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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO, SOCIAIS E

HUMANAS LICENCIATURA EM ECONOMIA E GESTÃO

O PAPEL DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA NO PROCESSO


DE TOMADA DE DECISÃO FINANCEIRA CASO DE ESTUDO NA
EMPRESA A.K.S. COMÉRCIO E SERVIÇO LDA

ESTUDANTE: ESTEFANY DA GLÓRIA AUGUSTO


TCHIPALANGA

BENGUELA, 2022

1
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO, SOCIAIS E
HUMANAS LICENCIATURA EM ECONOMIA E GESTÃO

TEMA
O PAPEL DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA NO PROCESSO
DE TOMADA DE DECISÃO FINANCEIRA CASO DE ESTUDO NA
EMPRESA A.K.S. COMÉRCIO E SERVIÇO LDA

ESTUDANTE: ESTEFANY DA GLÓRIA AUGUSTO


TCHIPALANGA

Monografia apresentada ao Instituto Superior Politécnico Jean Piaget


Benguela para obtenção do grau de Licenciado em Economia E Gestão

Orientador: Stover Ezequias. Mst

Benguela, 2022

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FICHA CATALOGRÁFICA

Estafany Da Glória Augusto Tchipalanga

Título: O papel da informação contabilística no processo de tomada de decisão financeira caso de estudo na

empresa A.K.S. Comércio e serviço Lda

Total de folhas: 62

Orientadora: Stover Ezequias Mst,


Trabalho de fim de curso de Licenciatura em Economia e Gestão Opção: Contabilidade e Finanças. ISP Jean
Piaget Benguela, 2022

Palavras-chave: Informação Contabilística, Tomada Decisão, Financeira

III

3
DEDICATÓRIA

A Deus, por ter permitido que eu tivesse saúde e determinação para não desanimar durante a
realização deste trabalho.

4
IV

5
AGRADECIMENTOS
Um agradecimento especial a todos que me acompanharam ao longo destes quatro anos
de formação, nomeadamente as pessoas mais importantes da minha vida, os meus pais,
meus avós, meus irmãos, meus encarregados de educação, meus tios e primos, meu
paidrasto, uma vez que sem eles não seria possível chegar até aqui. Foram estes que
sempre me incentivaram e apoiaram nesta fase tão importante da minha vida.

Aos meus amigos, que sempre estiveram ao meu lado, pela amizade incondicional e pelo
apoio demonstrado ao longo desses anos...

um forte agradecimentos aos meus amigos Cláudio Quessongo, Belchior Manuel, Alberto
Cordeiro e Henrique Sombo, que sempre que necessitei apoiaram-me e aconselharam-me
nessa fase tão importante para mim.

Aos meus professores, por todos os conselhos, pela ajuda e pela paciência com a qual
guiaram o meu aprendizado.

Aos meus colegas de curso, pelo companherismo e pela troca de experiências.

Ao professor Stover Ezequias, por ter sido o meu orientador e ter desmpenhado tal
função com dedicação e amizade, você fez mais do que me preparar academicamente,
você me preparou para a vida. Obrigado por todas as lições que você me ensinou, vou me
lembrar delas para sempre.

A empresa A.K.S COMÉRCIO E SERVIÇO LDA, pelo fornecimento de dados que


foram fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa que possibilitou arealização
deste trabalho, em especial o senhor Albino Kangajo pela disponibilidade.
EPÍGRAFE
Quanto mais eu sei, só sei que nada sei.

“Sócrates”
VI6
ÍNDICE
INTRODUÇÃO................................................................................................................ 12

CAPITULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE O PAPEL DA


INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO
FINANCEIRA .................................................................................................................. 17

1.1- Informação contabilística .......................................................................................... 17

1.1.2 A contabilidade como fonte de informação para a gestão ...................................... 20

1.1.3 Informação contabilística no processo de tomada de decisão ................................. 21

1.2- Informação Financeira .............................................................................................. 34

CAPÍTULO II- METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO.............................................. 44

2.1-Metodologia de Investigação ..................................................................................... 44

2.2- Métodos de pesquisa ................................................................................................. 44

CAPITULO III - ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS ........................................ 46

3.1- Caracterização da empresa ........................................................................................ 47

CONCLUSÃO.................................................................................................................. 56

RECOMENDAÇÃO ........................................................................................................ 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 59


VII
RESUMO
O presente estudo sobre o papel da informação contabilística no processo de tomada de
decisão financeira no qual o caso de estudo foi feita na Empresa A.K.S. comércio e
serviço Lda, procuramos Analisar o papel da informação contabilística no processo de
tomada de decisão financeira na Empresa A.K.S. Comércio e Serviço Lda. Para o efeito,
no marco teórico, fizemos referência dos factores que levam a implementação de
informação contabilística na empresa, ao se estabelecer estratégias para potencializar
informação contabilística no processo de tomada de decisão financeira nas organização,
prevendo a melhoria da empresa, beneficiando a organização e a qualidade dos serviços
prestados ao público. Os procedimentos metodológicos, permitiram fazer a utilização da
pesquisa do tipo método descritivo, método estudo de campo, método bibliográfico,
método qualitativo, aplicando a entrevista como instrumento e técnica de recolha de dados
aos colaboradores da empresa em estudo, aferindo-se que, o papel da informação
contabilística no processo de tomada de decisão financeira como factor de
desenvolvimento da Empresa A.K.S. Comércio e Serviço Lda. Deprendemos que a
informação contabilistica é feito da maneira mais estratégica possível, ou seja o gestor
financeiro tem a responsabilidade de elaborar o melhor plano estratégico antes de usar os
recursos financeiros disponíveis na organização garantindo assim o melhor desempenho
e gestão das finanças e procurando sempre formas de atingir o equilíbrio económico e
financeiro.

Palavra chaves: Informação Contabilística, Tomada Decisão, Financeira.


VIII8
ABSTRACT
The present study on the role of accounting information in the financial decisionmaking
process in which the case study was carried out in the Company A.K.S. comercio e
servicio Lda, we seek to analyze the role of accounting information in the financial
decision-making process at A.K.S🇧🇷Commerce and Service Ltd.for this purpose, in the
theoretical framework, we made reference to the factors that lead to the implementation
of accounting information in the company, when establishing strategies to enhance
accounting information in the financial decision-making process in the organizations,
foreseeing the improvement of the companybenefiting the organization and quality of
services provided to the public.the methodological procedures allowed the use of research
of the descriptive method type, field study method, bibliographic method, qualitative
method, applying the interview as an instrument and technique of data collection to the
collaborators of the company in study, verifying that, the role of accounting information
in the financial decision-making process as a development factor for the Company A.K.S.
Commerce and Service Ltd.We understand that the accounting information is done in the
most strategic way possible, that is, the financial manager has the responsibility of
drawing up the best strategic plan before using the financial resources available in the
organization, thus guaranteeing the best performance and management of thefinances and
always looking for ways to achieve economic and financial balance.

Keywords: Accounting Information, Decision Making, Finance.


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IX
INTRODUÇÃO
O tema proposto para esta monografia é “o papel da informação contabilística no
processo de tomada de decisão financeira caso de estudo na empresa A.K.S. Comércio e
Serviço Lda”.

A contabilidade assume especial importância na tomada de decisões de


investimento desta maneira queremos reflectir sobre o papel da informação contabilística
no processo de tomada de decisão financeira caso de estudo na empresa
A.K.S. Comércio e Serviço Lda”. tendo em conta o contexto de globalização em que
vivemos, e num ambiente empresarial, com as constantes mudanças e alterações cada vez
mais frquentes, existe uma mais elevada necessidade de informação, deste modo os
sistemas de nformação tornam-se inconscientemente numa necessidade fulcral. Num
ambiente organizacional, são tomadas decisões a toda a hora, tornando~se assim
fundamental a existência de umas boas bases de informação, para que esse processo de
tomada de decisão, e tendo o gestor o papel mais importante nesse processo( na otenção
de toda a informação), se torne mais útil. Um dos principais meios de informação é a
contabilidade. Um dos recursos indispensáveis para a empresa conseguir ter vatangens
competitiva é o correcto uso das fontes de informção, o grande objectivo da divulgação
da informação por parte das organizações, consiste em divulgar informações sobre elas
mesmas, faciliatando assim aos seis stakeholders a consequente tomada de decisão.

No entanto, as organizações recebem uma enorme quantidade de informações


produzidas diariamente, provenientes das mais variadas fontes, sendo que a capacidade
cognitiva limitada do homem, obriga a que seja necessário seleccionar a informação
realmente necessária (Brito & Filho, 2011). Aqui, a selecção das fontes de informação a
utilizar deve ser devidamente planeada e continuamente analisada, como qualquer outro
recurso vital para a organização (Brito & Filho, 2011; Lin et al., 2014).

Segundo Choo (2001), empresas que recolhem e analisam mais informação


durante o planeamento estratégico, tendem a ter desempenhos mais elevados. Assim,
torna-se importante conhecer quais os tipos de fontes de informação existentes, quais as
mais utilizadas pelos gestores e porquê. Apesar da existência de estudos diversos que
apontam a informação contabilística como a fonte de informação mais importante, a
verdade é que a informação contabilística representa apenas uma parte do conjunto de
informações que dispõem (Hall, 2010; Mckinnon & Bruns, 1992). Assim, torna-se

12
fundamental, antes de mais, distinguir a informação contabilística das demais. Assim, a
contabilidade pode ser uma fonte fidedigna de informação sobre o desempenho da
empresa, ajudando os gestores a desenvolverem conhecimento acerca da organização de
diversas formas (Simon, 1954 citado por Hall, 2010). Contudo existem ainda poucos
estudos acerca da utilização que os gestores dão à informação contabilística (Hall, 2010;
Mckinnon & Bruns, 1992).

Um dos factores que a literatura tem apontado como factor condicionante à


utilização da informação contabilística, é o tipo de serviço de contabilidade contratado
pela organização. Empresas que elaboram a contabilidade internamente tendem a atribuir
maior importância à informação contabilística do que as empresas que recorrem à
subcontratação destes serviços. A importância dada à informação contabilística é ainda
mais relevante quando se tratam de empresas que elaboram contabilidade analítica.
(Gouveia et al., 2015; Holmes & Des, 1988; Husin & Ibrahim, 2014; Serrasqueiro &
Nunes, 2004).

Para uma gestão eficiente e eficaz é extremamente necessário que exista um


sistema de relato financeiro adequado, baseado no sistema de contabilidade fianceira e
que permita aos detentores de capital, obter informações fidedigna sobre a situação
financeira das entidades.

Importância do tema

Como se constatou, são ainda escassos os studos sobre o papel da informação


contabilistica no processo de tomada de decisão financeira, assim com esta investigação
espera-se acrescentar material de estudo relevante e reconhecimento a esta área
específica, motivando futuros estudantes a seguirem esta área de investigação. Mediante
a pesquisa em que nos propusemos investigar, procuramos com maior abrangência
abordar sobre o papel da informção contabiliatica no processo de tomada de decisão
financeira, onde as fontes de informações mais utilizadas pelos gestores, analisando, em
particular, o papel da informação contabilística no apoio decisório das pequenas e médias
empresas, este estudo é pertinente na medida em que a informação contabilística tem-se
revelado cada vez mais importanteno apoio à gestão das empresas, em particular das
PME.

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Justificativa do tema

No presente estudo buscando contribuir para investigação contabilística, este


estudo pretende investigar o papel da informação contabilística no processo de tomada de
decisão financeira na Empresa A.K.S. Comércio e Serviço Lda, procura-se conhecer o
papel da informação contabilística, o qual é muito relevante na tomada de decisões
financeiras das empresas. A escolha do tema em questão, além de se basear no interesse
pessoal e de alguns autores, decorre também do facto de existirem poucos estudos na área
contabilística relativamente a este tema em análise. No ponto de vista organizacional
pretendemos dar o nosso contributo relativamente as informações contabilísticas na
organização e como este pode contribuir no desenvolvimento organizacional, no ponto de
vista social pretendo com o presente estudo em questão contribuir com mais uma fonte
bibliográfica para as futuras pesquisas relativamente ao tema em questão.

Problema De Pesquisa

Procuramos verificar o quão é importante as informações contabilísticas no


processo de tomada de decisão financeira, visto que é muito necessário que estas decisões
sejam tomadas com maior cuidado e precaução desta forma chegamos a reflectir a
seguinte pergunta de investigação;

Qual é o papel da informação contabilística no processo de tomada de decisão


financeira na Empresa A.K.S. Comércio e Serviço Lda.?

Perguntas de pesquisas

• Como descrever a relevância da informação contabilística no processo de tomada


de decisão financeira?
• De que maneira deve ser caracterizado o papel da informação contabilistica no
processo de tomada de decisão financeira na Empresa A.K.S. Comércio e Serviço
Lda?
• Como identificar as informações contabilística no processo de tomada de decisão
financeira na Empresa A.K.S. Comércio e Serviço Lda?

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Objectivo

Geral

Analisar o papel da informação contabilística no processo de tomada de decisão


financeira na Empresa A.K.S. Comércio e Serviço Lda.

Específicos

• Descrever a relevância da informação contabilística no processo de tomada de


decisão financeira na Empresa A.K.S. Comércio e Serviço Lda.
• Caracterizar o papel da informação contabilística no processo de tomada de
decisão financeira na Empresa A.K.S. Comércio e Serviço Lda.
• Identificar as informações contabilística no processo de tomada de decisão
financeira na Empresa A.K.S. Comércio e Serviço Lda.

Estrutura do trabalho

O presente trabalho está estruturado por três capítulos:

No primeiro capítulo, estão os pressupostos bibliográficos que serviram de base


para fundamentos teóricos referente ao tema em questão que serviram de âmago para este
estudo.

O segundo capítulo, incluiu-se todo o esclarecimento das opções metodológicas


que o trabalho seguiu, bem como os procedimentos utilizados durante a pesquisa,
indicando a maneira como foram recolhidos os dados de acordo o estudo feito.

Finalmente, no terceiro capítulo, fizemos a análise e interpretação dos dados


obtidos a partir da entrevista aplicada ao Gestor Finaceiro da Empresa

A.K.S. Comércio e Serviço Lda sob forma de apurar quais os benefícios que a informação
contabilística tem no processo de tomada de decisão financeira na empresa.

Para finalizar, serão apresentadas as conclusões, recomendações deixadas para


melhorar o trabalho na Empresa em causa e por último as referências bibliográficas e
anexos.

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CAPITULO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
SOBRE O PAPEL DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA
NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO
FINANCEIRA

CAPITULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE O PAPEL


DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA NO PROCESSO DE
TOMADA DE DECISÃO FINANCEIRA.

1.1- Informação contabilística


Actualmente o recurso mais importante dentro de uma organização é a informação,
pois este é o meio que permite o seu crescimento e desenvolvimento num mercado cada
vez mais competitivo. Na área empresarial um trabalho converte-se em informação se o
conhecimento por ele gerado permitir a redução do grau de incerteza, da mesma forma os
trabalhos elaborados de acordo com as normas contabilísticas darão origem a informação
contabilística se esta for utilizada pelo decisor (Alves, 2003).

É assim importante introduzir o conceito de contabilidade, realçando-se o de


Gonçalves da Silva citado por Borges, Rodrigues e Rodrigues (2010:58):

“A contabilidade em strictu sensu, ou seja escrituração, que é a técnica de registo


e de representação de todas as transformações sofridas pelo património de qualquer
entidade económica durante o exercício da sua atividade, do modo a saber em qualquer
momento a sua composição e o seu valor. A contabilidade em latu sensu que é a ciência
dos processos descritos quantitativos utilizados na análise, registo, interpretação e
controlo dos factos de gestão. Visa “quantificar” tudo o que ocorre numa unidade
económica fornecendo, simultaneamente, dados para a tomada de decisões de gestão.”

Posteriormente Borges et al. (2010:155) caracterizam a “contabilidade como um


processo de recolha, análise, registo e interpretação de tudo que afeta a riqueza”, estando
inerente na definição que os objetivos primordiais da contabilidade são a informação e o
apoio à gestão de uma empresa. Esta capacidade que a contabilidade tem de produzir

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informações relevantes para a gestão da empresa está diretamente associada à sua
capacidade de elaborar registos e demonstrações, logo a informação contabilística é
produto da contabilidade (Lopes de Sá, 1997).

É extremamente difícil estabelecer uma distinção clara entre a informação


contabilística e a restante informação obtida pela gestão, no entanto, Mckinnon e Bruns
(1992:4) definem as características deste tipo de informação:

"a informação contabilística é quantitativa, relativa a uma entidade, baseada na


observação e preparada de acordo com regras. Dados e informações que não satisfaçam
estes critérios não constituem informação contabilística mas podem ser utilizados e até
podem ser elementos importantes no sistema de informação de gestão”

Logo, a informação contabilística consiste num conjunto de dados operacionais e


financeiros sobre toda a atividade desenvolvida pela empresa, sendo possível o
desenvolvimento de um conjunto de métodos e técnicas que visem o relacionamento dos
factos contabilísticos e assim ajudem o decisor a obter informação relevante para uma
tomada de decisão racional, que é o principal objetivo da informação contabilística
(Atkinson et al., 1995).

Para The Japanese Institute of Certified Public Accountants (JICPA, 1996) a


informação contabilística pode ser factual, referencial, ou sumária, segundo o ponto de
vista do seu processamento. É factual porque regista diariamente todos os movimentos
contabilísticos de uma entidade, é referencial porque se entendem os dados adicionados
como moradas, nomes e condições, é sumária já que elabora resumos mensais e quadros
comparativos da informação obtida com a contabilidade. A unidade de medida da
contabilidade é a unidade monetária, assim a informação contabilística é composta
predominantemente por informação financeira (Alves, 2003).

De acordo com Machado (1998) existem dois tipos de utilizadores da informação


contabilística, os internos e os externos. Enquanto os internos são os gerentes da entidade,
os externos são todos aqueles que embora não tenham acesso direto à empresa, tomem
decisões relacionadas com a mesma.
1.1.1- Necessidade da informação contabilistica

A informação contabíl para que tenha validade no processo de gestão administrativa,


precisa ser necessaria aos usuarios finais, portanto deve ser elaborado para atender as
necessidades desses usuarios.

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A informação representa a consolidação de poder na empresa, pois é o produto da
análise dos dados, devidamente registados, classificados, organizados, relacionados e
interpretados dentro de uum contexto para transmitir conhecimento e permitir a tomada
de decisão de forma otimizada.
Portanto para satisfazr as necessidades de informação dos usuarios, tambem é
importante verificar a qualidade da informação e considerar algumas carateristicas que a
qualificam, conforme demonstrado no Quadro 1:

Quadro 1: Caracteristica da informação

Relevância Quando reduz a incerteza, melhor a


habilidade dos administradores em
fazer previsões e permite corrigir ou
confirmar suas expectativas.

Confiabilidade Quando a informaçao disponibilizada


é actual, correspondendo a realidade
que representa, sem erros.

Completude Quando inclui tudo o que o usuario


precisa saber, sem omissão de
aspectos importantes ou prolixa sobre
a situação em questão.

Conveniência Quando é util e oportuna.

Apropriada Quando possui um nivel de


detalhamento e formato adequado.

Verificável Quando permite que dois ou mais


usuarios tenham a mesma
interpretação sobre o mesmo facto.

Fonte: Souza, et al (2008). Analise da satisfação dos usuarios de informações


contábeis. – VI simpósio de gestão de negocios.

Desta forma, é importante que as informaçoes apresentem tais caracteristicas para


que sejam adequadas e confiaveis frente as necessidades de seus usuarios.

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1.1.2 A contabilidade como fonte de informação para a gestão

A contabilidade tem vindo a evoluir no sentido de se tornar um sistema de


informação cada vez mais eficiente, que se conecta a todas as outras estruturas
organizacionais, respondendo às suas necessidades. Em particular a contabilidade de
gestão tem vindo a sofrer alterações ao longo dos tempos, adaptando-se às necessidades
das empresas e tornando-se num sistema de informação indispensável à gestão (Marius,
Denisa, & Florina, 2012).

A utilização correta da informação gerada, através de sistemas informação,


efectivos e articulados informaticamente, pode ser uma das ferramentas mais importantes
para os responsáveis das empresas (Laurinkevičiute & Stasiškiene, 2011), permitindo-
lhes dominar as forças externas face aos seus concorrentes, assim como fundamentar
decisões económicas racionais e atempadas (Marcos et al., 2001). Neste sentido, a
importância da informação contabilística, assim como as consequências da sua má
utilização, têm sido alvo de investigação por diversos autores (Ball & Brown 1968; Dyt
& Halabi 2007; Hall 2010; Libby 1975).

Apesar da existência de estudos diversos que apontam a informação contabilística


como a fonte de informação mais importante para os gestores, a verdade é que a
informação contabilística representa apenas uma parte do conjunto de informações de que
os gestores dispõem (Hall, 2010; Mckinnon & Bruns, 1992). Assim, torna-se
fundamental, antes de mais, distinguir a informação contabilística das demais.

Segundo a American Accounting Association (1971) citado por Mckinnon &


Bruns (1992), a informação para ser considerada contabilística deverá ser quantitativa,
relacionada com uma entidade, baseada em observações e preparada de acordo com
determinadas regras. Pode ainda definir-se informação contabilística como sendo toda a
informação gerada com base em registos, tanto de natureza financeira, como económica,
numa perspectiva histórica ou prospectiva (Gouveia et al., 2015).

Nas empresas, a informação surge do tratamento e análise de dados. Se esses dados


forem trabalhados de acordo com as regras e procedimentos contabilísticos darão origem
a informação contabilística (Alves, 2003). Assim, o Instituto Japonês de Contabilistas
(1996) citado por Alves (2003) entende por informação contabilística, toda a informação
processada pelo sistema de informação contabilística.

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A informação contabilística pode ainda ser distinguida quanto ao seu tipo. Assim,
existem essencialmente dois tipos de informação contabilística: (1) a informação
contabilística de publicação obrigatória e (2) a informação produzida adicionalmente,
sempre que solicitada (Alves, 2003).

Ainda segundo o Instituto Japonês de Contabilistas (1996) citado por Alves (2003)
a informação contabilística pode ser subdividida em três tipos: (1) Factual, consistindo
nos registos dos movimentos contabilísticos efectuados diariamente nos livros da
contabilidade, (2) Referencial onde se incluem os dados adicionais, como por exemplo
moradas, nomes, condições de contratos etc., ou (3) Sumária, considerando-se neste
último tipo a informação dos resumos mensais e dos quadros comparativos de factos
contabilísticos.

A contabilidade pode ser uma fonte fidedigna de informação sobre o desempenho


da empresa, ajudando os gestores a desenvolverem conhecimento acerca da organização
de diversas formas (Simon, 1954 citado por Hall, 2010). Contudo existem ainda poucos
estudos acerca da utilização que os gestores dão à informação contabilística (Hall, 2010;
Mckinnon & Bruns, 1992).

1.1.3 Informação contabilística no processo de tomada de decisão

A literatura tem apresentado diversos modelos de tomada de decisão, sendo o


racional o mais utilizado na literatura. No entanto existem muitos outros modelos (Cunha
et al., 2007).

Harrison (1993) afirma mesmo que não existe limite para o número de modelos de
tomada de decisão que podem ser desenvolvidos. Considera a existência de quatro
modelos decisórios presentes nas organizações: (1) O modelo racional, (2) O modelo
processual, (3) o modelo político e o (4) modelo anárquico. Este trabalho toma como
referência estes quatro modelos de decisão, seguindo-se uma breve síntese de cada um
deles:

Modelo de decisão racional

O Modelo de decisão racional foi inicialmente desenvolvido por March & Simon
(1975), March (1994) e Cyert & March (1992) e pode ser descrito como defendendo a
regra do “pensar primeiro”, ou seja, é um modelo que atribui maior importância à

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componente racional do processo. Aplica-se normalmente a decisões não programadas,
focando a busca de informação como parte fundamental do processo (Cunha et al., 2007).

Segundo este modelo, o processo de tomada de decisão tem as seguintes fases:


definição do problema; diagnóstico; alternativas e decisão (Mintzberg & Westley, 2001).
Os modelos de tomada de decisão racional podem apresentar dois tipos:
Prescritivo e descritivo. Este modelo tem por objectivo ajudar as pessoas a melhorar a
qualidade das suas decisões e assenta nos seguintes pressupostos: as pessoas podem
aceder a toda a informação que necessitam para tomar uma decisão, e decidem através da
melhor alternativa possível. Assim, a tomada de decisão deverá seguir os seguintes
passos: (1) Elaboração de uma lista com as possíveis alternativas; (2) Elaboração de uma
lista com as consequências de cada alternativa; (3) Avaliação de cada alternativa e das
suas consequências, ordenando-as posteriormente por ordem de preferências; (4) Escolha
da alternativa mais favorável (Cyert, Simon, & Trow, 1956; Simon et al., 1986; Simon,
1955).

Os defensores deste modelo argumentam que o decisor que siga estes passos
conseguirá obter uma decisão mais acertada. No entanto, este modelo tem sido apontado
como sendo irrealista, uma vez que dificilmente o decisor dispõe de toda a informação
necessária, e mesmo que tivesse, as limitações cognitivas do ser humanas impediriam o
uso da mesma (Simon et al., 1986; Simon, 1955).

Modelo da racionalidade Limitada

Em consequência dos problemas levantados ao modelo de decisão racional, March


& Simon (1958) elaboraram uma nova versão do processo. Assim, segundo estes autores,
os decisores não possuem, na maioria das vezes a informação que necessitam, detendo
apenas informação incompleta relativamente ao problema, assim como em relação as
alternativas e respectivas consequências.

March & Simon (1958), defendem ainda que a racionalidade na tomada de decisão
é limitada por diversos factores, como a complexidade e ambiguidade dos problemas, a
falta de informação adequada e o tempo disponível. Outro factor influenciador da
racionalidade são as limitações ao nível da capacidade de processamento de informação.
Por outro lado, os autores defendem que os interesses dos decisores, podem ter um
impacto significativo na escolha de alternativas.

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A este conjunto de limitações chama-se “racionalidade limitada”. Com este
conceito March & Simon (1958) pretenderam sublinhar que apesar dos indivíduos serem
racionais, estes não o conseguem ser por completo. Assim, os decisores tendem a procurar
soluções satisfatórias ao invés de soluções óptimas (Cyert et al., 1956).

Modelo anárquico ou modelo do caixote do lixo

O modelo anárquico, ou modelo do caixote do Lixo, foi desenvolvido por Cohen,


March, &Olsen (1972). Neste modelo, tanto os objectivos, como os procedimentos, são
ambíguos. Não há clareza em relação aos problemas e às decisões. As organizações que
seguem este modelo de decisão não apresentam coerência em relação às situações vividas,
uma vez que os problemas e as possíveis soluções são “atirados para o caixote do lixo”
pelos decisores e as decisões resultam do encontro de correntes independentes de
problemas, soluções, participantes e situações de escolha
(Cohen et al., 1972). Assim, o modelo anárquico de decisão pode ser comparado a um
“caixote de lixo”, onde vários tipos de problemas e soluções são atirados pelos indivíduos,
à medida que são gerados. A decisão ocorre quando problemas e soluções coincidem
(Cohen et al., 1972). Segundo Choo (1996), trata-se de um modelo que não segue nenhum
tipo de estrutura e/ou sequência, uma vez que é regido pelo acaso e pela sorte. No modelo
anárquico, as decisões são tomadas de três maneiras:

a) Resolução: é a tomada de decisão que ocorre depois de se pensar sobre o


problema, por determinado tempo;
b) Inadvertência: uma escolha é adoptada rápida e incidentalmente, para outras
escolhas serem feitas;
c) Fuga: ocorre quando os problemas abandonam a escolha, quando não há resolução
do problema.

Neste modelo as preferências usadas na tomada de decisão são mal definidas e


incoerentes, contrariamente ao modelo racional (Cohen et al. 1972). No entanto, embora
o modelo do caixote do lixo possa parecer pouco produtivo, este processo não é
disfuncional, porque pode gerar decisões sob condições incertas e conflituosas, quando
os objectivos são ambíguos, os problemas não são bem compreendidos e os que tomam
as decisões dedicam tempo e energia variáveis aos problemas (Choo, 1996).

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Modelo destruturado

O modelo destruturado foi desenvolvido por Mintzberg, Raisinghani, & Theoret


(1976) e aplica-se a problemas que surgem em situações de grande incerteza. Este modelo
é caracterizado pela tomada de decisões estratégicas destruturadas que provêm de
problemas desconhecidos e de difícil resolução. No início da tomada de decisão, o
problema é desconhecido, não se conhecendo alternativas, nem soluções para a sua
resolução. Assim, o processo decisório é turbulento e sofre alterações à medida que os
gestores se deparam com dificuldades no processo e procuram uma alternativa que se
encaixe no contexto.

Segundo os autores, o processo de decisão segundo este modelo é composto por


três fases (Mintzberg et al., 1976):

a) Identificação: reconhece a necessidade de tomar uma decisão e desenvolve a


compreensão das questões implicadas na decisão. Consiste em rotinas de
reconhecimento e rotinas de diagnóstico do problema;
b) Desenvolvimento: desenvolvimento de uma ou mais soluções para um problema,
crise ou oportunidade;
c) Selecção: avalia as alternativas e escolhe uma delas.

No modelo destruturado, os objectivos são claros, mas os métodos e as técnicas


para atingi-los são incertos. A necessidade de tomar uma decisão dá início a um processo
marcado por muitas interrupções e repetições (Choo 1996).

Este modelo apresenta várias semelhanças com o modelo racional, no entanto,


diferencia-se pela sua maior flexibilidade, permitindo que os gestores façam ajustes
quando necessário (Mintzberg et al., 1976).

Modelo político

O modelo político, conforme o nome sugere, tem na política o mecanismo de apoio


à decisão. Ou seja, os indivíduos ocupam diferentes posições e exercem diferentes graus
de influência, de modo que as decisões não resultam numa escolha racional, mas, pelo
contrário, resultam da influência desses indivíduos (Allison, 1972).

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Este modelo foi desenvolvido por Allison (1972), que afirma que a decisão está
intimamente relacionada com o poder que cada indivíduo possui e com a forma como a
rede de relacionamento se desenha no âmbito organizacional.

Segundo o autor, para a abordagem política, a organização é vista como um


conjunto de atores, que podem ser indivíduos ou grupos, dotados de interesses e
objectivos próprios, controlando diferentes recursos como: autoridade, status, recursos,
ideias e informações. A organização não tem objectivos claros a prioridade. Os indivíduos
ou grupos conduzem estratégias particulares a partir de uma situação própria. As questões
chave para este modelo são: (1) quais são os canais usados para produzir acções que
resolvam um tipo de problema?; (2) quem são os atores e quais suas posições?; e (3) quais
são as pressões que exercem? (Allison, 1972).

Choo (1996) argumenta que o modelo político foca os efeitos dos objectivos
conflituantes sobre as decisões. No entanto, a incerteza é mais baixa, pois cada
participante do processo tem clareza quanto às alternativas preferidas e os objectivos que
pretende atingir.

1.1.4 A importância da informação contabilística no processo de tomada de


decisão

Segundo Lopes (2013:25) “ as organizações nos seus processos dinâmicos de


procura de vantagens competitivas e sistemas de desenvolvimento sustentável, alicerçam
mecanismos de alcançar a transformação dinâmica no intuito de alcançar mais e melhor
informação.”

Actualmente fruto da evolução da contabilidade e da própria mentalidade dos


gerentes, verifica-se que a utilização da contabilidade permite estimular e fomentar o
crescimento empresarial, pois é um instrumento que permite acompanhar e resolver
constantemente os problemas da empresa, ajudar na elaboração e definição da estratégia
empresarial, ou seja, nas decisões de investimento, financiamento e na definição da
política de dividendos, acompanhando a execução da mesma e as alterações verificadas
no ambiente externo da empresa, ou seja, no mercado onde a entidade atua (Vanzela,
2003). Verifica-se portanto que a utilização da contabilidade permite dissecar a situação
financeira, económica e fiscal de uma empresa, possibilita a elaboração de indicadores
financeiros e contabilísticos que permitem colmatar as necessidades de informação dos
diversos utilizadores da informação, principalmente do conselho de gerência que assim

25
obtém informação fundamental para gerir a empresa e tomar as decisões de forma correta
e racional (Lopes, 2013).

A implementação da contabilidade numa empresa tem várias finalidades, no


entanto,Indícibus (2009) destaca que a contabilidade tem como objetivo primordial
fornecer todo o tipo de informação relevante para que os usuários da informação
(investidores atuais e potenciais, empregados, mutuantes, fornecedores, clientes, estado)
possam tomar decisões corretas. Paulo e Martins (2007:2) defendem que a informação
contabilística “influência as decisões dos seus utilizadores, afetando a alocação de
recursos e o funcionamento dos mercados, consequentemente a eficiência da economia.”
De acordo com Lopes (2013) a utilização de um sistema de informação baseado na
contabilidade vai permitir suportar a decisão empresarial de vários tipos, nomeadamente:

• Momento para comprar, vender, ou deter um investimento em capital próprio;


• Analisar a competência do conselho de administração;
• Capacidade da entidade proporcionar benefícios aos seus colaboradores;
• Avaliar a segurança dos empréstimos à entidade;
• Determinar políticas de planeamento fiscal;
• Distribuição de dividendos;
• Preparar e usar estatísticas sobre o rendimento nacional; Gerir a entidade.

A informação contabilística é um elemento essencial na gestão e no processo de


tomada de decisão de uma empresa fornecendo informação pertinente e útil em vários
aspetos da gestão (Alves, 2003). Nunes e Serrasqueiro (2004) defendem que os gerentes
das microempresas necessitam de informação para sustentarem o processo de tomada de
decisão, verificando-se que estes reconhecem o impacto positivo que a utilização da
informação contabilística tem em dois tipos de decisões, nomeadamente as decisões
estratégicas (investimento, financiamento, distribuição de dividendos), e as decisões
operacionais. Nas decisões de investimento e distribuição de dividendos a informação
contabilística assume relevância já que permite analisar a capacidade financeira da
empresa. Na tomada de decisão de financiamento a informação contabilística permite
conhecer alterações na estrutura financeira. Nas decisões operacionais a informação
contabilística permite consultar os saldos devedores e credores.

Segundo Horngren et al. (1962) a informação contabilística é por natureza um


sistema de informação, o de maior credibilidade dentro de uma empresa quando se efetua

26
a comparação com os restantes sistemas de mensuração de uma entidade. A utilidade da
informação contabilística está relacionada com os custos e os proveitos que dela se podem
retirar, sendo a informação contabilística revestida de qualidade quando se adapta às
necessidades do decisor. A informação contabilística deve ser vista como um bem
económico, pois é um bem escasso e dotado de utilidade (Oliveira, 1996).

1.1.5 Motivos que limitam a utilização da informação contabilística no processo de


decisão

Ao longo deste estudo vai-se compreendendo a importância que a informação


contabilística tem no desempenho de qualquer tipo de entidade, constatando-se que a sua
correta utilização tem um papel vital na sobrevivência de uma empresa. De acordo com
vários estudos o principal motivo de falência de empresas prende-se com deficiências no
conhecimento contabilístico, sendo a informação contabilística essencial na gestão e no
processo de tomada de decisão de qualquer empresa (Dunn et al., 1992; De Thomas &
Fredenberger, 1985). É assim importante estudar os fatores que limitam a utilização da
informação contabilística no processo de tomada de decisão de uma empresa.

Os decisores, que nas empresas são os gerentes limitam a utilização deste tipo de
informações, pois cabe aos mesmos a correta e efetiva utilização da informação
contabilística, de modo a alcançarem uma decisão racional e que vá de encontro às
espectativas da empresa. Assim, verifica-se que um dos principais fatores que limita a
utilização da informação contabilística numa empresa se prende com a própria habilidade
do gerente compreender e interpretar a informação contabilística como demonstram os
estudos de Holmes e Nicholls (1988), Sheldon (1994) e Albuquerque (2004). A falta de
capacidade para utilizar as demonstrações financeiras acaba por provocar junto do gerente
uma mudança de mentalidade, que o leva a excluir as informações contabilísticas do
processo de tomada de decisão da empresa. Stroeher e Freitas (2006) acrescentam que o
facto dos gerentes de algumas empresas não possuírem conhecimentos contabilísticos
contribui para que os mesmos não consigam avaliar a importância que a informação
contabilística tem no processo de decisão da entidade. A capacidade de analisar e utilizar
eficientemente a informação contabilística por parte do gerente é importante para a
empresa, uma vez que o futuro da entidade depende da qualidade das decisões tomadas

27
pelo mesmo, qualidade que sem a correta utilização da informação contabilística pode
estar comprometida (Filippo & Musinger, 1970).

Logo, outro dos fatores que limita a utilização da informação contabilística no


processo de decisão da empresa deve-se à incapacidade dos gerentes perceberem os
benefícios inerentes à utilização das informações contabilísticas, isto porque a informação
contabilística é considerada pelos mesmos como um custo e parte de um processo
burocrático, e não um instrumento útil para a gestão e processo de tomada de decisão da
entidade (Lima, Chacon & Silva, 2004). Deste modo o gerente no processo de tomada de
decisão recorre à experiência e intuição, descurando os benefícios que a utilização da
informação contabilística tem no desempenho da entidade (Turner, 1997).

A formação académica dos gerentes influência a elaboração da contabilidade,


assim como a efetiva utilização da informação contabilística. Nunes e Serrasqueiro (2004)
constataram que enquanto os gestores com maior nível de formação académica optam
pela elaboração interna da contabilidade, os gestores sem habilitações superiores optam
por elaborar a contabilidade externamente, o que levanta alguns problemas ao nível da
análise e interpretação da informação contabilística, conduzindo consequentemente à
desconsideração da mesma no processo de tomada de decisão e ao necessário
aconselhamento do gerente junto do contabilista. Winborg (1996) verifica que gestores
com maior formação académica utilizam um maior volume de informação contabilística.

Para Huppert (1983) os problemas que limitam a utilização da informação


contabilística numa empresa prendem-se essencialmente com a relação entre o gerente e
ocontabilista. Alves (2003) defende que produtor e recetor estão de costas voltadas, pois
enquanto os contabilistas estão convencidos que estão a produzir informação útil para a
tomada de decisão, os decisores não reconhecem esse valor, subestimando a informação
contabilística e encarando o contabilista como o homem do imposto e não como homem
de apoio. Assim, os gerentes esperam que o contabilista trate apenas das questões fiscais
e não do fornecimento de informação contabilística, visão errada, pois os gestores
necessitam de informação contabilística à medida que a empresa vai crescendo.Cabe
então aos contabilistas auxiliarem os proprietários-gerentes a entenderem que subestimar
a complexidade de um sistema bom e prático é subestimar a sua contribuição no
desempenho administrativo (Resnik, 1991). O papel do contabilista junto do processo de
tomada de decisão de uma empresa é determinante, devendo a sua função ser a de um

28
consultor incumbido de auxiliar o gerente no processo de tomada de decisão,
deixandoassim de funcionar como um mero escriturador, ou seja, o contabilista deve
expandir a sua função e começar a exercer o papel de contabilista de gestão (Silva,
Miranda, Freire &Anjos, 2010).

Os contabilistas enquanto profissionais qualificados que são, deveriam ter


capacidade para interpretar, analisar e elaborar todo o tipo de demonstrações
contabilísticas e financeiras, no entanto, a contabilidade é uma disciplina com alguma
complexidade e muitos contabilistas não estão preparados para dar resposta a novas
variantes dos instrumentos financeiros, variações que surgem diariamente fruto da
capacidade de inovação dos agentes financeiros (Rodrigues, 2005).

Segundo Pires, Costa e Hahn (2011) os contabilistas não satisfazem corretamente


as necessidades de informação dos seus clientes, estes deviam funcionar como um
conselheiro importante da gestão, aumentando a produção de informação útil para o
processo de tomada de decisão, não se limitando apenas a cumprir as disposições legais
exigidas por lei, pois essa atitude reduz o volume de informação a que os gerentes das
microempresas têm acesso e geralmente necessitam para tomarem a decisão que melhor
serve os interesses da entidade.

A interferência da fiscalidade na contabilidade limita a utilização da contabilidade


como informação contabilística, uma vez que as insuficiências das normas contabilísticas
são supridas pela fiscalidade. De acordo com Iugo (1991) a interferência que a fiscalidade
exerce na contabilidade levanta vários problemas, pois o facto de a contabilidade estar
focada no usuário fisco faz com que informações que são facilmente detetadas nas
demonstrações contabilísticas, não o sejam, já que a contabilidade não as gerou. Assim, a
fiscalidade impede a contabilidade de atingir o seu objetivo de gerar informação, não
ajudando o decisor, nem acrescentando valor à empresa. A fiscalidade também interfere
indiretamente na mentalidade dos gerentes, já que contribui para que o mesmo deixe de
ver a contabilidade como um elemento importante na gestão da empresa, e passe a ver a
contabilidade como uma imposição legal, que visa a tributação da entidade (Stroeher &
Freitas, 2006). Logo, para que a contabilidade crie valor é necessário suspender o registo
de alguns factos patrimoniais com base em critérios fiscais, para que deste modo a
informação contabilística auxilie a empresa no processo de tomada de decisão (Nunes &
Serrasqueiro, 2004).

29
Para que a contabilidade alcance o objetivo de fornecer informação útil aos seus
usuários em todo o tipo de decisões é necessário eliminar o desfasamento temporal entre
a data de elaboração dos factos patrimoniais e a contabilização dos mesmos, contribuindo
assim para o fornecimento de informações úteis para o processo tomada de decisão da
empresa no momento oportuno (Theuri, 2002). A elaboração anual das demonstrações
financeiras é insuficiente, pois os gerentes quando pretendem tomar decisões têm acesso
a informação desatualizada, portanto deve-se considerar prioritária a elaboração mais
frequente das demonstrações financeiras com o objetivo de auxiliar constantemente o
gerente quando este tem que tomar decisões (Trigo, Abadía, PérezGrueso & Jarne, 1996).
O desfasamento temporal também está na origem da utilização da informação
contabilística como meio de confirmação de resultados passados, impedindo a sua
utilização no dia-a-dia da empresa e na gestão corrente da mesma, ou seja, o desfasamento
temporal leva a que informação contabilística seja considerada como um meio de
confirmação de médio e longo prazo (Bruns & Mckinnon, 1993).

A mensuração monetária da informação contabilística também constitui uma


potencial limitação, uma vez que ao analisar uma demonstração financeira poderemos ter
a necessidade de lidar com valores monetários de épocas distintas, valores históricos
desfasados, dificuldade de avaliar a contribuição de cada produto no resultado final,
dificuldades de avaliação de desempenho e dificuldades de avaliar os resultados das
atividades operacionais, constatando-se que nem tudo o que é relevante pode ser valorado
monetariamente, portanto a análise das demonstrações financeiras ser efetuada
cautelosamente uma vez que nem tudo o que é importante está presente nas mesmas
(Alves, 2003). Aliás Simon (1998) demonstra que os gerentes consideram que a
informação não numérica é importante no processo de tomada de decisões,
nomeadamente as palavras, os diagramas e as imagens. A informação não numérica e a
informação numérica no ponto de vista da gestão de uma empresa devem ser vista como
complementares, já que a sua utilização simultânea permite reduzir as limitações que
ambas apresentam.

A informação contabilística é mensurada pelo custo histórico, assim todos os


ativos são registados pelo equivalente de caixa ou justo valor no momento de aquisição,
os passivos são registados pela quantia dos valores recebidos em troca da obrigação.
Verifica-se que a mensuração dos elementos patrimoniais pelo valor histórico baseia-se
em factos passados, o que dá origem a demonstrações financeiras com menor índice de

30
informação relevante, e assim incapaz de ajudar o gestor no processo de tomada de
decisão (Nunes & Serrasqueiro, 2004).

A manipulação de dados limita a afirmação da contabilidade enquanto sistema de


informação primordial numa entidade, uma vez que a manipulação de provisões,
depreciações, amortizações, capitalização de custos, alterações no critério de
reconhecimento de resultados e a forma de obter os resultados contabilísticos contribuem
para o desprestígio da contabilidade, consequentemente os gerentes mostram-se relutantes
em confiar nas demonstrações financeiras enquanto meio primordial para tomar decisões,
pois consideram que estas apresentam baixa qualidade (Rodrigues, 2005).

Em síntese os motivos que limitam a utilização da informação contabilista no


processo de tomada de decisão são:

• Habilidade do gerente compreender e interpretar a informação contabilística;


• Incapacidade do gerente perceber os benefícios inerentes á utilização da
informação contabilística;
• Formação académica do gerente;
• Relação entre o gerente e o contabilista;
• Incapacidade dos contabilistas;
• Contabilistas não satisfazem a necessidade dos clientes;
• Interferência da fiscalidade;
• Desfasamento temporal entre a ocorrência do facto e a sua divulgação nas
demonstrações financeiras;
• Custo da informação contabilística;
• A contabilidade não reflete o valor real da empresa;

• Mensuração monetária da informação contabilística; Mensuração pelo custo


histórico da informação contabilística; Manipulação de dados.

1.1.6 A contabilidade enquanto sistema de informação e o seu papel nas


organizações

A contabilidade assume, desde os primórdios da atividade comercial, uma


significativa importância na gestão das empresas (Santos, 2012). Surgiu com o objetivo
de registar e controlar as operações resultantes da atividade comercial (Oliveira, 1997) e,
com base num processo evolutivo relativamente à forma de relevar e divulgar,

31
fundamentalmente esta, tem procurado ir de encontro com a satisfação das necessidades
de todos os seus utilizadores (stakeholders).

Num ambiente globalizado como o que carateriza o momento presente, as


empresas estão não só mais expostas como também mais pressionadas a adaptarem-se às
constantes mudanças (ao nível tecnológico, social, ambiental, económico e financeiro,
entre outros), o que as obriga a reestruturarem-se de maneira a permanecerem no mercado
e competitivas (Bottino-Antonaccio, 2007; Garbeti et al., 2008; Passos, 2010). Para isso,
as empresas contam com informação de qualidade e tempestiva, ou seja, fornecida a
tempo útil que as pode auxiliar no processo de tomada de decisão (Bezerra, 2012; Passos,
2010). A informação financeira assume aqui um papel de particular relevância na medida
em que ao constituir um dos principais outputs da contabilidade tem como principal
objetivo oferecer um conjunto de informação que traduza de forma apropriada a posição
financeira e os resultados de uma entidade e que possa auxiliar no processo de tomada de
decisões de um conjunto diversificado de utilizadores (stakeholders) (Almeida, 2012;
Bezerra, 2012; Santos, 2014).

Neste sentido, a contabilidade surge como um poderoso instrumento de gestão


(Borges, Rodrigues, & Rodrigues, 2010; Oliveira, 1997; Passos, 2010) na medida em que
se propõe fornecer às empresas informação útil para as auxiliar no planeamento, controlo
e processo de tomada de decisão e, assim, contribuir para o seu sucesso (Passos, 2010),
ou seja, é um instrumento que ajuda à melhoria da eficiência e eficácia da empresa
(Bezerra, 2012) porquanto lhe cumpre fornecer, a qualquer momento, informação acerca
da situação patrimonial e respetiva análise da situação económica e financeira de qualquer
empresa para que os seus gestores/administradores possam fazer dela bom uso (Oliveira,
1997). Na mesma linha de pensamento se apresenta Argenti (1998), quando defende que
o objetivo da contabilidade financeira é o de comunicar para o exterior (das empresas) as
consequências das decisões tomadas pelos seus gestores, ou seja, vê a contabilidade como
um método de registo, interpretação e comunicação de informações económico-
financeiras acerca da empresa para um conjunto de diversas pessoas e/ou entidades nela
interessadas. Também Iudícibus, Martins e Gelbcke (2006), citados por Passos (2010),
bem como Bezerra (2012), vêm reiterar esta mesma opinião, ao referirem-se à
contabilidade como um sistema de informação e avaliação que tem como finalidade
fornecer aos seus utilizadores um conjunto de informações acerca das operações de
determinada empresa. Deste modo, a contabilidade envolve-se num processo repetitivo

32
de identificação, mensuração, análise e interpretação de dados e comunicação desses
dados aos diferentes utilizadores (Passos, 2010).

Com base no que se acabou de aduzir parece ficar claro que a contabilidade se
justifica no quadro das necessidades informativas de uma empresa e, nesse sentido, que a
informação que prepara e divulga surge especialmente orientada para satisfazer
necessidades de um conjunto vasto de utilizadores, designados na literatura, em particular
na anglo-saxónica, como stakeholders. Porém, este grupo de utilizadores, que vai dos
detentores do capital e potenciais investidores aos credores financeiros (banca), passando
pelos credores comercias, trabalhadores, clientes, Estado, sindicatos e outras entidades ou
associações, são tantos e tão variados quantos os interesses que procuram ver satisfeitos
através da informação financeira. Neste sentido questiona-se, com oportunidade, até que
ponto esta informação será capaz de cumprir um objetivo tão amplo quanto genérico. Ou
seja, como poderá a mesma informação satisfazer tantos interesses sem, ela mesma, ter
necessidade de fazer opções.

De acordo com Pires e Rodrigues (2011), a contabilidade surge, não raras vezes,
apresentada como uma ciência aplicada à realidade e uma consequência dessa mesma
realidade. “A contabilidade, enquanto sistema de informação, existe para satisfazer
necessidades informativas. (…) Porém, os fins para os quais ela pode resultar útil são
tantos e tão variados que cada vez mais se tem questionado a teoria e defendido que a
contabilidade, enquanto ciência aplicada à envolvente e por esta condicionada, está muito
mais vocacionada para responder as necessidades específicas dessa mesma realidade do
que a um objetivo genérico – ser útil para os “stakeholders”” (Pires & Rodrigues, 2011,
p. 1).

Por sua vez, Tua (1998) defende que o desenvolvimento de um sistema


contabilístico, fundamentalmente os pressupostos em que o mesmo se faz assentar
(doutrina contabilística), não é arbitrário nem obra do acaso. Deriva da envolvente, ou
seja, sofre a influência de fatores culturais, da fiscalidade, das caraterísticas do sistema
legal, ao nível do desenvolvimento dos mercados e do tecido empresarial, maior ou menor
influência das principais fontes de financiamento, da estrutura de propriedade, da
separação entre propriedade e gestão, entre outros. Neste sentido, é a própria doutrina
contabilística que não só assenta neste pressuposto como, ela própria, permite e ajuda a
suportar a defesa da tese de que a preparação da informação financeira implica

33
julgamentos e opções (Rodrigues, Pires, & Pereira, 2014), como que uma consequência
imediata da influência dos fatores da envolvente que condicionam e determinam, em
grande medida, as caraterísticas do sistema contabilístico (Pires & Rodrigues, 2011; Pires,
Rodrigues, & Lopes, 2015).

Neste sentido, a contabilidade não é mais do que o resultado da aplicação do


sistema contabilístico de cada país ou uma consequência imediata das caraterísticas da
envolvente onde se insere a entidade que a prepara. Está-se com isto a procurar dizer que
a informação financeira é o resultado da necessidade de ponderar os pressupostos que a
suportam (a informação) em função dos fatores da envolvente, de onde deriva um
utilizador padrão ou utilizador preferencial. A importância que será dada à informação
financeira, em cada momento, está na justa proporção do que lhe for exigido pelas
caraterísticas da envolvente em geral e pelas do tecido empresarial em particular.

Para reforçar a ideia, de que a contabilidade deriva da envolvente e é por esta


condicionada, cite-se o facto de países com envolventes semelhantes apresentarem
sistemas contabilísticos idênticos e países com ambientes culturais diferentes
apresentarem sistemas contabilísticos diferentes (Alexander, Britton, & Jorissen, 2003;
Cañibano & Mora, 2000; Choi, Frost, & Meek, 1999).

1.2- Informação Financeira


1.2.1 Conceito de informação

A capacidade de processar informações e transmiti-las entre os seus semelhantes


é o que distingue o homem dos outros seres habitantes da Terra. O conceito de informação
apresenta uma diversidade de significados, tornando-se num termo complexo, de
inúmeras asserções. A ciência da informação contém conteúdos e temas de interesse geral
para diversas áreas e temáticas do conhecimento humano (Messias, 2005).

No entanto, podemos descrever a informação como sendo um conjunto de dados


(quantitativos ou qualitativos), que podem ser processados, organizados e transformados
e, por conseguinte, se tornam em informação (Fernandes, 2019).

À medida que diversos “fios” de informação se vão conectando, vai nascendo o


conhecimento. A partir de todos os tipos de conhecimento formam-se os mais variados
campos da ciência. Num mundo tão vasto de informação, com tantas áreas de
conhecimento, é humanamente impossível ser-se detentor de todo o conhecimento, daí a

34
existência de especialistas nas mais diversas áreas, que dedicam a sua vida ao estudo
(Fernandes, 2019).

A era em que vivemos atualmente é a era da informação, onde esta se pode tornar
numa arma ou poder. Mediante as necessidades, o contexto em que é produzida e
partilhada é determinado o valor desta, isto é, um tipo de informação pode ser altamente
relevante para uma entidade ou individuo, mas ser totalmente irrelevante para o outro
(Fernandes, 2019). Este conceito é um conceito que tem sido alvo de bastantes estudos e
investigações, nas mais diversas áreas. De maneira que se defende que há pelo menos dois
polos de informação, a objetiva e a subjetiva, a objetiva que subentende que a informação
existe fisicamente, enquanto que a subjetiva existe como conhecimento cognitivo de um
indivíduo (Rosa, 2013).

O processo de obtenção e criação de informação passa por diversas fases. A


primeira prende-se com a recolha de dados, tendo por base que estes por si só, e utilizados
em bruto não têm qualquer valor. Após a transformação e agregação destes dados resulta
a informação, de forma a constituir uma ideia que sirva de conhecimento para os
utilizadores da informação (Fernandes, 2019).

Sendo este, um trabalho na área financeira/contabilística, será posteriormente


detalhada a informação contabilística, sendo esta compreendida entre informação
financeira e não financeira.

Uma boa comunicação entre todos os patamares hierárquicos da pirâmide


organizacional é fulcral para o excelente funcionamento de uma entidade. A informação
deve fluir de forma ascendente e descente, isto é, desde o conselho de administração até
à classe operacional, onde deverão ser transmitidas e comunicadas todas as políticas,
conselhos, estratégias a adotar e principalmente os objetivos, assim como, é de igual modo
importante que a informação flua desde a classe operacional até ao Conselho de
Administração, visto que muitas vezes o problema se inicia nesta classe, seja na produção
de um produto ou na prestação de um serviço.

Fernandes, (2019) afirma que na base do sucesso de qualquer entidade, está uma
informação útil e organizada, existindo uma multiplicidade de ações que devem ser
comunicadas aos stakeholders.

35
1.2.2 Informação financeira

Em cada dia que vivemos, temos de fazer face a novos desafios, resultando em
novas escolhas e opções. Expressões como “informação é poder” e que “a informação é
o ativo mais valioso numa organização” fazem parte da sabedoria popular.

A informação que pretendemos obter neste meio, ultrapassa muito a informação


vulgar do quotidiano. Nestas circunstâncias é fácil entender que a informação assume
outra dimensão e terá de ser de cariz financeiro e económico, sendo a maior parte
adquirida através dos registos contabilísticos (Feliciano, 2015).

A informação financeira, dados os seus atributos, é bastante útil para uma


diversidade muito grande de utilizadores quando se fala na tomada de decisão. Neste
sentido, deve estar disponível para dar resposta às necessidades dos seus utilizadores
(Lungo, 2013). Face ao nível de risco envolvido nas operações empresariais, facilmente
se percebe que tal informação tem de ser credível (Feliciano, 2015).

A IPSAS 1 do IPSASB refere que o principal objetivo da informação financeira é


o de proporcionar informação relevante sobre o desempenho, posição financeira e fluxos
de caixa de uma entidade, sendo esta útil para um leque de utilizadores (IPSAS
1,2001:§13).

É fundamental que esta informação obedeça a um conjunto de requisitos


qualitativos, de modo a torná-la uma informação fiável, sendo estes requisitos a
compreensibilidade, a relevância, a fiabilidade e a comparabilidade, sob pena de esta ficar
comprometida, caso não cumpra (Lungo, 2013). A validade dessa informação depende da
credibilidade da fonte (Pinheiro e Lopes, 2012 referenciado por Feliciano, 2015) e da
capacidade para verificar a sua exatidão.

Face ao nível de risco envolvido nas operações empresariais, facilmente se percebe


que tal informação tem de ser credível (Feliciano, 2015). Mas rapidamente se percebe que
nem toda a informação se pode considerar útil, visto que para esta ser útil tem de atender
às necessidades dos seus utilizadores, devendo para tal ser oportuna e adequada, de forma
a reduzir o grau de incerteza no processo de tomada de decisão (Rosa, 2013). O IPCG, no
seu código de governo das sociedades 2018, criou um capítulo próprio para esta temática,
na qual refere que o órgão de fiscalização deve estar intrinsecamente ligado à informação

36
financeira, de modo que possa fiscalizar de forma independente toda a informação
financeira (IPCG, 2018).

Wang e Ahammad (2012) consideram que a informação financeira serve para


avaliar o desempenho das empresas, seja através do balanço, da demonstração dos
resultados ou até mesmo através dos rácios. A qualidade da informação financeira é um
ponto importante no processo de tomada de decisão, não existindo, no entanto, uma
definição clara do que é qualidade da informação contabilística, se é que tal poderia existir
(Pinheiro e Lopes, 2012).

A verificação da importância da informação financeira para a tomada de decisão


tem sido objeto de diversos estudos nos últimos anos, no entanto, os focos desses estudos
têm sido bastante distintos.

Independentemente da decisão a tomar, o que se pretende com todo o processo


de recolha da informação é uma informação oportuna, relevante e fiável para se poder
decidir.

“A eficiência e eficácia do mercado de capitais estão intimamente relacionadas


com credibilidade da informação financeira apresentada nesse mercado. Quanto maior a
qualidade da informação financeira apresentada pelos intervenientes no mercado maior a
sua eficiência”. (Góis, 2013a, p. 58).

1.2.3 A utilidadeda informação financeira

No relacionamento da empresa com o meio exterior, as demonstrações financeiras,


são importantes, por exemplo, para as instituições bancárias, nos pedidos de
financiamentos e para os respetivos investidores, Carrapiço (2009), referido por Santos
(2014).

No que respeita à importância do papel da informação contabilistica, os estudos


anteriormente realizados sobre o processo como os gestores/utilizadores adquirem essa
informação permite-nos retirar duas ilações. A primeira é a necessidade de aquisição da
informação, que está diretamente relacionada com as tarefas a desempenhar, originadas
por problemas correntes, do quotidiano de uma entidade. A segunda, é que os gestores
optam preferencialmente por fontes pessoais e procuram adquirir uma estrutura de
informação com as suas fontes de confiança, dando preferência à comunicação verbal
(Choo, 1993, referenciado por Alves, 2007).

37
A utilidade da informação financeira terá como base a utilização dada pelos seus
utentes. De modo a avaliar a rentabilidade, segurança e liquidez num financiamento a
efetuar, a Banca utiliza essa informação. Os proprietários, na sua medida, utilizam
relatórios financeiras para variadas funções, p.e, determinar prémios de remuneração a
distribuir e pagamentos de dividendos, para monitorar o desempenho, para
financiamentos futuros e ainda como forma de minimizar as suas obrigações fiscais. As
autoridades fiscais também são beneficiárias principais das contas das PME e utilizam as
suas demonstrações financeiras para determinar o lucro bruto, avaliar honorários de
administradores e observar as disposições fiscais (IFAC, 2006).

A maioria dos gestores das pequenas empresas possuem poucos conhecimentos


acerca da contabilidade e dos seus benefícios (Turner, 1997 referenciado por Serrasqueiro
e Nunes, 2004) havendo, por isso, a tendência de utilizar no processo de tomada de
decisão, a experiência e a intuição, descurando erradamente a informação contabilística
(Serrasqueiro et.al, 2004).

Torna-se, portanto, fundamental perceber em que medida a informação financeira


responde e corresponde às necessidades dos seus destinatários/utilizadores. A questão que
se impõe será analisar a utilidade da informação nas decisões da gestão, de que forma e
de que modo a informação gerada é útil e proveitosa para os gestores na tomada de
decisão. Sabemos que existe um desfasamento temporal entre a data da elaboração dos
factos patrimoniais e a contabilização desses factos, e para que a informação sustente as
decisões tomadas, esta deverá ser feita em tempo útil e oportuno (Serrasqueiro et al.
2004).

Existem alguns (poucos ainda) estudos realizados, no intuito de verificar qual a


importância dada pelos gestores à informação financeira, e de que modo esta informação
serve para a tomada de decisão. Serrasqueiro et al. (2004 p. 8) afirmam que “segundo
vários estudos a causa principal da falência das empresas tem a sua origem na deficiente
utilização da informação contabilística”, devendo assim o empresário/gestor da empresa
ser alertado para os benefícios da utilização dessa informação (Serrasqueiro et al, 2004).

38
1.2.4 Demonstração financeira

As demontrações financeiras são documentos fundamentais para qualquer


empresa. Afinal, elas são extremamente revelevantes para tomada de decisão da alta
gestão e sua equipe.

De acordo com Brigman e Houston (1999), a coleta e registo de dados, assim como
elaboração das demonstrações financeiras é atribuição da contabilidade.

As demonstrações financeiras são úteis, por exemplo, para os bancos que


necessitam verificar a situação da empresa antes de conceder-lhe um empréstimo. Os
fornecedores necessitam dos dados para verificar se o cliente terá condições de pagar
pelos produtoa/serviços comprados. Os clientes tambem nanalizam os dados para
determinar se o seu fornecedor tem condições de continuar operando no mercado ou se
preferivel optar por outro mais solido economicamente.

Para garantir a autenticidade dos dados apresentados auditorais são realizadas nas
contas da empresa por escritorio especializado.

1.2.4.1- Analise de demontração financeira

De acordo com Brigman e Houston (1999), a analise das demonstrações


financeiras é util tanto para analistas internos como analistas externos à organização. Para
os analistas internos, esta analise permite visualizar a condição geral da empresa atevendo
condições futuras bem como ponto de partida para o planeamento organizacional. Por
outro lado, para os analistas externos, a referida análise tem como objectivo a previsão do
futuro, analisando os possiveis pontos de investimento.

Desta forma, expõe Matazazzo (2003), a contribuição da analise financeira para


tomada de decisão é notoria uma vez que esta expõe aspectos relevantes a respeito da
empresa, tais como: situação financeira e económica, desempenho, pontos fortes e fracos,
adequação das fontes às aplicações de recursos, evidençias de erro na administração,
avaliação de alternativas economico-financeiras futuras e outras.

Análise deve ocorrer na seguinte ordem lógica: inicialmente, extraem-se indices


das demonstrações financeiras, posteriormente, comparam-se os índices com os padrões,
levando-se em conta outras informações relevantes, para chegar a conclusões.
Por fim, tomam-se decisões.

39
1.2.4.2-Demonstrações contábeis

As demonstrações contábeis são uma representacão monetária estruturada da


posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uam
entidade no período findo nessa data. O obejectivo das demonstrações contábeis de uso
geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o
fluxo financeiro de ums entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na
tomada de decisóes. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do
gerenciamento, pela administração, dos recursos que lhe são confiados.

A análise das demonstrações contábeis consiste em uma técnica que realiza a


decomposição, comparação e interpretações dos demonstrativos da empresa. A finalidade
da análise é transformar os dados extraídos das demonstrações em informações úteis para
a tomada de decisão por parte dos contadores, administradores e usuários da empresa(
ASSAF NETO, 2002).

1.2.4.2.1 Balanço patrimonial-bp

O balanço patrimonial é considerado uma das principais declarações financeiras


de uma empresa e deve ser produzido de maneira precisa e rigorosa, a fim de auxiliar um
controle de patrimonio.

De acordo com Osvaldo Martins(2021, p.47), o balanço patrimonial é uma


demonstração contabilística destinada a evidenciar, qualitafivamente e quantitativamente
a situação patrimonial e financeira da empresa num dado momento. O balanço apresenta
os Activos( bens e direitos), os Passivos( exigibilidades e obrigações) e o patrimônio
líquido, que é o resultado da diferença entre o total de activos e passivos.

1.2.4.2.2 Demonstrações do resultado do exercício-DRE

A sua principal característica é a forma dedutiva de demonstrar o resultado gerado


pela actividade operacional da empresa em determinado período, partindo-se da receita
bruta de vendas e serviços, deduzindo-se custos e despesas inerentes à actividade
operacional da empresa, os impostos sobre o facturamente e sobre o próprio lucro líquido,
acrescentando-se uma parcela proveniente das transações não operacionais da empresa.
A DRE é relevante para avaliar o desempenho da empresa e a eficiência dos gestores em
obter resultados positivos.

40
Segundo Matarazzo(1998), a DRR destina-se a evidenciar a formação de resultado
líquido do exercício, diante do confronto das receitas, custos e despesas apuradas segundo
o regime de competência, a DRE oferece uma síntese econômica dos resultados
operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente
para finsde divulgação, em geral são feitas mensqalmente para administração e
trimestralmente para fins fiscais. A DRE pode ser utilizada como indicadores de auxilio
a decisões financeiras.

1.2.4.2.3 demostração das orugens e aplicação de recursos

Demostra quais recursos entram na empresa e que fonta tem maior participação.
Também identifica como estão sendo aplicados esses recursos. Dessa forma vai auxiliar
o gestor a entender a posição financeira da empresa em um exercício, podendo tomar
decisões que mudem esse quadro no próximo exercício.

1.2.4.2.4 demostração de lucros ou prejuízos acumulados

É a demonstração que possiblita evidenciar o lucro do período e a sua distribuição,


ou seja indica como a empresa está distinado o lucro contábil. Recomendase a substituição
da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados pela demonstração das mutações do
património líquido, pois possui uma maior riqueza de informações.

1.2.4.2.5 demostração das mutações do património líquido

Evidencia a movimentação de todas as contas do património líquido, por isso é


uma demonstração completa e abrangente.

Conforme afirma Iudícibus, Martins e Gelbcke(2006, p.376): É de muita utilidade,


pois fornece a movimentação ocorrida durante o ecercício nas diversas contas
componentes do património líquido; faz clara indicação do fluxo de uma conta para outra
e indica a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no património líquido
durante o exercício.

1.2.4.2.6 demonstração do fluxo de caixa

A demonstração do fluxo de caixa é muito importante para os tomadores de


decisão pelo grau de informações que fornece. De acordo com a descrição de Iudícibus,
Martins e Gelbcke (2006, p.398): O objectivo primário da demonstração dos fluxos de

41
caixa( DFC) é prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos, em
dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante um determinado período.

Portanto, um importante instrumento gerencial, pois permite avaliar a capacidade


de a empresa honrar seus compromissos e gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa.
A (DFC) é um dos principais relatórios contabilísticos para fins gerenciais.

1.2.5- Decisões financeiras

Decisão financeira, trata-se da actividade que se dedica a adoptar medidas mais


eficazes para utilização dos recursos financeiras da empresa.

Qualquer que seja a natureza operacional, uma empresa é avaliada como tomadora
de duas decisões: decisão de investimento-aplicação de recursos, e decisão de
financiamento-captação de recursos( ASSAF NETO, 1997).

As decisões de investimento envolvem o processo de análise, avaliação,


identificação e seleção das alternativas de aplicação dos recursos. As decisões de
financiamento permeiam a definição da natureza dos fundos captados, ou seja, a estrutura
das fontes de capital. Essas duas decisões são tomadas de forma contínua e integradas
entre si. Vale lembrar que essas decisões não se limitam ao financiamento e investimento
inicial: a maioria das empresas necessitam de financiamento ao serem criadas, mas a
função financeira da empresa não está limitada a esse financiamento inicial (GITMAN;
MADURA, 2003,P.4).

Além disso, enquanto as decisões de financiamento descrevem as taxas de retorno


exigidas pelos detentores de capital, as oportunidades de investimento centram suas
preocupações nos retornos esperados. Isso significa que existe uma relação inversa entre
a txa de retorno esperada dos investimentos e o custo real do financiamento.

42
CAPÍTULO II
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

43
CAPÍTULO II- METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
2.1-Metodologia de Investigação
A escolha e definição de uma metodologia investigação, são essencial para se desenvolver
o objectivo de estudo designadamente estabelecendo que método usar na analise de um
dado fenómeno.
De acordo com o Demo (1987), a metodologia é uma preocupação instrumental que trata
do caminho para a ciência, trata a realidade teórica e pratica e centra-se geralmente no
esforço de transmitir uma iniciação aos procedimentos lógicos voltados para questões de
causa de dados dos princípios formais da identidade, da dedução e da indução e das
objectividades etc.

2.2- Métodos de pesquisa

Método descritivo: Reto e Nunes (1999), consiste em identificar os principais


factores ou variáveis que existem numa dada situação ou comportamento. Para a nossa
pesquisa serviu para descrever como é feita o papel da informação contabilística na
escolha das políticas de investimento caso de estudo na Empresa A.K.S. Comércio e
Serviço Lda.

Método Estudo de campo: Em relação aos estudos de campo, Gil (2010 p. 57).
Diz que “Procuram muito mais o aprofundamento das questões propostas do que a
distribuição das características da população segundo determinadas variava.” Como
consequência, o planeamento do estudo de campo apresenta muito mais flexibilidade,
podendo ocorrer mesmo que seus objectivos sejam reformulados ao longo do processo de
pesquisa. Na nossa pesquisa serviu para fazer um estudo mas profundo e com clareza para
a sustentação do nosso tema.

Método bibliográfico: Segundo Marconi e Lakatos (2007), quando elaborada a


partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas, publicações
em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses,
material cartográfico, internet, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto
directo com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa. Em relação aos dados
colectados na internet, devemos atentar à confiabilidade e fidelidade das fontes
consultadas electronicamente. Na pesquisa bibliográfica, é importante que o pesquisador

44
verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as possíveis incoerências ou
contradições que as obras possam apresentar. Para a nossa pesquisa analisamos fontes
bibliográficas para a sustentação do conteúdo relativa ao papel da informação
contabilística na escolha das políticas de investimento.

Método qualitativo: Segundo Marconi e Lakatos (2007 p. 110). Conceitua a


pesquisa qualitativa como “Qualquer tipo de pesquisa que produz descobertas não obtidas
por procedimentos estatísticos ou outros meios de quantificação”. Para esta pesquisa
procuraremos analisar, compreender e descrever com maior precisão sobre o tema em que
nos propusemos estudar

2.3- Técnicas de Investigação

Entrevista: Segundo Gil (2008), é uma técnica em que o entrevistador se


apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas com os objectivos de obtenção
dos dados que interessam a investigação. Para o nosso estudo a entrevista foi aplicado ao
gestor para saber o papel da informação contabilística no processo de tomada de decisão
financeira.

45
CAPITULO III ANÁLISE E TRATAMENTO DE
DADOS

46
CAPITULO III - ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS

3.1- Caracterização da empresa


A.K.S. COMÉRCIO E SERVIÇOS LDA

A empresa A.K.S COMÉRCIO E SERVIÇO LDA, está situada na provincial do


Huambo, cidade e município do Huambo, na cidade Alta rua 102 junto a SISTEC,
começou as suas actividades comercias aos 14 de julho de 2018 com a denominação jurica
empresa individual, de responsabilidade limitada de natureza empresaria tendo a
subscrição e a realização de 50.000 AO, tem por objectiveo principal a realização de
comercio de cosmetico, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, com 17
funcionarios, tendo como CEO Albino Kanganjo.

Missão: Criar vínculos fortes, duradouro com os consumidores e clientes fornecendo lhe
os melhores produtos e serviços aos melhores preços com qualidade.

Visão: Expandir a empresa nas 18 provincias de angola com foco no crescimento


rentabilidade e responsabilidade socio-ambiental.

Valores: Incentivo a disciplina e a humanidade, valorizar quem faz a nossa empresa


comprometido inclusão diversidade, excelência, crescer e evoluir juntos.

Organograma da empresa A.K.S. COMERCIO E SERVICOS LDA

Gerente

Secção
Secção comercial Secção Técnica Administrativae
contabilistica

Funcionário

3.2- recolha dos dados


Após a elaboração do referêncial teórico tivemos a necessidade de adicionar
alguns dados inerentes a empresa, de forma a dar ao nosso trabalho maior consistência. A
seguir analisaremos as informações recolhidas da instituição em anãlise.

47
1- Como é feito o trabalho de contabilidade na empresa?

R: A contabilidade da nossa empresa é feita por um contabilista interno responsável por


controlar as alterações do património da empresa, registando os ganhos e perdas e todas
as actividades económicas implícitas na nossa organização. Através da elaboração de um
relatório, ao contabilista informa a situação económica da empresa para o gestor, por ser
um instrumento fundamental na tomada de decisão.

2- Como é feito o trabalho financeiro dentro da empresa?

R: O trabalho financeiro é feito da maneira mais estratégica possível, ou seja o gestor


financeiro tem a responsabilidade de elaborar o melhor plano estratégico antes de usar os
recursos financeiros disponíveis na organização garantindo assim o melhor desempenho
e gestão das finanças e procurando sempre formas de atingir o equilíbrio económico e
financeiro. O sector financeiro na nossa empresa funciona como um elo de ligação com
as diversas áreas existentes na empresa tornando o trabalho mais célebre e funcional
acima de tudo. É neste sector também onde é analisado os possíveis riscos que possam
advir de um futuro investimento procurando sempre evitar prejuízo de curto e longo
prazo.

3- Qual é o principal desafio do gestor financeiro?

A R: O principal desafio do gestor financeiro é aumentar o valor do património líquido


da empresa.

4- Na sua opinião a empresa consegue sobreviver num mercado competitivo sem a


utilização das informações contabilísticas?

R: Não! Nenhuma empresa sobrevive sem a utilização da informação contabilística, pelo


contrário é uma das causas da falência.

5- Qual é tratamento dado a informação contabilístico após o seu apuramento?

R: Após o apuramento da informação contabilístico, é entregue um relatório contabilístico


a disposição do gestor financeiro. Isso acontece porque o gestor financeiro é responsável
por fazer uma análise geral da situação económica e financeira da empresa, se liberta ou
consome recurso suficiente para atingir a autonomia financeira, se cumprimos com as
nossas obrigações de curto e longo prazo, e se os clientes honram com os seus
compromissos.

6- Como ela influencia no processo de tomada de decisão?

R: Ela influencia no processo de tomada de decisão permitindo-nos saber: O momento


para comprar, vender, ou deter um investimento em capital próprio. Analisar a
competência do conselho de administração. Determinar políticas de planeamento fiscal
etc.

48
7- Como as demostrações contabilísticas influenciam nas políticas de investimento
e financiamento?

R: A influência das demostrações contabilísticas dentro da nossa organização, permite


por um lado, quanto ao investimento:
Faz com que os activos gerem Cash Flows e se espere por um valor criado por novos
instrumentos para alavancar os cash flowes existentes, quanto ao financiamento, é
possível analisar as actividades representadas pelo passivo ou financiamento externo, e
por parte dos capitais próprios financiamento interno. Essas duas políticas convergem
quando estamos perante a análise de um projecto por exemplo, onde o gestor apresenta
projectos em carteiras viáveis para investir e que se prossegue a questão do financiamento
do nosso projecto procurando sempre maximizar os valores da empresa por via dos lucros.

8- O senhor reconhece os benefícios inerentes a utilização da informação


contabilística no processo de tomada de decisão financeira?

R: Sim reconheço! Com a utilização da informação contabilística é possível ter uma


melhor gestão dos recursos que fazem parte da empresa, tanto humanos como financeiros.
Hoje se tomam as melhores decisões no que concerne aos investimentos, é devido as
informações que a contabilidade me proporciona, pois a utilização da informação
contabilística no processo de tomada de decisão determine a diferença entre o sucesso e
o insucesso da empresa.

9- Quais as decisões financeiras que predominam quando a contabilidade apresenta


resultados favoráveis?

R: Quando a contabilidade apresenta resultados favoráveis ou positivos na nossa empresa,


parte do principio de que esses resultados só foram possíveis por causa de um pessoal
comprometido com a causa, logo a minha primeira decisão em termo financeiro é sempre
um incentivo para os meus funcionários dando bónus, aumento de salário ou
adiantamento. Em seguida olharia para o nosso redor.. Como estamos em relação ao
mercado?! Em relação a demanda e a oferta dos nossos serviços? Como qualquer outra
empresa que deseja crescer sem limites, pensava nas formas de expandir os nossos
serviços claramente aumentando os nossos investimentos.

10- Quais as decisões financeiras que predominam quando a contabilidade apresenta


resultados desfavoráveis?

R: Quando a contabilidade apresenta resultados desfavoráveis ou negativos aqui na


empresa as decisões a serem tomadas certamente serão a diminuição de funcionários,
redução dos salários bónus e subsídios, procurar estratégias para novos investidores, visto
que a empresa está com prejuízo, as decisões serão tomadas buscando sempre minimizar
os gastos e despesas de empresa.

49
11- De que maneira deve ser caracterizado o papel da informação contabilística no
processo de tomada de decisão da nossa empresa?

R: Os informes contabilísticos na minha empresa são totalmente fundamentais nas


decisões financeiras isto porque eles constituem a base de tudo dentro da empresa. Se hoje
por exemplo eu tomo decisões mais acertivas, cometo poucos erros é porque levo em
conta os resultados que a contabilidade me fornece, se hoje por exemplo eu tomo decisões
que no final darão resultados favoráveis para minha empresa, decisões estas de
investimento financeiramente e restruturação da própria empresa é tudo na base das
informações contabilísticas. Quero acreditar que sem a utilização da informação
contabilística eu não tomaria as mesmas decisões e certamente cometeria vários erros.

3.3- ANÁLISE DO PAPEL DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA NO


PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO NA EMPRESA AKS, LDA.

Existem informações sobre as entidades que são úteis para determinados utentes da
informação prestada pela contabilidade por permitirem avaliações e tomada de decisões
importantes das quais se destacam:

• Investidores Avaliar o retorno do investimento. Auxiliar na tomada de decisão


sobre comprar, deter ou vender. Determinar a capacidade da empresa de pagar
dividendos.
• Empregados Avaliar a capacidade da entidade de proporcionar emprego,
remuneração e benefícios de reforma.
• Financiadores: Determinar a capacidade da entidade em solver, dentro do prazo,
os compromissos com eles assumidos: os empréstimos e juros.
• Fornecedores e outros credores: Determinar se as quantias que lhes são devidas
serão pagas dentro do prazo. Avaliar a capacidade da entidade em operar de forma
continuada, caso estejam dependentes da entidade.
• Clientes: Avaliar a capacidade da entidade em operar de forma continuada, caso
haja assumido compromissos de longo prazo com a entidade ou dela estejam
dependentes.
• Governo e seus departamentos :Avaliar a capacidade de alocação de recursos.
Regulamentar a actividade das entidades. Estabelecer políticas de tributação.
Servir de base ao apuramento do Rendimento Nacional e de Estatísticas
semelhantes.
• Público: Ajudar a avaliar a utilidade da entidade em diversos níveis como por
exemplo a capacidade de emprego e de desenvolvimento de negócios como
cliente.

50
• Nível interno utente utilidade da informação: gestão auxiliar o cumprimento das
suas responsabilidades de planeamento, tomada de decisão e controlo.
Depois de ter obtido as informações necessárias parafundamentação do segundo capítulo
e respectivas discussões, por meio de uma entrevista conduzida ao Sr. Albino Kanganjo
responsável pela gestão financeira da empresa em estudo, observa-se que a empresa tem
uma contabilidade organizada e o responsável da mesma área tem fornecido as
informações contabilísticas com freqüência, para nortear as decisões a serem tomadas
pelos gestores e outros interessados na informação contabilística da referida empresa.

O entrevistado ressaltou a importância da contabilidade e o papel indispensável


que ela desempenha na empresa e que vai muito além das tradicionais exigências fiscais.
Pois, para ele é com base nos resultados apresentados pela contabilidade que as decisões
são tomadas.

Assim, com base aos instrumentos contabilísticos (Balanço Patrimonial e


Demonstração de Resultados) dos anos 2020 e 2021, fornecido pela empresa em estudo,
podemos identificar as seguintes informações contabilísticas para as possíveis decisões.
Informação Contabilística da Empresa AKS, Lda

51
1. Balanço Patrimonial
Designação Notas
2021 2020
A C T I V O
Ativos não correntes:

Imobilização corpóreas …………………………………………………………………………………………………………. 4 25 121 687,53 27 659 361, 00


Imobilização incorpóreas …………………………………………………………………………………………………..…. 5 3 130 000, 00 3 130 000, 00
Investimento em subsidiárias e associadas ………………………………………………………………..…………. 6 0,00 0,00
Outros activos financeiros 7 2 537 673,47 0,00
Outros activos não correntes (Amort, Acumulada) …………………………………………………..…………… 9 (3 126 312, 40) (2 537 673, 47)
Sub-Total…………………………………………………………………………………………………………………………… 27 663 049,60 28 251 687,53

Activos correntes:

Existência…………………………………………………………………………………………………………………………..…. 8 2 430 000,00 1 867 000,00


Contas a receber …………………………………………………………………………………………………….……………. 9 2 437 307, 65 3 000 307, 65
Disponibilidades…………………………………………………………………………………………………………………….. 10 6 973 446, 81 7 343 138, 99
Outros ativos correntes……………………………………………………………………………………………………….… 11 0,00 0,00
Sub – Total………………………………………………………………………………………………………….……………… 11 840 754, 46 12 210 446,64

Total do activo……………………………………………........................................... 39 503 804,06 40 462 134,17


CAPITAL PRÓPRIO
E
PASSIVO
Capital próprio:

Capital …………………………………………………………………………………………………………………………..……… 12 20 000 000,00 20 000 000, 00

Reservas ……………………………………………………………………………………………………………..……………….. 13 9 702 626,68 6 685 228,90

Resultados Transitados……………………………………………………………………………………………..………….. 14 2 911 777,42 2 084 267,46

Resultados do exercício…………………………………………………………………………………………………..……. 3 640 954, 46 7 827 509, 96

Sub-Total …………………………………………………………………………………………………………………..……… 37 255 358,56 36 597 006,32


Passivo não corrente:

Empréstimo de médio e longo prazos ………………………………………………..…………………………………. 15 1 034 794,01 1 069 588,02

Imposto deferidos ………………………………………………………………………………………………………………… 16 0,00 0,00

Provisões para pensões ………………………………………………………………………………………………………… 17 0,00 0,00

Provisões para outros riscos e encargos ………………………………………………………………………………… 18 0,00 0,00

Outros passivos não correntes ……………………………………………………………………………………………… 19 0,00 0,00

Sub – Total ………………………………………………………………………………………………………………….……. 1 034 794,01 1 069


0,00
588,02

Passivo corrente:
Impostos a pagar 19 1 213 651, 49 2 795 539,83
Empréstimos de curto prazo 20 0,00 0,00
Parte cor. Dos emp. A médio prazo 15 1 000 000,00 0,00
Outros passivos correntes 21 0,00 0,00

Sub – Total………………………………………………………………………………………………………………………. 1 213 651, 49 2 795 539,83

Total do Capital próprio e passivo………………….....................................… 39 503 804,06 40 462 134,17


Fonte: AKS, Lda (empresa em estudo).

52
O Balanço é uma demonstração contabilística destinada a evidenciar,
quantitativamente e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e
financeira de uma empresa (Decreto nº 82/01 de 16 de Novembro).

Assim sendo, sem prejuízo a qualidade da informação contabilística prestada pela


empresa em estudo, podemos identificar as seguintes informações contabilísticas:

➢ Ativos Fixos
Entre 2020 e 2021, nota-se uma redução do valor dos activos fixos na ordem de -
9%, e uma desvalorização dos imobilizados corpóreos que podem ser resultado do
crescimento das amortizações, porém a empresa investiu em outros activos à longo prazo.

➢ Ativos Circulante
Em comparação à 2020, em 2021 a empresa assistiu uma queda dos seus activos
circulantes em -3%. Os clientes retêm em posse quase 50% do valor equivalente do total
das existências finais, o que pode prejudicar a tesouraria líquida da empresa bem como
reduzir a liquidez imediata, ou seja, a capacidade da empresa honrar com seus
compromissos imediatamente. Por outro lado, isso também reflete uma política de crédito
ineficiente.

A empresa concentra a maior parte de seus fundos em activos fixos numa


proporção de 70% em 2020 e 2021.

➢ Capitais Próprios
Apesar da baixa dos capitais próprios e especificamente no desempenho do
exercício económico em 2021, a empresa ainda teve resultados sucessivamente positivos.
Observa-se um acréscimo nas reservas legais e nos resultados transitados.

➢ Capitais Alheios
Esses capitais são os menos numerosos, a sua variação é insignificante, por serem
extremamente baixos, podem por outro lado, representar risco a empresa, pelo facto de
estarem a financiar os seus activos com mais de 90% dos seus capitais próprios.

53
2. Demonstração de Resultados
Designação Notas 2021 2020

Vendas………………………………………………………………………………………………………………… 22 75 123 344, 98 71 653 145, 02

Prestações de Serviços ………………………………………………………………………………………. 23 0,00 0,00

Outros Proveitos Operacionais…………………………………………………………………………… 24 0,00 0,00


75 123 344, 98 71 653 145, 02
Variação nos produtos acabados e produtos em vias e fabrico…………………………... 25 0,00 0,00

Trabalhos para a própria empresa……………………………………………………………………… 26 0,00 0,00

Custos de mercadorias vendidas e das matérias-primas e subsidiárias 27 47 447 970, 79 37 564 012, 34
consumidas
custos com o pessoal……………………………………………………………………………………. 28 15 506 860,00 17 726 783, 89

Amortizações ………………………………………………………………………………………………… 29 0,00 29,00

Outros custos e perdas operacionais…………………………………………………………… 30 7 313 908,25 5 180 191, 71

4 854 605.94 11 182 157,08


Resultados operacionais………………………………………………………………………………

Resultados financeiros……………………………………………………………………………………… 31 0,00 0,00

Resultados filiais e associadas……………………………………………………………………………. 32 0,00 0,00

Resultados não operacionais…………………………………………………………………………… 33 0,00 0,00

Resultados antes de impostos…………………………………………………………………… 4 854 605, 94 11 182 157, 08

Impostos sobre os rendimentos……………………………………………………………………. 35 1 213 651, 49 3 354 647, 12

Resultados líquidos das atividades correntes ………………………………………………. 3 640 954, 46 7 827 509, 96

34 0,00 0,00
Resultados extraordinários ………………………………………………………………………..
35 0,00 0,00
Imposto sobre o rendimento………………………………………………………………………………

Resultados Líquidos ……………………………………………………………………………………….. 3 640 954,46 7 827 509, 96

A Demonstração de resultados é uma demonstração contabilística destinada a


evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações de
uma entidade. A demonstração de resultados reflete o desempenho de uma entidade, ao
longo de um determinado período.

Assim sendo, sem prejuízo a qualidade da informação contabilística prestada pela


empresa em estudo, podemos identificar as seguintes informações contabilísticas:

54
Entre 2020 e 2021, houve um crescimento das vendas brutas, o que podia significar
um resultado líquido melhor se a empresa gerenciasse melhor os seus custos bem como
prevenir as suas perdas.

Assim, embora a empresa tenha apresentado resultados positivos não significa


estar financeiramente saudável, a forma como a empresa distribui ou aplica seus fundos é
também de capital importância para o futuro da empresa. Dada a limitação da
contabilidade, é preciso recorrer a outras ferramentas de análise para ampliar os resultados
aqui apresentado e sobre eles os gestores tomarem decisões com mais precisão.

55
CONCLUSÃO

A informação contabilística é importante no processo de tomada de decisão de


uma empresa, e da correcta utlilização deste tipo de informações, depende o sucesso ou
insucesso de qualquer tipo de organização. Reconhecendo a utilidade deste tipo de
informações no processo de tomada de decisão de uma entidade, esta monografia teve
como proposito, estudar o papel da informação contabilística no processo de tomada de
decisão financeira da empresa A.K.S comércio e serviço lda, através de uma entrevista
dirigida ao senhor Albino Kanganjo proprietário e gestor financeiro.

Nos capítulos anteriores, efectuou-se uma revisão de literatura que tinha como objectivo
contextualizar e abordar o tema, depois incluiu-se todo o esclarecimento das opções
metodólogicas que o trabalho seguiu, bem como os procedimentos utilizados durante a
pesquisa, e finalmente no último capítulo, fizemos análise e interpretação dos dados
obtidos pela entrevista aplicada ao gestor financeiro da empresa.

Com esta monografia, pretendeu-se identificar qual o papel da informação contabilística


no processo de tomada de decisão financeira na empresa A.K.S comécio e serviço lda;
Pela análise dos dados foi possível confirmar que;

✓ A empresa em estudo, atribui maior relevância a informação contabilística, no que


concerne a tomada de decisão financeira, por estas serem fundamentais, e porque
constituem a base de tudo dentro da empresa. Essas informações ajudam na tomada de
decisões e que se forem bem elaboradas e interpretadas, no final darão resultados
favoráveis para empresa.

✓ A empresa em estudo, caracteriza o papel da informação contabilística no processo de


tomada de decisão financeira, como o alge para evitar prejuízos, pois a influência das
demonstrações contabilísticas permite por um lado; quanto ao investimento, fazer com
que os activos gerem cash flows, por outro lado quantos aos financiamentos, é possível
analisar asactividades representadas pelo passivo ou financiamento externo, e por parte
do capital próprio o financiamento interno.

✓ O papel da Informação contabilística no processo de tomada de decisão da empresa


A.K.S comércio e serviço lda, é identificado por; com a utilização da informação
contabilística é possível ter uma melhor gestão dos recursos que fazem parte da
empresa; «diz o gestor financeiro» que se hoje toma as melhores decisões no que
concerne aos investimentos é devido as informações que a contabilidade proporciona,
pois a utilização da informação contabilística no processo de tomada de decisão
determina a diferença entre o sucesso e o insucesso da empresa.

Comprovou-se que a deficiente utilização da informação contabilística é uma das causas


da falência de uma empresa, logo a correcta utilização deste tipo de informação é essencial
no sucesso da mesma. A desvalorização deste valioso recurso informativo por parte dos
gerentes das empresas pode colocar em causa o desenvolvimento da empresa, e mesmo a
sua própria sobrevivência num mercado cada vez mais competitivo.

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Pode-se então concluir que os objectivos foram alcançados, que se confirmou a relação
existente entre a informação contabilística e o processo de tomada de decisão financeira
da empresa A.K.S comércio e serviço lda.

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RECOMENDAÇÃO

Depois de concluído o trabalho e com base nas informações contabilísticas


identificadas nos exercícios apresentados pela empresa, e por outro lado, pelas
informações fornecidas pela empresa AKS no âmbito da entrevista. Deixamos as
seguintes recomendações no sentido de apoiar as tomadas de decisões e potencializar os
resultados da empresa:

➢ Descentralização das fontes de financiamento da sua actividade de exploração.


➢ Adoptar políticas de crédito melhores, de forma a se ter prazos médios de
recebimento mais saudáveis para a tesouraria líquida.
➢ A redução no resultado líquido do exercício em 2021 foi causada pelo elevado
custo das operações para o funcionamento da empresa. Assim, recomenda-se a
adopção de políticas para redução de custos.
➢ A utilizações de rácios e outras ferramentas de análise para melhor visualizar a
situação económica e financeira da empresa, bem como ter um melhor auxílio para
as tomadas de decisões.
➢ Que a empresa procure sempre implementar as melhores estratégias para a
informação contabilística no processo de tomada de decisão financeira.
➢ Que o gestor assuma a responsabilidade que detém, formando-se constantemente,
permitindo-lhe adquirir capacidades para utilizar na plenitude as valências da
informação contabilística.
➢ Que o contabilista e o gestor, caminhem sempre juntos, sendo um, instrumento
indispensável para o outro.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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60
APÊNDICE

Este questionário insere-se no âmbito da monografia em contabilidade e finanças no


instituto Jean Piaget de Benguela, com o tema O PAPEL DA INFORMÇÃO
CONTABILISTICA NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO
FINANCEIRA. O objectivo deste quistionário é perceber quais os benefícios que a
informção contabilistica tem no processo de tomada de decisão financeira na
empresa A.K.S COMÉRCIO E SERVIÇOS LDA. Todas as informações recolhidas
são estritamente confidencias e destinam-se ao tratamentro da referida
monografia.

GUIÃO DE ENTREVISTA
1. Como é feito o trabalho de contabilidade na empresa A.K.S comércio e serviços
Lda?

2. Como é feito o trabalho financeiro na empresa A.K.S comércio e serviços lda?

3. Na sua opinião, qual é o principal desafio do gestor financeiro?

4. Na sua opinião, a empresa consegue sobreviver nem mercado competitivo sem a


utilização da informação contabilista?
5. O senhor reconhece os benefícios inerentes a utilização da informação contábil no
procede tomada de decisão financeira?
6. Qual é o tratamento dado a informação contabilistica após o seu apuramento na
Empresa A.K.S comércio e serviços Lda?

7. Como ela influencia no processo de tomada de decisão?

8. Como as demonstrações financeiras influenciam nas políticas de investimento e


de financiamento?

9. Quais as decisões financeiras que predominam quando a contabilidade apresenta


resultados favoráveis?

10. Quais as decisões financeiras quando a contabilidade apresenta resultados


desfavoráveis?

11. De que maneira deve ser caracterizado o papel da informação contabilistica no


processo de tomada de decisão financeira na empresa A.K.S comércio e serviços
lda?

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ANÉXOS

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