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uma vertente da filosofia que discute propósitos, causas e consequências das ações
como principal foco do exame filosófico da vida humana. Para ele, a filosofia resumia-
que deseje viver uma existência verdadeiramente autêntica. Como ele dizia:
“A decepção mais comum é não podermos ser nós próprios, mas a forma mais
já que ele escrevia por intermédio de vários pseudônimos inter-relacionados. Por isso,
para melhor entender sua obra, é importante ter um entendimento prévio sobre sua
biografia.
Søren Kierkegaard
foi o caçula entre 7 irmãos. Ao nascer, seu pai tinha 56 anos e sua mãe 45, razão de ele
A influência do pai sobre sua personalidade tem sido sempre salientada. Dizem que
Kierkegaard era o preferido de seu pai, que o incentivava a erigir e defender toda
afirmação que fazia, para que, desde cedo, ele pudesse aprender e enveredar pelos
trabalho, ele voltava para casa a fim de contar ao filho suas descrições dos diferentes
lugares pelos quais passou, e então, diariamente, Søren se via compelido a refletir e
indagar sobre as histórias que ouvia. Seu pai dizia-lhe sempre sobre a importância da
discussões com amigos, nas quais o garoto articulava com notável propriedade e
clareza.
Conta-se que o pai de Søren foi pastor e agia como um típico católico fervoroso. Porém,
em certo dia ele vivenciou um terrível episódio traumático com suposto envolvimento
de Deus, o que alterou o curso de sua vida para sempre, abalando e praticamente
destruindo sua fé. Após “romper” com Deus e abdicar de todas as virtudes religiosas, o
No entanto, em suas crises de melancolia, o pai de Søren ainda parecia sentir uma
espécie de favorecimento divino. Cinco de seus filhos morreram antes dos 33 anos de
idade, incluindo sua primeira esposa, e estava certo de que Søren e o outro filho
Mesmo assim, a depressão acometeu e não largou a família Kierkegaard pelas décadas
posteriores.
mas após uma mudança radical nos eventos, Kierkegaard resolveu abandonar o curso e
o fez romper relações com seu pai, vindo a reconciliar-se com ele só bem mais tarde,
partir de então marcado por súbito amadurecimento. Ao invés de ser pastor e pai de
família, Søren escolheu a solidão e retidão, pois para ele, essa era a única maneira de
Søren herdou de seu pai toda a mágoa e melancolia, mas também a criatividade,
imaginação, raciocínio prático e senso crítico, como se pode notar em seus trabalhos
futuros.
pois era ligeiramente corcunda, uma perna era mais comprida do que a outra, suas
roupas o disformavam por completo e era motivo de zombaria por onde quer que
passasse. Søren viveu solteiro, e um dos grandes acontecimentos de sua vida foi
por ele como forma de justificar a si mesmo, e para a sociedade, sua renúncia a uma
vida de partilha.
Existencialismo
tempo, o ato de existir vai sendo futurado com o indivíduo incorporando a essência em
seu ser. Assim, os existencialistas rejeitam a ideia de alma imutável, desde o nascimento
responsabilidade do homem, uma vez que ele existe antes de sua essência ser
caracterizada.
O Existencialismo pode bem parecer uma corrente de pensamento pagã, ou ateísta, mas
pensamento livre de toda e qualquer forma de fé. O próprio Kierkegaard era um cristão
devoto e praticante. Ele acreditava que não bastava dizer-se cristão, era necessário agir
como um. Sua única objeção à religião era contra a rispidez da igreja luterana, que ele
Apesar da maioria dos pensadores existencialistas terem sido ateus ou ateístas (como
Existencialismo.
Em sua obra O Desespero Humano, ele afirma que a origem do desespero está
na imaginação humana, quando o homem pode criar uma relação fantasiosa consigo
constitui a pior das doenças; o único mal para o qual não há cura. A morte, encarada
pelo senso comum como o pior dos males, não é, para Kierkegaard, um mal maior que o
desespero.
“Assim como talvez não haja, dizem os médicos, ninguém completamente são, também
se poderia dizer, conhecendo bem o homem, que nem um só existe que esteja isento de
desespero, que não tenha lá no fundo uma inquietação, uma perturbação, uma
desarmonia, um receio do desconhecido ou que ele nem ousa conhecer, receio duma
inabilidade humana para encontrar algum significado. Ou seja, o absurdo é o que não
nos faz sentido, ou que nos é contraditório. Nesse contexto, o absurdo não significa algo
humanos tentam encontrar sentido para suas vidas e, tradicionalmente, essa busca
resulta em uma de duas conclusões: que a vida não tem sentido, ou que a vida contém
nela um propósito definido por uma força maior. No fim, a noção do absurdo existencial
promove a ideia de que não há sentido a ser encontrado no mundo além do significado
Sobre alienação, Kierkegaard aborda o tema como sendo uma falta de consciência por
parte do ser humano de que ele possui responsabilidade para ditar sua história, ou
moldar sua existência. A alienação retrata o mistério de ser ou não ser. Uma pessoa
alienada carece de si mesmo, evita, tornando-se sua própria negação. Os exemplos mais
dos fatos, pois segundo Kierkegaard, as verdades são encontradas junto à minoria. Em
oposição à maioria, o geral, o aceito e o não abstrato, Søren Kierkegaard transferia para
decisões. Seguir ordens é fácil; consentir também, pois isso requer pouco esforço
foge.”
Ou seja, se a ordem não for lógica, não cabe ao mandatário questionar. Deste modo, os
“Não admira, pois, que o mundo vá de mal a pior e que os males aumentem cada vez
mais à medida que aumenta o tédio, a raiz de todo o mal. A história deste pode
criaram o homem. Adão estava entediado por estar sozinho, e por isso foi criada Eva.
conflito entre as responsabilidades reais para consigo mesmo, seus princípios e valores,
Kierkegaard nos lembra que, quando tomamos decisões, temos liberdade absoluta de
escolher. Percebemos que podemos escolher fazer algo ou fazer nada, e que nossas
ele quer, ou seja, do que ele escolhe. Segundo Kierkegaard, não existe decisão na vida
que não envolva o ser humano em angústia, pois toda escolha é um risco por sua
escolhas morais são livres e, acima de tudo, subjetivas, é exclusivamente nossa vontade
que determina nosso julgamento. No entanto, longe de ser uma razão para a felicidade, a
exemplo, ele citou um homem no alto de um penhasco. Se esse homem olha para baixo,
sente dois tipos de medo: o medo de cair e o medo causado pelo impulso de lançar-se no
vazio. Esse segundo tipo de medo (ou angústia) surge a partir da compreensão de que
ele tem liberdade absoluta para decidir se pula ou não, e esse medo é tão perturbador e
morais, quando entendemos que temos a liberdade de tomar até as mais terríveis
decisões. Ele descreveu que, embora a liberdade cause desespero, pode também nos
livrar de respostas impensadas e não planejadas, pois nos torna mais cientes das
escolhas disponíveis. Então, mesmo que o livre-arbítrio possa ser angustiante, tal
acaba sendo inexorável, seja porque as possibilidades se mostram escassas, seja pelo
os perigos que podem ser provocados pela audácia não premeditada, ele também
ele, o homem é o responsável pessoal e intransferível por seu destino, sendo assim, o
definitivamente.”
verdade também não pode ser lógica e nem objetiva. Assim, para ele, não encontramos
a verdade como uma coisa “encontrável”, destacada a nós de alguma forma, mas através
Quanto maior o ardor com que se acredita, mais verdadeiro será o objeto do
conhecimento.
Uma vez que as verdades essenciais estão totalmente fora do nosso alcance na medida
que não podemos nos aproximar delas objetivamente, elas surgem para nós sob a forma
de tensão; de ruptura entre duas ou mais afirmações. Sendo assim, novas ideias surgem
passará de uma tentativa. Note que, aqui, Kierkegaard é intimista de Sócrates e seus
métodos de dialética.
Kierkegaard sempre falava sobre “a verdade que é verdadeira para mim”, com isso
querendo apontar que, para todo alguém, a verdade é aquilo que convém. Dessa maneia,
ele conclui, toda vez que alegamos conhecer alguma coisa, só podemos dizer isto como
fato impossível que a liberdade possa ser provada ou testada filosoficamente, porque
Os 3 modos de vida
humano pode seguir. No caminho da vida, ele diz, há várias direções, embora possam
mas estas não lhe conferem mais do que uma satisfação atual transitória. O “esteticista”
vive pelo momento e não conhece (e nem deseja conhecer) outro fim de vida senão
gozar o instante que passa. Infiel e descompromissado, quer sempre testar limites,
O modo de vida ético contrasta diretamente com a conduta estética. Nesse caso, o
homem instaura-se nos terrenos do dever, da honra, das regras universais e de todas as
exigências e tarefas de caráter incondicional. Esse estilo de vida é encontrado nos papéis
do trabalhador ferrenho, do marido e pai devotado; naqueles que levam tudo a sério, que
coisa mais importante não é saber se ele é capaz de contar nos dedos todos os deveres
que pôde assumir, mas se sentiu, alguma vez, a intensidade desses deveres, de tal modo
que sua consciência esteja plenamente garantida da validez de sua existência.
O modo de vida religioso é visto por Kierkegaard como o resultado inevitável do
paradoxo entre o modo ético e estético. No modo de vida religioso o homem não está
submetido a ética, pois é um indivíduo sujeitado a Deus. Para ele, quando o pecado
de pecado é a maior expressão da ética, da mesma forma que constitui sua mais
profunda contradição. A solução somente seria possível mediante a passagem para outro
referente a Abraão e Isaac. Quando Deus exige de Abraão o sacrifício de seu filho Isaac,
Abraão, dentro do nível ético, está diante da necessidade de cometer uma transgressão
absolutamente proibida. Abraão não tem saída a não ser pelo salto do ético ao religioso.
Então, Abraão deve saltar para a fé, aceitando o absurdo da exigência divina e
critérios racionais, isto é, regras gerais ou universais não podem ajudar o homem
Referências bibliográficas: