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LABORATÓRIO FOTOVOLTAICA-UFSC
Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar da
Universidade Federal de Santa Catarina
www.fotovoltaica.ufsc.br
Coordenador
Prof. Ricardo Rüther
RELATÓRIO FINAL
Abril, 2019
2
[EQUIPE:
[ELABORAÇÃO:
Alexandre de Albuquerque Montenegro Eng. Mecânico, Mestre Eng. Civil, Doutorando
Andrigo Filippo Gonçalves Antoniolli Eng. Civil, Mestre Eng. Civil, Doutorando
Prof. Ricardo Rüther, Ph.D. Electrical & Electronic Engineering
SUMÁRIO EXECUTIVO
O presente relatório apresenta contribuições à Audiência Pública 001/2019 da ANEEL, através da análise
crítica do documento “Revisão das regras aplicáveis à micro e minigeração distribuída - Resolução
Normativa nº 482/2012 - Relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR) nº 0004/2018-
SRD/SCG/SMA/ANEEL”, com foco em Geração Distribuída Fotovoltaica (GD-FV).
De maneira geral, a AIR passa a impressão de que o produtor-consumidor (prosumer ou prossumidor)
que adota GD-FV e se beneficia do mecanismo de compensação de energia nos moldes atuais da RN
482/2012 traz mais prejuízos do que benefícios aos demais consumidores e usuários das redes públicas
de distribuição de energia elétrica. A AIR deixa de levar em conta qualquer benefício que a entrada
deste prossumidor que adota GD-FV possa trazer para a rede de distribuição e para os demais
consumidores que não adotam a GD-FV.
É preocupante verificar a falta da análise dos impactos positivos e benefícios que a entrada da GD-FV e
dos prossumidores traz para a rede de distribuição. Como se pode avaliar o impacto da GD e dos
prossumidores, se os benefícios não estão sendo levados em consideração? As experiências
internacionais, e.g. na Alemanha, não mostram um aumento significativo do custo da operação e da
expansão da rede de distribuição causada pela penetração da GD-FV. No caso da Alemanha, são mais de
1 milhão de sistemas GD-FV ligados à rede de distribuição e a maioria no regime de feed-in, que, para
GD-FV, é mais vantajoso do que o net-metering praticado no Brasil.
O presente estudo chama a atenção para a necessidade de avaliar e considerar o caso extremo no qual
este prossumidor resolva adotar um sistema eletroquímico de armazenamento de energia elétrica (e.g.
baterias de íons de lítio), atingindo 100% (ou quase 100%) de autonomia e levando à deserção parcial ou
total da rede (grid defection). À medida que os sistemas de armazenamento experimentem reduções de
custo semelhantes ao ocorrido com a geração solar fotovoltaica e que os custos impostos pelas
distribuidoras para a manutenção da conexão na rede deste prossumidor continuem a crescer, a
viabilidade do sistema de distribuição tradicional estará ameaçada. A AIR tangencia o assunto, mas não
dá a ele maior atenção por avaliar como pouco provável a possibilidade de ocorrer. Lembrando que nem
as mais conceituadas consultorias internacionais da área (e.g. Bloomberg New Energy Finance – BNEF,
Pricewaterhouse Coopers – PwC entre outros) previram a impressionante redução de custos da
tecnologia solar fotovoltaica (os preços baixaram cerca de 10 vezes em 10 anos!). O mesmo parece ser
possível e provável com a tecnologia das baterias (impulsionadas pela mobilidade elétrica), abrindo
caminho para que o prossumidor possa prescindir da rede elétrica pública em um futuro mais ou menos
próximo. A deserção da rede já é um processo em marcha em alguns países (e.g. Austrália, EUA) que
menosprezaram a contribuição do prossumidor para a modicidade tarifária1.
Um estudo de 2014 do Rocky Mountain Institute resume a questão desta forma:
“Even before mass defection, a growing number of early adopters could trigger a spiral of
falling sales and rising electricity prices that make defection via solar-plus-battery systems
even more attractive and undermine utilities’ traditional business models”2.
Outro aspecto a ser avaliado é o conceito de deserção parcial ou “deserção de carga” (em tradução livre
do termo em inglês load defection) que pode ser definida como a utilização apenas mínima da
disponibilidade da rede elétrica pública de um sistema que utiliza GD-FV + baterias projetado e
1
Uma busca rápida na internet revela farta descrição de casos e mercados nos quais a deserção da rede por produtores-
consumidores (prosumers ou prossumidores) começa a ocorrer (e.g. Parkinson, G. (2018); “Angry and frustrated, more
customers are quitting the grid”; Renew Economy, 24/04/2018 [https://reneweconomy.com.au/angry-and-frustrated-more-
customers-are-quitting-the-grid-81552/] e Rocky Mountain Institute (2014); “The Economics of Grid Defection”
[https://rmi.org/insight/economics-grid-defection/]).
2
Rocky Mountain Institute (2014); “The Economics of Grid Defection” [https://rmi.org/insight/economics-grid-defection/].
4
otimizado para que a rede seja utilizada apenas eventualmente. Apesar de a AIR mencionar a “espiral da
morte”, este relatório chama a atenção para a necessidade de avaliações mais apuradas acerca desta
possibilidade no médio prazo, de modo a evitar que o prossumidor resolva abandonar o uso da rede
elétrica pública, deixando os demais consumidores que não adotaram a GD-FV com o ônus de manter
aquela infraestrutura.
Além disso, há de se destacar que, conforme mostram as Tabelas 1 e 2 do Apêndice 1, no período de
menos de um mês (7/3/2019 a 3/4/2019) foram incluídos na tabela ANEEL os seguintes sistemas GD-FV:
• 1.637 sistemas GD-FV instalados de 2010 a 2018. Desse total, 1.395 se referem a sistemas GD-FV
instalados em 2018, que foram lançados, portanto, entre dois meses e 14 meses depois da
conexão (para sistemas instalados em dez/2018 e jan/2018, respectivamente).
• 2.893 sistemas GD-FV instalados em jan/2019 e fev/2019. Desse total: 502 sistemas instalados
em jan/2019 foram lançados entre 34 e 92 dias após a conexão, e 2.391 sistemas instalados em
fev/2019 foram lançados até 61 dias após a conexão.
Conforme os dados apresentados, não está ainda bem consolidado o sistema de comunicação entre
distribuidoras e ANEEL, para atualização de dados na planilha GD ANEEL, referentes a sistemas GD já
efetivamente conectados. Além disso, não há qualquer base de dados consolidada para avaliar quanto
de fato está sendo injetado pelos sistemas GD em cada área de concessão.
Adicionalmente, depoimentos apresentados tanto diretamente à ANEEL nas reuniões presenciais da AP
001/2019 (com destaque para os depoimentos apresentados na reunião presencial de 11/4/2019 em
Fortaleza), quanto em consultas da equipe do Laboratório Fotovoltaica-UFSC (www.fotovoltaica.ufsc.br)
diretamente a prossumidores e empresas integradoras GD-FV, a insatisfação tem sido grande com as
empresas distribuidoras. O nível de reclamações é bastante alto quanto ao desrespeito por parte das
distribuidoras com relação a:
• Procedimentos e prazos determinados pela REN 687/2015 e na seção 3.7 do Módulo 3 do
PRODIST, principalmente quanto à aprovação da conexão de sistemas GD-FV à rede,
• Lançamento de créditos GD-FV nas faturas com valores coerentes,
• Compensação de créditos GD-FV de forma correta e
• Não atendimento das exigências elencadas no inciso XIV do Art. 7º da REN 482/2012 (redação
dada pela REN 687/2015), quanto às informações que devem fazer parte da fatura dos
consumidores que possuem microgeração ou minigeração distribuída (prossumidores).
Como não há penalização alguma prevista para as distribuidoras por não cumprirem os quatro itens
acima, chega a haver descaso por parte de algumas distribuidoras com as reclamações de empresas
integradoras e de prossumidores.
O relato do proprietário de uma empresa integradora de Fortaleza - CE, como resposta à pesquisa feita
por esta consultoria, foi o seguinte: “O nosso maior problema são os prazos que não estão sendo
cumpridos. Algumas vezes ocorrem os lançamentos incorretos. E tem problemas técnicos no
alimentador que às vezes prejudicam o funcionamento correto do sistema.” Diversos relatos
semelhantes foram apresentados para a ANEEL na reunião presencial realizada em 11/04/2019 em
Fortaleza - CE e na mesma pesquisa citada, que embasou os comentários acima apresentados quanto
aos problemas pelos quais prossumidores e empresas integradoras GD-FV estão passando com as
distribuidoras.
Quanto às reclamações de empresas integradoras e prossumidores indicadas nos três parágrafos
anteriores, não serão apresentados dados nesse relatório, mas sugere-se que a ANEEL promova uma
pesquisa de satisfação com todos os prossumidores (e, se possível, também com empresas integradoras
GD), para avaliar o grau efetivo de satisfação dos mesmos quanto aos quatro itens listados nos bullets
acima.
5
3 IBGE (2019); “Desemprego sobe para 12,4% e população subutilizada é a maior desde 2012”, 29/03/2019
[https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/24110-desemprego-sobe-para-12-4-
e-populacao-subutilizada-e-a-maior-desde-2012]
4Nas palavras do consultor Hans Rauschmayer, especialista no mercado de GD-FV da Alemanha e atuante no mercado de GD-
FV do Brasil (através da empresa Solarize, do Rio de Janeiro - RJ): “a contabilização da energia injetada como custo é
equivocada e não vislumbra novos modelos de negócios que poderiam ser oferecidos pelas próprias distribuidoras ou empresas
do mesmo grupo”.
6
SUMÁRIO
1. Introdução ................................................................................................................................. 8
6. Sugestão de metodologia para estimação do custo evitado com bandeiras tarifárias disparadas
pela entrada em operação de usinas térmicas a gás e do benefício pela preservação dos níveis dos
reservatórios das UHEs .................................................................................................................... 16
9. Revisão bibliográfica de publicações brasileiras e resumo dos estudos sobre o Fator Efetivo de
Capacidade de Carga (FECC) e potencial de redução de carga em alimentadores urbanos
proporcionado pela GD-FV .............................................................................................................. 22
1. Introdução
Este relatório foi desenvolvido no âmbito de uma consultoria do Laboratório Fotovoltaica-UFSC (Centro
de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina,
www.fotovoltaica.ufsc.br) para a GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) GmbH
no âmbito do projeto ”sistemas energéticos do futuro” da cooperação técnica entre o Brasil e a
Alemanha, através da IESS (IDEAL Estudos e Soluções Solares) para apresentar contribuições à Audiência
Pública 001/2019 da ANEEL, através da análise crítica do documento “Revisão das regras aplicáveis à
micro e minigeração distribuída - Resolução Normativa nº 482/2012 - Relatório de Análise de Impacto
Regulatório (AIR) nº 0004/2018-SRD/SCG/SMA/ANEEL”.
A referida Audiência Pública tem por meta obter subsídios ao aprimoramento das regras aplicáveis à
micro e minigeração distribuída, estabelecidas pela resolução normativa nº 482/2012.
As análises aqui apresentadas são as seguintes:
a) Avaliação crítica das premissas adotadas na AIR.
b) Ampliação da experiência internacional utilizada na comparação das premissas adotadas na AIR,
que foram realizadas exclusivamente com base no mercado norte-americano, com a situação em
outro mercado semelhante em termos de extensão territorial e irradiação anual (e.g. Austrália).
c) Sugestão de metodologia adequada para cálculo dos benefícios/prejuízos para o investidor em
Geração Distribuída Fotovoltaica (GD-FV) e para o consumidor que não adota a GD-FV, utilizando o
impacto tarifário médio direto no consumidor individual (R$/kWh e R$/mês na conta média do
consumidor residencial brasileiro) ao invés do VPL total não-rateado que foi utilizado na AIR e que
não dá uma medida do impacto individual por Unidade Consumidora (UC).
d) Sugestão de metodologia adequada para a estimação do benefício decorrente do custo evitado
com bandeiras tarifárias disparadas pela entrada em operação de usinas térmicas a gás e do
benefício decorrente da preservação dos níveis dos reservatórios das UHEs.
e) Sugestão de metodologia e exemplificação da avaliação dos impactos na AIR da adoção do payback
descontado ao invés do payback simples utilizado, especialmente tendo em vista que os valores de
payback relatados na AIR, a despeito de mostrarem ser rentável o investimento na GD-FV, são
pouco atrativos para o potencial investidor na GD-FV.
f) Avaliação crítica da quantificação do potencial de geração de empregos utilizado na AIR.
g) Busca na literatura brasileira e resumo dos estudos realizados sobre o Fator Efetivo de Capacidade
de Carga (FECC ou ELCC – Effective Load Carrying Capability) e potencial de redução de carga em
alimentadores urbanos proporcionado pela GD-FV.
h) Deserção da rede (grid defection): comparação das Alternativas 1 a 5 levantadas na AIR para o
modelo do Sistema de Compensação de Energia Elétrica com um modelo de autoconsumo integral
da energia gerada pela GD-FV, admitindo a redução de custo e o uso intensivo de sistemas
eletroquímicos de armazenamento de energia elétrica (e.g. baterias de íons de lítio) para 100% de
autonomia e deserção da rede (grid defection).
No Apêndice 1 são apresentadas análises do mercado GD-FV no Brasil com base nos dados disponíveis
no site da ANEEL em 03/04/2019, e tais resultados são utilizados nas análises desenvolvidas ao longo
deste relatório. No Anexo 1 são apresentados dados atualizados quanto a preço de sistemas GD-FV no
Brasil, obtidos a partir de estudos de terceiros.
De maneira geral, a AIR passa a impressão de que o produtor-consumidor (prosumer ou prossumidor)
que adota a geração solar fotovoltaica e se beneficia do mecanismo de compensação de energia nos
moldes atuais da REN 482/2012 traz mais prejuízos do que benefícios aos demais consumidores e
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usuários das redes públicas de distribuição de energia elétrica. A AIR deixa de levar em conta qualquer
benefício que a entrada deste prossumidor que adota GD-FV possa trazer para a rede de distribuição e
para os demais consumidores que não adotam a GD-FV.
O presente estudo chama a atenção para a necessidade de avaliar e considerar o caso extremo no qual
este prossumidor resolva adotar um sistema eletroquímico de armazenamento de energia elétrica (e.g.
baterias de íons de lítio), atingindo 100% (ou quase 100%) de autonomia e levando à deserção parcial ou
total da rede (grid defection). À medida que os sistemas de armazenamento experimentem reduções de
custo semelhantes ao ocorrido com a geração solar fotovoltaica e que os custos impostos pelas
distribuidoras para a manutenção da conexão na rede deste prossumidor continuem a crescer, a
viabilidade do sistema de distribuição tradicional estará ameaçada. A AIR tangencia o assunto, mas não
dá a ele maior atenção por avaliar como pouco provável a possibilidade. Lembrando que nem as mais
conceituadas consultorias internacionais da área (e.g. Bloomberg New Energy Finance – BNEF,
Pricewaterhouse Coopers – PwC entre outros) previram a impressionante redução de custos da
tecnologia solar fotovoltaica (os preços baixaram cerca de 10 vezes em 10 anos!). O mesmo parece ser
possível e provável com a tecnologia das baterias (impulsionadas pela mobilidade elétrica), abrindo
caminho para que o prossumidor possa prescindir da rede elétrica pública em um futuro mais ou menos
próximo. A deserção da rede já é um processo em marcha em alguns países (e.g. Austrália, EUA) que
menosprezaram a contribuição do prossumidor para a modicidade tarifária5.
Um estudo de 2014 do Rocky Mountain Institute resume a questão desta forma:
“Even before mass defection, a growing number of early adopters could trigger a spiral of falling
sales and rising electricity prices that make defection via solar-plus-battery systems even more
attractive and undermine utilities’ traditional business models”6.
Outro aspecto a ser avaliado é o conceito de deserção parcial ou “deserção de carga”, em tradução livre
do termo em inglês load defection, que pode ser definida como a utilização apenas mínima da
disponibilidade da rede elétrica pública de um sistema que utiliza GD-FV + baterias projetado e
otimizado para que a rede seja utilizada apenas eventualmente. Apesar de a AIR mencionar a “espiral da
morte”, este relatório chama a atenção para a necessidade de avaliações mais apuradas acerca desta
possibilidade no médio prazo, de modo a evitar que o prossumidor resolva abandonar o uso da rede
elétrica pública, deixando os demais consumidores que não adotaram a GD-FV com o ônus de manter
aquela infraestrutura.
5
Uma busca rápida na internet revela farta descrição de casos e mercados nos quais a deserção da rede por produtores-
consumidores (prosumers ou prossumidores) começa a ocorrer (e.g. Parkinson, G. (2018); “Angry and frustrated, more
customers are quitting the grid”; Renew Economy, 24/04/2018 [https://reneweconomy.com.au/angry-and-frustrated-more-
customers-are-quitting-the-grid-81552/] e Rocky Mountain Institute (2014); “The Economics of Grid Defection”
[https://rmi.org/insight/economics-grid-defection/]).
6
Rocky Mountain Institute (2014); “The Economics of Grid Defection” [https://rmi.org/insight/economics-grid-defection/]
10
7 IEI Brasil (2017); “Geração Distribuída, Eficiência Energética e o Consumidor Final: Propostas para a realidade brasileira”
[https://iei-brasil.org/2017/06/19/geracao-distribuida-eficiencia-energetica-e-o-consumidor-final-propostas-para-a-realidade-
brasileira/]
11
• Inclua análises do mercado GD em outros países, como a Austrália. A Austrália é um país com
mais semelhanças com o Brasil no tema da GD-FV do que qualquer outro país no mundo e conta
atualmente com mais de 2 milhões de instalações de GD-FV (11,1 GWp FV instalados)8 em um
país que conta com cerca de 9 milhões de UCs9 (em 2010 eram cerca de 8 milhões de UCs10),
principalmente para se avaliar a questão do “grid defection” (esses assuntos são abordados nos
tópicos 4 e 10 deste relatório).
8 Australian PV Institute (2019); “Australian PV market since April 2001”, acessado em 12/04/2019 [http://pv-
map.apvi.org.au/analyses]
9AEMO (2019); “National Electricity Market”, acessado em 12/04/2019 [www.aemo.com.au/Electricity/National-Electricity-
Market-NEM]
10 AEMO (2010); “An Introduction to Australia’s National Electricity Market, July 2010”
[https://web.archive.org/web/20110311060546/http://www.aemo.com.au/corporate/0000-0262.pdf]
11 MME; DNAEE (1985); “Nova Tarifa de Energia Elétrica: metodologia e aplicação”.
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No tópico a seguir serão feitas considerações baseadas no tópico “The future of network utilities in the
light of citizen utilities” do primeiro artigo citado acima “Citizen utilities: The emerging power
paradigma” (Green & Newman, 2017), publicado na conceituada revista internacional Energy Policy.
14Australian PV Institute (2019); “Australian PV market since April 2001”, acessado em 12/04/2019 [http://pv-
map.apvi.org.au/analyses]
15
AEMO (2019); “National Electricity Market”, acessado em 12/04/2019 [www.aemo.com.au/Electricity/National-Electricity-
Market-NEM]
16 AEMO (2010); “An Introduction to Australia’s National Electricity Market, July 2010”
[https://web.archive.org/web/20110311060546/http://www.aemo.com.au/corporate/0000-0262.pdf]
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4.1. O futuro das redes de empresas distribuidoras de energia à luz das redes de
cidadãos distribuidores de energia
Baseado no tópico “The future of network utilities in the light of citizen utilities” (“O futuro das redes de
empresas distribuidoras de energia à luz das redes de cidadãos distribuidores de energia”), do artigo
citado “Citizen utilities: The emerging power paradigma” (Green & Newman, 2017), publicado na revista
Energy Policy, foram elaboradas as seguintes considerações, com foco em GD-FV (que são apresentadas
no fluxograma da Figura 1):
• Eletricidade de fontes locais: A GD-FV permite a geração de energia elétrica através de uma
fonte localmente disponível, e tende à formação de uma rede de UCs distribuidoras de energia.
Essa democratização da provisão de eletricidade tem potencial para ser uma grande força
transformadora para a sustentabilidade de economias locais e para a difusão do uso de veículos
elétricos. No entanto, essa rede de UCs distribuidoras de energia ainda requer que uma rede
seja mantida, embora com menor capacidade, mas com muito menos necessidade de geradores
de grande porte atreladas ao sistema de T&D. Como as concessionárias brasileiras enfrentarão
esse desafio emergente, e já de fato presente em países como Austrália e China?
• Resposta das empresas distribuidoras: O crescente avanço em diversos países de redes de
distribuição geridas por cidadãos, compostas por sistemas GD e baterias, está pressionando as
empresas distribuidoras a se envolverem com seus clientes através de outros modelos de
negócio, reconhecendo-os como potenciais geradores, bem como compradores de eletricidade,
ou prossumidores. As respostas potenciais para as empresas distribuidoras são “lutar contra”
("fight"), “não reagir” (“flight –> business-as-usual”), “abandonar o mercado” (“flight –>
divestment from market”) ou “inovar” (“innovate”), conforme apresentado na Figura 1. Essas
opções não são mutuamente exclusivas. As empresas distribuidoras podem, por exemplo
“combater” e, ao mesmo tempo, “inovar”. Alguns comentários sobre as abordagens possíveis:
o “Lutar contra” ("fight"): Se as empresas distribuidoras quiserem “lutar contra” a adoção de
GD-FV pelo mercado, elas podem: fazer lobby por políticas protecionistas que mantenham
sua participação de mercado; ou insistir que os consumidores continuem a pagar pela
infraestrutura quando não a utilizarem, através da implementação de tarifas fixas mais altas.
No entanto, o aumento nos encargos para os clientes pode resultar em mais motivos para
que esses clientes abandonem completamente a rede. Outra forma de “lutar contra” seria
restringir a absorção de GD-FV a certas proporções ou horários do dia e limitar o
fornecimento de energia pelas baterias de sistemas GD-FV para a rede. A proibição
raramente funciona a longo prazo com inovações disruptivas, como é o caso da GD-FV com
baterias, uma vez que os consumidores tentarão contornar o sistema por completo, sendo
que os responsáveis pela escolha de não inovar acabam sofrendo piores resultados. Por
exemplo, os taxistas tradicionais que adotaram estratégias de “lutar contra” (inclusive
através de vandalismo e ameaças) não impediram a implantação dos serviços UBER e
similares, nem o impacto que isso teve no mercado tradicional.
o “Não reagir” (“flight –> business-as-usual”): Se refere à inação de empresas distribuidoras
que não tomam nenhuma atitude e continuam a desenvolver seu modelo de negócio sem
alterações. Não administrar a transição entre o antigo e o novo paradigma provavelmente
levará a baixas de ativos.
o “Abandonar o mercado” (“flight –> divestment from market”): Se refere a empresas
distribuidoras que preferem sair do mercado do que inovar.
o “Inovar” (“innovate”): As empresas distribuidoras podem inovar, buscando novos modelos
de negócio para continuar a desempenhar seus pontos fortes como marcas estabelecidas,
com uma ampla base de clientes e experiência técnica.
15
Figura 1. Opções “lutar contra” ("fight"), “não reagir” (“flight –> business-as-usual”), “abandonar o mercado” (“flight –> divestment from market”) ou “inovar” (“innovate”) para empresas
distribuidoras ameaçadas por modelos de negócios de GD. Fluxograma desenvolvido pelos autores do artigo “Citizen utilities: The emerging power paradigm” (Green & Newman, 2017), com
informações do relatório “New Energy Outlook 2015” da Bloomberg New Energy Finance - BNEF17.
17 “New Energy Outlook 2015”, Bloomberg New Energy Finance. A versão mais recente do relatório está disponível em https://about.bnef.com/new-energy-outlook/
16
7.3. Método
O método desenvolvido em Montenegro (2013) para avaliar o retorno do investimento em sistemas
residenciais de micro GD-FV foi a base para avaliar o retorno sobre o investimento desses sistemas
quando instalados em cada uma das 27 capitais brasileiras. Estes são alguns dos valores e especificações
adotados nas análises de investimento dos sistemas micro GD-FV para as 27 capitais, para abr/2019:
• Fluxo de caixa descontado, na base mensal, utilizando TMA de 6,4% (SELIC).
• Tipo de consumidor: residencial (não baixa renda), trifásico.
• Consumo total mensal: 250 kWh/mês, constante ao longo do ano e ao longo dos anos.
• Tarifa de energia aplicada para o início do sistema GD-FV: tarifa B1 real, incluindo impostos, no
mês do início do sistema GD-FV (ou seja, abril/2019).
• Aumento médio anual da tarifa: 2% ao ano (optou-se por uma análise bem mais conservativa do
que os valores identificados no tópico 7.2).
• Custo mensal de disponibilidade: tarifa B1 do mês de análise (com impostos e tributos)
multiplicada por 100 kWh.
• Irradiação solar mensal (kWh/m2.mês): irradiação solar mensal em um plano com inclinação
igual à latitude local e voltada para o norte. Dados coletados em Pereira et al. (2017).
• Taxa de Desempenho (PR, Performance Ratio): 80%. Este é um valor médio para instalações de
qualidade operando no Brasil, com PRs de 80 a 90% para sistemas fotovoltaicos instalados a
partir de 2010 sendo uma prática comum na Alemanha (Reich et al., 2012; Thevenard e Pelland,
2013; Fraunhofer ISE e PSE, 2019).
• Produtividade mensal (kWh/kWp.mês): é numericamente igual à multiplicação da radiação solar
mensal no plano do gerador fotovoltaico por PR.
• Potência fotovoltaica instalada: 1 kWp. Com esta potência, em nenhuma capital, em nenhum
mês do ano, o consumo mensal líquido (consumo total bruto mensal menos geração
fotovoltaica mensal) cobrado pela concessionária está abaixo dos 100 kWh correspondentes a o
custo mensal de disponibilidade. Esse critério influencia, portanto, para resultados mais
otimistas do que os que de fato ocorrem quando o sistema GD-FV gera créditos a serem
compensados no mês seguinte (o que é usual), fazendo que o custo de disponibilidade seja
cobrado nesses meses.
• Redução anual do rendimento: 0,5% ao ano. Valor típico para o Brasil (Viana et al., 2012).
• Preço do Wp instalado: 5 R$/Wp. Valor estimado para abr/2019, a partir de Greener (2019).
19
7.4. Resultados
A Tabela 1 mostra os resultados obtidos na análise do retorno do investimento em sistemas micro GD-
FV para as 27 capitais brasileiras, para abr/2019, considerando os valores e especificações mencionados
no tópico anterior.
A capital com melhor retorno de investimento foi Belém-PA (VPL de R$17.860, TIR de 37,7% e payback
time de 3,6 anos), e a com pior retorno de investimento foi Macapá-AP (VPL de R$7.209, TIR de 19,3% e
payback time de 7,2 anos).
A média dos valores para as capitais foi: VPL de R$12.096, TIR de 28% e payback time de 5 anos.
São os valores de payback time baixos e TIR elevadas que têm atraído a atenção do investidor para a
GD-FV. Se este cenário for alterado com a introdução das Alternativas 1 a 5 apresentadas na AIR, os
investimentos em GD-FV não mais farão sentido econômico e o mercado irá sofrer retração.
Tabela 1. VPL, TIR e payback time para investimento em sistemas micro GD-FV para as 27 capitais brasileiras, para abr/2019.
VPL TIR Payback time
Capital UF
(R$) (% a.a.) (ANOS)
Aracaju SE 12.591 28,5% 4,8
Belém PA 17.860 37,7% 3,6
Belo Horizonte MG 15.176 33,1% 4,1
Boa Vista RR 11.143 26,0% 5,2
Brasília DF 11.699 26,9% 5,0
Campo Grande MS 11.263 26,2% 5,2
Cuiabá MT 12.575 28,4% 4,8
Curitiba PR 9.089 22,6% 6,1
Florianópolis SC 8.162 21,0% 6,6
Fortaleza CE 11.913 27,3% 4,9
Goiânia GO 14.618 32,0% 4,2
João Pessoa PB 14.544 32,0% 4,2
Macapá AP 7.209 19,3% 7,2
Maceió AL 15.801 34,0% 3,9
Manaus AM 11.630 26,8% 5,0
Natal RN 9.334 23,0% 5,9
Palmas TO 14.535 31,9% 4,3
Porto Alegre RS 9.799 23,8% 5,8
Porto Velho RO 10.372 24,7% 5,5
Recife PE 12.057 27,6% 4,9
Rio Branco AC 12.170 28,0% 4,8
Rio de Janeiro RJ 11.801 27,3% 5,0
Salvador BA 12.189 27,9% 4,8
São Luís MA 13.175 29,5% 4,6
São Paulo SP 10.817 25,3% 5,3
Teresina PI 13.549 30,7% 4,3
Vitória ES 11.511 26,8% 5,1
20
Greener (2019); “Estudo Estratégico Mercado Fotovoltaico de Geração Distribuída - 1o Semestre 2019”.
[www.greener.com.br/pesquisas-de-mercado/estudo-estrategico-mercado-fotovoltaico-de-geracao-distribuida-1o-
semestre-de-2019/]
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Viana, T. S. et al. (2012); “Sistema fotovoltaico de 2 kWp integrado a edificação: análise do desempenho
de 14 anos de operação”; IV Congresso Brasileiro de Energia Solar e V Conferência Latino-
Americana da ISES. [Erro! A referência de hiperlink não é válida.http://bit.ly/2DhBPrr]
18 IBGE (2019) “Desemprego sobe para 12,4% e população subutilizada é a maior desde 2012”, 29/03/2019
[https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/24110-desemprego-sobe-para-12-4-
e-populacao-subutilizada-e-a-maior-desde-2012]
19No Brasil já existem mais de 6.000 empresas atuando no setor de GD-FV segundo o “Estudo Estratégico Mercado Fotovoltaico
de Geração Distribuída - 1o Semestre 2019” da Greener (2019) [www.greener.com.br/pesquisas-de-mercado/estudo-
estrategico-mercado-fotovoltaico-de-geracao-distribuida-1o-semestre-de-2019/]
21
É importante se levar em conta que, com o advento da Indústria 4.020,21,22, a chamada “era dos robôs”23
irá eliminar milhões de empregos em todo o mundo. Alguns exemplos:
• A rede de Pizzarias Domino’s (que tem pizzarias no Brasil) usa robôs para entregar pizzas na
Austrália desde 201624 e na Europa desde 201725.
• A Zume Pizza, do Vale do Silício, já substituiu os pizzaiolos. Suas pizzas são produzidas através de
um processo totalmente automatizado. Desde 2015 essa empresa usa robótica e IA para fazer pizza
mais rapidamente. O SoftBank está em negociações para investir até US$ 750 milhões na Zume,
segundo a Bloomberg26.
• Robôs estão substituindo integralmente (e com muito mais velocidade e eficiência) trabalhadores
humanos em restaurantes27.
• Um sistema automatizado (DoNotPay28,29) que faz apelações em tribunais de pequenas causas já
economizou o equivalente a R$ 12 milhões no Reino Unido com honorários que seriam pagos a
profissionais humanos.
• Em 2014, um médico-robô desenvolvido pela empresa chinesa iFlytek foi o primeiro do mundo a
passar num exame oficial para obter licença para atuar profissionalmente como médico
(equivalente ao exame da OAB, para atuar como advogado). Desde 2015 ele atende pacientes num
centro médico da cidade de Hefei, na China30. Esse robô é capaz de lembrar diagnósticos e receitas
de outros médicos que trabalham no centro ao tratar seus pacientes, aprendendo e se baseando
também nessas experiências.
“Exemplos como esses se reproduzem em todos os setores da economia mundial. Eles ilustram um
processo novo e muito importante: as empresas se automatizam cada vez mais, com softwares
poderosos e inteligência artificial, de tal modo que se expandem empregando número muito menor de
20 Ford, M. (2015); Livro “Rise of the Robots: Technology and the Threat of a Jobless Future”.
21 O Governo Federal, por meio do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e da Associação Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI), lançou a “Agenda brasileira para a Indústria 4.0”, que é um conjunto de iniciativas que
visam promover o desenvolvimento da Indústria 4.0 no país. http://www.industria40.gov.br/
22 Feldmann, P. (2018); “Era dos robôs está chegando e vai eliminar milhões de empregos”; Folha de S. Paulo, 29/07/2018
[https://folha.com/r03xj1iy]
23 Um projeto que leva esse nome (“The Robot-Era Project”) é bastante ilustrativo sobre esse conceito. Esse projeto recebe
investimentos através do European Community's Seventh Framework Programme (FP7/2007-2013) [http://www.robot-
era.eu/robotera/]
24McFarland, M. (2016); “Domino’s has a robot delivering pizzas in Australia”; The Washington Post, 21/03/2016
[www.washingtonpost.com/news/innovations/wp/2016/03/21/dominos-has-a-robot-delivering-pizzas-in-australia]
25 Kahn, J. (2017); “Domino’s Will Begin Using Robots to Deliver Pizzas in Europe”; Bloomberg, 29/03/2017
[www.bloomberg.com/news/articles/2017-03-29/domino-s-will-begin-using-robots-to-deliver-pizzas-in-europe]
26 Zaleski, O. & Wang, S. (2018); “SoftBank in Talks to Invest Up to $750 Million in Zume, the Startup That Sells Robot-Made
Pizza”; Bloomberg, 07/08/2018 [www.bloomberg.com/news/articles/2018-08-07/softbank-in-talks-to-invest-up-to-750-million-
in-zume-the-startup-that-sells-robot-made-pizza]
27Naylor, T. (2019); “Restaurants are now employing robots – should chefs be worried?”; The Guardian, 07/03/2019 (atualizado
em 14/03/2019) [www.theguardian.com/food/2019/mar/07/food-tech-the-march-of-the-robots-reaches-the-kitchen]
28Haskins, C. (2018); “New App Lets You 'Sue Anyone By Pressing a Button' - DoNotPay is a free app that is designed to help
normal people fight big corporations in small claims court.”; Motherboard, 10/10/2018
[https://motherboard.vice.com/en_us/article/bj43y8/donotpay-app-lets-you-sue-anyone-by-pressing-a-button]
29Descrição do app no Apple App Store: “The DoNotPay app is the home of the world's first robot lawyer. Fight corporations,
beat bureaucracy and sue anyone at the press of a button.” [https://itunes.apple.com/app/id1427999657]
30 Xinhua Agency (2018); “China's AI-general practitioner system starts hospital trial”; China Daily, 05/03/2018
[www.chinadaily.com.cn/a/201803/05/WS5a9cf668a3106e7dcc13fa45.html]
22
31 Singh, M. (2019); “Jobless growth turning into job-loss growth”; The Economic Times, 17/02/2019 [https://bit.ly/2D21zrs]
32Garver, L. L. (1966); “Effective Load Carrying Capability of Generating Units”; IEEE Transactions on Power Apparatus and
Systems [https://ieeexplore.ieee.org/abstract/document/4073133]
33Jardim, C. S.; Rüther, R. et al. (2008); “O potencial dos sistemas fotovoltaicos interligados à rede elétrica em áreas urbanas:
dois estudos de caso”; An. 5 Encontro de Energia no Meio Rural.
[www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000022004000200029&lng=en&nrm=iso]
34
Rüther, R.; Knob, P.; Jardim, C.S.; Rebechi, S.H. (2008); “Potential of building-integrated photovoltaic solar energy generators
in assisting daytime peaking feeders in urban areas in Brazil”. Energy Conversion and Management, 49, 1074-1079
[https://doi.org/10.1016/j.enconman.2007.09.020]; Knob, P.; Rüther, R.; Jardim, C. S.; Beyer, H. G. (2004); “Investigating the
Peak Demand Reduction Capability of PV: A Case Study in Florianopolis, South Brazil”; 19th European Photovoltaic Solar Energy
Conference, 2004, Paris, França
[www.researchgate.net/publication/228423133_Investigating_the_peak_demand_reduction_capability_of_PV_a_case_study_i
n_Florianopolis_South_Brazil].
23
Ao analisar o gráfico da Figura 2, pode ser concluído que a demanda diminui significativamente quando
a geração fotovoltaica auxilia a rede elétrica convencional. Essa redução se deve ao fato de que os
horários de pico podem coincidir com os horários de geração fotovoltaica nas áreas comerciais.
Ao analisar o bairro residencial, por meio da Figura 3, pode-se observar que o pico de consumo não
coincide com o de geração. Diferente do bairro comercial, o pico máximo de consumo residencial ocorre
no período da noite, por volta das 21 horas, enquanto o pico de geração ocorre durante o dia.
Pelo fato de as residências do bairro possuírem grandes áreas de cobertura disponível, foi possível
prever uma geração maior do que o consumo da região. No entanto, como se pode observar na curva,
os sistema GD-FV residenciais não puderam contribuir para a redução do pico de consumo, mas
poderiam auxiliar na redução das curvas de carga de outras áreas adjacentes, onde o pico coincida com
a geração, como é o caso da região central da cidade, apresentada na Figura 2.
O FECC só terá relevância em regiões que possuam demanda com pico diurno e se justificará em regiões
onde seja necessário fazer ampliação de linhas de T&D.
Figura 2. Curvas de demanda (Alimentador ICO 07), geração solar FV e demanda menos geração FV comercial.
Fonte: Jardim et al. (2004).
Figura 3. Curvas de demanda (Alimentador INE 02), geração solar FV e demanda menos geração FV residencial.
Fonte: Jardim et al. (2004).
24
35 Rocky Mountain Institute (2015); Relatório “The Economics of Load Defection: How grid-connected solar-plus-battery
systems will compete with traditional electric service, why it matters, and possible paths forward”
[https://rmi.org/insight/economics-load-defection/]
25
A AIR pode já prever a qualificação dos sistemas de armazenamento eletroquímico como iniciativa de
eficiência energética de edificações, tendo em vista que eles poderão ser extensivamente adotados em
virtude da aplicação de qualquer das Alternativas 1 a 5 apresentadas na AIR e da acentuada redução de
custos esperada para as tecnologias de baterias associadas à mobilidade elétrica.
O Rocky Mountain Institute (2014)36 realizou um estudo em cinco UFs dos EUA (NY, KY, TX, CA e HI), que
apresentam maiores condições que influenciam a paridade da rede (recurso solar, preços da energia no
varejo e o número de sistemas GD-FV já instalados). Os resultados focaram na tecnologia que vem
crescendo e apresentando preços competitivos no mercado, os kits de sistemas FV com baterias (solar-
plus-battery systems). Segundo essa pesquisa, consumidores equipados com sistemas GD-FV + bateria
podem optar em continuar ou deixar de usar os serviços de energia da concessionária, pois toda a
energia que seria injetada na rede (bateria virtual), passa a ser armazenada num banco de baterias físico
junto ao ponto de geração e consumo, chamado de “utility in a box”. Essa expressão representa um
novo desafio para as concessionárias de energia elétrica.
A análise do Rocky Mountain Institute (2014)36 mostra que os sistemas GD-FV + bateria alcançam
paridade de rede – para um número crescente de clientes em certas regiões, especialmente aqueles
com altos preços de eletricidade – bem dentro do período de 30 anos pelo qual as concessionárias
capitalizam os principais ativos de energia. Sendo assim, futuramente, consumidores (mais comerciais
do que residenciais) que representam bilhões de dólares em receitas de serviços públicos, terão a opção
de eliminar os custos da rede, se assim desejarem, por meio de sistemas de GD-FV + bateria isolados da
rede elétrica pública.
36Rocky Mountain Institute (2014); Relatório “The Economics of Grid Defection: When and where distributed solar generation
plus storage competes with traditional utility service” [https://rmi.org/insight/economics-grid-defection/]
26
Devido à rápida redução dos custos de produção de baterias, o Climate Council of Australia (2015)37
apresentou em seu relatório uma expectativa de alcançar paridade com a rede elétrica Australiana em
2020, a qual hoje possui mais de 2 milhões de instalações de GD-FV (11,1 GWp FV instalados) dentro de
um território que conta com cerca de 9 milhões de UCs.
A futura paridade de sistemas de GD-FV + bateria no futuro, entre outros fatores, pode sinalizar a
eventual extinção dos modelos tradicionais de serviços públicos, levando a chamada “espiral da morte”
(Laws, et al., 2017)38, ou seja, com a diluição da receita, as concessionárias de energia aumentam os
preços para recuperar o faturamento e acabam por obter queda na demanda e prejuízo. O principal
prejudicado nesta espiral passa a ser justamente aquele consumidor que não adotou a GD-FV para a
qual a AIR 0004/2018 sugere penalidades.
O avanço da tecnologia de baterias e a integração desses sistemas junto da rede poderão gerar novas
oportunidades e benefícios tanto para o consumidor, quanto para a rede. O que precisaria ser
desenvolvido é uma remodelação do mercado em conjunto das concessionárias, reguladores,
provedores de tecnologia e clientes. Podendo, assim, chegar a oportunidades disruptivas para construir
o mercado e melhorar o sistema de energia do futuro.
Uma opção a ser analisada, seria o “energy trading”; ou seja, um livre comercio de energia entre os
prossumidores e consumidores. A rede de energia elétrica iria receber pela gestão e operação da
infraestrutura da rede, enquanto cada produtor seria responsável por sua geração e o consumidor
poderia comprar créditos de energia de uma fonte mais barata. Portanto, essa seria uma infraestrutura
distribuída baseada em consenso que permite a confiança entre as contrapartes. Ainda que esta
proposta possa no presente parecer demasiadamente futurística, ela poderá ocorrer mais cedo ou mais
tarde por pressão do mercado.
Na Alemanha ocorreu o unbundling39 entre “distribuição” e “fornecimento/comercialização” (retailing)
de energia elétrica. No modelo alemão, no qual a liberalização do mercado foi completa, existem mais
de 1.000 fornecedores de energia. Aqui no Brasil “distribuição” e “fornecimento/comercialização”
(retailing) ainda são verticalmente integrados. Na pág. 480 do livro “Regulation of the Power Sector”
(Arriaga, 2013)40 a questão do unbundling é desenvolvida. Sugere-se à ANEEL que avalie se o modelo
atualmente em prática no Brasil (com os problemas de conflito de interesses decorrentes de
“distribuição” e “fornecimento/comercialização” serem praticados pela mesma empresa, em cada área
de concessão), por ser verticalmente integrado, afeta o desenvolvimento da GD-FV no país. Além disso,
destaca-se o seguinte trecho da pág. 670 do mesmo livro:
“Global remuneration of distribution companies is frequently based on the volume of electricity
distributed, and distribution charges are generally collected through volumetric (€/kWh) charges.
Since DG reduces the amount of electricity distributed, distribution utilities in general will be
biased against DG and may create barriers to its deployment unless these regulatory
shortcomings are properly fixed. Also note that most of the current regulatory mechanisms are
focused on cost reduction and lack ‘natural’ incentives for innovation.”
37Climate Council of Australia (2015); Relatório “Powerfull Potencial: Baterry Storage for Renewable Energy and Eletric Cars”
[https://www.climatecouncil.org.au/uploads/ebdfcdf89a6ce85c4c19a5f6a78989d7.pdf]
38Laws, N. D.; Epps, B. P.; Peterson, S. O.; Laser, M. S.; Wanjiru, G. K. (2017); “On the utility death spiral and the impact of utility
rate structures on the adoption of residential solar photovoltaics and energy storage”; Applied Energy, v. 185, p. 627–641,
2017. [https://doi.org/10.1016/j.apenergy.2016.10.123]
39 Unbundling se refere a ações que visam separar os diversos preços agregados a um produto ou serviço.
40Arriaga, I. J. P. (Editor) (2013); “Regulation of the Power Sector”; Ed. Springer. Chapter 9. Electricity Retailing; Topic 9.5.2. ECE
Instruments for Utility Regulation; pg. 480 [https://books.google.com.br/books?id=RPK8BAAAQBAJ&pg=PA480] & Chapter 14.
Challenges in Power Sector Regulation, pg. 670 [https://books.google.com.br/books?id=RPK8BAAAQBAJ&pg=PA670]
27
A geração de energia descentralizada já é uma realidade em países mais desenvolvidos. Neste contexto,
estudos já vêm buscando soluções e tecnologias inovadores para lidar com esse paradigma da potência
emergente ou a ausência dela na rede das concessionárias (Green & Newman, 2017)41.
A energia solar fotovoltaica é uma tecnologia emergente que vem de baixo para cima; ou seja,
pequenos produtores unidos irão mudar o mercado. Sendo assim, a ANEEL deve buscar alternativas
para democratizar a geração de energia oriunda de fontes renováveis para pequenos prossumidores.
41 Green, J. & Newman, P. (2017) “Citizen utilities: The emerging power paradigm”; Energy Policy, v. 105, p. 283-293
[https://doi.org/10.1016/j.enpol.2017.02.004]
28
É importante lembrar que, da mesma forma que a redução de custos experimentada pela tecnologia
solar fotovoltaica (cerca de 10 vezes nos últimos 10 anos!) foi consideravelmente maior do que qualquer
previsão apresentada por especialistas em estudos e mercados (e.g. Bloomberg New Energy Finance –
BNEF, Pricewaterhouse Coopers – PwC entre outros), o mesmo está em vias de acontecer com o custo
das baterias, especialmente no contexto da mobilidade elétrica e das baterias de segunda-vida42.
O fomento à GD-FV através do estímulo ao estabelecimento de cooperativas, consórcios e condomínios
solares deve também ser estimulado pelo Governo Federal, tendo em vista o caráter democratizante
que esta nova modalidade de adoção da tecnologia solar FV trouxe ao cenário nacional a partir da
primeira revisão da REN 482/2012. Estas iniciativas devem também ser estimuladas e a recente
publicação pelo sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil) do “Guia de Constituição de
Cooperativas de Geração Distribuída Fotovoltaica” (2018)43, elaborado pela OCB e Cooperação Alemã
através da GIZ e DGRV, com o apoio do Instituto IDEAL, vem colaborar neste sentido.
Vale reforçar que, ao penalizar os prossumidores, além dos empregos que serão perdidos, também
empresas pequenas, médias e grandes serão diretamente afetadas.
É hora, portanto, de estimular ainda mais a opção pela GD-FV no Brasil e consolidar este mercado.
42Baterias de íons de lítio descartadas de veículos elétricos quando atingem cerca de 80% de sua capacidade de retenção de
carga são denominadas baterias de segunda-vida; pois, apesar de não serem mais adequadas para o uso em veículos elétricos –
por comprometerem a autonomia dos mesmos –, ainda podem ser utilizadas satisfatoriamente em aplicações estacionárias por
vários anos. Com a adoção em massa da mobilidade elétrica em todo o mundo, espera-se que nos próximos anos o manancial
de baterias de íons de lítio de segunda-vida descartadas de veículos elétricos abra caminho para o seu uso intensivo na GD-FV,
com acentuada redução de custos resultante da produção em larga escala. Admitindo-se que: (i) um veículo elétrico típico tem
uma bateria de íons de lítio com capacidade de cerca de 40 kWh quando novo; (ii) a capacidade dessa bateria em segunda-vida
seja estimada em cerca de 30 kWh, e (iii) a residência unifamiliar típica que adote o sistema GD-FV + baterias utilize entre 5 e
10 kWh de capacidade de armazenamento, tem-se que cada bateria descartada de veículo elétrico pode, em segunda-vida,
atender entre 6 e 3 residências respectivamente.
43 OCB (2018); “Guia de Constituição de Cooperativas de Geração Distribuída Fotovoltaica”
[www.somoscooperativismo.coop.br/publicacao/33/guia-de-constituicao-de-cooperativas-de-geracao-distribuida-fotovoltaica]
29
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Há de se verificar junto à ANEEL o motivo de prazos tão extensos para o lançamento da conexão dessa
quantidade razoável de sistemas GD-FV, pois prejudicam análises atualizadas da realidade de mercado.
Segundo os dados atuais: 4% dos sistemas GD-FV instalados em 2018 foram lançados na planilha ANEEL
44Sugere-se a inclusão pela ANEEL de análises e gráficos atualizados, como os aqui apresentados, na versão final da AIR, mas
com data de consulta mais próxima à da publicação da versão Erro! Indicador não definido. da AIR.
45 ANEEL (2019) “Unidades consumidoras com geração distribuída com Tipo de Geração: UFV”; acesso em 03/04/2019
[http://www2.aneel.gov.br/scg/gd/gd_fonte_detalhe.asp?Tipo=12]
46 ANEEL (2019) “Unidades consumidoras com geração distribuída"; acesso em 03/04/2019
[http://www2.aneel.gov.br/scg/gd/GD_Fonte.asp]
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somente entre 6/mar e 4/abr de 2019, e 61% dos sistemas GD-FV instalados em fev/2019 foram
lançados na tabela ANEEL somente entre 6/mar e 4/abr de 2019.
Tabela 2. Levantamento de sistemas GD-FV instalados, por ano de conexão, através de consultas feitas em 6/3/2019 e
3/4/2019 à tabela “Unidades consumidoras com geração distribuída com Tipo de Geração: UFV” da ANEEL.
Qde. UCs com GD-FV por Qde. UCs com GD-FV por
Diferença entre dados
ano de conexão à rede ano de conexão à rede
ANO disponíveis em 3/4 e
[dados disponíveis em [dados disponíveis em
6/3/2019
6/3/2019] 3/4/2019]
2007 1 1 -
2008 2 2 -
2009 - - -
2010 - 1 1
2011 1 1 -
2012 5 5 -
2013 52 52 -
2014 286 286 -
2015 1.439 1.446 7
2016 6.669 6.732 63
2017 13.755 13.926 171
2018 33.027 34.422 1.395
TOTAL 55.237 56.874 1.637
Tabela 3. Levantamento de sistemas GD-FV instalados, por mês de conexão, através de consultas feitas em 6/3/2019 e
3/4/2019 à tabela “Unidades consumidoras com geração distribuída com Tipo de Geração: UFV” da ANEEL.
Qde. UCs com GD-FV por Qde. UCs com GD-FV por
Diferença entre dados
mês de conexão à rede mês de conexão à rede
MÊS/ANO disponíveis em 3/4 e
[dados disponíveis em [dados disponíveis em
6/3/2019
6/3/2019] 3/4/2019]
jan/2019 4.179 4.681 502
fev/2019 1.521 3.912 2.391
TOTAL 5.700 8.593 2.893
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Figura 5. Sistemas GD-FV no Brasil: (i) quantidade de UCs que instalaram GD-FV no ano indicado, (ii) quantidade de UCs que
passaram a receber créditos GD-FV no ano indicado, (iii) ) quantidade acumulada de UCs que instalaram GD-FV até o ano
indicado, (iv) quantidade acumulada de UCs que passaram a receber créditos GD-FV até o ano indicado.
35
Figura 6. Sistemas GD-FV no Brasil: (i) potência GD-FV instalada no ano indicado,
(ii) potência GD-FV instalada acumulada até ano indicado.
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Na Tabela 4 são apresentados os percentuais, por modalidade, de: (i) quantidade acumulada de UCs
com GD-FV; (ii) quantidade acumulada de UCs que recebem créditos GD-FV, e (iii) GD-FV: potência
acumulada (MWp). Observa-se que a modalidade “Geração na própria UC” está em primeiro lugar,
seguida de longe pela modalidade “Autoconsumo remoto”. As modalidades “Geração compartilhada” e
“Múltiplas UCs” apresentam participações ínfimas no já pequeno mercado GD-FV do Brasil.
Tabela 4. Percentuais, por modalidade, de: (i) quantidade acumulada de UCs com GD-FV; (ii) quantidade acumulada de UCs que
recebem créditos GD-FV, e (iii) GD-FV: potência acumulada. Levantamento feito a partir dos dados disponíveis em 03/04/2019
na planilha “Unidades consumidoras com geração distribuída com Tipo de Geração: UFV” da ANEEL.
Nas Figuras 7 a 14 são apresentados os valores anuais para cada modalidade, a partir de 2014, com
valores acumulados considerando desde a instalação do primeiro sistema GD-FV registrado na planilha
“Unidades consumidoras com geração distribuída com Tipo de Geração: UFV” da ANEEL (que foi
conectado à rede em 2007). Ao comparar os gráficos entre modalidades, observar que eles utilizam
escalas diferentes, em função da parcela de participação no mercado GD-FV do Brasil ser bastante
diferente para cada modalidade.
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Figura 7. Sistemas GD-FV na modalidade “autoconsumo remoto” no Brasil: (i) quantidade de UCs que instalaram GD-FV no ano
indicado, (ii) quantidade de UCs que passaram a receber créditos GD-FV no ano indicado, (iii) ) quantidade acumulada de UCs
que instalaram GD-FV até o ano indicado, (iv) quantidade acumulada de UCs que passaram a receber créditos GD-FV até o ano
indicado.
Figura 8. Sistemas GD-FV na modalidade “autoconsumo remoto” no Brasil: (i) potência GD-FV instalada no ano indicado,
(ii) potência GD-FV instalada acumulada até ano indicado.
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Figura 9. Sistemas GD-FV na modalidade “geração compartilhada” no Brasil: (i) quantidade de UCs que instalaram GD-FV no ano
indicado, (ii) quantidade de UCs que passaram a receber créditos GD-FV no ano indicado, (iii) ) quantidade acumulada de UCs
que instalaram GD-FV até o ano indicado, (iv) quantidade acumulada de UCs que passaram a receber créditos GD-FV até o ano
indicado.
Figura 10. Sistemas GD-FV na modalidade “geração compartilhada” no Brasil: (i) potência GD-FV instalada no ano indicado,
(ii) potência GD-FV instalada acumulada até ano indicado.
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Figura 11. Sistemas GD-FV na modalidade “geração na própria UC” no Brasil: (i) quantidade de UCs que instalaram GD-FV no
ano indicado, (ii) quantidade de UCs que passaram a receber créditos GD-FV no ano indicado, (iii) ) quantidade acumulada de
UCs que instalaram GD-FV até o ano indicado, (iv) quantidade acumulada de UCs que passaram a receber créditos GD-FV até o
ano indicado.
Figura 12. Sistemas GD-FV na modalidade “geração na própria UC” no Brasil: (i) potência GD-FV instalada no ano indicado,
(ii) potência GD-FV instalada acumulada até ano indicado.
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Figura 13. Sistemas GD-FV na modalidade “múltiplas UCs” no Brasil: (i) quantidade de UCs que instalaram GD-FV no ano
indicado, (ii) quantidade de UCs que passaram a receber créditos GD-FV no ano indicado, (iii) ) quantidade acumulada de UCs
que instalaram GD-FV até o ano indicado, (iv) quantidade acumulada de UCs que passaram a receber créditos GD-FV até o ano
indicado.
Figura 14. Sistemas GD-FV na modalidade “múltiplas UCs” no Brasil: (i) potência GD-FV instalada no ano indicado,
(ii) potência GD-FV instalada acumulada até ano indicado.
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Figura 15. Quantidade acumulada de sistemas GD-FV instalados por UF no Brasil, em 03/04/2019, em ordem decrescente. É
indicada também a quantidade acumulada de UCs que recebem créditos GD-FV por UF.
42
Figura 16. Potência acumulada total de GD-FV por UF no Brasil, em 03/04/2019, em ordem decrescente.
43
Figura 17. Sistemas GD-FV no Brasil: (i) quantidade de UCs que instalaram GD-FV no mês indicado, (ii) quantidade de UCs que
passaram a receber créditos GD-FV no mês indicado, (iii) ) quantidade acumulada de UCs que instalaram GD-FV até o mês
indicado, (iv) quantidade acumulada de UCs que passaram a receber créditos GD-FV até o mês indicado.
Figura 18. Sistemas GD-FV no Brasil: (i) potência GD-FV instalada no mês indicado,
(ii) potência GD-FV instalada acumulada até mês indicado.
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Conforme foi mostrado na Tabela 4, a modalidade “Geração na própria UC” está em primeiro lugar,
seguida de longe pela modalidade “Autoconsumo remoto”. As modalidades “Geração compartilhada” e
“Múltiplas UCs” ainda apresentam participações ínfimas no ainda pequeno mercado GD-FV do Brasil
(tanto quanto à participação no mercado regulado brasileiro, quanto se comparado com GD-FV nos
países em que o mercado está de fato consolidado).
Nas Figuras 19 a 26 são apresentados os valores mensais para cada modalidade, a partir de jan/2017,
com valores acumulados considerando desde a instalação do primeiro sistema GD-FV registrado na
planilha GD ANEEL (conectado em 2007). Ao comparar os gráficos entre modalidades, observar que eles
utilizam escalas diferentes, em função da parcela de participação no mercado GD-FV do Brasil ser
bastante diferente para cada modalidade.
Através da comparação das Figuras 19 a 26, pode-se verificar que, além de bastante pequeno, ainda é
bastante irregular o mercado GD-FV para as modalidades “geração compartilhada” e “múltiplas UCs”.
Além disso, verifica-se que o mercado mensal para a modalidade “autoconsumo remoto” também é
irregular. Somente para a modalidade “geração na própria UC” se percebe uma tendência contínua de
crescimento de mercado, com apenas pequenas reduções em alguns meses.
45
Figura 19. Sistemas GD-FV na modalidade “autoconsumo remoto” no Brasil: (i) qde. de UCs que instalaram GD-FV no mês
indicado, (ii) qde. de UCs que passaram a receber créditos GD-FV no mês indicado, (iii) ) qde. acumulada de UCs que instalaram
GD-FV até o mês indicado, (iv) qde. acumulada de UCs que passaram a receber créditos GD-FV até o mês indicado.
Figura 20. Sistemas GD-FV na modalidade “autoconsumo remoto” no Brasil: (i) potência GD-FV instalada no mês indicado,
(ii) potência GD-FV instalada acumulada até mês indicado.
46
Figura 21. Sistemas GD-FV na modalidade “geração compartilhada” no Brasil: (i) qde. de UCs que instalaram GD-FV no mês
indicado, (ii) qde. de UCs que passaram a receber créditos GD-FV no mês indicado, (iii) ) qde. acumulada de UCs que instalaram
GD-FV até o mês indicado, (iv) qde. acumulada de UCs que passaram a receber créditos GD-FV até o mês indicado.
Figura 22. Sistemas GD-FV na modalidade “geração compartilhada” no Brasil: (i) potência GD-FV instalada no mês indicado,
(ii) potência GD-FV instalada acumulada até mês indicado.
47
Figura 23. Sistemas GD-FV na modalidade “geração na própria UC” no Brasil: (i) qde. de UCs que instalaram GD-FV no mês
indicado, (ii) qde. de UCs que passaram a receber créditos GD-FV no mês indicado, (iii) ) qde. acumulada de UCs que instalaram
GD-FV até o mês indicado, (iv) qde. acumulada de UCs que passaram a receber créditos GD-FV até o mês indicado.
Figura 24. Sistemas GD-FV na modalidade “geração na própria UC” no Brasil: (i) potência GD-FV instalada no mês indicado,
(ii) potência GD-FV instalada acumulada até mês indicado.
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Figura 25. Sistemas GD-FV na modalidade “múltiplas UCs” no Brasil: (i) qde. de UCs que instalaram GD-FV no mês indicado, (ii)
qde. de UCs que passaram a receber créditos GD-FV no mês indicado, (iii) ) qde. acumulada de UCs que instalaram GD-FV até o
mês indicado, (iv) qde. acumulada de UCs que passaram a receber créditos GD-FV até o mês indicado.
Figura 26. Sistemas GD-FV na modalidade “múltiplas UCs” no Brasil: (i) potência GD-FV instalada no mês indicado,
(ii) potência GD-FV instalada acumulada até mês indicado.
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Figura 27. Comparação entre micro-GD-FV e mini-GD-FV no Brasil em relação a: (i) quantidade de UCs que instalaram GD-FV, e
(ii) quantidade de UCs que recebem créditos GD-FV.
Figura 28. Comparação entre micro-GD-FV e mini-GD-FV no Brasil em relação à potência total acumulada instalada.
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Tais verificações reforçam a conclusão de que o mercado GD-FV no Brasil continua sendo baseado em
micro-GD-FV de pequeno porte (de até 5 kWp), e que, mesmo numa análise por potência, o mercado
majoritariamente é de micro-GD-FV (com sistemas de até 30 kWp). Este quadro, no entanto, tende a se
alterar à medida que mais e mais potenciais consumidores da mini-GD passem a compreender os
benefícios envolvidos e passem a adotar a tecnologia.
51
Figura 29. Sistemas GD-FV no Brasil, por faixa de potência: (i) quantidade de UCs que instalaram sistemas GD-FV com potências
na faixa indicada, (ii) quantidade de UCs que recebem créditos de sistemas GD-FV com potências na faixa indicada, (iii)
quantidade acumulada de UCs que instalaram sistemas GD-FV com potências até o limite superior da faixa indicada, (iv)
quantidade acumulada de UCs que recebem créditos de sistemas GD-FV com potências até o limite superior da faixa indicada.
Figura 30. Sistemas GD-FV no Brasil, por faixa de potência: (i) Potência total de sistemas GD-FV com potências individuais na
faixa indicada, (ii) Potência total acumulada de sistemas GD-FV com potências individuais até o limite superior da faixa indicada.
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Figura 31. Mini-GD-FV no Brasil, por faixa de potência: (i) quantidade de UCs que instalaram sistemas com potências na faixa
indicada, (ii) quantidade de UCs que recebem créditos de sistemas com potências na faixa indicada, (iii) quantidade acumulada
de UCs que instalaram sistemas com potências até o limite superior da faixa indicada, (iv) quantidade acumulada de UCs que
recebem créditos de sistemas com potências até o limite superior da faixa indicada.
Figura 32. Mini-GD-FV no Brasil, por faixa de potência: (i) Potência total de sistemas com potências individuais na faixa indicada,
(ii) Potência total acumulada de sistemas com potências individuais até o limite superior da faixa indicada.
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Figura 33. Preços médios para o cliente final (com indicação também de valores médios máximos e médios mínimos), de
sistemas GD-FV chave-na-mão, com potência de 2 kWp a 5.000 kWp, no Brasil, em jan/2018. Fonte: GREENER (2019).
47 GREENER (2019); “Estudo Estratégico Mercado Fotovoltaico de Geração Distribuída - 1o Semestre 2019”
[www.greener.com.br/pesquisas-de-mercado/estudo-estrategico-mercado-fotovoltaico-de-geracao-distribuida-1o-semestre-de-2019/]
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Figura 34. Evolução de preços para o cliente final, de microgeradores FV chave-na-mão, com potência de 2 kWp a 5.000 kWp,
no Brasil, de jun/2016 a jan/2019. Fonte: GREENER (2019).