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1 - TRANSTORNOS MENTAIS:

• Transtornos de humor(Ex: Depressão);


• Transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de
substâncias psicoativas (Ex: Alcoolismo);
• Transtornos de personalidade(principalmente Borderline, Narcisista e
Antissocial);
• Esquizofrenia;
• Transtornos de ansiedade;
• Associações potencializam riscos (Ex:alcoolismo + depressão)
2) SOCIODEMOGRÁFICOS:
 Faixas etárias entre 15 e 35 anos e acima de 75 anos;
 Estratos econômicos extremos;
 Residentes em áreas urbanas;
 Desempregados (principalmente perda recente de emprego);
 Aposentados;
 Isolamento social;
 Solteiros ou separados;
 Migrantes.
3) PSICOLÓGICOS
 Perdas recentes;
 Perdas de figuras parentais na infância;
 Dinâmica familiar conturbada;
 Datas importantes;
 Reações de aniversário;
 Personalidade com traços significativos de
impulsividade, agressividade, humor lábil.
4) CONDIÇÕES CLÍNICAS INCAPACITANTES
 Doenças orgânicas incapacitantes;
 Dor crônica;
 Lesões desfigurantes perenes;
 Epilepsia;
 Neoplasias malignas;
 AIDS.
EXISTEM TRÊS CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DO
ESTADO EM QUE SE ENCONTRA A MAIORIA DAS
PESSOAS SOB RISCO DE SUICÍDIO:
1. AMBIVALÊNCIA - Muitas pessoas em risco de suicídio estão com
problemas em suas vidas e ficam nesta luta interna entre o desejo de
viver e de acabar com a dor psíquica. Se for dado apoio emocional e o
desejo de viver aumentar, o risco de suicídio diminuirá.
2- IMPULSIVIDADE - O suicídio pode ser também um ato impulsivo , podendo
este ser transitório e durar alguns minutos ou horas. Normalmente é
desencadeado por eventos negativos do dia-a-dia . Acalmando tal crise e
ganhando tempo, o bombeiro pode ajudar a diminuir o risco suicida.
3 – RIGIDEZ/CONSTRIÇÃO - Os pensamentos, os sentimentos e as ações estão
constritos , quer dizer, constantemente pensam sobre suicídio como única
solução e não são capazes de perceber outra maneira de sair do problema.
Pensam de forma rígida e drástica:”O único caminho é a morte”; “ Não há
mais nada o que fazer”. Parecida com esta visão é a “visão em túnel” , que
representa o estreitamento das opções disponíveis .
A maioria das pessoas com idéias de morte comunica seus pensamentos
e suas intenções suicidas.
O preparo para este tipo de  2) Equipe de Intervenção
socorro deve iniciar já quando do Imediata – Os que dominarem
recebimento do chamado. Atente melhor as técnicas de
para as seguintes regras para intervenção( Salto do Predador;
chegar já pronto ao local de Pulo do Aranha, Rapel
ocorrência: etc), devem escolher a técnica
mais adequada à ocasião,bem
 Levando em consideração as como se preparar para executá-
aptidões individuais, divida a la no melhor momento,se assim
a ocasião exigir. Lembrando que
equipe de socorro da seguinte em caso de vítimas que
forma em: ameaçam se jogar de uma
1) Negociador - Aquele socorrista ponte, essa equipe tem que ter
que estiver mais apto a conversar pelo menos um
com a vítima. A sua substituição componente, devidamente
deve ser evitada ao máximo, pois equipado, às margens do rio
este tende a conquistar a para um possível Salvamento
confiança da vítima. Aquático.
 À medida que for se aproximando do local da ocorrência, o motorista deve
desligar a luz rotativa e a sirene para não assustar a vítima. Lembrando
que estamos tratando de uma pessoa numa situação de extrema confusão
mental e, às vezes, até apresentando um quadro psicótico. Não raro, estas
vítimas pensam que estamos nos aproximando para punir ou mesmo para
prendê-la, e, para evitar isso, numa espécie de “vingança”, acabam
precipitando a sua morte.
 Nunca perder a vítima de vista, estar sempre atento aos seus passos. Por
isso, a posição correta para se estacionar a viatura é antes da vítima, nunca
após. Evite aproximar demais a viatura e evite aproximações bruscas.
 Isole imediatamente o local. Se for uma ponte, interdite-a imediatamente.
Afaste os curiosos.
 O negociador deve, sempre que possível, realizar uma rápida anamnese
interrogando algum amigo ou parente se a vítima já tentou suicídio antes;
se tem algum distúrbio psiquiátrico/psicológico conhecido; se toma algum
medicamento controlado; se o tem tomado regularmente; se tem ido ao
psiquiatra/psicólogo ou outra informação que julgar necessária. Porém
esta anamnese deve ser realizada o mais rápido possível, podendo ser feita
por outro membro da guarnição e depois informado ao negociador, que
pode sempre que confirmá-las quando da abordagem à vítima.
Avalie qual a melhor forma e a melhor hora para afastar objetos que estejam ao
alcance da pessoa e que possam ser usados numa possível agressão ou suicídio.
“Como você se sente ultimamente?” “ Existem muitos problemas na sua vida?” “
O que tem tentado fazer para resolvê-los”. Em geral, estas perguntas abrem espaço
para as pessoas falarem de si mesmas e de como estão lidando com as dificuldades.
A partir daí, se a pessoa demonstra estar cansada de viver, parece estar
querendo fugir, acha a morte atraente, ou quando o socorrista suspeita de que
exista a possibilidade de um comportamento suicida, os seguintes aspectos
necessitam ser avaliados:
 ESTADO MENTAL ATUAL - Parece estar sob efeito de alguma substância?
Apresenta discurso incoerente, porém com pensamentos sobre morte ou suicidio?
 PLANO SUICIDA ATUAL – Quão preparada a pessoa está, que grau de
planejamento e quão cedo o ato está para ser realizado.
 Sistema de apoio social da pessoa( família, amigos etc.).
Ao contrário da crença popular, falar a respeito de suicídio não inocula a ideia na
cabeça das pessoas. Elas ficarão muito agradecidas e aliviadas de poder falar
abertamente sobre o assunto e as questões que estão a atormentando.
A maioria das pessoas acredita que não é fácil perguntar para o outro sobre ideação
suicida e não se sente preparada para lidar com isso. Será mais fácil se você chegar ao tópico
gradualmente .
Procure saber se a pessoa tem um plano definido para se matar, se tem meios para fazê-lo
esse planeja fazê-lo prontamente.
Desde o início tente estabelecer um vínculo que garanta a confiança e a colaboração da
vítima, pois este pode ser um momento em que ele se encontra enfraquecido, hostil e nem
sempre está disposta a colaborar. Respeite a sua condição emocional e a situação de vida que
a levou a pensar sobre suicídio, sem julgamento moral, em atitude de acolhimento.
Algumas questões úteis são:
• Você se sente triste?
•Você sente que ninguém se preocupa com você?
Trabalhar sobre os sentimentos suicidas. Quanto mais abertamente a pessoa fala sobre
perda, isolamento e desvalorização, menos confusas suas emoções se tornam. Quando essa
confusão emocional cede, a pessoa pode se tornar reflexiva. Esse processo de reflexão é
crucial, ninguém se não o próprio indivíduo pode revogar a decisão de morrer e tomar a
decisão de viver.
COMO ABORDAR A VÍTIMA?
Focalize nos aspectos positivos da pessoa, fazendo-a falar sobre como problemas
anteriores foram resolvidos sem recorrer ao suicídio. É uma forma de motivá-la e ao mesmo
tempo recuperar a confiança em si mesma.
O profissional de emergência deve focalizar na ambivalência sentida pelo indivíduo em
risco de suicídio entre viver e morrer, até que gradualmente o desejo de viver se fortalece.
Tente explorar as várias alternativas ao suicídio, até aquelas que podem não ser soluções
ideais, na esperança de que a pessoa vá considerar ao menos uma delas.
Faça um contrato, negocie, aqui é o momento para usar a força do vínculo existente entre
você e a vítima. Extraia uma promessa sincera do indivíduo de que ele(a) não vá cometer
suicídio:
1. sem que se comunique com você;
2. por um período específico.
O objetivo é ganhar tempo até que a equipe consiga montar um plano de intervenção.
Negocie com sinceridade, explique e peça aval da vítima para todas as medidas a serem
tomadas.
Tente conseguir permissão da vítima para recrutar quem possa ajudá-la, em geral alguém
de sua confiança e depois entre em contato com essa pessoa.
Mesmo que a permissão não seja dada, tente localizar alguém que seria particularmente
compreensivo com o indivíduo. Procure, dentro do possível preservar o sigilo da vítima.
 Ouvir atentamente, com calma.  Interromper muito
 Entender os sentimentos da frequentemente.
pessoa(empatia).  Ficar chocado ou muito
 Dar mensagens não verbais de emocionado.
aceitação e respeito.  Dizer que está ocupado.
 Expressar respeito pelas  Fazer o problema parecer trivial.
opiniões e pelos valores da  Tratar a vítima de maneira que
pessoa. possa colocá-la numa posição de
 Conversar honestamente e com inferioridade.
autenticidade.  Dizer simplesmente que tudo vai
 Mostrar sua preocupação, seu ficar bem.
cuidado e sua afeição.  Fazer perguntas indiscretas.
 Focalizar nos sentimentos da  Emitir julgamentos(Certo X
pessoa. Errado), tentar doutrinar.
 Perguntar sobre tentativas  Desafiar a pessoa a continuar em
anteriores. frente.
 Dar falsas garantias.
 Jurar segredo.
A SEGUIR, APRESENTAM-SE, REGRAS GERAIS PARA MANEJO CLÍNICO
DOS INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DE PERSONALIDADE, MAIS
VOLTADAS PARA SITUAÇÃO DE CRISE E IMINÊNCIA DE INCORREREM EM
TENTATIVA DE SUICÍDIO:
 Nunca dê, nem permite que se dê medicamentos a vítimas que ameacem se
jogar de prédios, pontes etc.
 Mesmo sabendo que o comportamento suicida envolve motivações
conscientes e inconscientes, iniciar a abordagem pelos fatores
desencadeantes trazidos pelo paciente.
 Distorções cognitivas devem ser mostradas e trabalhadas, como por
exemplo, estreitamento de repertório, desesperança, pensamentos tipo tudo
ou nada e visão dos obstáculos como intransponíveis.
 Fortalecer a sensação subjetiva de “pertença” do indivíduo, em termos de
grupos, comunidades, instituições.
 Devem-se reforçar os vínculos saudáveis do paciente.
 Caso o indivíduo tenha usado uma tentativa de suicídio como maneira de
mudar o ambiente e/ou pedir socorro, trabalhar com a finalidade de
desenvolver outras estratégias, que não a tentativa de suicídio, para os
mesmos fins
 Não confundir neutralidade com passividade, ou seja, podem ser
necessárias medidas ativas por parte do socorrista.

Deve-se fazer uma intervenção sempre de maneira firme, sem


agressividade e sem um sentimento de punição. Reconheça as
dificuldades pelas quais a pessoa está passando, enalteça os aspectos
positivos que ela possui e não incite reações de raiva. Evite estimular
demandas por cuidados extremos e evite se aproximar demais se você
ainda não tem um plano para evitar o suicídio súbito.
 IDÉIAS SOBRE O SUICÍDIO QUE LEVAM AO ERRO:

“ Se eu falar/perguntar sobre suicídio, poderei induzir a vítima a isso.”

“ Ele está ameaçando suicídio apenas para me manipular.”

“Quem quer se matar, se mata mesmo e não avisa.”

“ O suicídio é um ato de covardia (ou coragem).”

“ No lugar dele, eu também me mataria.”

“ Depressão só dá em quem tem fraqueza de caráter.”


Esteja consciente! Para ajudar uma pessoa é melhor estar inteiro, consciente.
Nem sempre isso é fácil, mas é necessário. A consciência de si diminui a
vulnerabilidade diante das situações limites.A equação é a seguinte: poderei
ajudar melhor outra pessoa se eu mesmo sei me ajudar. Auto-estima não é algo
que se tem ou não tem. Ela pode ser desenvolvida.
FONTE:

MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS
ESTRATÉGICAS
ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE MENTAL
www.saude.gov.br

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