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DIREITO TRIBUTÁRIO

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
OBJETIVOS

Compreender as espécies tributárias e


identificar as fontes do direito tributário.
ROTEIRO

1. Definição legal do tributo


2. Espécies tributárias
DEFINIÇÃO LEGAL DO TRIBUTO

Art. 3º (CTN) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda


ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
prestação
cobrada mediante pecuniária
atividade
administrativa
plenamente
vinculada. TRIBUTO compulsória

em moeda
instituída em
lei
não constitua sanção de
ato ilícito
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Art. 145 (CF/88). A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou


pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras


públicas.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
◻ “Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional Tributário
brasileiro, que a Constituição inscreve nos seus arts. 145 a 162. Tributo, sabemos todos,
encontra definição no art. 3º do CTN, definição que se resume, em termos jurídicos, no
constituir ele uma obrigação que a lei impõe às pessoas, de entrega de uma certa
importância em dinheiro ao Estado. As obrigações são voluntárias ou legais. As primeiras
decorrem da vontade das partes, assim, do contrato; as legais resultam da lei, por isso
são denominadas obrigações ex lege e podem ser encontradas tanto no direito público
quanto no direito privado. A obrigação tributária, obrigação ex lege, a mais importante
do direito público, ‘nasce de um fato qualquer da vida concreta, que antes havia sido
qualificado pela lei como apto a determinar o seu nascimento.’ (Geraldo Ataliba,
‘Hermenêutica e Sistema Constitucional Tributário’, in ‘Diritto e pratica tributaria’, volume
L, Padova, Cedam, 1979). As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese
de incidência ou pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são a) os
impostos (CF, art. 145, I, arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as
contribuições, que são c.l) de melhoria (CF, art. 145, III), c.2) sociais (CF, art. 149), que,
por sua vez, podem ser c.2.1) de seguridade social (CF, art. 195, CF, 195, § 4º) e c.2.2)
salário educação (CF, art. 212, § 5º) e c.3) especiais: c.3.1.) de intervenção no domínio
econômico (CF, art. 149) e c.3.2) de interesse de categorias profissionais ou econômicas
(CF, art. 149). Constituem, ainda, espécie tributária, d) os empréstimos compulsórios (CF,
art. 148).” (ADI 447, Rel. Min. Octavio Gallotti, voto do Min. Carlos Velloso, julgamento em
5-6-1991, Plenário, DJ de 5-3-1993.)
IMPOSTOS
Tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa à vida do contribuinte, à sua atividade ou a seu
patrimônio – é o que se depreende do art. 16 do CTN.
Art. 145,§ 1º (CF/88) - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Art. 16 (CTN). Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Art. 17 (CTN). Os impostos componentes do sistema tributário nacional são
exclusivamente os que constam deste Título, com as competências e limitações nele
previstas.
Art. 18 (CTN). Compete:
I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se
aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes;
II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir,
cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.
IMPOSTOS
◻ Há várias classificações que podem ser adotadas para os impostos:

◻ a) Impostos Diretos e Indiretos: O imposto direto é aquele que não


repercute, uma vez que a carga econômica é suportada pelo
contribuinte, ou seja, por aquele que deu ensejo ao fato imponível (IR, IPTU,
IPVA, ITBI, ITCMD, etc.). Por outro lado, o imposto indireto é aquele cujo
ônus tributário repercute em terceira pessoa, não sendo assumido pelo
realizador do fato gerador. Vale dizer, no âmbito do imposto indireto,
transfere-se o ônus para o contribuinte de fato, não se onerando o
contribuinte de direito (exemplo: ICMS e IPI).

◻ b) Impostos Pessoais e Reais: Os impostos pessoais levam em conta as


condições particulares do contribuinte, ou seja, aquelas qualidades
pessoais e juridicamente qualificadas do sujeito passivo. Já os impostos
reais levam em consideração o próprio bem ou coisa, sem cogitar das
condições pessoais do contribuinte.
IMPOSTOS
◻ c) Impostos Progressivos, Proporcionais e Seletivos: A
progressividade traduz-se em técnica de incidência de
alíquotas variadas, cujo aumento se dá na medida em
que se majora a base de cálculo do gravame. A
técnica da proporcionalidade é obtida pela aplicação
de uma alíquota única sobre uma base tributável
variável. É um instrumento de justiça fiscal neutro, por
meio do qual se busca realizar o princípio da
capacidade contributiva. Por fim, a seletividade
pauta-se pela estipulação de alíquotas diferenciadas
para certos produtos e/ou serviços, para mais ou para
menos, com base na seletividade, em função da
essencialidade.
TAXAS
◻ De acordo com o estabelecido no art. 77 do CTN, taxa é o tributo que tem
como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte. Distingue-se, por isto, nitidamente, do imposto.
◻ Art. 145, §2º (CF/88) - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de
impostos.
◻ “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta,
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de
imóveis, não viola o art. 145, II, da CF.” (Súmula Vinculante 19)
◻ “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas,
diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança
condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as
instituiu.” (Súmula 545)
◻ "É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores
mobiliários instiuída pela Lei 7.940/1989." (Súmula 665)
◻ "O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante
taxa." (Súmula 670)
TAXAS
◻ Art. 77 (CTN). As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador
o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de
serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição.
◻ Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos
que correspondam a impôsto nem ser calculada em função do capital das
emprêsas. (Vide Ato Complementar nº 34, de 30.1.1967)

◻ Art. 78 (CTN). Considera-se poder de polícia atividade da administração pública


que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de
ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança,
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de
28.12.1966)
◻ Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
TAXAS
◻ Art. 79 (CTN). Os serviços públicos a que se refere o artigo 77
consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à


sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo
funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de


intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de


cada um dos seus usuários.
TAXAS
◻ Art. 80 (CTN). Para efeito de instituição e
cobrança de taxas, consideram-se
compreendidas no âmbito das atribuições
da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios, aquelas que, segundo
a Constituição Federal, as Constituições
dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito
Federal e dos Municípios e a legislação
com elas compatível, competem a cada
uma dessas pessoas de direito público.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

◻ É o tributo cuja obrigação tem como fato


gerador a valorização de imóveis decorrente
de obra pública. Distingue-se do imposto
porque depende de atividade estatal
específica, e da taxa porque a atividade
estatal de que depende é diversa. Enquanto
a taxa está ligada ao exercício regular do
poder de polícia, ou a serviço público, a
contribuição de melhoria está ligada à
realização de obra pública. Caracteriza-se,
ainda, a contribuição de melhoria por ser o
seu fato gerador instantâneo e único.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
◻ Art. 81 (CTN). A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados,
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e
como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.

◻ Art. 82 (CTN). A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes


requisitos mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes elementos:


(...)
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos
interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;

III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da


impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação
judicial
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
◻ São aquelas que a União Federal pode instituir com
fundamento nos art. 149 e 195 da Constituição. Dividem-se
em três subespécies, a saber: as do art. 149, que são as
contribuições de intervenção no domínio econômico, e as
contribuições de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, e as do art. 195, que são as contribuições de
seguridade social.

◻ Art. 149 (CF/88). Compete exclusivamente à União instituir


contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
contribuições a que alude o dispositivo.
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

◻ A vigente Constituição Federal, no capítulo


dedicado ao Sistema Tributário, estabelece que a
União poderá instituir empréstimos compulsórios
(art. 148, CF/88), (a) para atender a despesas
extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência e (b)
no caso de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional. Neste
último caso, a instituição do empréstimo há de
respeitar o princípio da anterioridade.
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

◻ Art. 148 (CF/88). A União, mediante lei complementar,


poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes
de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e
de relevante interesse nacional, observado o disposto
no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes
de empréstimo compulsório será vinculada à despesa
que fundamentou sua instituição.

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