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METROLOGIA

Prof. MSc. Rodolfo da Silva Manera


09/10/2015
Motivação

• Resultado de medições sempre apresentam


dúvidas.
• Decisões sobre a qualidade de produtos ou
processos devem ser tomadas com base em
medições.
• Como tomar decisões seguras quando há
dúvidas presentes?

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Há imperfeições em toda parte...

• Laranjas não são esféricas ...


• Há manchas nas cascas das maçãs ...
• Há pequenas falhas na pintura de um carro novo
...
• Há defeitos no reboco de uma parede...
• Há microorganismos na água que bebemos ...

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Imperfeições são aceitáveis

• Laranjas não são esféricas ...


... mas dão um excelente suco.
• Há manchas nas cascas das maçãs ...
... que não afetam seu sabor.
• Há pequenas falhas na pintura de um carro novo ...
... mas ninguém nota.
• Há defeitos no reboco de uma parede...
... que são quase imperceptíveis.
• Há microorganismos na água que bebemos ...
... mas podem não comprometer a nossa saúde.

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Tolerâncias

• São limites aceitáveis para uma característica


de um componente, produto ou processo que,
se obedecidos, não comprometem a sua
qualidade.
• Tolerâncias devem sempre ser informadas
pelo projetista e passam a fazer parte das
especificações de um produto ou processo.

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Exemplos de tolerâncias

– O diâmetro de uma cabo de vassoura cumprirá


bem sua função se seu diâmetro estiver dentro da
tolerância (25 ± 1) mm.
– O valor de um resistor elétrico de 150  com
tolerância de 10% deve estar dentro da faixa (150
± 15) .
– Nem o comprador nem o fabricante serão lesados
se a quantidade de café dentro de uma
embalagem de 500 g estiver dentro da faixa (500 ±
10) g.

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Tolerâncias

• São estabelecidas com base nas


características desejadas para o produto.
• Tolerâncias mais apertadas que o necessário
encarecem o produto.
• Tolerâncias muito relaxadas comprometem a
qualidade do produto.
• Necessário equilibrar custo/benefício.

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Qualidade e competitividade

• O sucesso de uma empresa depende da sua


capacidade em oferecer produtos cuja
qualidade atenda ou supere as expectativas
dos clientes a preços competitivos.
• Atingir e manter a qualidade tem um custo.
• A não-qualidade também custa caro.

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Custos da não-qualidade

• Custos de falhas nos produtos e processos


ocorridas interna ou externamente à empresa:
– Desperdício de energia, matéria-prima e mão-de-
obra.
– Atrasos na produção.
– Custos com retrabalho de produtos defeituosos.
– Indenizações por perdas e danos a pessoas e ao
meio ambiente.
– Recall de produtos para troca ou conserto.
– Perda de clientes para a concorrência.
– Prejuízo na imagem da empresa.
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Custos da qualidade

• Assegurar a qualidade envolve gastos com:


– Investimentos com a aquisição de novos sistemas
de medição para o controle de qualidade.
– Inspeções mais freqüentes e demoradas.
– Mais pessoas envolvidas na área de qualidade.
– Imobilização de capital com os equipamentos e
salas de medição.
– Elevação de custos com a manutenção e calibração
de instrumentos.

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Custos da qualidade

•$

•$Q
•$ñQ
•$TQ

•qualidade

•relaxada •perfeccionista

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Tipos de Controle de Qualidade

• Por atributo:
– Verfica se uma característica está ou não
presente.
– Exemplos:
• Existência de arranhões em uma pintura.
• Presença de um furo passante em uma peça.
• Presença de manchas em frutas.
– São normalmente associadas a valores lógicos
(verdadeiro/falso ou sim/não)

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Tipos de Controle de Qualidade

• Por variáveis:
– É quantitativamente avaliado por medições.
– O valor medido é comparado com os limites
estabelecidos por tolerâncias.
– O produto é ou não aprovado.
– Exemplos:
• O diâmetro de pinos.
• A quantidade de café em embalagens de 500 g.
• A pressão de pneus de avião.

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Controle de qualidade por variáveis

•produto
•aprovado

•medição •refugado

•Especificações
•comparação •adfjkl adfjklaçf
adsfjklaç
dfjçlasdfjlakçd
fjklça dfjakld
adsfjklad fjklf
adfjklçdfaç
Limites de especificação

•produto

•Tolerância:
•(20,00 ± 0,25) mm

•zona de
•limite inferior conformidade •limite superior
da tolerância da tolerância

•19,60 •19,80 •20,00 •20,20 •20,40


Um exemplo

•produto

•Tolerância:
•RM = (20,20 ± 0,10)
•(20,00 ± 0,25) mm
mm

•19,60 •19,80 •20,00 •20,20 •20,40


Zonas de aceitação, rejeição e dúvida

•zona de •zona de •zona de


rejeição aceitação rejeição

•19,60 •19,80 •20,00 •20,20 •20,40


Zona de aceitação na ausência de Es

•LIR •LIA •zona de •LSA •LSR


•aceitação
•SM

•IM •faixa •IM


reduzida

•mensurand
o
•LIT •tolerância •LST
Posição dos limites

•Zona de aceitação:

•LSA = LST - IM
•LIR •LIA •LS •LS
•LIA = LIT + IM A R
•Zona de rejeição:
•LIT •LS
•LSR = LST + IM T

•LIR = LIT - IM
Zona de aceitação na presença de Es

•LIR •LIA •zona de •LSA •LSR


•aceitação
•SM

•mensurando

•LIT •tolerância •LST


Posição dos limites

•Zona de aceitação:

•LSA = LST - C - IM
•LIR •LIA •LS •LS
•LIA = LIT - C + IM A R
•Zona de rejeição:
•LIT •LS
•LSR = LST - C + T
IM
•LIR = LIT - C - IM
Tamanho ideal da zona de dúvidas

•Tamanho da zona •Efeito no controle •Custo do sistema


de dúvidas de qualidade de medição

•muito pequeno •excelente •muito caro

•balanceado •aceitável •aceitável

•muito grande •péssimo •muito barato


Tamanho ideal da zona de dúvidas

•Um bom equilíbrio custo/benefício é


atingido quando:
•sendo:

IT •IT = intervalo de tolerância


IM  •IT = LST - LIT
10
• IM = incerteza do
resultado da medição
Caso 1 - Sacos de café

• Dimensione um processo de medição


adequado para efetuar o controle de qualidade
de sacos de café, cuja massa total, incluindo a
embalagem (“peso” bruto), esteja dentro da
tolerância (505 ± 10) g.

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Caso 1 - Sacos de café

 Tolerância a ser obedecida:


 T = (505 ± 10) g
 O intervalo de tolerância é:
 IT = 20 g
 O processo de medição bem equilibrado
deve ter incerteza de:
 IM = 20/10 = 2 g
Caso 1 - Sacos de café

 Uma balança com erro máximo de 2 g


pode ser usada para este fim.
 Neste caso, uma única medição pode
ser efetuada, sem necessidade de
compensar erros sistemáticos.

•0 g
Caso 1 - Sacos de café

 Limites de aceitação:
 LIT = 495 g
 LST = 515 g
 LIA = 495 + 2 = 497 g •0 g

 LSA = 515 - 2 = 513 g


•LIR • LIA •LSA • LSR

•480 g •490 g •500 g •510 g •520 g •530 g


Caso 1 - Sacos de café

•?
•O
K

•0•514
g g
•508
•492
•497

•ñ OK

•480 g •490 g •500 g •510 g •520 g •530 g


Caso 2 - Balcão refrigerado

 Para conservar alimentos, balcões


refrigerados devem ser mantidos dentro do
intervalo de temperatura entre 3 e 7 °C.
 Um termômetro deve ser selecionado para
fazer esta verificação regularmente. Dispõe-
se das duas opções especificadas a seguir.
 Verifique se um dos termômetros disponíveis
pode ser usado e, caso positivo, que
estratégia ele deve usar para o teste?
Caso 2 - Termômetros disponíveis

•Faixa de medição:
• -10 a + 15 °C
•Correção (5 °C)
•Faixa de medição:
• 0,0 °C
• -50 a + 80 °C
•Repetitividade (5 °C)
•Correção para 5 °C:
• 0,2 °C
• + 1,0 °C
•Repetitividade (5
°C)
• 0,5 °C
Caso 2 - Requisitos

• Limites de tolerância:
– LIT = 3,0 °C
– LST = 7,0 °C
• Intervalo de tolerância
– IT = LST - LIT = 7,0 - 3,0 = 4,0 °C
• Incerteza recomendada:
– IM = IT/10 = 4,0/10 = 0,4 °C

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Caso 2 - Termômetro digital

•Sem corrigir os erros


sistemáticos, a IM seria:

•Faixa de medição: •IM = |C| + Re = 1,5 °C

• -50 a + 80 °C •1,5 °C > 0,4 °C não


atende
•Correção para 5 °C: •Corrigindo os erros
• + 1,0 °C sistemáticos, a IM seria:
•IM = Re = 0,5 °C
•Repetitividade (5
°C) •0,5 °C > 0,4 °C não
atende
• 0,5 °C
Caso 2 - Termômetro analógico

•Faixa de medição:
•Neste caso, a IM seria:
• -10 a + 15 °C
•IM = Re = 0,2 °C
•Correção (5 °C)
•0,2 °C < 0,4 °C atende
• 0,0 °C
•Repetitividade (5 °C)
• 0,2 °C
•Caso 2 - Limites de controle

 Limites de tolerância: •IM = Re =


0,2°C
 LIT = 3,0 °C
 LST = 7,0 °C
 LIA = 3,0 + 0,2 = 3,2 °C
 LSA = 7,0 - 0,2 = 6,8 °C
•LIR • LIA •LSA • LSR

•3,0 °C •4 ,0 °C •5 ,0 °C •6 ,0 °C •7 ,0 °C
Freqüência do controle de qualidade?

• 100% da produção?
– Todos os itens produzidos são individualmente
avaliados e a sua conformidade verificada.
• Por amostragem?
– Apenas um subconjunto dos itens produzidos é
selecionado, avaliado e sua conformidade
verificada.

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Processo capaz

•O processo não
produz itens fora
•Distribuição da tolerância
dos itens
produzidos •Não é necessário
inspecionar 100%

•LIT •LST
Processo incapaz

•Distribuição •É necessário
dos itens inspecionar 100%
produzidos

•O processo
produz muitos
itens fora da
tolerância

•LIT •LST
Índice de capacidade de um processo

• Para processos centrados

LST  LIT
CP  •LI
T XP
•LST

6 sP
CP é o índice de capacidade do processo
LST é o limite superior da tolerância
LIT é o limite inferior da tolerância
sP é uma estimativa do desvio padrão do processo

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Índice de capacidade de um processo

• Para processos descentrados

 LSE  X P X P  LIE•LI
CPK  min  , T
 XP
•LST

é o índice Pde capacidadeP doprocesso


CPK
3 s 3 s
LST é o limite superior da tolerância
LIT é o limite inferior da tolerância
sP é uma estimativa do desvio padrão do processo
XP é uma estimativa do valor médio do processo

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Controle 100% ou por amostragem?

Valor de CP ou CPK Freqüência do controle de


qualidade
≥ 1,33 por amostragem

< 1,33 100%


CQ no final do processo

•CQ
•matéria
•Processo produtivo •cliente
• prima

•retrabalho? •refugo
CQ no final do processo

• Aspectos positivos
– Menor investimento inicial
– Menor custo da qualidade
• Aspectos negativos
– Maior custo da não-qualidade
– Mais difícil realimentar o processo

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CQ entre etapas do processo
•processo produtivo

•matéria •Etapa •Etapa •Etapa •Etapa


•cliente
• prima •1 •2 •3 •4

•CQ •CQ •CQ •CQ •CQ


•OK •OK •OK •OK •OK
CQ entre etapas do processo

• Aspectos positivos
– Menor custo da não-qualidade
– Melhor controle sobre todo o processo
• Aspectos negativos
– Maior investimento inicial
– Maior custo da qualidade

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CQ dentro do processo
•sistema de
•sensor superior avanço do
•rebolo
rebolo

•eixo

•sensor inferior
•controlador do
•sistema de avanço
•sinal de medição •do rebolo •sinal de atuação

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CQ dentro do processo

• Aspectos positivos
– Índice de refugo praticamente zero
– Mínimo custo da não-qualidade
• Aspectos negativos
– Maior investimento inicial
– Maior complexidade

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