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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE CONTABILIDADE E FINANÇAS

Análise das demonstrações financeiras, seu papel na decisão de


concessão de crédito: Caso da empresa Passos & Passos, Lda no
período 2018 – 2019.

Autora: Filomena Miranda

Tutora: Dra. Albertina José António

Luanda, 2021
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE CONTABILIDADE E FINANÇAS

Análise das demonstrações financeiras, seu papel na decisão de


concessão de crédito: Caso da empresa Passos & Passos, Lda no
período 2018 – 2019.

Autora: Filomena Miranda

Tutora: Dra. Albertina José António

Luanda, 2021
Termo de Aprovação

Eu, Filomena Miranda, certifico que as informações contidas nesse trabalho são
originais e de minha total e inteira responsabilidade________________________.

Tema: Análise das demonstrações financeiras, seu papel na decisão de concessão de


crédito: Caso da empresa Passos & Passos, Lda no período 2018 – 2019.

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao Instituto Superior Politécnico de Ciências
e Tecnologia como parte dos requisitos para
obtenção do grau de licenciado em
contabilidade e finanças.

________________________

Tutora: Dr. Albertina José António

________________________

Presidente do Júri

________________________

Arguente

________________________

Arguente

Luanda, 2021
DEDICATÓRIA

Às mentoras da minha formação, minhas duas tias, Elsa Jeremias (em sua memória) e
Ana da Conceição Seixas Guedes Pinto pelo apoio moral e financeiro incansável, pela
inspiração, pelo eterno orgulho da minha caminha, compreensão, ajuda, pela atenção
diária para a conclusão dos meus estudos.
AGRADECIMENTOS

Este foi um longo caminho, durante o qual existiram problemas e dificuldades, no


entanto, a ajuda e a motivação de várias pessoas possibilitaram que todas contrariedades
fossem ultrapassadas, alcançando consequentemente a conclusão desta dissertação.

À minha orientadora Dra. Albertina José António pela sua orientação, preocupação
disponibilidade e atenção que demonstrou na elaboração deste trabalho.

Ao Instituto Nacional De Gestão de Bolsas (INAGBE) por me conceder a bolsa de


Estudo durante os anos da minha formação.

Aos meus pais, Gilberto Miranda e Maria Quicuto, que sempre me ajudaram,
motivaram, e me incutiram os valores fundamentais para o alcance dos meus objectivos.
Aos meus irmãos por todo apoio.

À minha tia, Ana Pinto pelo encorajamento, auxílio, apoio, compreensão, e amor
incondicional, que me fizeram superar-se a cada dia, sem ela este seria um caminho sem
fim, no entanto, tu através da pessoa compreensiva, e voluntariosa que és, conseguiste
transformar este longo e difícil caminho, na estrada mais curta e agradável. Obrigado
pelo teu amor.

Ao meu melhor amigo, Fábio Júnior, pela força e apoio incondicional, ao Ilídio
Almeida, que sempre se mostrou disponível para ajudar-me ao longo do meu percurso
académico com as suas explicações e disponibilidade, à Paula Kapeyo pelo
companheirismo.

À minha restante família e amigos não mencionados, que também foram importantes
nesta fase da minha vida.

À todos da empresa Passos & Passos, Lda., particularmente ao Dr. Sezinando Passos e a
sua esposa Dra. Luísa Passos, pelo fornecimento de dados e materiais que foram
fundamentais para a elaboração deste trabalho

Por fim, queria também mencionar a minha tia Elsa Jeremias, já que sempre foi a minha
inspiração. Existem, pois, pessoas que mesmo ausentes nos conseguem orientar pelo
exemplo que deram, e muito do que eu sou hoje deve-se também a ela.

Muito Obrigado a todos!


RESUMO

Este trabalho aborda a análise das demonstrações financeiras e o seu papel na decisão
sobre e concessão de crédito. O mesmo faz um estudo de caso sobre a empresa Passos
& Passos, Lda. no período 2018 – 2019. O seu propósito é criar conhecimento que
reforce a ideia de que a uma decisão de crédito para ser segura, deverá apoiar-se
também na análise das demonstrações financeiras da empresa aspirante ao crédito,
como uma forma de proteger o património do credor. Os principais teóricos que servem
de suporte à pesquisa foram Iudícibus, Marion, Lousã e Salgueirinho, que cujas teorias
serviram de base à pesquisa. Como metodologia, optou-se por se fazer uma abordagem
qualitativa de caracter descritivo, onde os dados foram colectados mediante a pesquisa
documental com revisão bibliográfica com estudo de caso e como principais resultados,
ficou evidente que o hábito de apoiar a decisão de concessão de crédito na análise dos
documentos contabilísticos e nas demonstrações financeiras é um meio de evitar-se
riscos ao património do credor, pois esta prática minimizar situações de inadimplência.

Palavras-chave: Análise de crédito e demonstrações Financeiras.


ABSTRACT

This work addresses the analysis of financial statements and their role in the decision on
and granting credit. It makes a case study on the company Passos & Passos, Lda. in the
period 2018 – 2019. Its purpose is to create knowledge that reinforces the idea that a
credit decision to be safe should also be based on the analysis the financial statements of
the aspiring credit company as a way to protect the creditor's assets. The main theorists
who support the research were Iudícibus, Marion, Lousã and Salgueirinho, whose
theories served as the basis for the research. As a methodology, a descriptive qualitative
approach was chosen, where data were collected through documentary research with a
literature review with a case study and as main results, it was evident that the habit of
supporting the decision to grant credit in the analysis of accounting documents and
financial statements, it is a means of avoiding risks to the creditor's assets, as this
practice minimizes situations of default.

Keywords: Credit analysis and Financial statements.


ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................1

Delimitação da pesquisa ................................................................................................1

Justificativa ...................................................................................................................2

Problema .......................................................................................................................2

Hipótese ........................................................................................................................3

Objectivos da pesquisa ..................................................................................................3

Objectivo geral ..............................................................................................................3

Objectivos específicos ...................................................................................................3

Procedimentos Metodológicos .......................................................................................3

Universo da pesquisa .....................................................................................................4

População ......................................................................................................................4

Amostra ........................................................................................................................4

Amostragem ..................................................................................................................4

Estrutura da pesquisa .....................................................................................................5

Capítulo I: Fundamenta Teórica ....................................................................................6

1.1 Definição do termos e conceitos ..............................................................................6

1.1.1 As Demonstrações Financeiras .............................................................................6

1.1.2 Importância das Demonstrações Financeiras .........................................................7

1.1.3 Objectivos das Demonstrações Financeiras ...........................................................8

1.1.4 Políticas contabilísticas ...................................................................................9

1.1.5 Princípios da contabilidade ............................................................................ 10

1.1.6 Características da informação financeira ............................................................. 11


1.1.7 A contabilidade e os seus usuários ...................................................................... 12

1.1.8 Demonstrativos financeiros ................................................................................. 13

1.2 Análise das demonstrações financeiras ..................................................................17

1.2.1 Natureza da contabilidade e seu papel na tomada de decisão ............................... 17

1.2.2. Tomada de decisões ........................................................................................... 18

1.2.3 Método dos rácios ............................................................................................... 19

1.3 Crédito .................................................................................................................. 22

1.3.1 Créditos públicos ................................................................................................ 23

1.3.2 Créditos privados ................................................................................................ 24

1.3.3 Análise de crédito ............................................................................................... 25

1.3.4 Objetivos da análise de crédito ............................................................................ 25

1.3.5 Estruturas para análise de crédito ........................................................................ 25

1.3.6 Critérios para avaliação de crédito ...................................................................... 26

1.3.7 O que faz um analista de crédito ......................................................................... 27

CAPÍTULO II: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS ........................................................................................................... 29

2.1 Apresentação da Empresa ...................................................................................... 29

2.2. Análise e Interpretação dos Resultados ................................................................. 31

2.3. Cálculo dos indicadores económicos e financeiros ................................................ 33

Conclusão ................................................................................................................... 37

Bibliografia ................................................................................................................. 38
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DFC: Demonstração de fluxo de caixa

DRE: Demonstração de resultado de exercício

BP: Balanço patrimonial

NIC: Normas internacionais de contabilidade

PGC: Plano geral de contabilidade

DACP: Demonstração nas alterações no capital próprio

CP: Capital próprio


Introdução

O curso de contabilidade e finanças concede aos indivíduos nele formados, valências


que os permite exercer um conjunto variado de funções de carácter económico e
financeiro, dentro da empresa, que excusado é fazer-se citações das mesmas.

A título delimitativo, este trabalho foca nas competências dos contabilistas em, partindo
do ponto de vista da análise de balanço e das demonstrações financeiras, para se emitir
juízo de valor sobre a capacidade de uma empresa em restituir ou pagar um crédito
obtido.

O crédito tem uma importância vital para a dinamização da economia, pois, ele é um
meio através do qual as empresas conseguem capital para financiar investimentos na
produção, na constituição de fundo de maneio, no atendimento da necessidade de caixa
para obrigações de curto prazo, porém, a questão que se impões é saber se as empresas
que apresentam a preocupação de obtenção de crédito reúnem condições de restituir ou
honrar com os créditos obtidos, dentro dos prazos, previamente acordados.,

A questão da inadimplência (falta de cumprimento dos prazos de restituição do crédito


obtido, por parte do benificiário do empréstimo) tem sido um problema recorrente no
mercado financeiro mundial e, em Angola também se assiste a uma recorrência desse
fenômeno, com todas as suas consequências nefastas para a continuidade da empresa. A
título de exemplo, pode-se trazer o BPC (Banco de Poupança e Crédito) que se encontra
em falência técnica, devido à questão do incumprimento na devolução do crédito, pelos
seus clientes.

Devido à pertinência do assunto, este trabalho faz a avaliação da capacidade da empresa


Passos & Passos, Lda honrar com os créditos obtidos caso essa os viesse a obter no
período 2018 – 2019.

Delimitação da pesquisa

O presente trabalho delimita-se, quanto ao tema, A Análise das Demonstrações


Financeiras, Seu Papel Na Decisão De Concessão De Crédito, quanto ao local refere-se
à empresa Passos & Passos, Lda em Luanda, quanto ao tempo, refere-se ao período de
2018 e 2019.

1
Justificativa

Para os donos do capital, o dinheiro representa um dos activos mais importantes do seu
patrimônio, é com ele que este realiza as suas operações. Por essa razão, existe toda a
necessidade do mesmo ser colocado à salvo de riscos evitáveis, como é o caso da falta
de cumprimento das obrigações contratuais, por parte de alguns clientes que por razões
diversas apresentassem a possibilidade de não devolver ou pagar um crédito obtido.

A relevância social deste trabalho está no facto do mesmo, por meio do debate do tema,
produzir conhecimento que visa demonstrar que uma decisão de concessão de crédito
pode ser tomada de forma segura, de modo a minimizar o risco de inadimplência, desde
que o analista de crédito apoie a sua decisão de aceitar ou não conceder o crédito na
análise das demonstrações financeiras da empresa aspirante ou candidata ao crédito,
como uma forma de proteger o patrimônio do credor.

A nível das ciências, o presente trabalho se faz relevante, na medida em que o mesmo
contribuir na divulgação das ideias dos diversos autores pesquisados sobre o assunto.

A nível da academia este trabalho é relevante, uma vez que o mesmo tem a intenção de
juntar-se aos já existente sobre o tema e, criar condições para que os estudantes possam
criar interesse pelo tema e o rebater em futuros trabalhos.

Problema

Nem sempre as empresas têm capital suficiente para financiar as suas actividades ou
mesmo para atender a necessidades urgentes e, para resolver esse embaraço, existe a
possibilidade das mesmas recorrer ao mercado financeiro tradicional, com intuito de
satisfazer as suas necessidades de capital. Contudo, o que se tem verificado é que
grande maioria delas não possui capacidade económica e financeira para pagar ao
credor, o empréstimo obtido. Daí existir toda uma necessidade da decisão sobre
concessão ou não de crédito ser feita apoiando-se numa análise preliminar aos relatórios
contabilísticos como balanço e demonstrações de resultado e análise financeira da
empresa aspirante ao crédito.

Diante do quadro acima exposto, levantou-se a seguinte pergunta de partida:

Qual era a capacidade financeira da empresa Passos & Passos, Lda para honrar créditos,
no período 2018 – 2019, caso decidisse obtê-los?

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Hipótese

A empresa Passos & Passos, Lda não tinha capacidade financeira para pagar créditos,
no período 2018 – 2019, caso decidisse obtê-los.

Objectivos da pesquisa

Objectivo geral

Analisar a capacidade da empresa Passos & Passos, Lda de honrar créditos, no período
2018 – 2019, caso decidisse obtê-los.

Objectivos específicos

Fundamentar, por meio de conceitos teóricos o balanço e as demonstrações financeiras;

Avaliar os rácios financeiros da empresa Passos & Passos, Lda no período 2018 – 2019;

Emitir parecer sobre a capacidade da empresa Passos & Passos de honrar créditos, no
período 2018 – 2019, caso decidisse obtê-los.

Procedimentos Metodológicos

Esta pesquisa classifica-se, quanto à natureza, como básica, pois a mesma busca gerar
conhecimento que seja útil à ciência apoiando-se em um conhecimento já existente e
contribuir no que já se sabe sobre o assunto análise das demonstrações financeiras, seu
papel na decisão de concessão de crédito, sem ter a intenção de criar uma teoria nova.

As conclusões do estudo foram feitas mediante pesquisa do tipo qualitativa onde foram
interpretadas as informações geradas pela análise das demonstrações financeiras feitas
sobre os dados constantes dos balanços e demonstrações do resultado da empresa
Passos & Passos, Lda no período 2018 – 2019.

Os objectivos foram abordados segundo pesquisa do tipo descritiva. A pesquisa


descritiva tem como objectivo fazer a descrição das características de determinada
população ou fenómeno de uma dada experiência.

O problema foi abordado de maneira qualitativa, pois a resposta ao mesmo obtida


fazendo-se a interpretação ou emissão do parecer sobre capacidade da empresa
analisada em pagar créditos obtidos, caso essa decidisse assim fazê-lo no período 2018

3
– 2019, baseando nas informações dos rácios financeiros da empresa Passos & Passos,
Lda.

Quanto ao método teórico, foi utilizado o indutivo e dedutivo, o indutivo, pela


interpretação dos dados constantes dos documentos da empresa e o método teórico
dedutivo, por se ter feito revisão do que os teóricos pesquisados defendem sobre o
assunto.

Quanto aos procedimentos técnicos para levantamento dos dados, foi feito uma pesquisa
documental com revisão bibliográfica em documentos contabilísticos da empresa como
balanços e demonstrações e consequente análise de rácios.

Quanto às técnicas de tratamento dos dados brutos em informações, foi feita análise e
observação de conteúdos, onde se fez a análise e interpretação das informações contidas
nos documentos contabilísticos da empresa, a saber: balanço e demonstração de
resultados.

Quanto ao local de colecta dos dados, foi feita em Luanda, concretamente, na empresa
Passos & Passos, Lda.

Universo da pesquisa

População

É o conjunto de empresa da província de Luanda.

Amostra

A amostra é constituída por uma única empresa a Passos & Passos, Lda.

Amostragem

A amostragem é do tipo não probabilística, que é aquela em que os elementos


participantes da pesquisa são escolhidos sem se fazer o uso aos procedimentos
estatísticos.

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Estrutura da pesquisa

Este trabalho está dividido em três partes, a primeira é a introdução, parte em que são
abordados os elementos metodológicos que dão suporte ao estudo. A segunda, forma o
segundo capítulo, nela são apresentados os fundamentos teóricos que dão sustentação à
pesquisa e, por último, a terceira parte, forma o segundo capítulo, nela são discutidos,
analisados os dados e faz-se a conclusão do estudo.

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Capítulo I: Fundamenta Teórica

1.1 Definição do termos e conceitos

Para uma melhor compreensão dos termos em destaque no trabalho é imperioso


definirem-se alguns dos principais conceitos de maior relevância.

A contabilidade é o método de identificar, mensurar e comunicar informação, seja


económica, financeira, física ou social permitindo que seus usuários tomem decisões e
julgamentos adequados (Salas, 2005).

O balanço é um instrumento contabilístico que apresenta ou demonstra a posição


financeira da entidade num determinado período de tempo. O balanço para poder
retratar a respectiva situação, mostra de forma contabilísticas os activos (bens e direitos,
ou seja, aquilo que a organização possui), os passivos (as suas dívidas) e evidência a
diferença entre anos (Salas, 2005, p.13)

Salazar (2004) define os proveitos como aumentos nos benefícios económicos futuros
durante o período contabilístico na forma de utilização ou redução de activos ou da
contratação de passivos que resultem em diminuições de capital próprio, que sejam as
relacionadas com distribuições aos sócios ou accionistas.

1.1.1 As Demonstrações Financeiras

As demonstrações contabilísticas são relatórios que informam a situação patrimonial e


financeira de uma empresa num determinado período aos seus usuários para tomada de
decisões, sendo no entanto, imprescindível que seus dados sejam confiáveis a fim de
demonstrar a real saúde da empresa.

As demonstrações contabilísticas são a exposição resumida e ordenada dos principais


factos de um período registados pela contabilidade, segundo Iudícibus (2013).

As demonstrações financeiras são uma representação financeira esquematizada da


posição financeira e das transacções de uma entidade. São por esta razão, utéis, como
forma de proporcionar informação acerca da posição financeira, desempenho e
alterações na posição financeira de uma entidade a um vasto leque de utentes na tomada
de decisões económicas.

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A contabilidade tem como objectivo central proporcionar informação útil no contexto
da tomada de decisão por parte dos utilizadores dessa mesma informação.

Marion (2012, p.26) considera a contabilidade como um instrumento pelo qual ajuda a
administração de uma empresa nas tomadas de decisões, avaliando e analisando todos
os dados econômicos da organização a partir de relatórios. As demonstrações
contabilísticas se caracterizam como próprios relatórios ou sumários que evidenciam os
aspectos econômicos ou patrimoniais.

As demonstrações contabilísticas são ferramentas que transmitem as informações de um


modo mais resumido e simplificado, mas sem deixar de passar qualquer dado que se diz
importante.

Neves (2000, p.69) afirmam que: as demonstrações financeiras também são chamadas
de relatórios contabilísticos e são a fonte de informações para análise, servindo de base,
inclusive para avaliar possíveis investimentos. Para Ribeiro (1997) as demonstrações
financeiras são relatórios ou quadros técnicos que contêm dados extraídos dos livros,
registos e documentos que compõem o sistema contabilístico de uma entidade.

Compreende-se que as demonstrações contabilísticas são de suma importância para as


pessoas que compõem o cenário organizacional, desde o presente até o futuro, pois
possibilita o esclarecimento das acções económicas e informações patrimoniais da
empresa. As demonstrações contabilísticas também interessam ao público externo, tais
como accionistas, clientes, fornecedores, etc. Sendo estes usuários das demonstrações.

1.1.2 Importância das Demonstrações Financeiras

A contabilidade utiliza os demonstrativos contabilísticos para extrair todas as


informações elencadas a eles, essas ferramentas tanto usadas, são imprescindíveis na
hora de avaliar em que situação se encontra uma empresa. As demonstrações
contabilísticas fornecem uma série de dados sobre a empresa e análise de
demonstrativos é responsável por converter esses dados em informações.

Nesse âmbito é fundamental que os contabilistas e gestores saibam de facto analisar as


demonstrações contabilísticas, pois, são fontes riquíssimas de informações, não adianta
simplesmente elaborar as demonstrações é necessário saber analisá-las, levando em
conta que a análise não é somente feita através das contas patrimoniais, activo, passivo,
patrimônio líquido ou contas de resultados, despesas e receitas. O exame feito nesses

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demonstrativos também requer outros elementos como os índices contabilísticos que
são chamados por outros autores de índices económicos e financeiros.

Para Marion (2012) as demonstrações financeiras são utilizadas pela gestão da entidade
para prestar contas e levar informações sobre os aspectos económicos e financeiros aos
accionistas, credores governos e outros interessados... e apresentam informações úteis
que revelam suas operações durante um determinado período de tempo, e quando
analisadas facilitam a detenção dos pontos fortes e fracos encontrados na realização da
sua actividade operacional.

Neves (2000) reafirma que de posse dos demonstrativos contabilísticos tomaremos


conhecimento dos resultados obtidos e de vários outros dados da empresa. Por fim,
através da análise económica e financeira das informações, chegaremos a conclusões
mais consistentes sobre o real desempenho da empresa.

1.1.3 Objectivos das Demonstrações Financeiras

A utilidade para a tomada de decisão é entendida como objectivo primordial da


elaboração e apresentação das demonstrações financeiras na medida em que a eficácia
na afectação de recursos escassos por parte dos indivíduos, empresa, governos e
mercados será melhorada se quem tem toma decisões económicas tiver acesso à
informação que reflita o desempenho relativo das entidades, podendo deste modo
avaliar medidas alternativas com base nos respectivos riscos e retornos.
Consequentemente, a identificação da utilidade como objectivo fundamental das
demonstrações financeiras surge como medida que visa de incremento da eficácia da
própria economia.

Segundo Neves (2000, p.17), as demonstrações financeiras têm como finalidade:


proporcionar informação útil aos utilizadores; Avaliar a capacidade da entidade gerar
dinheiro e equivalentes de dinheiro e da tempestividade e certeza da sua geração:
informar sobre os recursos económicos controlados pela entidade, estrutura financeira,
liquidez e solvência.

Embora as demonstrações financeiras têm como objectivo dar informação de forma a


satisfazer as necessidades de informativas dos diversos utentes elas não proporcionam
todas as informações de que possam necessitar para tomar as suas decisões uma vez que

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retratam os efeitos financeiros de acontecimentos passados e não proporcionam
necessariamente informação não financeira.

Adoção deste objectivo pressupõe também a ideia de que as demonstrações financeiras


de cada entidade são um bem público a preservar que contribui para afectação óptima
dos recursos escassos da actividade económica e, em última instância para o bem-estar
social. Esta abordagem justifica o facto de se obrigar a referidas entidades a assumir o
custo da preparação e apresentação daquela informação.

As demonstrações financeiras são instrumentos utilizados pela contabilidade para expor


a situação económica e financeira da empresa e prover aos diversos utentes internos ou
externos as informações que servem de base para a tomada de decisões.

Para Neves (2000, p.17) as demonstrações financeiras para atingir os seus objectivos
devem fornecer informações relativas aos seguintes: Activos, Passivo, Capital Próprio
(CP), Rendimentos (Réditos e ganhos) e gastos (gastos e perdas) demonstração nas
alterações no capital próprio (DACP), fluxos de caixa.

1.1.4 Políticas contabilísticas

De acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade (NIC), as políticas


contabilísticas são os princípios, bases, convenções, regras e práticas específicas
aplicadas por uma entidade na preparação e na apresentação de demonstrações
financeiras.

Para Marion (2012) as políticas contabilísticas têm como objectivo garantir que as
demonstrações financeiras foram preparadas em obediência a bases que melhor se
adequam às necessidades dos utentes.

De acordo com Lousã e Salgueirinho (2015) as bases de apresentação das


demonstrações financeiras o PGC angolano prevê que estas sejam preparadas e
apresentadas na base da continuidade das actividades e do regime de acréscimo,
obedecendo aos princípios da contabilidade geralmente aceites: Da consistência,
materialidade, não compensação de saldos e comparabilidade.

Bases de apresentação das demonstrações financeiras

 Continuidade: As Demonstrações financeiras devem ser preparadas na base da


continuidade, a menos que a gerência tenha intenções de liquidar a entidade ou

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cessar a sua actividade, ou não tenha outra alternativa realista que não seja fazê-
lo.
 Acréscimo: Excepto quanto à demonstração de fluxos de caixa, as
demonstrações financeiras devem ser preparadas na base do acréscimo. Sob este
regime, os efeitos das operações e outros acontecimentos são reconhecidos
quando ocorrem (independentemente da data em que ocorra o respectivo
recebimento ou pagamento) sendo registadas e relatadas no período a que se
referem.

1.1.5 Princípios da contabilidade

Os profissionais da contabilidade e os utilizadores da informação financeira têm vindo


cada vez mais a reconhecer a necessidade da existência dos princípios normas,
procedimentos, que detenham aplicação generalizada.

Por ser uma ciência social, portanto não exacta, a contabilidade necessita de princípios
por meio dos quais sejam convencionados critérios uniformes de adoção obrigatória na
sua execução. Os mesmos encontram pautados no Plano Geral de Contabilidade (PGC),
nas orientações contabilísticas e interpretações técnicas, que orientam a preparação das
demonstrações financeiras de forma a transparecerem uma imagem verdadeira e
apropriada da empresa.

Os princípios funcionam como um padrão a ser seguido por todos os que se ocupam da
contabilidade, pois possibilitam que as técnicas contabilísticas sejam desenvolvidas
uniformemente.

Para que a informações contabilísticas contidas nas demonstrações financeiras seja de


qualidade e permita a comparabilidade, por parte dos agentes económicos, tornou-se
necessário que as empresas adaptassem um conjunto de princípios e de critérios que
deveriam ser seguidos uniformemente pelas empresas na execução das respectivas
contabilidades. Tudo isto implicou a definição prévia de regras no tocante à
nomenclatura das contas, ao seu âmbito e respectiva movimentação, assim como o
estabelecimento de critérios na valorização dos elementos patrimoniais e na forma de
determinar e apurar os resultados e, ainda, na elaboração das demonstrações financeiras
(Lousã e Salgueirinho, 2015)

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O Plano Geral de Contabilidade angolano (2017) define como sendo os princípios
contabilísticos geralmente aceites os seguintes:

 Consistência: A apresentação e classificação de itens nas demonstrações


financeiras devem ser mantidas de um período para outro.
 Materialidade: A informação é considerada material se a sua omissão puder
influenciar a decisão económica dos utentes baseada nas demonstrações
financeiras.
 Não compensação de saldos: Não devem ser efectuadas compensações de saldos
entre activos e passivos.
 Comparabilidade: De forma que a informação possa ser útil aos utentes estes
deverão ficar habilitados a:
a) efectuar análises comparativas para identificar tendências na posição
financeira da entidade e no resultado das suas operações;

b) efectuar comparações entre entidades.

1.1.6 Características da informação financeira

No cenário actual a necessidade de se conseguir informações adequadas e de simples


compreensão e acesso dentro das instituições empresariais recebe ampla importância.
Uma vez que as instituições empresariais procuram um plano de excelência cada vez
mais amplo perante seus investidores e accionistas, cada vez mais a informação criada
pela contabilidade tem tomado imensa importância. E essa informação pode ser do tipo
fiscal, financeira e de gestão (Plano geral de contabilidade, 2017).

O plano geral de contabilidade (2017) define como sendo as características da


informação financeira:

a) Relevância

A informação é relevante quando se torna necessária para a tomada de decisões por


parte dos utentes. A relevância influência as decisões económicas dos utentes ao ajudá-
los a avaliar acontecimentos passados, presentes ou futuros ou confirmar, ou corrigir as
suas avaliações.

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b) Fiabilidade

A informação é fiável na medida em que não enferme de erros materiais e de


preconceitos.

 Representação fidedigna: Representar fidedignamente os resultados e a posição


financeira da entidade;
 Substância sobe a forma: Reflectir a substância económica das operações e
outros acontecimentos e não meramente a sua forma legal;
 Neutralidade: Ser neutra, isto é, não influenciar uma tomada de decisão ou o
exercício de um juízo a fim de atingir um resultado ou efeito pré-determinado;
 Prudência: Ser prudente, isto é, resultar do uso de um determinado grau de
precaução no exercício dos juízos necessários para fazer estimativas requeridas
em condições de incerteza e os activos e proveitos não serem sobreavaliados e
os passivos e custos não serem sub-avaliados;
 Plenitude: Ser completa em todos os aspectos materiais. Para o efeito, entende-
se por materialidade o montante a partir do qual uma omissão ou inexactidão de
uma informação quantitativa influência as decisões económicas dos utentes
tomadas na base das demonstrações financeiras.

1.1.7 A contabilidade e os seus usuários

A contabilidade sempre esteve ligada à gestão da riqueza, pois desde o início da


civilização o homem sempre teve preocupação com sua riqueza. Para sobreviver, por
exemplo, buscou cercar-se de bens materiais que julgava necessário para perpectuar sua
espécie e, com sua evolução ao longo do tempo, passou a ter necessidade de
informações a respeito dessa riqueza que acumulava e gastava, pois, o mundo passou a
se estruturar em torno disso (Martini, 2013).

De acordo com Martini (2013, pag.5) as informações geradas pela contabilidade podem
ser objecto de análise de grande variedade de USUÁRIOS, internos ou externos às
entidades, com interesses, conhecimentos e objectivos diversos. Os usuários podem
apresentar interesses variados, razão pela qual as informações contabilísticas devem ser
suficientes para a adequada avaliação da situação patrimonial e financeira, e das
mutações sofridas patrimônio. Os principais usuários da contabilidade são:

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 Sócios ou proprietários (usuários internos) – avaliam o desempenho da
administração e a rentabilidade de seus investimentos;
 Investidores (usuários externos) – avaliam os riscos oportunidades de negócios;
 Fornecedores (usuários externos) – avaliam as condições financeira da empresa
e, assim, poderem decidir se irão fornecer mercadorias e serviços;
 Clientes (usuários externos) – avaliam se os fornecedores poderão ser os
parceiros ideias;
 Empregados (usuários internos) – avaliam a continuidade da empresa, a
capacidade de pagar salários, oportunidades e condições de negociar salários, se
a participação nos lucros foi devidamente calculada, etc.
 Governo (usuário externo) – importante usuário das informações contabilísticas,
pois, principalmente, verifica se a empresa está em dia com suas obrigações
tributárias;
 Instituições financeiras (usuários externos) - avaliam se a entidade tem
capacidade financeira e patrimonial para realizar operações de crédito;
 Concorrentes (usuários externos) – avaliam a capacidade financeira e de
negócios de uma entidade concorrente;
 Administradores (usuários internos) – são os que demandam por informações
contabilísticas com maior frequência e profundidade. As informações
contabilísticas subsidiam a tomada de decisões e permitem avaliar as actividades
da entidade.

1.1.8 Demonstrativos financeiros

É através da contabilidade que a empresa transmite a todos os interessados na sua


actividade a informação necessária e indispensável para que possam estar habilitadas a
analisar a situação da empresa.

Estás informações está consubstanciada nas chamadas Demonstrações financeiras. As


Demonstrações financeiras são relatórios contabilísticos que informam sobre a situação
das finanças de uma empresa que além de ajudar a organizar o orçamento auxiliam nas
tomadas de decisões, com base nelas é possível realizar a acumulação de impostos,
controlar o fluxo de caixa, realizar melhor os investimentos e conseguir gerir melhor
todos os aspectos do negócio (Magro e Magro, 2008).

13
As demonstrações financeiras referenciadas do plano geral de contabilidade, de
preparação obrigatória, são:

- Balanço;

- Demonstração de Resultados do Exercício;

-Demonstração de fluxo de caixa;

- Notas explicativas as contas;

O Balanço

Segundo Magro e Magro (2008), a noção do balanço evolui ao longo da história da


Contabilidade, desde a teoria pseudo personalista de Lucas Pecíolo até à teoria
reditualista de Gino Zappa. Assim, a noção actual é de influência patrimonialista.

Balanço, é a expressão da relação que existe entre o activo, o passivo e a situação


líquida, de uma entidade.

O balanço é o ponto de partida e de chegada do registo contabilístico.

O balanço é a um aglomerado de valores antitéticos em equilíbrio ou igualdade


numérica.

No inventário de uma empresa estão representadas duas massas patrimoniais gerais. O


activo e o passivo. No balanço estão representadas três massas patrimoniais gerais, o
activo, o passivo e o capital próprio (Magro e Magro, 2008).

O activo é o conjunto de bens e direitos, ou seja, recursos controlados por uma entidade
como resultado de acontecimentos passados e dos quais se espera que fluam para a
entidade benefícios económicos futuros;

O passivo é o conjunto de obrigações presente na entidade proveniente de


acontecimentos passados dos quais se espera que resultem em fluxos de recursos da
entidade incorporando benefícios económicos.

Segundo Magro e Magro (2008) o capital próprio de uma empresa é a diferença entre o
activo e o passivo desta empresa numa determinada data, ou seja, valor residual que
provém do valor do activo se deduzir o valor do passivo. Quando comparamos o activo
com o passivo de uma empresa podemos verificar três situações:

14
O activo maior que o passivo é a situação normal logo temático menos o passivo onde o
activo é igual ao passivo mais o capital próprio: (AP).

O activo igual ao passivo é a situação em que não existe o capital próprio porque o
activo menos o passivo é igual a zero:(A=P).

O activo menor que o passivo é a situação que não é desejável porque o activo menos é
igual a zero, logo activo + capital próprio é igual ao passivo:(AP).

Equação geral do balanço

Activo
Passivo + Capital
Próprio

Falando de outra forma o balanço é uma igualdade entre dois membros em que no
primeiro membro está representado o activo da empresa e no segundo membro o
passivo e o capital próprio da empresa num determinado momento. Ele compara o
activo e o passivo para conhecer o valor e a natureza do capital próprio. Esta
comparação constitui o Balanço (Magro e Magro, 2008).

Assim sendo o balanço constitui o quadro que evidencia a situação patrimonial e


financeira da instituição ou empresa no determinado momento, como também é a
demonstração contabilística destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente,
numa determinada data, a situação patrimonial e financeira de uma entidade. Ou uma
demonstração financeira, referida uma determinada data, dos bens activos, passivos e do
capital próprio da entidade, devidamente valorizados. O balanço tem como o objectivo
fornecer informações relativo ao estado económico e financeiro de uma entidade num
certo período Ex: Mês, trimestre, semestre e anual.

Classificação do Balanço

Segundo Magro e Magro (2008) o balanço pode ser classificado em:

 Inicial ou de Constituição: correspondem aos movimentos de abertura da


empresa;

15
 Ordinário: corresponde ao balanço feito no final do exercício económico que
corresponde ao ano civil;

 Finais ou de Liquidação: corresponde aos movimentos de encerramento de


uma empresa, em que todas as contas são saldadas, ficando todos os
movimentos reflectidos numa conta com a designação de “Resultados de
liquidação;

 Extraordinários: corresponde aos balanços feitos antes do final dos exercícios


económico, devido a qualquer decisão da administração/gerência da sociedade;

 Sintético: são os que tem só as contas do 1º grau;

 Analíticos: são os que tem outros graus de contas;

 Previsão: são os que trabalham com dados orçamentais.

Demonstração de Resultado

A demonstração de Resultado é o mapa demonstrativo da dinâmica patrimonial (Magro


e Magro 2008).

É um modelo contabilístico destinado a evidenciar a composição do resultado obtido


num determinado período de actividade de uma entidade.

a) Constituição

Da demonstração de resultados fazem parte os:

 Proveitos e Ganhos – São aumentos de benefícios económicos durante o período


económico;

 Custos e Perdas – São diminuição de benefícios económicos durante o período


económico.

b) Modelos de Demonstração de Resultados por natureza.

c) Modelo de Demonstração de Resultado por função.

16
Demonstração de Fluxo de Caixa

A demonstração do fluxo de caixa é uma demonstração contabilística destinada a


evidenciar como foi gerado e utilizado o dinheiro no período em análise. O objectivo
deste modelo contabilístico é o de apresentar informações acerca das alterações
históricas de caixa e seus equivalentes em cada período. Os fluxos de caixas durante o
período são classificados em operacionais, de investimento e de financiamento. De
notar que caixa compreende não só o dinheiro em caixa, mas também em depósitos à
ordem (Magro e Magro 2008).

1.2 Análise das demonstrações financeiras

As demonstrações financeiras dizem respeito aos relatórios construídos a partir dos


dados da empresa, as análises de balanços irão transformar esses dados em informações
mais condizentes com realidade da empresa.

Nesse sentido Marion (2012, p.166) diz que a análise das demonstrações contabilísticas
são importantes instrumentos gerenciais que permite aos administradores terem uma
visão mais ampla dos negócios da organização, garantindo que de certa forma os
recursos da empresa sejam aplicados de maneira eficiente e principalmente de acordo
com as metas e objectivos operacionais e institucionais da organização. As informações
contabilísticas devem ser desenvolvidas juntamente com a área administrativa da
empresa levando em consideração os factores que envolvem planeamento, execução e
análise de desempenho.

Iudícibus (2013, p.20) define a análise das demonstrações contabilísticas como uma arte
de extrair relações fiteis, para o objectivo económico que tivermos em mente, dos
relatórios contabilísticos tradicionais e suas extensões e detalhamentos.

1.2.1 Natureza da contabilidade e seu papel na tomada de decisão

De acordo com Iudícibus (2013) o sistema contabilístico abrange o registro dos eventos
económicos com principal finalidade de organizar, resumir informações que podem ser
consultadas em qualquer tempo e que fornecem o perfil económico em um determinado
período ao do ciclo de vida do negócio. Este sistema de contabilizar os eventos é
realizado pelos contabilistas, os quais, após classificá-los e registrá-los segundo as
normas vigentes.

17
Reiterando os contextos já expostos, a contabilidade é importante no processo de
decisão porque identifica onde, como e quando o dinheiro ingressa na empresa e foi
gasto, registrando, ainda, os compromissos que foram feitos. Dentro dessa perspectiva e
através da avaliação de desempenho da empresa, pode-se ter uma apreciação sobre as
implicações financeiras de escolher um plano de acção em vez de outro. A
contabilidade, ainda, ajuda a dirigir a atenção dos planos actuais, assim como às
oportunidades, e auxilia a prever os efeitos das decisões tomadas (Iudícibus, 2013).

É importante entender que as decisões devem ser tomadas antes, durante e depois que os
eventos económicos ocorrem, quando é possível conhecer o desempenho da empresa e,
então, compará-lo ao esperado.

1.2.2. Tomada de decisões

Frequentemente os responsáveis pela administração estão tomando decisões, quase


todas importantes, vitais para o sucesso do negócio, tais como: comprar ou alugar uma
máquina, preço de um produto, contrair uma dívida a longo ou curto prazo, quanto de
dívida contrair, que quantidade de material para stock comprar, reduzir os custos,
produzir mais, quais produtos cortar, quando investir em propaganda, quanto se ter de
disponibilidades, o ideal em capital de giro etc.

Segundo Migliogi (2006, p.39) tomar decisões faz parte de qualquer actividade humana,
desde a acção social mais simples e rotineira, à acção conjunta e complexa de qualquer
organização. Em cada situação poderão estar envolvidos problemas distintos com
diferentes níveis de dificuldade para se tomar uma decisão.

Miglogi (2006, p.39) defende que as decisões de gestão afectam directamente a


sobrevivência das empresas assim como a vida de todos que estão relacionados com a
mesma, sejam eles empregados, accionistas, fornecedores, clientes ou a própria
sociedade.

Por este motivo, o processo de decisão numa entidade é importante a uma escala maior
do que apenas para o seu ambiente interno.

A importância tomada de decisão nas entidades é muito clara é perceptível com


facilidade pois pode se verificar os diferentes rumos que cada empresa toma, o que elas
produzem, as políticas adoptadas, os diferentes problemas e a forma como cada uma
delas os ultrapassa, ou seja, todo andamento da entidade é determinado por uma

18
decisão. Porém, as entidades devem sempre sobre decidir sobre alguma coisa, muitas
vezes errarão, mas também na maioria das vezes tomarão óptimas decisões. Como é
comum observar-se mais vale uma decisão mal tomada do que uma decisão não tomada
(Migliogi, 2006).

O processo de tomada de decisão exige algumas competências entra as quais são de


destacar as seguintes: lucidez quanto ao problema, à sua importância e prioridade,
informação adequada, comunicação eficaz e controlo de execução.

A tomada de decisão é função chave das actividades de investimento e de


empreendimento, exigindo posicionamento estratégico para satisfazer dois parâmetros
empresariais clássicos primeiros o retorno esperado dos investimentos, e segundo o
risco associado ao negócio.

Migliogi (2006) exemplifica algumas das tomadas decisões económicas pelos diversos
usuários das demonstrações contabilísticas tais como:

 Decidir quanto comprar, vender ou manter um investimento em acções;


 Avaliar a administração quanto a responsabilidade que lhe tenha sido conferida,
qualidade de seu desempenho e prestação de contas;
 Avaliar a capacidade da empresa em pagar os seus empregados e proporcionar-
lhes outros benefícios;
 Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados
a entidade;
 Determinar políticas tributárias;
 Determinar a distribuição de lucros e dividendos;
 Preparar e usar estatísticas da renda nacional;
 Regulamentar as actividades das entidades.

1.2.3 Método dos rácios

De acordo com Lousã e Salgueirinho (2015, pag.248), o rácio, do latim ratio, é uma
grandeza ou quociente entre duas grandezas que têm relação entre si e que permitem
medir determinadas características da empresa e fazer comparações no tempo e no
espaço.

19
De acordo com os mesmos autores, de todos os métodos de análise, o método dos rácios
é o mais fácil de construir, o mais prático e o mais rico em conclusões, já que permite:

Obter informações sintéticas sobre aspectos que interessem a gestão empresarial;

Comparar:

 Valores assumidos no tempo pelo mesmo indicador;


 Contextualizar a empresa, comparando o valor dos seus indicadores com valores
padrão de empresas da mesma dimensão e características;
 Tirar conclusões sobre os fenómenos em estudo, bem como a evolução no
tempo.

Não podemos também esquecer as limitações de uma análise que se baseie somente em
rácios. São instrumentos, quantificam factos, apontam indícios e detetam anomalias,
mas não explicam as causas (Lousã e Salgueirinho, 2015).

Rácios financeiros (equilíbrio financeiro, solvabilidade, endividamento...)

Dentro dos rácios financeiros podemos encontrar:

1. Rácios de estrutura: os rácios de estrutura medem a capacidade da empresa para


solver os seus compromissos a médio e longo prazos. Comparam os fundos
fornecidos pelos accionistas (capital próprio) com fundos obtidos junto dos
credores (capitais alheios). De entre os rácios de estrutura podemos considerar:
 Rácio de solvabilidade: expressa a capacidade da empresa para solver os seus
compromissos com terceiros na data do seu vencimento, isto é, à medida que se
forem vencendo.

Quanto maior o valor deste rácio melhor a empresa responde com os seus
compromissos com terceiros na data do seu vencimento.

Assim, valores inferiores a 1 quer dizer que a empresa não tem capacidade para
satisfazer as suas obrigações para com terceiros nos prazos previstos, valores superiores
a 1 significa que o valor do património da entidade é suficiente para cobrir todas as
dívidas da empresa, conforme a explicação de Lousã e Salgueirinho (2015).

20
 Rácio de autonomia financeira: indica-nos, por cada 100,00 kz aplicados na
empresa, quantos são próprios e quantos são alheios. Ou seja, mede a
participação dos capitais próprios no financiamento da empresa.

Este indicador varia entre 0 e 1. Zero é total dependência de terceiros, 1 é a autonomia


total, a empresa não recorre a qualquer capital alheio.

2. Rácios de liquidez: medem a capacidade da empresa para fazer face as suas


obrigações a curto prazo, permitem, pois, verificar se a empresa tem ou não
capacidade para pagar as suas dívidas na data do seu vencimento. Dentre esses
rácios podemos considerar:
 Liquidez geral: este rácio permite obter informações sobre a forma de cobertura
do activo circulante pelo passivo circulante. Se o valor apurado for superior a 1,
a empresa pode utilizar activos líquidos para pagar as dívidas a menos de 1 ano.

Rácios económicos (resultados, rentabilidade)

Estes têm a ver com a aptidão da empresa para produzir resultados positivos (lucros).
De um modo geral, estes rácios relacionam o resultado (lucro ou prejuízo) com os
capitais que o segregaram (Lousã e Salgueirinho, 2015).

Dentre os rácios económicos podemos destacar:

1. Rentabilidade do activo total: determina o nível de lucro que a empresa obteve


por cada 100,00 nela investidos. De notar que o activo a considerar é o activo
líquido, ou seja, o activo bruto depois de deduzidas as amortizações e provisões.
2. Rotação do activo total: mede o grau de eficiência de utilização dos activos. Um
valor elevado significará que, provavelmente, a empresa está a trabalhar perto do
limite da sua capacidade, um valor baixo pode significar subutilização dos
recursos.
3. Rentabilidade líquida das vendas: mede o lucro prejuízo por cada kz vendido.
Trata-se de um indicador fundamental já que o seu valor depende de dois
factores: o factor comercial e o factor industrial. Na verdade, a rendibilidade das
vendas melhora se a empresa mantiver o preço de venda e se reduzir o custo
unitário (factor industrial).

21
1.3 Crédito

Conforme Silva (1988), o crédito é uma palavra que deriva de credare, expressão latina
que significa confiar ou acreditar. O conceito de crédito, que será aplicado e
contextualizado neste trabalho, é o de colocar à disposição do cliente (tomador de
recursos) certo valor sob a forma de empréstimo ou financiamento, mediante uma
promessa de pagamento numa data futura. Mas, antes de disponibilizar ao seu cliente
qualquer quantia que o mesmo necessite, a instituição precisa saber exactamente qual o
risco que ela está assumindo com o mesmo. Por mais sólida que a instituição possa ser,
riscos desnecessários não devem ser assumidos, para que não venham a pôr em dúvida
sua liquidez e reputação. Todo e qualquer modalidade de crédito que parte de um sujeito
para outro tem um grau de risco. Risco é o grau de incerteza que envolve uma operação
de crédito. Está relacionado a possíveis perdas quando o contratante não honra seus
compromissos (por falta de pagamento) (Silva, 1988). Na realidade, o aspecto confiança
constitui um dos factores preponderantes na determinação da extensão de análise para
concessão de crédito. Crédito (do latim creditu) é a confiança que se tem em algo. No
campo das finanças em particular, é a confiança de que se vai receber de volta o
dinheiro emprestado. Aquele que empresta dinheiro a um indivíduo ou a uma
instituição, se chama credor, pois ele "crê" que receberá seu dinheiro de volta , segundo
(Silva, 1988)

A palavra Crédito pode ter diferentes significados ou interpretações. Dizer que uma
pessoa é digna de crédito é o mesmo dizer que confiamos nela. Aplicado ao sector
financeiro, estamos a falar do crédito bancário que mais não é do que uma relação
contractual entre duas partes:

 Banco ou instituição financeira;

 Cliente.

Para Silva (1988), pedir um crédito não é nada mais que pedir dinheiro emprestado,
antecipando o consumo do futuro para o presente (por contraponto, a poupança é adiar o
consumo do presente para o futuro). Para podermos antecipar o consumo é necessário
compensar o banco que nos empresta, em forma de juro. A compensação é devida
porque:

 Em vez de emprestar o banco pode investir o dinheiro e obter uma remuneração;

22
 Há risco do cliente não devolver o dinheiro, pelo que o banco se quer proteger.
Quanto maior for o risco maior será a taxa de juro do empréstimo.

Quais as Vantagens de Pedir Crédito

Quem pede dinheiro emprestado está a procurar satisfazer uma necessidade, seja
essencial, ou seja, superficial. Assim, podemos destacar um conjunto de vantagens do
crédito:

 Antecipar a satisfação de uma necessidade;

 Realização de investimentos criadores de valor;

 Satisfação de emergências (como despesas de saúde, por exemplo).

É certo que para avaliar se o crédito é bom ou mau tem de conhecer o seu custo e
avaliar se a sua utilidade que justifica pagar este custo. Em alternativa, poderia poupar o
dinheiro durante alguns meses e, depois, fazer a compra a pronto.

O Crédito Tem Desvantagens Que Podem Ser Perigosas

Apesar das vantagens enunciadas, o recurso ao crédito tem também alguns riscos e/ou
inconvenientes:

 Obrigatoriedade do pagamento de juros;

 Regras muito restritivas com penalizações graves por incumprimento;

 Potenciação de riscos e de descontrolo financeiro.

Inicialmente, ainda de acordo com Silva (1988) podemos posicionar duas grandes
categorias de crédito: Crédito Público e Crédito Privado.

1.3.1 Créditos públicos

Caracteriza-se como aquele destinado à cobertura de gastos governamentais com


educação, transporte, saúde, segurança, aspectos sociais e outras necessidades
orçamentárias. É o pressuposto com a feição de confiança, fidúcia que o Estado possui
para poder contrair dívidas. Ele é contraído junto a instituições financeiras que podem
ser de Direito Público (outros estados internacionais) ou de Direito Privado (bancos
internacionais de desenvolvimento, fundos monetários internacionais), que emprestam a
riqueza baseado na confiança que possuem no Estado.

23
1.3.2 Créditos privados

De acordo com Santos (2009) caracteriza-se como aquele utilizado por empresas
industriais, comerciais, de serviços, agrícolas e outras, para atendimento de suas
necessidades de investimento e capital de giro. O crédito desta natureza poderá ser
obtido de diferentes formas, destacando-se:

 Crédito bancário: obtido através da utilização de linhas de crédito em


estabelecimentos bancários, com destaque para os empréstimos de capital de
giro e as operações de descontos de duplicatas, principal fonte na obtenção de
recursos nas actividades industriais ou comerciais.

 Crédito financeiro: obtido por intermédio da utilização de linhas de crédito em


instituições financeiras, se destacam as operações especiais de empréstimo para
capital de giro e investimentos principalmente os de médio prazo.

 Crédito agrícola: caracteriza-se como aquele obtido por meio da utilização de


linhas de crédito em estabelecimentos bancários para aplicação em
investimentos ou operações do sector agrícola. O crédito agrícola, dada a sua
importância, recebe tratamento especial, contando inclusive com taxas
subsidiadas.

 Crédito consumidor: caracteriza-se como aquele obtido por pessoas físicas e


jurídicas por intermédio de instituições financeiras em que se destacam os
empréstimos para aquisições de bens, empréstimos pessoais e outros de curto e
médio prazo. O crédito ao consumidor para financiamentos de bens
semiduráveis constitui uma das principais fontes de crédito responsável pelo
volume de comercializações e, portanto, de produção industrial.

24
1.3.3 Análise de crédito

1.3.4 Objetivos da análise de crédito

Santos (2009) o objectivo da análise de crédito é fixar procedimentos de análise, de tal


forma que estes procedimentos identifiquem o grau de risco na concessão de crédito;
desenvolver ferramentas racionais e objetivas para identificar os riscos existentes nas
informações e dados dos clientes capazes de diminuir o risco de inadimplência. O
Departamento de Análise de Crédito tem como uma de suas funções reduzir a lista de
clientes que não comportam honrar negociações realizadas com a empresa. Ao mesmo
tempo, tem a obrigação de avaliar clientes e suas estruturas, a fim de fornecer crédito
para que os mesmos possam realizar suas transações com as empresas. A estruturação
orgânica da área de crédito e cobrança constitui um dos pontos que devem merecer
atenção especial da empresa, considerados seus diversos ângulos de análise. O grau de
atenção dispensado ao trabalho de crédito poderá traduzir-se em resultados
significativos à empresa, não somente em termos de minimização de perdas, mas
também em termos de eficiência, quando considerada a sua operação global. Todos os
membros da empresa devem estar comprometidos com a Análise de Crédito,
independentemente do cargo ou função que ocupe, tendo o comprometimento de todos
como, por exemplo, o departamento de vendas. Isso faz com que ocorra a redução de
processos que não serão concluídos no futuro, tal departamento terá o foco de suas
vendas em clientes com potencial realizando sua venda por completo. A busca por
informações concretas e corretas deve ser constante e tais informações serão essenciais
para a aprovação ou reprova da concessão de credito.

1.3.5 Estruturas para análise de crédito

Os aspectos relevantes devem ser devidamente ressaltados, como renda, investimentos,


linhas de créditos bancários, operações comerciais, prazos das operações comerciais e
outras informações relevantes que sirvam para a decisão da concessão de crédito.

De acordo com Santos (2009, p. 94), são cinco os objectivos da análise de crédito:

 Estimar a magnitude do risco do pagamento: avaliar se um devedor pagará


demoradamente ou não pagará, e que contas, provavelmente, serão ou não serão
pagas.

25
 Analisar outros riscos, para determinar se um cliente pode querer pagar, mas,
por estar endividado em demasia, falta-lhe capacidade para pagar (recursos).

 Determinar a saúde financeira para descobrir a condição financeira geral da


empresa. A empresa será capaz de cumprir suas obrigações com todos os seus
credores?

 Quais credores ou outros têm direitos sobre os activos e fundos da empresa?


Qual será a prioridade dos direitos da empresa credora em relação àqueles ou
outros credores?

 Verificar as perspectivas da empresa sobre planeamentos futuros. Seja interna ou


externamente, precisam ser feitas projeções de vendas, despesas, fluxos de caixa
e capacidade para gerar para cumprimento das obrigações.

1.3.6 Critérios para avaliação de crédito

Silva (2009) a análise de demonstrativos contabilísticos constitui trabalho de


importância significativa, a ser desenvolvido para fins de determinação de crédito.
Embora o limite de crédito seja decorrência de um somatório de factores e não apenas
um número obtido com base neste balanço, constitui instrumento de fundamental
importância no processo de concessão: Análise do grau de participação no balanço,
Análise de liquidez e rotação, Análise de participação ou endividamento, Análise de
resultados ou lucratividade.

 Análise do grau de participação no balanço: refere-se a identificações do grau de


participação de contas a receber, decorrente de operações em curto prazo
classificadas contabilisticamente sob o título de: Contas a Receber Duplicatas a
Receber, Clientes e outros mais específicos, segundo a natureza ou operação da
empresa objecto de estudo.

 Análise de liquidez e rotação: com o principal objectivo de analisar a capacidade


financeira da empresa. Devem-se considerar vários aspectos como análise do
capital de giro da empresa, seu activo e passivo circulante, índice de liquidez da
empresa, rotação de estoques, rotação de contas a receber, rotação de
fornecedores, interpretando muito bem os índices analisados. De modo geral,
porém, a identificação de níveis compatíveis com o segmento de mercado ou
tipo de negócio pressupõe a existência de uma boa situação financeira.

26
 Análise de participação ou endividamento: com o principal objectivo de medir o
grau de autonomia de uma empresa. Devem ser considerados aspectos como
grau de financiamento de terceiros (identificado sempre que a empresa não conta
com um nível adequado de capital próprio, ou necessita financiar grandes
volumes de activo permanente), grau de imobilização de capital de próprio
(onde em alto grau exigirá da empresa a captação de recursos para
financiamentos do seu capital de giro).

 Análise de resultado ou lucratividade: com o objectivo de medir a capacidade da


empresa, no tocante a sua geração de resultados de carácter operacional (a
obtenção de uma margem de lucro bruto considerado satisfatório constituiu
factor de importância para garantia de um resultado final positivo – lucro).
Devem ser observados factores como a margem de lucratividade operacional
(directamente relacionada à capacidade de lucratividade bruta da empresa e sua
carga em termos de despesas operacionais de carácter mercadológico e
administrativo), margem de lucratividade líquida (demonstra a relação entre o
resultado líquido final obtido pela empresa em confronto com o valor de vendas
líquidas). A obtenção de uma margem de lucro líquido satisfatória demonstrará a
capacidade de capitalização da empresa e consequente utilização dos recursos
gerados operacionalmente.

1.3.7 O que faz um analista de crédito

A segurança de lucro para a empresa é muito importante e os gerentes e donos de


empresas querem garantir o lucro, e se livrar de prejuízos. É por essa razão que
solicitam o trabalho de um analista de crédito, para que seu risco de ter prejuízo seja
menor. Dentro de uma empresa o analista de crédito tem a função de proteger a empresa
de possíveis prejuízos com relação a pagamentos de clientes. É por isso que sua função
é avaliar se a pessoa solicitante de um produto ou empréstimo tem renda suficiente para
pagar as parcelas da dívida que adquirir. Toda concessão de crédito é avaliada em risco
e retorno, por isso é que algumas empresas, principalmente as financeiras e os bancos
pedem um determinado prazo para que o analista de crédito possa fazer a avaliação e
ver se realmente ceder o valor do empréstimo ou deixar que ele leve o produto da loja.
O analista de crédito é um profissional bem solicitado pelas empresas, pois ele faz a
parte difícil que é a avaliação de crédito do cliente (Silva, 2009).

27
Como é feita a análise de crédito?

De acordo Giltman (2004) a Análise de Crédito pode ser feita tanto pelas pessoas
jurídicas (aquisições patrimoniais e financiamento de bens e serviços ou ainda
empréstimos para capital de giro) como pelas pessoas físicas (financiamentos de bens e
serviços, reformas patrimoniais e empréstimos para poder pagar dívidas) 

Funções

Em época de crise ou de crescimento, os analistas de crédito exercem um papel muito


importante no mundo financeiro; podem recomendar ou desaconselhar empréstimos a
empresas que passam por dificuldades momentâneas ou que queiram aumentar a sua
produção para aproveitar um bom momento do mercado (Giltman, 2004).

Os analistas de crédito são profissionais que examinam os pedidos de empréstimos de


cidadãos e de empresas, dando a sua opinião sobre a transacção. Estes profissionais
analisam as condições do candidato ao empréstimo, onde verificam se este pode ou não
honrar o compromisso ou se tem garantias que possam cobrir uma possível falha.

Depois de observados todos os pontos necessários, estes profissionais dão o seu parecer
ao banco ou à instituição financeira para o qual trabalham.

28
CAPÍTULO II: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS

2.1 Apresentação da Empresa

A empresa Passos e Passos, Lda é uma empresa de direito angolana fundada aos 24 de
Junho de 2005, tem a sua sede localizada no bairro Maculusso, rua Nicolau Castelo
Branco nº25-R/C, no município de Luanda, o seu objectivo social consiste na reparação
de viaturas, e seu volume de negócio é proveniente da manutenção de viaturas no
mercado nacional e faz a elaboração de projectos de climatização, fornecendo aparelhos
de assistência técnica.

Passos & Passos- Construção civil importação e


Denominação Exportação, LDA.
Nome da empresa Passos & Passos, LDA.
Data de constituição 24 de Junho de 2005
Forma Jurídica Sociedade por Quota
NIF 5402116326
Ramo de Actividade Prestação de Serviço
82900- Actividades de Serviços de apoio prestados ás
CAE empresas.
Classificação Micro Empresa
Nº de Certificação 8045
Rua Nicolau Castelo Branco - Bairro Maculusso, Nº 30,
Sede Município: Luanda, Província: Luanda.
Correio eletrónico oficinaspassos@hotmail.com
Telefone 926 842 222
FAX +224 991 228 422
Nºcolaboradores actuais 16 Colaborador e 3 Sócios

Visão

 Solucionar problemas em veículos com qualidade e confiança, buscando


inovações contínuas de novas tecnologias e garantir a satisfação aos clientes.
 Ser uma das mais competitivas oficinas de mecânica de
Angola, oferecendo Serviços de manutenção, reparação geral, auto com
qualidade garantida.

Valores

 Qualidade em primeiro lugar.


 Rapidez e satisfação no atendimento.

29
 Desempenho, dedicação ao trabalho e respeito ao cliente.
 Honestidade e preço justo.

Excelência

A Oficina Passos & Passos, Lda, pauta a sua relação com os clientes pela excelência dos
seus produtos, serviços e colaboradores, atingindo a excelência através dos mais
elevados padrões de qualidade, inovação, interagindo, respeitando as leis e normas, bem
como o cumprimento das demais legislações afectas a este sector de actividade em vigor
na República de Angola.

Credibilidade:

A estabilidade já alcançada no mercado permite oferecer uma relação de credibilidade


com os seus parceiros e clientes.

Foco no Cliente:

Valor de relevância para Passos & Passos, Lda, dado que o cliente representa a razão da
sua existência.

Responsabilidade Social:

Contribuir para o bem-estar das comunidades, e da sociedade em geral. Com este fim a
Passos & Passos, Lda, é membro de várias fundações que promovem o bem-estar social.

30
2.2 Análise e Interpretação dos Resultados

BALANÇO FINAL
Empresa: PASSOS E PASSOS, Lda
Demonstração em: 31 de Dezembro de 2019 Valores expressos em Kwanzas

Exercicios
Designação Notas
2019 2018
ACTIVO

Activos não correntes


Imobilizações corpóreas 4 20 428 639,26 19 700 000,35
Imobilizações incorpóreas 5 677 637,47 32 150,00
Investimentos em subs. e associadas 6 - -
Outros activos financeiros 7 - -
Outros activos não correntes 9 350 000,00 411 480,00
21 456 276,73 20 143 630,35
Activos Correntes
Existências 8 9 766 768,83 13 473 616,47
Contas a receber 9 27 839 675,26 52 138 910,25
Disponibilidades 10 3 083 392,23 17 387 639,82
Outros activos correntes 11 - -
40 689 836,32 83 000 166,54

Total do Activo 62 146 113,05 103 143 796,89

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital Próprio
Capital 12 50 000,00 50 000,00
Reservas 13 1 222 292,33 1 222 292,33
Resultados transitados 14 9 457 935,38 9 318 483,38
Resultados do exercício 1 722 392,32 244 041,00
12 452 620,03 10 834 816,71
Passivo não Corrente
Empréstimos de médio e longo prazos 15 - -
Impostos diferidos 16 1 231 857,02 979 994,92
Provisões para pensões 17 - -
Provisões para outros riscos e encargos 18 - -

Outros passivos não corentes 19 18 712 988,84 18 470 233,18


19 944 845,86 19 450 228,10
Passivo Corrente
Contas a pagar 19 1 272 720,00 7 401 435,58
Empréstimos de curto prazo 20 - -
Parte cor. dos empr. a méd e longo prazos 15 - -
Outros passivos correntes 21 28 475 927,16 65 457 316,50
29 748 647,16 72 858 752,08
Total do Capital Próprio e Passivo 62 146 113,05 103 143 796,89

O Técnico Oficial de Contas A Direcção Geral


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31
Empresa: PASSOS E PASSOS, Lda
Demonstração em: 31 de Dezembro de 2019 Valores expressos em Kwanzas

Exercicios
Designação Notas
2019 2018

Vendas 22 - -
Prestação de Serviços 23 83 118 965,87 95 059 716,85
Outros proveitos operacionais 24 296 606,40 138 358,00
83 415 572,27 95 198 074,85

Variação nos produtos acabados e em vias de fabrico 25 - -


Trabalhos para a própria empresa 26 - -
Custos das mercadorias vendidas e mat. consumidas 27 42 571 228,52 60 128 832,70
Custos com pessoal 28 24 737 020,54 18 922 585,31
Amortizações 29 242 755,66 718 579,31
Outros custos e perdas operacionais 30 12 874 959,75 14 775 708,88
80 425 964,47 94 545 706,20

Resultados Operacionais 2 989 607,80 652 368,65


- -
Resultados financeiros 31 - 529 047,34 - 303 738,65
Resultados de filiais e associadas 32 - -
Resultados não operacionais 33 - -

Resultados antes de impostos 2 460 560,46 348 630,00

Imposto sobre o rendimento 35 738 168,14 104 589,00

Resultados liquidos das actividades correntes 1 722 392,32 244 041,00

Resultados extraordinários 34 - -
Imposto sobre o rendimento 35 - -

Resultados liquidos do exericicio 1 722 392,32 244 041,00

O Técnico Oficial de Contas A Direcção Geral


_______________________________ _______________________________ ____________
32
2.3 Cálculo dos indicadores económicos e financeiros

Rácios Financeiros

Disponibilidade 3 083 392,23


Liquidez Imediata (2019) = Passivo corrente = 29 748 647,16 = 0,10

17 387 639,82
Liquidez Imediata (2018) = = 0,23
72 858 752,08

Comentário:

A liquidez imediata mede a capacidade de pagamento de uma empresa, contando apenas


com as disponibilidades em caixa, para que a empresa possa honrar com os seus
compromissos imediatamente, ou seja, mede a capacidade da empresa em honrar
compromissos de curto prazo à data do vencimento. Regra geral, o nível 0,9 é
considerado normal ou indica que a empresa está a ser bem gerida. Porém, para uma
avaliação realística, é conveniente levar-se em consideração o tipo de actividade da
empresa, a rotação das mercadorias e a política de cobrança em vigor na empresa.

Referindo-se própriamente à empresa PASSOS & PASSOS, LDA, nos períodos em


análise, a empresa apresentou níveis bastante baixos em relação àqueles que são
considerados normais (0,9 no mínimo). No ano de 2018 a sua liquidez imediata foi de
0,23 ou seja, este era o valor que a empresa PASSOS & PASSOS, LDA, tinha em caixa
para honrar cada 1 kz de divida para ser pago no curto prazo. No ano 2019 a situação
era comparativamente pior que a do ano anterior, pois Ela tinha em caixa, para honrar
cada 1 kz de divida curto prazo, apenas 0,10 cêntimos.

Quanto à liquidez imediata, pode-se dizer que, no período em análise a empresa


PASSOS & PASSOS, LDA, tinha pouco dinheiro no seu caixa.

Activo corrente−Existências 40 689 836,32−9 766 768,83


Liquidez Reduzida (2019) = = = 1,03
Passivo corrente 29 748 647,16

83 000 166,54−13 473 616,47


Liquidez Reduzida (2018) = = 0,95
72 858 752,08

Comentário:

O rácio de liquidez reduzida mede a capacidade da empresa de solver dividas de curto


prazo recorrendo apenas às disponibilidades e aos créditos, sem contar com os recursos
em caixa. Para este indicador, o nível médio aceitável é de no mínimo 1.1, ou seja, para

33
cada 1 kz de divida de curto prazo, empresa deve ter 1.1 kz provenientes das
disponibilidades mais a liquidez adquiridas dos pagamentos de créditos pelos clientes.

Olhando para a liquidez reduzida da empresa PASSOS & PASSOS, LDA, nos períodos
em análise, pode-se dizer que nos dois anos, quanto a esse indicador, o mesmo
encontrava-se em boa situação, pois os seus indicadores aproximavam-se dos níveis
considerados ideais, 0,95 no ano 2018 e 1,03, no ano 2019.valores muito próximos do
ideal ou 1.1. o que quer dizer que empresa tinha uma relactiva capacidade de honrar
dividas de curto prazo contando apenas com dinheiro proveniente do caixa e de dívidas
de clientes.

Activo corrente 40 689 836,32


Liquidez Geral (2019) = Passivo corrente = 29 748 647,16 = 1,3

83 000 166,54
Liquidez Geral (2018) = = 1,13
72 858 758,08

Comentário:

A liquidez geral é um indicador que mede a capacidade dos activos líquidos da empresa
em pagar dívidas de curto prazo. Para este indicador, um valor superior a 1, significa
que a empresa consegue cobrir dividas de curto prazo, usando os seus activos líquidos.

No da empresa PASSOS & PASSOS, LDA, este apresentou capacidade para cobrir
dividas de curto prazo, usando a liquidez geral, pois nos dois anos em análise, os seus
valores estavam acima de 1 o que significa que ela tinha capacidade de cobrir dividas a
serem pagas no curto prazo, usando todos os activos de maior liquidez
(disponibilidades, clientes e existência) em 1,13 em 2018 e 1,3 em 2019.

Activo corrente−Existências
Prazo de segurança de tesouraria (2019) = =
Passivo corrente
40 689 836,32−9 766 768,83
= 10,02
3 083 392,23

83 000 166,54−13 473 616,47


Prazo de segurança de tesouraria (2018) = = 3,99
17 387 639,82

Comentário:

O prazo de segurança de tesouraria mede o tempo em que a empresa consegue satisfazer


os seus pagamentos, de maneira regular.

34
No ano de 2018, a empresa tinha capacidade para pagar dividas, usando as
disponibilidades, por um período de 3,99 dias. No ano seguinte ou 2019, a sua situação
melhorou, a sua tesouraria tinha já uma capacidade de pagar dividas por um período de
10,02 dias, uma situação bem melhor.

Rácios de estrutura

Capitais próprios 12 452 620,03


Autonomia Financeira (2019) = = 62 146 113,05 = 0,20
Activo

10 834 816,71
Autonomia Financeira (2018) = 103 143 796,89 = 0,10

Comentário:

Este rácio avalia o peso dos capitais próprio no financiamento dos activos da empresa.
Quanto maior este for rácio, maior é a solidez da empresa e maior será a sua capacidade
da empresa em honrar com as dividas na data do seu vencimento. Este rácio também
indica a parcela de activos que é financiado por capitais de terceiros. A literatura sugere
que o capital próprio deve representar um terço do activo, ou seja 33%.

Relactivamente à empresa PASSOS & PASSOS, LDA, quanto à autonomia financeira,


no ano 2018 a mesma tinha uma autonomia financeira de apenas 10% e, no ano 2019
esta subiu para 20%. Os dois valores são abaixo dos 33%, considerados ideais.

Passivo 49 693 493,02


Endividamento ou dependência (2019) = Activo líquido = 62 146 113,05 = 0,79

92 308 980,18
Endividamento ou dependência (2018) = 103 143 796,89 = 0,89

Comentário:

Este é um indicador complementar do anterior, pois a soma dos valores é igual a 1.


Quando se avalia a dependência, endividamento inferior a 2/3 ou 66% são considerados
bons.

No caso da empresa PASSOS & PASSOS, LDA, o seu endividamento não pode ser
considerado bom, pois nos dois anos os seus valores estavam acima do considerado
ideal, 66%. No ano 2018, a dependência era de 89% e em 2019 melhorou um pouco,
passou para 79%, contudo, ainda permanecia muito dependente de capitais de terceiros.
Todavia, a análise da dependência organizacional não se pode deixar de lado o

35
conhecimento do tipo de empresa, pois empresas comerciais, por exemplo, têm a
característica de trabalhar por longo tempo com activos de terceiros.

Capitais próprios 12 452 620,03


Solvabilidade (2019) = = = 0,25
Passivo 49 693 493,02

10 834 816,71
Solvabilidade (2018) = = 0,11
92 308 980,18

Comentário:

Este rácio evidencia a proporção dos capitais investidos na empresa, quanto pertencem
aos sócios e quanto pertence a terceiros. Sendo que o recomendável é que o mesmo
esteja dividido, entre as duas partes, numa proporção de 50% para cada uma.

Verifica-se que nos dois anos, a empresa PASSOS & PASSOS, LDA, possuia baixa
capacidade de solver com as suas dividas, na data do vencimento, usando o seu capital
próprio. Os valores apresentados pela empresa estão muito longe dos 50% que a
literatura recomenda, pois ela apresentou 11% no ano de 2018 e uma melhor ligeira em
2019, situando este indicador em 25% .

36
Conclusão

Este trabalho buscou saber qual era a capacidade financeira da empresa Passos &
Passos, Lda para honrar créditos, no período 2018 – 2019, caso decidisse obtê-los.

Os objectivos propostos foram alcançados. O objectivo geral visou analisar a


capacidade da empresa Passos & Passos, Lda de honrar créditos, no período 2018 –
2019, caso decidisse obtê-los e, o mesmo foi concretizado. Por meio da análise dos
indicadores financeiros ou rácios, conseguiu-se produzir informações sobre a empresa
no período em questão.

Quanto aos objectivos específicos, também foram alcançados. Fundamentou-se, por


meio de conceitos teóricos o balanço e as demonstrações financeiras, satisfazendo o
primeiro objectivo específico. Foram avaliados os rácios financeiros da empresa Passos
& Passos, Lda no período 2018 – 2019, como um forma de se obter informações sobre a
capacidade da empresa em honrar créditos, realizando-se o segundo objectivo específico
e, para concretizar o terceiro e último objectivo específico que visou emitir parecer
sobre a capacidade da empresa Passos & Passos de honrar créditos, no período 2018 –
2019, caso decidisse obtê-los, somos de opinião que, em função dos números
apresentados pela empresa Passos & Passos, Lda. este tinha, sim, capacidade para
honrar créditos no período 2018 – 2019, caso decidisse obtê-los, pois nos dois anos
analisados, a sua liquidez geral cobria os valores a serem pagos no curto prazo, 1,13 em
2018 e 1,3 em 2019, para cobrir cada 1 kz de divida de curto prazo.

Portanto, quanto à hipótese, esta não foi confirmada, pois verificou-se que a empresa
Passos & Passos, Lda. tinha sim capacidade financeira para pagar créditos, no período
2018 – 2019, caso decidisse obtê-los. Contrariando a hipótese inicial que afirmava o
contrário.

Este estudo evidenciou a importância da análise dos documentos contabilísticos, assim


como a elaboração e análise dos indicadores económicos e financeiros da empresa,
como fundamentais para obter-se informações seguras sobre a empresa aspirante ao
crédito, como um caminho para se proteger o capital do credor, colocando o seu
património a salvo do risco de inadimplência por parte dos clientes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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https://reorganiza.pt/credito-o-que-e-e-para-que-serve.

http://situado.net/o-que-faz-um-analista-de-credito/.

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