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Luanda, 2021
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
Luanda, 2021
Termo de Aprovação
Eu, Filomena Miranda, certifico que as informações contidas nesse trabalho são
originais e de minha total e inteira responsabilidade________________________.
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Presidente do Júri
________________________
Arguente
________________________
Arguente
Luanda, 2021
DEDICATÓRIA
Às mentoras da minha formação, minhas duas tias, Elsa Jeremias (em sua memória) e
Ana da Conceição Seixas Guedes Pinto pelo apoio moral e financeiro incansável, pela
inspiração, pelo eterno orgulho da minha caminha, compreensão, ajuda, pela atenção
diária para a conclusão dos meus estudos.
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora Dra. Albertina José António pela sua orientação, preocupação
disponibilidade e atenção que demonstrou na elaboração deste trabalho.
Aos meus pais, Gilberto Miranda e Maria Quicuto, que sempre me ajudaram,
motivaram, e me incutiram os valores fundamentais para o alcance dos meus objectivos.
Aos meus irmãos por todo apoio.
À minha tia, Ana Pinto pelo encorajamento, auxílio, apoio, compreensão, e amor
incondicional, que me fizeram superar-se a cada dia, sem ela este seria um caminho sem
fim, no entanto, tu através da pessoa compreensiva, e voluntariosa que és, conseguiste
transformar este longo e difícil caminho, na estrada mais curta e agradável. Obrigado
pelo teu amor.
Ao meu melhor amigo, Fábio Júnior, pela força e apoio incondicional, ao Ilídio
Almeida, que sempre se mostrou disponível para ajudar-me ao longo do meu percurso
académico com as suas explicações e disponibilidade, à Paula Kapeyo pelo
companheirismo.
À minha restante família e amigos não mencionados, que também foram importantes
nesta fase da minha vida.
À todos da empresa Passos & Passos, Lda., particularmente ao Dr. Sezinando Passos e a
sua esposa Dra. Luísa Passos, pelo fornecimento de dados e materiais que foram
fundamentais para a elaboração deste trabalho
Por fim, queria também mencionar a minha tia Elsa Jeremias, já que sempre foi a minha
inspiração. Existem, pois, pessoas que mesmo ausentes nos conseguem orientar pelo
exemplo que deram, e muito do que eu sou hoje deve-se também a ela.
Este trabalho aborda a análise das demonstrações financeiras e o seu papel na decisão
sobre e concessão de crédito. O mesmo faz um estudo de caso sobre a empresa Passos
& Passos, Lda. no período 2018 – 2019. O seu propósito é criar conhecimento que
reforce a ideia de que a uma decisão de crédito para ser segura, deverá apoiar-se
também na análise das demonstrações financeiras da empresa aspirante ao crédito,
como uma forma de proteger o património do credor. Os principais teóricos que servem
de suporte à pesquisa foram Iudícibus, Marion, Lousã e Salgueirinho, que cujas teorias
serviram de base à pesquisa. Como metodologia, optou-se por se fazer uma abordagem
qualitativa de caracter descritivo, onde os dados foram colectados mediante a pesquisa
documental com revisão bibliográfica com estudo de caso e como principais resultados,
ficou evidente que o hábito de apoiar a decisão de concessão de crédito na análise dos
documentos contabilísticos e nas demonstrações financeiras é um meio de evitar-se
riscos ao património do credor, pois esta prática minimizar situações de inadimplência.
This work addresses the analysis of financial statements and their role in the decision on
and granting credit. It makes a case study on the company Passos & Passos, Lda. in the
period 2018 – 2019. Its purpose is to create knowledge that reinforces the idea that a
credit decision to be safe should also be based on the analysis the financial statements of
the aspiring credit company as a way to protect the creditor's assets. The main theorists
who support the research were Iudícibus, Marion, Lousã and Salgueirinho, whose
theories served as the basis for the research. As a methodology, a descriptive qualitative
approach was chosen, where data were collected through documentary research with a
literature review with a case study and as main results, it was evident that the habit of
supporting the decision to grant credit in the analysis of accounting documents and
financial statements, it is a means of avoiding risks to the creditor's assets, as this
practice minimizes situations of default.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................1
Justificativa ...................................................................................................................2
Problema .......................................................................................................................2
Hipótese ........................................................................................................................3
População ......................................................................................................................4
Amostra ........................................................................................................................4
Amostragem ..................................................................................................................4
Conclusão ................................................................................................................... 37
Bibliografia ................................................................................................................. 38
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
A título delimitativo, este trabalho foca nas competências dos contabilistas em, partindo
do ponto de vista da análise de balanço e das demonstrações financeiras, para se emitir
juízo de valor sobre a capacidade de uma empresa em restituir ou pagar um crédito
obtido.
O crédito tem uma importância vital para a dinamização da economia, pois, ele é um
meio através do qual as empresas conseguem capital para financiar investimentos na
produção, na constituição de fundo de maneio, no atendimento da necessidade de caixa
para obrigações de curto prazo, porém, a questão que se impões é saber se as empresas
que apresentam a preocupação de obtenção de crédito reúnem condições de restituir ou
honrar com os créditos obtidos, dentro dos prazos, previamente acordados.,
Delimitação da pesquisa
1
Justificativa
Para os donos do capital, o dinheiro representa um dos activos mais importantes do seu
patrimônio, é com ele que este realiza as suas operações. Por essa razão, existe toda a
necessidade do mesmo ser colocado à salvo de riscos evitáveis, como é o caso da falta
de cumprimento das obrigações contratuais, por parte de alguns clientes que por razões
diversas apresentassem a possibilidade de não devolver ou pagar um crédito obtido.
A relevância social deste trabalho está no facto do mesmo, por meio do debate do tema,
produzir conhecimento que visa demonstrar que uma decisão de concessão de crédito
pode ser tomada de forma segura, de modo a minimizar o risco de inadimplência, desde
que o analista de crédito apoie a sua decisão de aceitar ou não conceder o crédito na
análise das demonstrações financeiras da empresa aspirante ou candidata ao crédito,
como uma forma de proteger o patrimônio do credor.
A nível das ciências, o presente trabalho se faz relevante, na medida em que o mesmo
contribuir na divulgação das ideias dos diversos autores pesquisados sobre o assunto.
A nível da academia este trabalho é relevante, uma vez que o mesmo tem a intenção de
juntar-se aos já existente sobre o tema e, criar condições para que os estudantes possam
criar interesse pelo tema e o rebater em futuros trabalhos.
Problema
Nem sempre as empresas têm capital suficiente para financiar as suas actividades ou
mesmo para atender a necessidades urgentes e, para resolver esse embaraço, existe a
possibilidade das mesmas recorrer ao mercado financeiro tradicional, com intuito de
satisfazer as suas necessidades de capital. Contudo, o que se tem verificado é que
grande maioria delas não possui capacidade económica e financeira para pagar ao
credor, o empréstimo obtido. Daí existir toda uma necessidade da decisão sobre
concessão ou não de crédito ser feita apoiando-se numa análise preliminar aos relatórios
contabilísticos como balanço e demonstrações de resultado e análise financeira da
empresa aspirante ao crédito.
Qual era a capacidade financeira da empresa Passos & Passos, Lda para honrar créditos,
no período 2018 – 2019, caso decidisse obtê-los?
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Hipótese
A empresa Passos & Passos, Lda não tinha capacidade financeira para pagar créditos,
no período 2018 – 2019, caso decidisse obtê-los.
Objectivos da pesquisa
Objectivo geral
Analisar a capacidade da empresa Passos & Passos, Lda de honrar créditos, no período
2018 – 2019, caso decidisse obtê-los.
Objectivos específicos
Avaliar os rácios financeiros da empresa Passos & Passos, Lda no período 2018 – 2019;
Emitir parecer sobre a capacidade da empresa Passos & Passos de honrar créditos, no
período 2018 – 2019, caso decidisse obtê-los.
Procedimentos Metodológicos
Esta pesquisa classifica-se, quanto à natureza, como básica, pois a mesma busca gerar
conhecimento que seja útil à ciência apoiando-se em um conhecimento já existente e
contribuir no que já se sabe sobre o assunto análise das demonstrações financeiras, seu
papel na decisão de concessão de crédito, sem ter a intenção de criar uma teoria nova.
As conclusões do estudo foram feitas mediante pesquisa do tipo qualitativa onde foram
interpretadas as informações geradas pela análise das demonstrações financeiras feitas
sobre os dados constantes dos balanços e demonstrações do resultado da empresa
Passos & Passos, Lda no período 2018 – 2019.
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– 2019, baseando nas informações dos rácios financeiros da empresa Passos & Passos,
Lda.
Quanto aos procedimentos técnicos para levantamento dos dados, foi feito uma pesquisa
documental com revisão bibliográfica em documentos contabilísticos da empresa como
balanços e demonstrações e consequente análise de rácios.
Quanto às técnicas de tratamento dos dados brutos em informações, foi feita análise e
observação de conteúdos, onde se fez a análise e interpretação das informações contidas
nos documentos contabilísticos da empresa, a saber: balanço e demonstração de
resultados.
Quanto ao local de colecta dos dados, foi feita em Luanda, concretamente, na empresa
Passos & Passos, Lda.
Universo da pesquisa
População
Amostra
A amostra é constituída por uma única empresa a Passos & Passos, Lda.
Amostragem
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Estrutura da pesquisa
Este trabalho está dividido em três partes, a primeira é a introdução, parte em que são
abordados os elementos metodológicos que dão suporte ao estudo. A segunda, forma o
segundo capítulo, nela são apresentados os fundamentos teóricos que dão sustentação à
pesquisa e, por último, a terceira parte, forma o segundo capítulo, nela são discutidos,
analisados os dados e faz-se a conclusão do estudo.
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Capítulo I: Fundamenta Teórica
Salazar (2004) define os proveitos como aumentos nos benefícios económicos futuros
durante o período contabilístico na forma de utilização ou redução de activos ou da
contratação de passivos que resultem em diminuições de capital próprio, que sejam as
relacionadas com distribuições aos sócios ou accionistas.
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A contabilidade tem como objectivo central proporcionar informação útil no contexto
da tomada de decisão por parte dos utilizadores dessa mesma informação.
Marion (2012, p.26) considera a contabilidade como um instrumento pelo qual ajuda a
administração de uma empresa nas tomadas de decisões, avaliando e analisando todos
os dados econômicos da organização a partir de relatórios. As demonstrações
contabilísticas se caracterizam como próprios relatórios ou sumários que evidenciam os
aspectos econômicos ou patrimoniais.
Neves (2000, p.69) afirmam que: as demonstrações financeiras também são chamadas
de relatórios contabilísticos e são a fonte de informações para análise, servindo de base,
inclusive para avaliar possíveis investimentos. Para Ribeiro (1997) as demonstrações
financeiras são relatórios ou quadros técnicos que contêm dados extraídos dos livros,
registos e documentos que compõem o sistema contabilístico de uma entidade.
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demonstrativos também requer outros elementos como os índices contabilísticos que
são chamados por outros autores de índices económicos e financeiros.
Para Marion (2012) as demonstrações financeiras são utilizadas pela gestão da entidade
para prestar contas e levar informações sobre os aspectos económicos e financeiros aos
accionistas, credores governos e outros interessados... e apresentam informações úteis
que revelam suas operações durante um determinado período de tempo, e quando
analisadas facilitam a detenção dos pontos fortes e fracos encontrados na realização da
sua actividade operacional.
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retratam os efeitos financeiros de acontecimentos passados e não proporcionam
necessariamente informação não financeira.
Para Neves (2000, p.17) as demonstrações financeiras para atingir os seus objectivos
devem fornecer informações relativas aos seguintes: Activos, Passivo, Capital Próprio
(CP), Rendimentos (Réditos e ganhos) e gastos (gastos e perdas) demonstração nas
alterações no capital próprio (DACP), fluxos de caixa.
Para Marion (2012) as políticas contabilísticas têm como objectivo garantir que as
demonstrações financeiras foram preparadas em obediência a bases que melhor se
adequam às necessidades dos utentes.
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cessar a sua actividade, ou não tenha outra alternativa realista que não seja fazê-
lo.
Acréscimo: Excepto quanto à demonstração de fluxos de caixa, as
demonstrações financeiras devem ser preparadas na base do acréscimo. Sob este
regime, os efeitos das operações e outros acontecimentos são reconhecidos
quando ocorrem (independentemente da data em que ocorra o respectivo
recebimento ou pagamento) sendo registadas e relatadas no período a que se
referem.
Por ser uma ciência social, portanto não exacta, a contabilidade necessita de princípios
por meio dos quais sejam convencionados critérios uniformes de adoção obrigatória na
sua execução. Os mesmos encontram pautados no Plano Geral de Contabilidade (PGC),
nas orientações contabilísticas e interpretações técnicas, que orientam a preparação das
demonstrações financeiras de forma a transparecerem uma imagem verdadeira e
apropriada da empresa.
Os princípios funcionam como um padrão a ser seguido por todos os que se ocupam da
contabilidade, pois possibilitam que as técnicas contabilísticas sejam desenvolvidas
uniformemente.
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O Plano Geral de Contabilidade angolano (2017) define como sendo os princípios
contabilísticos geralmente aceites os seguintes:
a) Relevância
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b) Fiabilidade
De acordo com Martini (2013, pag.5) as informações geradas pela contabilidade podem
ser objecto de análise de grande variedade de USUÁRIOS, internos ou externos às
entidades, com interesses, conhecimentos e objectivos diversos. Os usuários podem
apresentar interesses variados, razão pela qual as informações contabilísticas devem ser
suficientes para a adequada avaliação da situação patrimonial e financeira, e das
mutações sofridas patrimônio. Os principais usuários da contabilidade são:
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Sócios ou proprietários (usuários internos) – avaliam o desempenho da
administração e a rentabilidade de seus investimentos;
Investidores (usuários externos) – avaliam os riscos oportunidades de negócios;
Fornecedores (usuários externos) – avaliam as condições financeira da empresa
e, assim, poderem decidir se irão fornecer mercadorias e serviços;
Clientes (usuários externos) – avaliam se os fornecedores poderão ser os
parceiros ideias;
Empregados (usuários internos) – avaliam a continuidade da empresa, a
capacidade de pagar salários, oportunidades e condições de negociar salários, se
a participação nos lucros foi devidamente calculada, etc.
Governo (usuário externo) – importante usuário das informações contabilísticas,
pois, principalmente, verifica se a empresa está em dia com suas obrigações
tributárias;
Instituições financeiras (usuários externos) - avaliam se a entidade tem
capacidade financeira e patrimonial para realizar operações de crédito;
Concorrentes (usuários externos) – avaliam a capacidade financeira e de
negócios de uma entidade concorrente;
Administradores (usuários internos) – são os que demandam por informações
contabilísticas com maior frequência e profundidade. As informações
contabilísticas subsidiam a tomada de decisões e permitem avaliar as actividades
da entidade.
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As demonstrações financeiras referenciadas do plano geral de contabilidade, de
preparação obrigatória, são:
- Balanço;
O Balanço
O activo é o conjunto de bens e direitos, ou seja, recursos controlados por uma entidade
como resultado de acontecimentos passados e dos quais se espera que fluam para a
entidade benefícios económicos futuros;
Segundo Magro e Magro (2008) o capital próprio de uma empresa é a diferença entre o
activo e o passivo desta empresa numa determinada data, ou seja, valor residual que
provém do valor do activo se deduzir o valor do passivo. Quando comparamos o activo
com o passivo de uma empresa podemos verificar três situações:
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O activo maior que o passivo é a situação normal logo temático menos o passivo onde o
activo é igual ao passivo mais o capital próprio: (AP).
O activo igual ao passivo é a situação em que não existe o capital próprio porque o
activo menos o passivo é igual a zero:(A=P).
O activo menor que o passivo é a situação que não é desejável porque o activo menos é
igual a zero, logo activo + capital próprio é igual ao passivo:(AP).
Activo
Passivo + Capital
Próprio
Falando de outra forma o balanço é uma igualdade entre dois membros em que no
primeiro membro está representado o activo da empresa e no segundo membro o
passivo e o capital próprio da empresa num determinado momento. Ele compara o
activo e o passivo para conhecer o valor e a natureza do capital próprio. Esta
comparação constitui o Balanço (Magro e Magro, 2008).
Classificação do Balanço
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Ordinário: corresponde ao balanço feito no final do exercício económico que
corresponde ao ano civil;
Demonstração de Resultado
a) Constituição
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Demonstração de Fluxo de Caixa
Nesse sentido Marion (2012, p.166) diz que a análise das demonstrações contabilísticas
são importantes instrumentos gerenciais que permite aos administradores terem uma
visão mais ampla dos negócios da organização, garantindo que de certa forma os
recursos da empresa sejam aplicados de maneira eficiente e principalmente de acordo
com as metas e objectivos operacionais e institucionais da organização. As informações
contabilísticas devem ser desenvolvidas juntamente com a área administrativa da
empresa levando em consideração os factores que envolvem planeamento, execução e
análise de desempenho.
Iudícibus (2013, p.20) define a análise das demonstrações contabilísticas como uma arte
de extrair relações fiteis, para o objectivo económico que tivermos em mente, dos
relatórios contabilísticos tradicionais e suas extensões e detalhamentos.
De acordo com Iudícibus (2013) o sistema contabilístico abrange o registro dos eventos
económicos com principal finalidade de organizar, resumir informações que podem ser
consultadas em qualquer tempo e que fornecem o perfil económico em um determinado
período ao do ciclo de vida do negócio. Este sistema de contabilizar os eventos é
realizado pelos contabilistas, os quais, após classificá-los e registrá-los segundo as
normas vigentes.
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Reiterando os contextos já expostos, a contabilidade é importante no processo de
decisão porque identifica onde, como e quando o dinheiro ingressa na empresa e foi
gasto, registrando, ainda, os compromissos que foram feitos. Dentro dessa perspectiva e
através da avaliação de desempenho da empresa, pode-se ter uma apreciação sobre as
implicações financeiras de escolher um plano de acção em vez de outro. A
contabilidade, ainda, ajuda a dirigir a atenção dos planos actuais, assim como às
oportunidades, e auxilia a prever os efeitos das decisões tomadas (Iudícibus, 2013).
É importante entender que as decisões devem ser tomadas antes, durante e depois que os
eventos económicos ocorrem, quando é possível conhecer o desempenho da empresa e,
então, compará-lo ao esperado.
Segundo Migliogi (2006, p.39) tomar decisões faz parte de qualquer actividade humana,
desde a acção social mais simples e rotineira, à acção conjunta e complexa de qualquer
organização. Em cada situação poderão estar envolvidos problemas distintos com
diferentes níveis de dificuldade para se tomar uma decisão.
Por este motivo, o processo de decisão numa entidade é importante a uma escala maior
do que apenas para o seu ambiente interno.
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decisão. Porém, as entidades devem sempre sobre decidir sobre alguma coisa, muitas
vezes errarão, mas também na maioria das vezes tomarão óptimas decisões. Como é
comum observar-se mais vale uma decisão mal tomada do que uma decisão não tomada
(Migliogi, 2006).
Migliogi (2006) exemplifica algumas das tomadas decisões económicas pelos diversos
usuários das demonstrações contabilísticas tais como:
De acordo com Lousã e Salgueirinho (2015, pag.248), o rácio, do latim ratio, é uma
grandeza ou quociente entre duas grandezas que têm relação entre si e que permitem
medir determinadas características da empresa e fazer comparações no tempo e no
espaço.
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De acordo com os mesmos autores, de todos os métodos de análise, o método dos rácios
é o mais fácil de construir, o mais prático e o mais rico em conclusões, já que permite:
Comparar:
Não podemos também esquecer as limitações de uma análise que se baseie somente em
rácios. São instrumentos, quantificam factos, apontam indícios e detetam anomalias,
mas não explicam as causas (Lousã e Salgueirinho, 2015).
Quanto maior o valor deste rácio melhor a empresa responde com os seus
compromissos com terceiros na data do seu vencimento.
Assim, valores inferiores a 1 quer dizer que a empresa não tem capacidade para
satisfazer as suas obrigações para com terceiros nos prazos previstos, valores superiores
a 1 significa que o valor do património da entidade é suficiente para cobrir todas as
dívidas da empresa, conforme a explicação de Lousã e Salgueirinho (2015).
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Rácio de autonomia financeira: indica-nos, por cada 100,00 kz aplicados na
empresa, quantos são próprios e quantos são alheios. Ou seja, mede a
participação dos capitais próprios no financiamento da empresa.
Estes têm a ver com a aptidão da empresa para produzir resultados positivos (lucros).
De um modo geral, estes rácios relacionam o resultado (lucro ou prejuízo) com os
capitais que o segregaram (Lousã e Salgueirinho, 2015).
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1.3 Crédito
Conforme Silva (1988), o crédito é uma palavra que deriva de credare, expressão latina
que significa confiar ou acreditar. O conceito de crédito, que será aplicado e
contextualizado neste trabalho, é o de colocar à disposição do cliente (tomador de
recursos) certo valor sob a forma de empréstimo ou financiamento, mediante uma
promessa de pagamento numa data futura. Mas, antes de disponibilizar ao seu cliente
qualquer quantia que o mesmo necessite, a instituição precisa saber exactamente qual o
risco que ela está assumindo com o mesmo. Por mais sólida que a instituição possa ser,
riscos desnecessários não devem ser assumidos, para que não venham a pôr em dúvida
sua liquidez e reputação. Todo e qualquer modalidade de crédito que parte de um sujeito
para outro tem um grau de risco. Risco é o grau de incerteza que envolve uma operação
de crédito. Está relacionado a possíveis perdas quando o contratante não honra seus
compromissos (por falta de pagamento) (Silva, 1988). Na realidade, o aspecto confiança
constitui um dos factores preponderantes na determinação da extensão de análise para
concessão de crédito. Crédito (do latim creditu) é a confiança que se tem em algo. No
campo das finanças em particular, é a confiança de que se vai receber de volta o
dinheiro emprestado. Aquele que empresta dinheiro a um indivíduo ou a uma
instituição, se chama credor, pois ele "crê" que receberá seu dinheiro de volta , segundo
(Silva, 1988)
A palavra Crédito pode ter diferentes significados ou interpretações. Dizer que uma
pessoa é digna de crédito é o mesmo dizer que confiamos nela. Aplicado ao sector
financeiro, estamos a falar do crédito bancário que mais não é do que uma relação
contractual entre duas partes:
Cliente.
Para Silva (1988), pedir um crédito não é nada mais que pedir dinheiro emprestado,
antecipando o consumo do futuro para o presente (por contraponto, a poupança é adiar o
consumo do presente para o futuro). Para podermos antecipar o consumo é necessário
compensar o banco que nos empresta, em forma de juro. A compensação é devida
porque:
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Há risco do cliente não devolver o dinheiro, pelo que o banco se quer proteger.
Quanto maior for o risco maior será a taxa de juro do empréstimo.
Quem pede dinheiro emprestado está a procurar satisfazer uma necessidade, seja
essencial, ou seja, superficial. Assim, podemos destacar um conjunto de vantagens do
crédito:
É certo que para avaliar se o crédito é bom ou mau tem de conhecer o seu custo e
avaliar se a sua utilidade que justifica pagar este custo. Em alternativa, poderia poupar o
dinheiro durante alguns meses e, depois, fazer a compra a pronto.
Apesar das vantagens enunciadas, o recurso ao crédito tem também alguns riscos e/ou
inconvenientes:
Inicialmente, ainda de acordo com Silva (1988) podemos posicionar duas grandes
categorias de crédito: Crédito Público e Crédito Privado.
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1.3.2 Créditos privados
De acordo com Santos (2009) caracteriza-se como aquele utilizado por empresas
industriais, comerciais, de serviços, agrícolas e outras, para atendimento de suas
necessidades de investimento e capital de giro. O crédito desta natureza poderá ser
obtido de diferentes formas, destacando-se:
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1.3.3 Análise de crédito
De acordo com Santos (2009, p. 94), são cinco os objectivos da análise de crédito:
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Analisar outros riscos, para determinar se um cliente pode querer pagar, mas,
por estar endividado em demasia, falta-lhe capacidade para pagar (recursos).
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Análise de participação ou endividamento: com o principal objectivo de medir o
grau de autonomia de uma empresa. Devem ser considerados aspectos como
grau de financiamento de terceiros (identificado sempre que a empresa não conta
com um nível adequado de capital próprio, ou necessita financiar grandes
volumes de activo permanente), grau de imobilização de capital de próprio
(onde em alto grau exigirá da empresa a captação de recursos para
financiamentos do seu capital de giro).
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Como é feita a análise de crédito?
De acordo Giltman (2004) a Análise de Crédito pode ser feita tanto pelas pessoas
jurídicas (aquisições patrimoniais e financiamento de bens e serviços ou ainda
empréstimos para capital de giro) como pelas pessoas físicas (financiamentos de bens e
serviços, reformas patrimoniais e empréstimos para poder pagar dívidas)
Funções
Depois de observados todos os pontos necessários, estes profissionais dão o seu parecer
ao banco ou à instituição financeira para o qual trabalham.
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CAPÍTULO II: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS
A empresa Passos e Passos, Lda é uma empresa de direito angolana fundada aos 24 de
Junho de 2005, tem a sua sede localizada no bairro Maculusso, rua Nicolau Castelo
Branco nº25-R/C, no município de Luanda, o seu objectivo social consiste na reparação
de viaturas, e seu volume de negócio é proveniente da manutenção de viaturas no
mercado nacional e faz a elaboração de projectos de climatização, fornecendo aparelhos
de assistência técnica.
Visão
Valores
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Desempenho, dedicação ao trabalho e respeito ao cliente.
Honestidade e preço justo.
Excelência
A Oficina Passos & Passos, Lda, pauta a sua relação com os clientes pela excelência dos
seus produtos, serviços e colaboradores, atingindo a excelência através dos mais
elevados padrões de qualidade, inovação, interagindo, respeitando as leis e normas, bem
como o cumprimento das demais legislações afectas a este sector de actividade em vigor
na República de Angola.
Credibilidade:
Foco no Cliente:
Valor de relevância para Passos & Passos, Lda, dado que o cliente representa a razão da
sua existência.
Responsabilidade Social:
Contribuir para o bem-estar das comunidades, e da sociedade em geral. Com este fim a
Passos & Passos, Lda, é membro de várias fundações que promovem o bem-estar social.
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2.2 Análise e Interpretação dos Resultados
BALANÇO FINAL
Empresa: PASSOS E PASSOS, Lda
Demonstração em: 31 de Dezembro de 2019 Valores expressos em Kwanzas
Exercicios
Designação Notas
2019 2018
ACTIVO
Capital Próprio
Capital 12 50 000,00 50 000,00
Reservas 13 1 222 292,33 1 222 292,33
Resultados transitados 14 9 457 935,38 9 318 483,38
Resultados do exercício 1 722 392,32 244 041,00
12 452 620,03 10 834 816,71
Passivo não Corrente
Empréstimos de médio e longo prazos 15 - -
Impostos diferidos 16 1 231 857,02 979 994,92
Provisões para pensões 17 - -
Provisões para outros riscos e encargos 18 - -
31
Empresa: PASSOS E PASSOS, Lda
Demonstração em: 31 de Dezembro de 2019 Valores expressos em Kwanzas
Exercicios
Designação Notas
2019 2018
Vendas 22 - -
Prestação de Serviços 23 83 118 965,87 95 059 716,85
Outros proveitos operacionais 24 296 606,40 138 358,00
83 415 572,27 95 198 074,85
Resultados extraordinários 34 - -
Imposto sobre o rendimento 35 - -
Rácios Financeiros
17 387 639,82
Liquidez Imediata (2018) = = 0,23
72 858 752,08
Comentário:
Comentário:
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cada 1 kz de divida de curto prazo, empresa deve ter 1.1 kz provenientes das
disponibilidades mais a liquidez adquiridas dos pagamentos de créditos pelos clientes.
Olhando para a liquidez reduzida da empresa PASSOS & PASSOS, LDA, nos períodos
em análise, pode-se dizer que nos dois anos, quanto a esse indicador, o mesmo
encontrava-se em boa situação, pois os seus indicadores aproximavam-se dos níveis
considerados ideais, 0,95 no ano 2018 e 1,03, no ano 2019.valores muito próximos do
ideal ou 1.1. o que quer dizer que empresa tinha uma relactiva capacidade de honrar
dividas de curto prazo contando apenas com dinheiro proveniente do caixa e de dívidas
de clientes.
83 000 166,54
Liquidez Geral (2018) = = 1,13
72 858 758,08
Comentário:
A liquidez geral é um indicador que mede a capacidade dos activos líquidos da empresa
em pagar dívidas de curto prazo. Para este indicador, um valor superior a 1, significa
que a empresa consegue cobrir dividas de curto prazo, usando os seus activos líquidos.
No da empresa PASSOS & PASSOS, LDA, este apresentou capacidade para cobrir
dividas de curto prazo, usando a liquidez geral, pois nos dois anos em análise, os seus
valores estavam acima de 1 o que significa que ela tinha capacidade de cobrir dividas a
serem pagas no curto prazo, usando todos os activos de maior liquidez
(disponibilidades, clientes e existência) em 1,13 em 2018 e 1,3 em 2019.
Activo corrente−Existências
Prazo de segurança de tesouraria (2019) = =
Passivo corrente
40 689 836,32−9 766 768,83
= 10,02
3 083 392,23
Comentário:
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No ano de 2018, a empresa tinha capacidade para pagar dividas, usando as
disponibilidades, por um período de 3,99 dias. No ano seguinte ou 2019, a sua situação
melhorou, a sua tesouraria tinha já uma capacidade de pagar dividas por um período de
10,02 dias, uma situação bem melhor.
Rácios de estrutura
10 834 816,71
Autonomia Financeira (2018) = 103 143 796,89 = 0,10
Comentário:
Este rácio avalia o peso dos capitais próprio no financiamento dos activos da empresa.
Quanto maior este for rácio, maior é a solidez da empresa e maior será a sua capacidade
da empresa em honrar com as dividas na data do seu vencimento. Este rácio também
indica a parcela de activos que é financiado por capitais de terceiros. A literatura sugere
que o capital próprio deve representar um terço do activo, ou seja 33%.
92 308 980,18
Endividamento ou dependência (2018) = 103 143 796,89 = 0,89
Comentário:
No caso da empresa PASSOS & PASSOS, LDA, o seu endividamento não pode ser
considerado bom, pois nos dois anos os seus valores estavam acima do considerado
ideal, 66%. No ano 2018, a dependência era de 89% e em 2019 melhorou um pouco,
passou para 79%, contudo, ainda permanecia muito dependente de capitais de terceiros.
Todavia, a análise da dependência organizacional não se pode deixar de lado o
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conhecimento do tipo de empresa, pois empresas comerciais, por exemplo, têm a
característica de trabalhar por longo tempo com activos de terceiros.
10 834 816,71
Solvabilidade (2018) = = 0,11
92 308 980,18
Comentário:
Este rácio evidencia a proporção dos capitais investidos na empresa, quanto pertencem
aos sócios e quanto pertence a terceiros. Sendo que o recomendável é que o mesmo
esteja dividido, entre as duas partes, numa proporção de 50% para cada uma.
Verifica-se que nos dois anos, a empresa PASSOS & PASSOS, LDA, possuia baixa
capacidade de solver com as suas dividas, na data do vencimento, usando o seu capital
próprio. Os valores apresentados pela empresa estão muito longe dos 50% que a
literatura recomenda, pois ela apresentou 11% no ano de 2018 e uma melhor ligeira em
2019, situando este indicador em 25% .
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Conclusão
Este trabalho buscou saber qual era a capacidade financeira da empresa Passos &
Passos, Lda para honrar créditos, no período 2018 – 2019, caso decidisse obtê-los.
Portanto, quanto à hipótese, esta não foi confirmada, pois verificou-se que a empresa
Passos & Passos, Lda. tinha sim capacidade financeira para pagar créditos, no período
2018 – 2019, caso decidisse obtê-los. Contrariando a hipótese inicial que afirmava o
contrário.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Santos, J. O. dos. (2009). Análise de Crédito: Empresas e Pessoas Físicas. São Paulo:
Atlas.
Silva, J. P. da. (2009). Análise de Crédito - Empresas e Pessoas Físicas. São Paulo:
Atlas.
Silva, J. P. da. (1988). Gestão e Análise de Risco de Crédito. São Paulo: Atlas.
https://reorganiza.pt/credito-o-que-e-e-para-que-serve.
http://situado.net/o-que-faz-um-analista-de-credito/.
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