zindo simultaneamente estes dis­ Quando quitutes são trocados, da pirados conselheiros, ao Presidente
cursos em doze línguas. nossa casa para a deles, e da deles Benson e às testemunhas especiais
Espero que este pormenor não pa­ para a nossa, minha companheira que compõem o vosso quorum, en­
reça inoportuno; apresentei-o como eterna está correspondendo ao seu quanto vos ajudamos colocamos, so­
reconhecimento a outros colegas ma­ desejo de servir seus semelhantes. bre o altar diante de vós, nosso co­
ravilhosos. Tenho o prazer de comu­ Essas demonstrações visíveis são ração, alma mente e força. Unidos,
nicar que noventa e três por cento apenas uma indicação do que lhe vai meu companheiro e eu comprome­
dos materiais para uso no ano no íntimo. Ela está num plano supe­ temos tudo o que somos ao serviço
curricular que se inicia em setembro, rio r e constantemente estende sua do Senhor. Em nome de Jesus Cristo.
já estão disponíveis. O restante esta­ mão para elevar a mim e às filhas Amém.

Outubro de 1974 43
Num frígido dia de dezembro ú lti­

Os mo, reunimo-nos neste histórico Ta-


bernáculo para render homenagem e
trib u to a um homem a quem amáva­
mos, honrávamos e seguíamos — o

Caminhos nosso Presidente Harold B. Lee. Pro­


fético em seus pronunciamentos, v i­
goroso em sua liderança, dedicado no
servir, o Presidente Lee inspirava-nos

Por o desejo de a ting ir a perfeição. Ele


costumava aconselhar: “ Guardai os
mandamentos de Deus. Segui os ca­
minhos do Senhor."

Onde Um dia depois, num recinto muito


sagrado de um dos pavimentos su­
periores do Templo de Salt Lake, seu

Jesus
sucessor era escolhido, apoiado e
designado para suas sagradas obri­
gações. Incansável no trabalho, hu­
milde em sua maneira de ser, inspi­

Andou
rador em seu testemunho, o Presi­
dente Spencer W. Kimball pediu que
prosseguíssemos no rumo determ i­
nado pelo Presidente Lee. Usou as
mesmas palavras penetrantes: “ Guar­
dai os mandamentos de Deus. Segui

Cristo indicou-nos o rumo para os os caminhos do Senhor. Andai em


seus passos."
caminhos da vida que trilhamos.
Mais tarde, na mesma noite, passei
Élder Thomas S. Monson casualmente os olhos por um folheto
do Conselho dos Doze de turism o recebido dias antes. Fora
impresso em cores brilhantes e re­
digido de maneira bem persuasiva. O
leito r era convidado a vis ita r os fior-
ueridos irmãos, meu coração des da Noruega e os Alpes Suíços

%
Q está prestes a transbordar.

Vós e eu, neste dia memorá­


vel, fomos participantes do Espírito
num único giro tu rístico. Outra opção
acenava com uma visita a Belém — a
Terra Santa — berço do cristianism o.
A mensagem final do folheto con­
do Senhor Jesus C risto. Esta é a sua tinha este simples, mas imperioso
igreja. Ela leva o seu nome. Seu apelo: “ Venha e ande por onde ca­

X
profeta livrou-nos a todos, dos g ri­
minhou Jesus."
lhões desta terra para as alturas dos
Meus pensamentos voltaram-se
céus. Nossos corações empenhados para o conselho dado pelos profetas
sustentam-nos as mãos erguidas. O de Deus — o próprio Presidente Lee
reino de Deus avança seguindo seu e o Presidente Kim ball: “ Segui o
curso imutável eterno.

44 A LIAHONA
caminho do Senhor. Andai em seus Rolando vi também as águas léia ou por entre as colinas da Judéia
passos." Lembrei-me das palavras de Do grande, e fo rte rio Jordão. para andar por onde Jesus andou.
um poeta: Num sentido m uito real, todos po­
Hoje andei por onde andou Jesus, A li onde Jesus orou demos andar por onde Jesus andou,
Há muito, m uito tempo atrás De joelhos pude orar também enquanto passamos pela mortalidade,
Reverente e em passos lentos vou No Getsêmani, sem medo tendo nos lábios suas palavras, no
Seguindo a trilh a que Jesus tomou. Meu coração pôde dizer amém. coração seu espírito e em nossa vida
seus ensinamentos.
Nada ali mudou, tudo é o mesmo, Tomei do meu fardo, tão pesado Espero que possamos andar como
A mesma doce paz ainda enche o ar, E Jesus a meu lado caminhou; ele andou — confiantes no futuro,
Hoje andei por onde andou Jesus Subi as encostas do Calvário com fé constante no Pai e amor ge­
Sentindo sua presença a me tocar. Onde na cruz ele expirou! nuíno pelos outros.
Jesus conheceu o caminho do
Quão gratas lembranças nos desperta Hoje, andei por onde andou Jesus desapontamento.
A senda que a Belém conduz E o senti bem junto de mim! Poderá alguém apreciar seu la­
Da Galiléia, seus montes e colinas Daniel S. Twohig mento sobre a Cidade Santa? “ Je­
Percorridos e pisados por Jesus. rusalém, Jerusalém, que matas os
Não é preciso v is ita r a Terra Santa profetas, e apedrejas os que te são
Do Monte das O liveiras, cenas santas, para senti-la junto de nós. Não é pre­ enviados! Quantas vezes quis eu
Jesus as conhecia de antemão ciso caminhar pelas praias da Gali­ ajuntar os teus filhos, como a ga­
linha os seus pintos debaixo das
asas, e não quiséste?” [Lucas 13.34)
Jesus conheceu o caminho da ten­
tação.
O maligno, recorrendo a toda a
sua força, aos mais convidativos so-
fism as, procurou tentá-lo, quando
fam into depois de quarenta dias e
quarenta noites de jejum ; “ Se tu és
o Filho de Deus, manda que estas
pedras se tornem em pães." E a res­
posta: “ Nem só de pão viverá o
h o m e m . . . " e novamente: “ Se tu és
o Filho de Deus, lança-te de aqui
abaixo; porque está escrito: Que aos
seus anjos dará ordens a teu res­
p e i t o . .. ” A resposta: “ Também está
escrito: Não tentarás o Senhor teu
Deus.” E mais uma vez: “ ... os
reinos do mundo, e a glória d e l e s . ..
te darei se, prostrado, me adora-
r e s . . . ” O M estre replicou: “ Vai-te,
Satanás, porque está escrito: Ao
Senhor teu Deus adorarás e só a ele
s e rvirás.” [M at. 4:3-4,6-10)
Jesus conheceu o caminho da dor.
Pensai na agonia do Getsêmani:
“ ... Pai, se queres, passa de mim

Outubro de 1974 45
Os Caminhos Por Onde Jesus Andou
este cálice, todavia não se faça a 15:22) Lembremo-nos de que o cati­ fazê-lo. Basta segui-lo, pois é o ca­
minha vontade, mas a t u a . .. E posto veiro e a morte são o resultado final minho por onde ele anda.
em agonia, orava mais intensamente. da desobediência, enquanto a obe­ Meu prim eiro contato com este
E o seu suor tornou-se em grandes diência é recompensada com liber­ nosso profeta deu-se há vinte e
gotas de sangue, que corriam até ao dade e vida eterna. quatro anos atrás, quando eu era um
chão.” (Lucas 22:42,44) Nós, como Jesus, podemos conhe­ jovem bispo aqui na Cidade do Lago
E quem de nós poderia esquecer a cer o caminho do serviço ao próximo. Salgado. Certa manhã, ouvi uma voz
crueldade da cruz. Suas palavras: A vida de Jesus brilha como um atendendo-me ao telefone, “ Aqui fala
“ ... Tenho s e d e . . . Está consuma­ farol resplandecente de bondade, o Élder Spencer W. Kimball. Tenho
d o . . . ” (João 19:28,30) durante seu m inistério entre os ho­ um favor a pedir-lhe. Na sua ala, es­
Sim, cada um de nós andará pelo mens. Deu forças aos membros do condida por trás de um alto prédio
caminho do desapontamento, talvez aleijado, luz aos olhos do cego, audi­ na Quinta Avenida Sul, existe uma
devido a uma oportunidade perdida, ção aos ouvidos do surdo, e vida ao casinha-reboque onde mora Marga-
uma energia mal empregada ou um corpo do morto.
ente querido não doutrinado. O ca­ Suas parábolas pregam autoridade.
minho da tentação, também, será Com a do bom samaritano, ele en­
conhecido por todos nós. “ E é ne­ sinou: “ .. . Ama r á s . .. ao teu pró­
cessário que o diabo tente aos filhos xi mo... " (Lucas 10:27) Pela bon­
dos homens, ou estes não poderiam dade para com a m ulher adúltera,
ser seus próprios ár bi t r os . . . " (D&C ele ensinou compreensão compassi­
29:39) va. Na parábola dos talentos, ensi­
Da mesma forma temos que pas­ nou-nos a progredir e procurar a
sar pelo caminho da dor. Não é pos­ perfeição. Bem que poderia estar-nos
sível chegar ao céu com a maior preparando para seguirmos seu ca­
facilidade ou com o maior conforto minho. Se não, por que te ria dito?
e protegidos contra a dor. O Salva­ “ Vai, e faze da mesma maneira."
dor do mundo lá chegou depois de (Lucas 10:37)
muita dor e sofrim ento. Nós, seus Finalmente, ele conheceu o cami­
servos, não podemos esperar ser nho da oração.
mais que o M estre. O triun fo da Três grandes lições tiram os de
Páscoa tem que ser precedido da três orações im ortais. Primeiro, em
tragédia da cruz. seu m inistério: “ . . . Quando orardes,
Enquanto vencemos esses cami­ dizei: “ Pai, santificado seja o teu
nhos que nos trazem penoso s o fri­ n o m e . .. ” (Lucas 11:2)
mento, podemos andar também por Segundo, no Getsêmani: “ . . . não ret Bird, uma índia navajo viúva. Ela
caminhos que nos oferecem alegria se faça a minha vontade, mas a tu a .” se acha indesejável, perdida e inútil.
eterna. (Lucas 22:42) Será que o irmão e a Presidência
Como Jesus, podemos conhecer Terceiro, na cruz: “ . . . Pai, perdoa- da Sociedade de Socorro poderiam
também o caminho da obediência. lhes, porque não sabem o que fa­ procurá-la, estender-lhe a mão da
Não será fácil. “ Ainda que era zem. .. ” (Lucas 23:34) fraternidade e dar-lhe calorosas boas-
Filho, aprendeu a obediência, por É seguindo o caminho da oração vindas?" Assim fizemos.
aquilo que padeceu.” (Hebr. 5:8) que comungamos com o Pai e nos Aconteceu um m ilagre. M argaret
Façamos da herança que nos legou tornamos participantes do seu poder. Bird como que desabrochou em seu
Samuel o nosso lema: “ . . . eis que Teremos a fé, ou mesmo o desejo novo ambiente. Foi-se o desespero.
o obedecer é m elhor do que o sacri­ de seguir esses caminhos por onde A viúva fora visitada em sua aflição.
fica r; e o atender m elhor é do que Jesus andou; O profeta, vidente e Achara-se a ovelha perdida. Todos os
a gordura de carneiros.” (I Samuel revelador de Deus instou-nos hoje a que participaram desse terno drama

46 A LIAHONA
humano dele emergiram como um Pensemos no pescador de nome Christ, Portland, Oregon: Farrar Pu-
ser melhor. Simão, mais conhecido como Pedro blications, 1964, p. 604)
Na verdade, o verdadeiro pastor entre nós, o chefe entre os apósto­ E houve Saulo de Tarso, um letra­
foi o apóstolo consciencioso que, dei­ los. O cético, descrente e im petuo­ do, conhecedor dos escritos rabí-
xando as noventa e nove de seu m i­ so Pedro haveria de lembrar-se da nicos nos quais certos estudiosos
nistério, foi em busca da preciosa noite em que Jesus fo i levado pe­ modernos encontram tantas precio­
alma que estava perdida. Spencer W. rante o sumo-sacerdote. Estavam ali sidades. Por alguma razão, aqueles
Kimball seguiu o caminho por onde presentes os sacerdotes, cuja ga­ escritos não satisfaziam a necessi­
Jesus andou. Ele o fez daquela vez, nância e egoísmo o M estre reprova­ dade de Paulo, fazendo-o bradar:
e continua fazendo agora. ra, os anciãos cuja hipocrisia ele “ M iserável homem que eu sou! quem
Enquanto andarmos pelos caminhos estigm atizara, e os escribas cuja me livrará do corpo desta morte?"
trilhados por Jesus, atentemos para ignorância revelara. E lá estavam (Rom, 7:24) Então, certo dia, encon­
o som de seus passos. Procuremos também os saduceus, considerados trou Jesus e, eis que, todas as coi­
apertar a mão do C arpinteiro. Então como seus mais cruéis e perigosos sas se fizeram novas. Daquele mo­
chegaremos a conhecê-lo. Talvez nos inimigos. Foi a noite em que a m ul­ mento até o dia de sua m orte, Paulo
procure como desconhecido, sem tidão se pôs “ a cuspir nele (o Sal­ instava os homens a que se despo­
nome, como em outros tempos se vador), e a cobrir-lhe o rosto, e a jassem do “ velho h o m e m . . . ” e se
achegou aos que estavam às mar­ dar-lhe p un hadas... E os servidores revestissem “ do novo homem, que
gens do lago e não o conheciam. Ele davam-lhe bofetadas. (Marcos 14:65) segundo Deus é criado em verda­
nos diz as mesmas palavras: " . .Se­ Onde estava Pedro, aquele que deira justiça e santidade.” (Efésios
gue-me tu .” (João 21:22), designan­ prometera m orrer por ele e jamais 4:22,24)
do-nos a tarefa que tem a cum prir negá-lo? O registro sagrado revela:
O passar dos tempos não alterou
em nossos dias. Ele ordena, e aos “ E Pedro o seguiu de longe, até den­
a capacidade do Redentor de trans­
que lhe obedecerem, sejam eles sá­ tro do pátio do sumo sacerdote, e
form ar a vida dos homens. Assim
bios ou simples, ele se revelará nas estava assentado com os servido­
como falou ao Lázaro morto, ele fala
fadigas, conflitos e sofrim entos que res, aquentando-se ao lum e.” (M ar­
a vós e a mim: “ . . . sai para fora."
terão que suportar por causa dele; cos 14:54) Esta foi a noite em que
(João 11:43) Sair do desespero da
e por experiência própria, eles virão Pedro, cumprindo a profecia do Mes­
dúvida. Sair da tristeza do pecado.
a saber quem ele é. tre, realmente o negou por três ve­
Sair da morte da descrepça. Sair
Descobrimos que é mais que o zes. Em meio aos empurrões, vitu-
para uma nova vida. Renascer.
infante de Belém, mais que o filho périos e pancadas, o Senhor, na
do carpinteiro, mais que o maior agonia da sua humilhação e majes­ Ao fazermos isso e dirigirm os
mestre que já viveu. Viemos a co­ tade do seu silêncio, voltou-se e nossos passos pelos caminhos que
nhecê-lo como o Filho de Deus. Ele olhou para Pedro. Jesus trilh ou , lembremo-nos do tes­
nunca esculpiu uma estátua, pintou Conforme um dos cronistas des­ temunho dado por Jesus: “ Eis que
um quadro, compôs um poema ou creve a mudança, “ Foi o bastante. sou Jesus C risto, cuja vinda ao
dirigiu um exército. Jamais usou Pedro esqueceu o perigo, já não mais mundo foi anunciada pelos profe­
uma coroa, empunhou um cetro ou temia a morte. Saiu correndo nas tre ­ tas... sou a luz e a vida do mun­
teve sobre os ombros um manto real. vas ao encontro da alvorada. Aquele do...” (III Néfi 11:10-11) “ Sou o
Seu perdão não tinha lim ites, sua penitente estava, de coração partido, prim eiro e o últim o; sou o que vive;
paciência era inesgotável, sua cora­ diante do tribunal da própria cons­ sou o que foi m orto; sou o vosso
gem desmedida. Jesus transformava ciência, e ali sua antiga vida, sua advogado junto do Pai." (D&C 110:4)
os homens. Mudava seus hábitos, antiga vergonha, sua antiga fraqueza, A este testemunho junto o meu:
opiniões e ambições. Modificava seu seu antigo eu foi condenado à morte Ele vive. O seu profeta foi apoiado
temperamento, disposição e nature­ por aquele arrependimento divino que hoje — o Presidente Spencer W.
za. Ele transformava o coração dos fez surgir um novo ser mais nobre.” Kim ball. Isso te s tific o em nome de
homens. (Frederic W. Farrar, The Life of Jesus C risto. Amém.

Outubro de 1974 47
Conferência de Áreas Planejadas
-Brasil e Argentina-

ais duas conferências gerais de área A conferência em São Paulo envolverá

M da Igreja, desta vez na Am érica do


Sul, foram anunciadas pela Primeira
Presidência.
mais de 41.000 m em bros da Igreja pertencentes
às quatro m issões e nove estacas localizadas
no Brasil.
As conferências serão realizadas em dois A conferência de Buenos A ire s destina-se
fin s de semana consecutivos durante o fim de aos 58.500 membros pertencentes às quatro
verão-princípio de outono do ano que vem em m issões e cinco estacas da A rgentina, uma
São Paulo, Brasil e Buenos A ire s, A rgentina, missão e duas estacas do Uruguai, uma missão
afirm a a Prim eira Presidência numa carta d iri­ e uma estaca do Chile, e dos d is trito s de
gida aos líderes da Igreja nos países envolvidos. missão do Paraguai.
A conferência de São Paulo acontecerá na Estas são respectivam ente a quinta e sexta
sexta-feira, sábado e dom ingo, 28 de fevereiro, conferência de área organizadas pela Igreja
1° e 2 de março, sob a direção da Primeira como m eio de colocar a liderança da sede geral
Presidência e presença de outras Autoridades em contato pessoal com os m embros nas diver­
Gerais. A Igreja convida todos os membros das sas partes do mundo.
estacas e m issões do Brasil para com parece­ A prim eira dessas conferências fo i reali­
rem a essa conferência. zada em M anchester, Inglaterra, em 1971, e as
O mesmo grupo de A utoridades Gerais seguintes na Cidade do M éxico em 1972, e
prosseguirá para Buenos A ire s a fim de d irig ir M unique, Alem anha, em 1973. A conferência de
a conferência que ali será realizada na sexta- 1974 está programada para 16,17 e 18 de agosto
feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de março, para em Estocolmo, Suécia, para os membros dos
a qual estão convidados todos os m embros da três países escandinavos e da Finlândia.
Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. O programa das duas conferências sul-ame­
Todos os três membros da Prim eira Presi­ ricanas é sem elhante aos das outras conferên­
dência assinaram as cartas anunciando a con­ cias já realizadas, proporcionando treinam ento
ferência, e que se destinavam aos presidentes de liderança, conselhos e sp iritu a is e inspiração
de estaca, presidentes de m issão, presidentes aos m em bros da Igreja e seus líderes nos
de d is trito , bispos e presidentes de ramo. países em questão.
A Prim eira Presidência enviou também car­ A conferência prevê um programa social
tas aos líderes de estaca e m issão no Peru, na noite de sexta-feira, sessões gerais no sá­
Bolívia, Equador, Colôm bia e Venezuela, in fo r­ bado de manhã e à tarde, sessões de grupo
mando sobre as duas conferências sul-ame­ especiais no sábado à noite, e duas sessões
ricanas. gerais de encerram ento na manhã e tarde de
“ Havendo m em bros da Igreja em suas res­ domingo.
pectivas ju risdiçõ es que quiserem com parecer, Além dos num erosos líderes locais que
eles serão bem-vindos em qualquer das duas participarão da conferência, haverá números
conferências. Contudo, não devem sentir-se m usicais fornecidos por grandes coros com­
obrigados a fazê-lo," observa a Prim eira Presi­ postos de m em bros dos vários países envol­
dência. vidos.

48 A LIAHONA
gerais de área,
a primeira no Brasil
e a segunda na
Argentina.
Primeiro Encontro Regional
Mórmon
de Relações Públicas m

Primeiro Encontro Regional Mórmon de sobretudo, a visão da comunidade no que con­

0 Relações Públicas da Missão Brasil


Porto Alegre, foi realizado recentemen­
te nos dias 17 e 18 de Agosto na sede da Es­
taca de Porto Alegre.
cerne à crença Mórmon, bem como difundir o
Evangelho de Jesus Cristo.
Sobre este mesmo assunto assim se ex­
pressou a Folha da Tarde de Porto Alegre em 19
O principal propósito foi trazer todos os de Agosto de 1974:
representantes de Relações Públicas das vá­
rias alas e ramos à Porto Alegre, para ensiná-
MÓRMONS FAZEM SEU
los e treiná-los com referência aos seus novos
1." ENCONTRO REGIONAL
deveres e responsabilidades como diretores
de Relações Públicas.
“Com o objetivo de melhorar as relações
A maioria das Alas e ramos da Estaca
entre a comunidade e a Igreja e reunindo 25
Porto Alegre Brasil e da Missão Brasil Porto
representantes de nosso Estado e de Santa Ca­
Alegre enviaram seus representantes para esta
tarina foi realizado, sábado último na Estaca de
convenção.
Porto Alegre, Igreja de Jesus Cristo dos Santos
Foram coroados de pleno sucesso os obje­
dos Últimos Dias (Rua Princesa Isabel, 300) o
tivos desta convenção.
1.° Encontro Regional Mórmon de Relações Pú­
Um comitê foi organizado com Henry Koch
blicas da Missão Brasil Porto Alegre. Os pro­
atuando como presidente, sob a direção de
fessores João Torgan e Wilma Bing Torgan são,
Antonio Carlos Martins da Silva, estudante
respectivamente, diretor de Relações Públicas
graduado no campo de Relações Públicas.
da Estaca e diretora da Missão Brasil Porto
Outros membros do comitê: João Torgan, Wil-
Alegre para o Estado.
ma Torgan, Sonja Furtado, Carmen Furtado,
Paulo Grahl, Pedro Bortoloto e o Élder Nick Os trabalhos foram abertos às 13 hs. com
Jenkins. presença de representantes do Governo do Es­
Foram enviados também convites à pes­ tado, pelo presidente da Missão Brasil Porto
soas proeminentes no campo de Relações Pú­ Alegre, Lynn A. Sorensen, que abordou o tema:
blicas de Porto Alegre. Renato de Souza Car- “Imagem e Progresso da Igreja no mundo
dozo, jornalista de renome foi convidado como atuar.
um dos oradores. O professor Carlon da cidade Os trabalhos foram coordenados pelo pro­
de Pelotas, também esteve presente, demons­ fessor Henry Carlos Koch. Falaram ainda o pro­
trando seu grande conhecimento de Relações fessor Cilon Dias Rodrigues, sobre relações pú­
Públicas. blicas numa instituição religiosa; Renato Car­
Ambos os oradores corresponderam total­ doso ressaltando o papel da pessoa como agen­
mente aos propósitos da reunião. A televisão, te de comunicação e o professor Antônio Car-
rádio, e jornal deram plena cobertura a este tos Martins que apresentou um manual de re­
importante acontecimento. lações públicas por ele elaborado assim como
Para a Igreja, isto é benéfico pois estamos um plano de relações públicas para a Igreja
verdadeiramente interessados em melhorar, Mórmon".

50 A LIAHONA
S &
Üíttiv
*
■*

Parte da assistência ouvindo explicações da Doutrina da Igreja. Aspecto da abertura dos trabalhos.

Até Breve, Presidente Oakes!


a noite de 1 de julho de 1974, embarcou rumo A té breve, Presidente Oakes!

N aos Estados Unidos, o Presidente Oakes e sua


família. Enquanto aguardavam no aeroporto o
Presidente Oakes, teve a gentileza de deixar com a
redação da “ A Liahona” , o seu endereço nos Estados
Unidos.
aviso de embarque, conta-nos o Presidente Salik, o casal
Oakes se mantinha firm e, embora emocionado, mas ao 4120 Berenice Place
cruzar o portão de embarque, pode ve-los com os olhos Los Angeles, C alifórnia 90031
banhados por um mar de lágrimas. Todos aqueles que USA.
tiveram o p rivilégio de desfrutar de sua amizade e ale­
grar-se com o seu constante sorriso, estão gratos pela
ajuda e grande impulso dado a então Missão Brasil
Norte.
Os m issionários e todos os membros da Missão
sempre encontraram no Pres. e S ister Oakes, ânimo e
entusiasmo no trabalho do Senhor. M uitas foram as suas
realizações cujos frutos agora colhemos. Presidente e
Sister Oakes têm um amor m uito especial pelo Brasil
e pelas nossas coisas. Ao p artir deixaram à todos os
brasileiros uma mensagem de amor e exaltação à nossa
Pátria. Entre outras coisas disse o Presidente:
“ O dia em que Deus o paraiso criou,
Tomou o m elhor da terra.
Juntou os filhos amados
E os colocou aqui no Brasil,
e term ina dizendo:
Duas terras temos sim, e duas sempre será.
Ao partir, longe estaremos, mas os
amigos, os abraços, os beijos.
Conosco eternamente fica rã o.”
E por isso e por considerá-lo um filh o desta terra, é
que nós dizemos: Presidente Oakes e familia.
“PORTANTO IDE, No período entre sua ressurreição e ascensão, o
Senhor deu instruções a seus discípulos tanto na
Galiléia como na Judéia, dizendo-lhes: “ Portanto ide,
ENSINAI TODAS AS ensinai todas as nações, batizando-as em nome do
Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-as a

NAÇÕES.. guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado;


e eis que eu estou convosco todos os dias, até à
consumação dos séculos. A m ém .” (Mateus 28:19-20)
Harry Anderson

Você também pode gostar