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Educação a Distância
| 2.ed. reimp. |
Ago. 2019
Professor Autor Catalogação e Normalização
Fábio José Viana Silveira Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)
S587r
Silveira, Fábio José Viana.
Relações Trabalhistas: Curso Técnico em Recursos Humanos: Educação a distância / Fábio
José Viana Silveira. – 2.ed. reimp. – Recife: Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos
Gomes da Costa, 2019.
51 p.: il.
2.1 Breve histórico da origem do direito, das oganizações empresariais e das relações de trabalho. ......... 42
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Competência 01
Aluno, você deverá prestar bastante atenção nos fenômenos sociais que são fontes para
a criação de normas jurídicas, principalmente no ambiente de trabalho. Para isso é necessário
conhecer as fontes do direito em si.
Fontes do Direito significa origem, manancial, de onde nasce o direito. Assim, vejamos os
tipos abaixo:
Fontes Materiais ou Reais: reflexos dos atos e fatos realizados na sociedade dos quais
surgem as normas, como exemplos temos; os fenômenos sociais, os naturais (clima, solo, raça,
geografia do território, constituição anatômica e psicológica do homem), os religiosos, os históricos,
os higiênicos, os políticos, os econômicos, entre outros. No Direito do Trabalho são consideradas
fontes materiais; os conflitos de interesses entre empregadores e empregados; os problemas de
saúde do trabalhador (saúde e segurança do trabalho), situações políticas e econômicas (greves, férias
coletivas em razão de crises econômicas).
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Competência 01
Fontes Formais: São aquelas que são legitimadas e reconhecidas pelo povo por atender
a certos requisitos formais.
I. Legislação – LEI. É a fonte onde cria, altera e modifica normas jurídicas através de
procedimentos e requisitos pré-estabelecidos, por intermédio de um poder político
reconhecido e legitimado pelo seu povo. Legislação: É o conjunto de normas positivadas por
um Estado, espaçadas ou reunidas num só documento, escritas ou costumeiras, porém,
aceitas e com força imperativa por seus administrados (sociedade). Exemplo: CLT –
Consolidação das Leis do trabalho, Decreto-lei nº 5.452/1943.
IV. Doutrina. É a fonte de onde se extrai a compreensão de certos institutos de acordo com o
entendimento dos juristas, dos ensinamentos dos professores, dos pareceres dos
jurisconsultos, pelas opiniões dos tratadistas.
Conceito Importante:
Direito do Trabalho é o conjunto de princípios e normas que regulam
as relações entre empregados e empregadores e de ambos com o
Estado, para efeitos de proteção e tutela do Estado (PEREZ BOTIJA
apud Carrion, 2012).
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Competência 01
A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT é o texto legislativo básico que contém normas
de proteção das relações trabalhista, ela completa as garantias e direitos sociais estampados na
Constituição Federal de 1988. Porém, a CLT sofre severas críticas, principalmente de neoliberais, pois
é um texto inspirado na ordem jurídica Italiana fascista da década de 40 do século passado, ou
melhor, teve sua vigência em 10.11.43 no governo do então Presidente Getúlio Vargas e que,
realmente, representa é um conjunto de modelos de normas que em certos momentos entram em
conflito com o tempo e com as condições da nova ordem econômica mundial, em especial, o sistema
de globalização da produção e tecnologia, assim como, com os mecanismos legislativos dos países de
origem das organizações transnacionais.
Bem, amigo aluno, ante a breve introdução ao direito do trabalho, vamos estudar agora
um material mais específico de Direito, com especial atenção às regras que determinam as relações
trabalhistas. Entre essas normas jurídicas temos os Princípios de Direito. Muitos doutrinadores
incluem os Princípios Gerais de Direito e os Princípios Específicos do Trabalho como fontes formais
do direito.
Primeiramente, os princípios são normas de projeção maior, de cunho geral, com maior
amplitude no conteúdo, de efeito genérico, muitas vezes amparadas na constituição Federal e que
servem de guia para as regras específicas (Leis menores).
Nas lições de Renato Saraiva (Direito do Trabalho: versão universitária. São Paulo:
Método, 2008, pg. 39):
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Competência 01
b) Princípio in dubio pro operário ou in dubio pro misero – Havendo dúvida sobre
determinado assunto trabalhista, o intérprete deverá sempre optar pela interpretação mais
favorável ao obreiro.
Em caso real, existindo dúvida ao juiz do trabalho quanto à aplicação do direito, ele deverá
interpretar a norma em favor do empregado, parte hipossuficiente na relação empregatícia,
motivo pelo qual ele se confunde com o princípio da norma mais favorável.
O princípio em análise não se aplica ao campo probatório, pois compete ao autor o ônus da
prova quanto ao fato constitutivo do seu direito, cabendo ao réu a prova do fato
modificativo, extintivo ou impeditivo do direito do autor, inteligência dos arts. 818 da CLT e
333 do CPC – Código de Processo Civil, senão vejamos:
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Competência 01
Art. 5º, XXXVI/CF/88: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada.
Súmula 51. Norma regulamentar. Vantagens e opção pelo novo regulamento. Art. 468
da CLT.
Bom exemplo para fixação: certo empregado é contratado com salário X, e, posteriormente,
a empresa modifica os salários dos trabalhadores para um valor menor. Esta remuneração
menor não poderá atingir o empregado contratado com valor superior.
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Competência 01
Art. 9º da CLT. “Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.”
Artigo 468 da CLT. “Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da
cláusula infringente desta garantia.
k) Princípio da irredutibilidade salarial – Este princípio tem caráter relativo, por conta do
inciso VI, do art. 7º, da CF/88, o qual estabelece que é direito do trabalhador urbano e rural
a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.
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Competência 01
Conceito Importante:
Art. 2º da CLT “Considera-se empregador a empresa, individual ou
coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.”
Devemos ainda ficar atentos às diversas situações que, caso ocorram, equiparam os
profissionais liberais, pessoas físicas ou jurídicas, a condição de empregador. Assim, não necessita ser
somente uma sociedade empresarial para ser configurada como empregado, a condição de ter um
CNPJ ou ser pessoa jurídica não é fator fundamental para ser empregador. Analisemos o § 1º do artigo
2º da CLT:
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Competência 01
Conceito Importante:
§1º do art. 2º da CLT – “Equiparam-se ao empregador para os efeitos
exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as
instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras
instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como
empregados.”
Conceito Importante:
Art. 3º da CLT “Considera-se empregado toda pessoa física que
presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.”
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Competência 01
jurídica, mediante uma remuneração. A relação de trabalho é o gênero da qual a relação de emprego
é uma espécie.
A relação de emprego envolve certas caraterísticas que coincidem com o próprio conceito
de empregado, como dito acima, logo, é importante conhecer estes requisitos formais que
identificam a relação de emprego:
• Trabalho realizado por pessoa física – o empregado não pode ser pessoa jurídica.
• Pessoalidade – o empregado é contratado por suas características pessoais (intuitu
personae) assim, ele não pode deixar de comparecer ao trabalho e solicitar que outro
o faça. Tanto é verdade que para ocupar os cargos as pessoas fazem seleção ou são
convidadas por serem talentosas.
• Não eventualidade – o trabalho é habitual, o que resulta em afirmar que é realizado
todo dia, ou uma sequência de dias. O labor executado de forma esporádica, ou
melhor, eventual, não é considerado uma relação de emprego e sim uma mera
prestação de serviço ocasional. O conceito de emprego permanente ou habitual aqui
interpretado não é, apenas, temporal, possui o sentido de repetir de forma periódica
e sistematicamente.
• Onerosidade – toda relação de emprego é vinculada a uma contraprestação de
serviço paga, assim, tem que haver uma remuneração pela realização da atividade do
obreiro, enfim, tem que ter um salário firmado entre as partes contratantes e
ofertado ao trabalhador.
• Subordinação – em toda relação de emprego o empregado possui uma dependência
hierárquica do seu empregador, não há uma paridade de relacionamento de
comando entre as partes. A subordinação do empregado às ordens do empregador
de forma habitual, corriqueira, ou seja, não esporádica, é a mais evidente
manifestação da existência de um contrato de emprego (Carrion, 2012).
• Alteridade – os riscos da atividade econômica pertencem única e exclusivamente ao
empregador. O empregado não assume os riscos do empreendimento, o que não
significa que possa sofrer descontos no seu salário por prejuízos que venha causar no
seu labor.
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Competência 01
que determinam toda a sua vida laboral e as condições necessárias, como tempo de serviço e
contribuição, para a sua aposentadoria junto à Previdência Social.
Ainda, pode ser feito um contrato a parte do registro na CTPS, este contrato poderá ser
mais minucioso em detalhes, mas todas as condições estipuladas entre as partes contratantes
deverão estar em cláusulas escritas e não podem tolher ou limitar direitos ou garantias do
trabalhador que estejam protegidas na Constituição Federal, na Consolidação das Leis do trabalho ou
em qualquer outra lei que ampare a determinada profissão. Todavia, as cláusulas definidas em um
contrato de trabalho deverão estar em consonância com os devidos registros e condições
estabelecidas na CTPS
A consolidação das Leis do Trabalho – CLT define no seu artigo 442 o conceito de Contrato
Individual do Trabalho, ao dispor:
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Competência 01
Uma situação importante para um breve comentário é a própria denominação dada pela
CLT no seu artigo 442 ao Contrato de Trabalho. Em verdade, é uma falta de técnica jurídica denominar
Contrato de Trabalho, o correto seria Contrato de Emprego, pois o contrato de Trabalho refere-se a
qualquer relação de serviços prestado, podendo as partes serem pessoas físicas ou jurídicas,
autônomas, por tempo determinado ou indeterminado entre outros fatores como já foi visto
anteriormente no início desta competência, porque uma relação propriamente dita de emprego
envolve certos requisitos necessários. Vejamos como bem afirmar Sérgio Pinto Martins (Direito do
Trabalho. 17 ed. São Paulo: Atlas, 2003. P. 94):
O acordo tácito é aquele que se renova ao término de uma prestação de serviços, sem
oposição do empregador. Logo havendo reiteração de serviço, ou seja, prestação contínua, sem
oposição do empregador, as respectivas cláusulas que tenham sido acordadas anteriormente (não
importa que tenham sido realizadas de forma verbal ou escrita), elas automaticamente se renovam,
o que enfim determina um acordo de vontades entre os contratantes de maneira tácita.
O contrato verbal é aquele firmado entre empregado e empregador de maneira informal,
apenas na conversa inicial da contratação, mas possui total validade. O que significa que a falta de
registro na CTPS caracteriza uma mera infração administrativa para o empregador, sob a pena de
multa e de obrigação posterior de registro.
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Competência 01
Nesta fase do nosso estudo iremos tecer algumas considerações conceituais, assim, são
empregadas diversas denominações a esta parte do Direito do Trabalho que estudaremos: Direito
Coletivo do Trabalho, Direito Sindical e Direito Corporativo.
O direito coletivo do trabalho não tem autonomia é um segmento do direito do trabalho.
Logo, o direito do trabalho está dividido em dois segmentos: O direito individual do trabalho, que
trata das relações entre trabalhadores e empregadores individualmente considerados e o direito
coletivo do trabalho que trata das organizações coletivas de trabalhadores e empregadores.
Gustavo Garcia (curso de Direito do Trabalho. 3 ed. Ver. Atual. E ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2009) assim o conceitua: “Segmento do direito do trabalho que regula a organização
sindical, a negociação coletiva, os instrumentos normativos decorrentes, a representação dos
trabalhadores na empresa e a greve.”
Amauri Mascaro Nascimento (2009) entende o Direito Coletivo do Trabalho como:“Ramo
do Direito do Trabalho que tem por objetivo o estudo das normas e das relações jurídicas que dão
forma ao modelo sindical”.
Por fim, Maurício Godinho Delgado (2008) tem como conceito:
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Competência 01
Muito embora não seja disciplina autônoma o direito coletivo do trabalho tem princípios
próprios que devemos conhecer, porque um bom técnico de RH poderá aplicá-los em uma negociação
coletiva, são eles:
1. Liberdade sindical
Todos os trabalhadores possuem liberdade de fazer ou de não fazer parte de qualquer
associação sindical, o que traduz que este princípio deriva de um princípio mais amplo que é o da
liberdade de associação. A Constituição Federal de 1988 no seu Título II – “DOS DIREITOS E
GARANTIAS FUNDAMENTAIS”, capítulo I – “DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS”, em
especial, no seu artigo 5º, descreve o princípio da liberdade Sindical de forma expressa em
vários incisos, definindo como um direito e garantia fundamental do trabalhador de fazer ou não
parte de um sindicado:
Art. 5º, CF/88 Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: (...)
Diversos autores definem a liberdade sindical, não só por ser princípio de Direito Coletivo
do Trabalho, mas por ser considerado, como dito acima, um direito fundamental do homem, em
virtude da importância deste tema envolver várias dimensões: em relação ao indivíduo, em relação
ao grupo e de ambos perante o Estado.
Luiz Alberto Matos dos Santos, em sua obra A liberdade sindical como direito
fundamental, cita que Octavio Magano enfatiza a tradição de nosso direito que é conceber a
liberdade sindical em três dimensões: a sindicalização livre, a autonomia e a pluralidade sindical e a
define como sendo “o direito dos trabalhadores e empregadores de não sofrerem interferência
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nem dos poderes públicos, nem de uns em relação aos outros, no processo de se organizarem,
bem como de promoverem interesses próprios ou de grupos que pertençam.”
A autonomia dos Sindicatos perante o Estado, conforme já dito, sempre sofreu restrições
no Brasil.
Nossa Lei Maior (a Constituição de 1988) eliminou o controle político administrativo do
Estado sobre os sindicatos quer quanto à sua criação, quer quanto à sua gestão e alargou as
prerrogativas de atuação dos sindicatos, porém, manteve: a unicidade sindical; a representação por
categoria profissional/econômica; o financiamento genérico e o compulsório de toda a sua estrutura;
o poder normativo dos tribunais trabalhistas; e, por último, a representação classista na justiça do
trabalho.
Nas lições de Sergio Pinto Martins (2006, p. 682):
Figura 02 – Sindicato
Fonte: http://www.sindmotosnorte.com.br/media/capas_noticias/2510201518 5810000000_sindicato.jpg
Descrição: a imagem acima representa a imagem de Sindicatos e um grupo de pessoas adentrando no prédio
deste Sindicato. O objetivo dos Sindicatos é “brigar” pelos direitos dos trabalhadores, elos mais frágeis da relação
empregado versus empregador.
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É importante diferenciar:.
Empregador faz parte da categoria econômica de sua atividade
preponderante, em determinada área territorial.
Empregado faz parte da categoria profissional que corresponde à
categoria econômica de seu empregador.
Qualquer empregado pode exercer profissão diferenciada (Art. 511, § 3º, da CLT). Nesta
hipótese, independente da atividade desenvolvida pelo empregador, pertencerá o empregado,
sempre, à sua própria categoria. Quanto à aplicação das normas coletivas, dependerá de o
empregador ter participado da negociação coletiva.
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Competência 01
• Enquadramento sindical
Como dito anteriormente, no Brasil há o enquadramento sindical por categorias distintas
e paralelas. A determinada categoria econômica corresponde determinada categoria profissional.
Luciano Martinez, em sua obra Curso de Direito do Trabalho: relações individuais,
coletivas e sindicais do trabalho, cita Ronaldo Mancuso, esclarece que sob o ponto de vista sociológico
e político “Categoria é o conjunto de pessoas que gozam, pela condição comum em que se
encontram, da mesma posição com relação aos direitos e deveres políticos”. São integrantes da
mesma categoria, por exemplo, industriários, comerciários e bancários no segmento dos
trabalhadores e os donos da indústria, os comerciantes e os banqueiros, no segmento dos
empregadores.
É importante frisar que o enquadramento dos Sindicatos gira, portanto, em torno do
princípio que em função da categoria econômica se cria a categoria profissional.
Se a empresa possui mais de uma atividade econômica seu enquadramento se dá pela
atividade predominante.
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• Base territorial
Base territorial, como já dito é a extensão do território brasileiro sobre a qual o sindicato
exerce o poder de representação. A base territorial mínima dos sindicatos é o município.
• Sindicatos
Definido no art. 511 da CLT, os sindicatos são pessoas jurídicas de direito privado. Ora, os
sindicatos são associações formadas pelos sujeitos das relações de trabalho, empregados ou
empregadores, para o estudo, a defesa e a coordenação de interesses econômicos e profissionais
daqueles que exerçam a mesma atividade ou profissão.
Nesse sentido podemos definir que os sindicados são organizações de trabalhadores
constituídas para defender os interesses de seus filiados. Os membros do sindicado são escolhidos e
nomeados por meio de eleição realizada pelos trabalhadores associados, o que garante a legitimidade
de representação legal da defesa dos interesses de determinada classe de operários, então, são
autorizados por lei federal para negociação de melhores condições de trabalho (manutenção ou
aumento de salários, carga horária, tempo de serviço, ambiente de trabalho entre outros) com a
classe patronal (empregadores) de modo que, ao final, formalizando as regras que definirão os
acordos ou convenções coletivas, normas que regerão as relações trabalhistas de seus filiados
(Montana, 2010).
Os Sindicatos formam-se a partir da inscrição dos seus atos constitutivos no Cartório de
Registro Civil e, posteriormente, no Ministério do Trabalho e Emprego, para fins de controle da
unicidade sindical. A sua estrutura funcional é composta de três órgãos: a diretoria, o conselho fiscal
e a assembleia geral.
A administração dos sindicatos é exercida pela diretoria e o conselho fiscal, cujos
membros são eleitos pela assembleia geral.
A assembleia geral é órgão deliberativo. Responsável pela criação da própria entidade
sindical e que delibera sobre as mais importantes matérias do sindicato. Elege a diretoria e o conselho
fiscal. A assembleia geral submete-se, é claro, às previsões do estatuto.
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II. Função negocial – É a segunda mais relevante função sindical. Visa a produção de direitos
suplementares, mais vantajosos, aos previstos em lei. Podem por isso, celebrar acordos e
convenções coletivas.
III. Função econômica – É vedada atividade econômica, segundo o art. 564 CLT.
IV. Função política – A CLT vedava atividade política, como se verifica do art. 521, porém
entende-se que quando atua politicamente está representando os interesses da categoria e
também de que a política faz parte da vida social. A própria institucionalização das centrais
sindicais evidenciou o papel políticos das entidades sindicais.
• Das Federações
As Federações são consideradas entidades sindicais de segundo grau que representam
cinco ou mais sindicatos, tendo como principal missão e prioridade a de coordenar as atividades dos
respectivos sindicatos a ela filiados dentro de sua base territorial, esta que equivale ao do estado
federado.
As Federações além de coordenar as atividades dos sindicatos associados têm como
atribuição celebrar acordos e negociações coletivas quando inexistir sindicato em determinada base
territorial.
6.5. Das Confederações
Também são consideradas entidades sindicais de segundo grau. Mas são associações de
âmbito nacional e de no mínimo possuidores de três federações tendo como objetivo organizá-las e
possuem sede em Brasília.
Outro importante papel destas entidades é a de opinar sobre o registro de sindicatos e
federações.
• Das Centrais sindicais
São entidades associativas compostas por organizações sindicais de trabalhadores e têm
o objetivo de coordenar a representação operária e participar de negociações em fóruns e colegiados
nos quais estejam em discussão interesses dos trabalhadores.
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As centrais sindicais possuem importante papel social, pois, nas negociações com a parte
patronal, sempre busca as melhores condições de trabalho para os empregados. Sua competência é
de dimensão nacional abrangendo várias categorias e profissões. Embora existam de fato desde o
início dos anos 80, a efetiva regulamentação das centrais sindicais ocorreu tão somente com a Lei nº
11.648 de 2008.
• Contribuição sindical
No início de sua cobrança era chamada imposto sindical. Compulsória, ou seja, obrigatória
para todos que pertencem à categoria, tem natureza tributária (recolhimento de recursos financeiros
para os cofres públicos). Prevista no art. 578/610 da CLT e confirmada pela parte final do art. 8º, IV
da Constituição Federal.
Das importâncias da arrecadação da contribuição sindical serão feitos os seguintes
créditos pela Caixa Econômica Federal:
I - para os empregadores
✓ 5% para a confederação
✓ 15% para a federação
✓ 60% para o sindicato
✓ 20% para a “conta especial emprego e salário”
II - para os empregados
✓ 5% para a confederação
✓ 10% para a central sindical
✓ 15% para a federação
✓ 60% para o sindicato
✓ 10% para a “conta especial emprego e salário”
• Contribuição confederativa
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Competência 01
• Autodefesa
As partes procedem à defesa de seus interesses, sendo que uma delas impõe sua vontade
a outra. A Greve e o lockout são formas de autodefesa.
• Greve
A Greve possui papel significativo na história do direito do Trabalho, principalmente, no
início do século XX, no período da Revolução Industrial com as máquinas a vapor, o desenvolvimento
das siderúrgicas e das grandes obras, as ferrovia e os navios envolvidos com o crescimento da logística
de transporte de bens, ainda, com produção em alta escala de manufaturas, enfim, em razão do
Liberalismo econômico, as indústrias exigiam e colocavam os obreiros em condições desumanas no
ambiente de trabalho, e, justamente, em função das paralisações dos trabalhadores, naquela época,
em busca de melhores condições de trabalho é que surgiu o direito do trabalho, como um conjunto
de leis que buscam proteger o homem nas suas relações empregatícias. Mais que um direito, é o
mecanismo máximo de autodefesa dos trabalhadores.
Pode ser exercida como mecanismo de negociação ou reação ao não-cumprimento de
disposições legais ou convencionais (não são admitidas greves por solidariedade ou políticas).
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Coletiva- Deve decorrer de um ato de interesse coletivo, com força de promover a ruptura
da normalidade da produção. Pode não englobar todos os trabalhadores, caso em que será parcial.
Quando alcançar todos os trabalhadores será total.
Indispensável que essa paralisação seja de trabalhadores.
Pacífica- as armas da greve são unicamente a paralisação coletiva do trabalho com
propósito de perturbar a normalidade produtiva e o diálogo, a proposta para restabelecimento da
normalidade. Fora desse limite a greve será considerada abusiva.
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Temporária- Mesmo que se diga que é por tempo indeterminado, tem que ter uma
finalidade, deve ser provisória. Essa indeterminação sinaliza a paralisação das atividades até que
alguma proposta seja oferecida.
Formalidades
A lei estabelece alguns requisitos para a validade do movimento grevista que não se
chocam com a garantia do exercício de greve, apenas o regulamentam, devido ao impacto social que
causa.
Real tentativa de negociação coletiva- fase antecedente e necessária da greve.
Não é admitida greve quando houver acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença
normativa em vigor sendo cumpridos. Excepcionalmente é admitida quando houver substancial
modificação nas condições de fato.
Convocação pelo sindicato de empregados de assembleia geral que deverá definir as
reivindicações da categoria e deliberar sobre a paralisação. O estatuto do sindicato deverá tratar das
formalidades de convocação, quorum para deliberação e etc.
Aviso prévio ao empregador com antecedência mínima de quarenta e oito horas e
setenta e duas horas em serviços e atividades essenciais.
O aviso prévio não prejudica a liberdade sindical, pois cumpre um aspecto de
comunicação da existência da greve. Tem como objetivo evitar que a greve seja deflagrada de
surpresa, sem que o empregador possa tomar as medidas de prevenção necessárias.
Atendimento às necessidades inadiáveis quando tratar-se de greve em serviços ou
atividades essenciais.
Consideram-se atividades essenciais: tratamento e abastecimento de água; produção e
distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; assistência médica e hospitalar; distribuição e
comercialização de medicamentos e alimentos; funerários; transporte coletivo; captação e
tratamento de esgoto e lixo; telecomunicações; guarda, uso e controle de substâncias radioativas,
equipamentos e materiais nucleares; controle de tráfego aéreo; compensação bancária.
Lockin é o movimento grevista com ocupação dos locais de trabalho.
A atual lei não faz qualquer referência. Não há proibição, mas não pode provocar dano ao
patrimônio da empresa.
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dele. Logo, não importa se certo trabalhador é ou não integrante de determinado sindicado, se este
sindicado firma um acordo coletivo com a parte patronal (Empregadores), deverá aquele empregado
obedecer ao que for estabelecido no referido acordo.
Outra diferença em relação aos acordos e convenções coletivas, como se vê do art. 612 é
que à assembleia de autorização para a negociação coletiva, para a convenção coletiva participam
apenas os sócios do sindicato. Os não associados não têm direito de voto. Para as assembleias com
fins de negociação de acordos coletivos participam os interessados.
As normas coletivas devem ser formalizadas por escrito, sem emendas, nem rasuras e
devem ser submetidas à divulgação pública, depois devem ser levadas a registro nos órgãos regionais
do Ministério do Trabalho (atuais Superintendências Regionais do Trabalho), até 08 (oito) dias após
a respectiva assinatura. A vigência inicia três dias após o registro. É importante destacar que o prazo
máximo de vigência das normas coletivas é de 2 anos, embora possa ocorrer a prorrogação, a revisão,
a denúncia e a revogação da norma coletiva, mas todas essas hipóteses ficam subordinadas à
aprovação de assembleia geral.
Prorrogação – O prazo de vigência da norma coletiva é estendido, mantendo-se as
mesmas condições fixadas na norma coletiva cuja vigência está encerrando. Podem ocorrer tantas
prorrogações quantas os interessados pactuarem entre as partes negociantes.
Revisão – Quando as partes pactuam a alteração parcial ou total das condições já fixadas
no instrumento normativo vigente.
Denúncia – É ato unilateral em que uma das partes notifica a outra da sua decisão de não
mais cumprir uma ou mais cláusulas do instrumento em vigor.
Revogação – É o ato bilateral em que as partes resolvem desfazer total ou parcialmente
o instrumento pactuado.
Questão bastante polêmica é se os direitos estabelecidos em norma coletiva, quando
finda a sua vigência, desaparecem ou ficam incorporados ao contrato individual de trabalho. Há
aderência, ou seja, incorporação, ao contrato individual de trabalho? Existem três teorias a respeito.
Aderência irrestrita (ultratividade plena)
Os dispositivos de acordos e convenções coletivas ingressam para sempre no contrato de
trabalho, não podendo dele serem suprimidos. Tal como no contrato individual (previsão do art. 468
da CLT). As normas coletivas neste entendimento funcionam como fonte de cláusulas que subsistem,
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Dissídio coletivo
É também uma forma de heterocomposição. Como dito anteriormente, é uma demanda
que dá solução aos conflitos através do poder normativo, o qual consiste na possibilidade conferida
aos Tribunais do Trabalho para estabelecerem normas e condições de trabalho.
Existem os dissídios coletivos de natureza econômica, que têm natureza jurídica de ação
constitutiva, visando criar normas para a categoria e os dissídios coletivos jurídicos ou de
interpretação, que têm natureza jurídica de ação declaratória, objetivando a interpretação de uma
norma coletiva já existente ou a legalidade de uma greve.
Os dissídios coletivos têm competência originária nos Tribunais Regionais do Trabalho.
Ou, se a base territorial do sindicato exceder a jurisdição de um TRT, a competência originária será
do Tribunal Superior do Trabalho. (art. 678 I, “a” e art. 702, I “b” da CLT).
Conforme já referido anteriormente o poder normativo dos Tribunais fere a liberdade
sindical, razão pela qual os estudiosos do Direito do Trabalho vem se posicionando pela extinção do
poder normativo estipulado por uma decisão de um Magistrado. Defendem que com a garantia do
direito de greve, deve-se deixar a cargo dos atores sociais (empregados e empregadores) a
negociação coletiva e a consequente criação de convenções e acordos coletivos. A interferência do
Estado nessas relações sociais desestimula a autocomposição. A Constituição Federal de 1988 prevê
no parágrafo 2º do artigo 114 a propositura de comum acordo.
Muito se discutiu de início, se a redação do parágrafo transcrito seria o fim do poder de
decisão de um Juiz no conflito, e ainda, se a exigência de propositura de comum acordo, violaria o
inciso XXXV do art. 5º da própria Constituição, violando a possibilidade de acesso do cidadão ao poder
judiciário para requerer seus direitos e garantias. Mas o STF tem o entendimento que na propositura
de dissídio coletivo não há lesão de direito a ser apreciada pelo poder judiciário, mas se invoca
interesses e proposta de criação de normas.
Os sindicatos são os legitimados ativos por excelência. Na ausência de sindicato, a
federação poderá suscitar o dissídio e, na falta desta, a confederação. Poderão ser legitimadas ativas
as empresas envolvidas num conflito a elas limitado ou quando da ausência de entidade sindical que
as represente. No caso de paralisação do trabalho o dissídio poderá ser instaurado pelo Ministério
Público do Trabalho.
37
Competência 01
Todas as entidades que tem legitimação ativa, com exceção do Ministério Público, podem
figurar no polo passivo. No dissídio interposto pelo Ministério Público do Trabalho, ambas as partes
conflitantes figurarão no polo passivo.
RESUMO
Fonte do Direito Significa origem, manancial, de onde nasce o direito.
Fonte Material ou Real Fenômenos sociais, ou melhor, reflexos dos atos e fatos realizados na
sociedade dos quais surgem as normas
Fonte Formal São as Leis, jurisprudência, costumes (hábitos) e doutrinas.
Princípios Normas gerais, abstratas, de cunho genérico que servem de guia para as
leis específicas.
Princípio da proteção ao Condição de superioridade jurídica de modo a lhe permitir uma proteção
trabalhador de direitos em confronto com o empregador.
Princípio da aplicação da Existindo conflito de normas para certa situação, independentemente da
norma mais favorável hierarquia jurídica entre as normas, deve-se escolher a regra mais
favorável ao empregado.
Princípio da condição mais Ele garante a preservação de cláusulas contratuais mais vantajosas ao
benéfica trabalhador.
Princípio da Pelo princípio da imperatividade das normas trabalhistas, no contrato de
Imperatividade das normas emprego a vontade das partes devem respeitar os direitos e garantias
trabalhistas definidas pela legislação trabalhista.
Princípio in dubio pro Havendo dúvida sobre determinado assunto trabalhista, o interprete
misero deverá sempre optar pela interpretação mais favorável ao obreiro.
38
Competência 01
Princípio da continuidade A regra geral é o que o contrato individual de trabalho tenha duração por
da relação de emprego tempo indeterminado, de tal forma que o trabalhador ao ser contratado
seja incluído nos quadros da empresa de forma permanente.
Princípio da intangibilidade O salário possui caráter alimentar, de nutrir a subsistência da família, por
salarial esta razão ele não pode ser penhorado, confiscado totalmente ou sofrer
um atraso considerável na sua transferência para o empregado.
Princípio da Princípio o qual estabelece que é direito do trabalhador urbano e rural a
irredutibilidade salarial irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo.
Conceito de empregado Considera-se empregado toda pessoa física que presta serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.
Conceito de empregador Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviços.
Relação de emprego É a relação de trabalho que possui as seguintes características:
Trabalho realizado por pessoa física
Pessoalidade
Não eventualidade
Onerosidade
Subordinação
Alteridade
Relação de trabalho Relação contratual para prestação de serviços por qualquer pessoa, física
ou jurídica, para outra pessoa, física ou jurídica.
Conceito de contrato Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
individual do trabalho correspondente à relação de emprego.
Princípio da liberdade Todos os trabalhadores possuem liberdade de fazer ou de não fazer parte
sindical de qualquer associação sindical.
Princípio da autonomia É a autonomia entre os grupos intermediários, entre o indivíduo e o
coletiva dos particulares Estado. Reconhecendo os grupos intermediários e o direito de associação,
o Estado reconhece também o direito dos grupos de regular os próprios
interesses.
39
Competência 01
Princípio da adequação É o princípio que realça o limite jurídico da norma coletiva. Somente
salarial negociada podendo se estabelecer normas coletivas com direitos mais benéficos ao
trabalhador (princípio de direito individual do trabalho da
proteção/aplicação da norma mais favorável).
Princípio da representação Todo empregado será representado pelo sindicado de sua atividade
por categoria profissional.
profissional/econômica
Princípio da contribuição É obrigatória o pagamento da contribuição sindical pelo empregado.
sindical obrigatória
Princípio da competência As sentenças proferidas na Justiça do Trabalho tornam-se normas entre as
normativa da Justiça do partes conflitantes.
Trabalho
Conceito de Sindicado Sindicados são organizações de trabalhadores constituídas para defender
os interesses de seus filiados tendo personalidade jurídica de direito
privado (associação).
Conceito de Federação As Federações são consideradas entidades sindicais de segundo grau que
representam cinco ou mais sindicatos, tendo como principal missão e
prioridade a de coordenar as atividades dos respectivos sindicatos a ela
filiados dentro de sua base territorial, esta que equivale ao do estado
federado.
Conceito de Confederação Também são consideradas entidades sindicais de segundo grau. Mas são
associações de âmbito nacional e de no mínimo possuidores de três
federações tendo como objetivo organizá-las e possuem sede em Brasília.
Conceito de Centrais São entidades associativas compostas por organizações sindicais de
Sindicais trabalhadores e têm o objetivo de coordenar a representação operária e
participar de negociações em fóruns e colegiados nos quais estejam em
discussão interesses dos trabalhadores.
Greve Paralização dos trabalhadores para reivindica melhorias nas condições de
trabalho.
Autocomposição É a solução dos conflitos pelas partes, sem a intervenção de terceiros. Essa
é, sem dúvida, a forma ideal de solução dos conflitos coletivos de trabalho.
40
Competência 01
41
Competência 02
2.1 Breve histórico da origem do direito, das oganizações empresariais e das relações
de trabalho.
Amigo aluno, passaremos agora a breves relatos históricos dos principais acontecimentos
que representaram a maneira de como ocorreu o desenvolvimento das organizações, estas com as
características empresariais, a importância do homem no desenvolvimento das corporações
formando as relações de trabalho e a legislação para guiar as interações humanas no próprio
ambiente de trabalho, assim como, entre as organizações.
É importante entender que quando falamos de legislação estamos retratando um
conjunto de Leis criadas por cidadãos escolhidos pelo povo (por isso o nosso legislador/parlamentar
é denominado representante do povo e possui legitimidade no momento de aprovar uma norma –
lei). A história do Direito (entendida como conjunto de leis que regem a sociedade) combina com o
desenvolvimento das organizações e das relações de trabalho, em razão disso, é de fundamental
importância você, aluno, compreender os relatos ditos abaixo. Vamos iniciar.
Figura 03 – Evolução
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_h4nQ75JPqw4/TSYtgEeZ-9I/AAAAAAAACoQ/rMaeTbiiBHc/s1600/
figura_evolucao.jpg
Descrição: a imagem acima representa a evolução (utilizando uma forma divertida) da Espécie Humana, passando
da vida em florestas, passando pela Era da Pedra Lascada, vida em campo, trabalhador até os dias atuais, onde
deixamos de trabalhar de forma braçal e passamos a operar computadores e acessar a internet.
42
Competência 02
Não se pode negar que o Império Romano foi responsável pela criação de normas (Leis)
voltadas para as relações entre o Governo (Administração Pública) e a população (pessoas
administradas), é o chamado DIREITO PÚBLICO. Outrossim, também surgem as Leis para regular as
43
Competência 02
relações entre os interesses particulares das pessoas, normas que não envolvam o Governo, são as
conhecidas regras de DIREITO PRIVADO, que atuam na formação de organizações (como as empresas
que possuem interesses privados), dos contratos particulares (em especial, nos contratos de trabalho,
aqui tema dos nossos estudos) e, principalmente, sobre as condições e patrimônio das pessoas.
Conceitos Importantes:
Direito Privado - As leis que disciplinam os interesses particulares,
individualistas e privados das pessoas. Determina as condutas das
situações e fatos jurídico em relação aos sujeitos privados (direito
pessoal e direito real) na sociedade.
Direito Público - Normas de ordem pública, interesses coletivos,
interesses da população, de importância para as comunidades e,
principalmente, para o governo e o Estado. Atuação do Estado
administrador sobre o povo administrado. Normas voltadas para a
regulação dos atos em que o Estado é parte.
Para os romanos o direito é o conjunto das regras de justiça ou de utilidade social relativas
à organização dos poderes públicos, da família e a relação econômica dos homens.
a) Direito Civil – baseia-se em regras sobre patrimônio, sobre bens e proprietário, enfim,
a formação dos contratos;
44
Competência 02
b) Direito das Gentes – essas normas faziam as distinções entre a população Romana, e
definia a primeira formação de relação de trabalho, o trabalho escravo (a mais antiga estrutura das
relações de labor), assim, o Povo Romano era constituído de:
1. Militares – grandes oficias, que com suas vitórias conquistavam prestígio e poder
político, tornando-se governadores de províncias conquistadas e até Imperadores;
2. Políticos – (juntamente com os Gregos) estruturou-se numa forma de grupos de
pessoas responsáveis em administrar o Estado Romano através de estabelecimento normas, o
chamado Poder Legislativo (bom exemplo para citarmos são os Senadores de Roma) e de funções de
execução de serviços públicos, o conhecido Poder Executivo (encontramos nesta base os
Governadores das nações conquistadas, o próprio Imperador, este era também considerado o chefe
de estado e outros cargos públicos menores). Todos os políticos eram escolhidos por seus pares ou
os pelos homens mais ricos da população;
3. Escravos - neste ponto há duas vertentes. Os escravos brancos (não se fala na cor da
pessoa) era a denominação dos comerciantes que não conseguiam quitar suas dívidas, logo, serviam
como escravos na casa do senhor que era credor de sua dívida por um período de tempo até poderem
ficar livres com o seu labor. Cabe ressaltar que o credor e o devedor estabeleciam um contrato de
trabalho registrado em cartório local, que determinava o período de tempo que devia ser cumprido
pelo devedor como escravo do credor para honrar o débito. Havia ainda os escravos de guerra,
sobreviventes dos soldados das regiões conquistadas, estes nada possuíam de direitos.
c) Direito Natural (Grécia Antiga – Sófocles) – Poder divino, superior, com sentido de
justiça que paira sobre as normas escritas e positivadas pelo homem.
Período da Idade Média – Nessa época houve desenvolvimento dos institutos jurídicos
romanos de direito privado, como também, uma forte hegemonia do Direito Eclesiástico (leis da
Igreja Católica de Roma). O direito público era representado pelo poder do Estado, este que era
conferido pela Igreja como reconhecimento divino sobre Príncipes e Reis, o que ocasionava
submissão do povo plebeu (também conhecido como servo) ao seu senhor Feudal (nobres) e ao rei,
este último personagem era considerado uma divindade uma imagem de Deus na terra. A Igreja
Católica recebia poder e riquezas dos Reis e Príncipes de toda Europa. Situação esta que formou um
sistema econômico, político e social vicioso, era o sistema mercantilista do FEUDALISMO (Bertoldi,
2013).
45
Competência 02
O regime de trabalho era o de servidão, pois os Senhores Feudais davam proteção militar
e política aos obreiros (nome também dado aos trabalhadores), os quais não eram livres, os homens
trabalhavam na terra e no exército, as mulheres e as crianças, além de ajudarem na produção rural,
ainda tinham que trabalhar nos “castelos” dos nobres, enfim, a população ainda era obrigada a
entregar grande parte da sua produção em troca de proteção e posse na terra para moradia e
alimentação. Esses trabalhadores eram conhecidos com “servos da gleba”.
46
Competência 02
a diminuição do minério europeu (principalmente escassez dos metais preciosos), queda da produção
rural, fome em todo o continente, êxodo rural para os grandes centros que se formavam em razão
dos comerciantes, era o fim do feudalismo. (Saraiva, 2008).
A Idade Moderna nasce com o desenvolvimento dos grandes centros comerciais na
Europa, surgimento das grandes navegações, as diversas monarquias se aliam a burguesia crescente
afastando-se da Igreja Católica, já esta última sofre com o rompimento com Lutero e o Calvinismo.
Êxodo rural para os grandes centros, havendo aparecimento das grandes feiras, emergia uma nova
camada social rica, os comerciantes burgueses, o que ocasionou o surgimento no século XII das
associações, e logo depois, as corporações de ofício.
As corporações de ofício trouxeram um novo modelo de relação de trabalho, pois os
proprietários dessas organizações eram conhecidos como mestres, figuras que possuíam o
monopólio da exploração de certa atividade em um território, sendo vedado para qualquer outro
trabalhador ou mestre desenvolver a mesma atividade na região. Além dos mestres, na época,
existiam os companheiros e os aprendizes. Interessante é a situação dos aprendizes que deviam
obediência aos seus mestres e no final do seu aprendizado, por volta de cinco anos, tornava-se
companheiro ou oficial. Os aprendizes podiam também se tornar mestres, para que isso ocorresse
após o período de obediência e conhecimento, submetiam-se a uma prova, que era paga, e ao ter
êxito conseguia o título (Saraiva, 2008).
Formação do Estado Moderno, estruturado por um poder absolutista monarca apoiado
pelos comerciantes emergentes. Surgimento de grandes organizações como a Companhia das Índias
Ocidentais e a Companhia das índias Orientais. Circulação de moedas e metais preciosos, diversos
bens e especiarias trazidas do oriente. Monarquia e burguesia se aliam na realização de grandes
navegações em busca de riqueza, colonização, enfim exploração comercial fora da Europa.
No final do século XVIII, surge o movimento do constitucionalismo, tendo como origens
formais as Constituições (conjunto de Leis máximas de um país): norte-americana de 1787 e a
francesa de 1791. Este movimento teve como principal finalidade a limitação do poder do Estado,
que até então era representado pelo domínio das monarquias absolutistas (onde imperava a máxima
do the king can do no wrong – o rei não pode errar - as vontades dos reis se tornavam leis e essas leis
eram não-escritas, o que gerava falta de segurança para qualquer pessoa).
47
Competência 02
b) Separação de poderes – O Estado de Direito tem como objetivo maior limitar o poder
estatal nas mãos dos monarcas, tendo a separação de poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário) fator atuante como um mecanismo de autolimitação do poder do Estado, a fim de
impedir o abuso de poder – “Check and balance” – sistema de freios e contrapesos, assim,
nenhum dos poderes pode subjugar os outros, havendo um controle total de governo;
c) Previsão de direitos e garantias individuais – Outro ponto para limitar o poder Estatal foi a
inserção de direitos e garantias fundamentais dos indivíduos nas Constituições dos Estados
Liberais de Direito.
O sistema econômico e social era dito pelo “Liberalismo econômico”, com pouca
intervenção do estado governo sobre as novas empresas, estas que cresceram com a revolução
industrial, com a descoberta e desenvolvimento da máquina a vapor, do aço, da máquina de fiar e
tear, das estradas de ferro. A situação dos trabalhadores era difícil, com poucas leis de proteção, os
salários eram baixos, as jornadas de labor excessivas, mulheres e crianças eram contratadas por
serem consideradas mãos de obra barata. No final do século XIX, eclodiram movimentos sociais que
denunciavam a insuficiência do Estado de Direito para garantir a todos uma existência digna e
igualitária; pode-se afirmar que neste período surgem as revoluções industriais em parte da Europa
onde problemas graves na sociedade afloraram, como a habitação, saúde, educação, e,
principalmente, no ambiente de trabalho, entre outros.
Como leciona Renato Saraiva (Direito do Trabalho. São Paulo: GEN/Método, 2008, pg. 33):
48
Competência 02
Surge, nesse diapasão, o Estado Social de direito (Estado do bem estar social, Welfare
State ou estado-providência) cujo objetivo maior é corrigir as injustiças provocadas pelo sistema
mercantilista do liberalismo econômico diante da inércia do Estado, é a afirmação dos direitos sociais.
Todavia, ocorre que os ideais de um Estado (Governo) muito intervencionista na atividade econômica
(regime socialista ou comunista), sob a pretensa justificativa de promover a justiça social produziram
verdadeiros Estados totalitários e tiranos, demonstrando que o qualitativo “social” não garantiu o
surgimento de um Estado promotor do bem-estar social geral e do desenvolvimento da pessoa
humana (futuro socialismo utópico).
Nasce a concepção do Estado Democrático de Direito, também conhecido como o
Estado da Social Democracia que, sem abandonar os ideais de justiça social, incorpora os princípios
democráticos da soberania popular, da participação e do pluralismo político como garantias de
que os direitos fundamentais do indivíduo sejam respeitados. O Governo atua na economia
respeitando e ofertando certa liberdade para as empresas, mas com uma legislação forte na área das
relações de trabalho gerando uma proteção maior ao obreiro, assim como, nas próprias relações
entre as organizações e a população, de modo que não haja lesão ou prejuízo para consumidor final
e ao meio ambiente, é o chamado “Direito da Coletividade” ou de terceira geração.
Este estudo teve início no ano de 1943. A Segunda Guerra Mundial ocupava as páginas
dos principais jornais locais. Estes, controlados pela Imprensa Nacional criada por Getúlio Vargas em
seu Estado Novo, noticiaram, em maio daquele ano, que o Presidente discursara no estádio de São
Januário no Rio de Janeiro, comunicando aos cidadãos a criação de uma lei que compilava os direitos
do trabalhador brasileiro.
49
Competência 02
A então chamada Consolidação das Leis do Trabalho fora então considerada um marco
de cidadania. Agora o operário tinha objetivamente direitos oponíveis ao patrão e podia fazê-los valer
em caso de descumprimento. Bastava dirigir-se ao Ministério do Trabalho e, oralmente, informar ao
funcionário público seus reclames que este os reduziria a termo e distribuiria a uma das Juntas de
Conciliação e Julgamento que haviam sido criadas.
Ora, paralelamente a esta esfera individual, surgiram os primeiros sindicatos de
trabalhadores, criados e controlados pelo Estado totalitário então existente.
Junto com a existência de tais agremiações (os sindicatos), foi concedida a possibilidade
de fazerem as vezes de interlocutores dos empregados no diálogo com seus empregadores, o que
objetivava a melhoria das condições de trabalho. O acordo a que chegavam a categoria patronal e a
de trabalhadores, reduzida a termo, ou seja, condições de melhorias no trabalho postas em
documento escrito e registrado no Ministério do Trabalho, essas condições eram conhecidas como
se fossem leis e deveriam ser observadas pelos empregadores.
Assim, além dos direitos expressamente positivados (escritos) na CLT – Consolidação das
Leis do Trabalho, os empregados ainda poderiam se valer da negociação coletiva para buscarem
direitos e benefícios laborativos adicionais, no que se convencionou denominar “negociação coletiva
de trabalho”.
O momento econômico do pós-guerra era propício a esse cenário, notadamente na
segunda metade da década de 1950, quando o Brasil experimentou um progresso econômico jamais
visto desde a época de Mauá. Isto proporcionou muitas vezes que os sindicatos obtivessem vantagens
aos seus representados tais como o gozo de mais dias de férias, abonos e salários adicionais aos
trabalhadores.
Em direito, diz-se existir uma crise quando os institutos jurídicos fornecidos pelo
ordenamento para enfrentar determinadas situações passam a não serem capazes de oferecer
respostas satisfatórias aos anseios de pacificação e estabilização existentes no seio social.
Isto geralmente se verifica após transformações sociais profundas, que modificam as
estruturas sobre as quais as próprias relações jurídicas fundavam suas premissas. Nesse sentido o
Direito busca dar respostas satisfatórias para os anseios da coletividade através de suas decisões
proferidas diante de fatores sociais relevantes, como o aumento da criminalidade, logo, o Direito
convive com um conflito de identidade, a sociedade clama por punições cada vez mais severas do
50
Competência 02
Poder Judiciário, ou seja, as sentenças mais punitivas para os infratores e os Magistrados utilizam a
técnica jurídica em suas sentenças para promover a ressocialização (reeducar e minimizar o
sofrimento da pessoa que cumpre a pena, de forma que retorne a sociedade como pessoa capaz de
se desenvolver e formar família).
A crise também tomou conta fortemente do direito do trabalho na modernidade.
As normas trabalhistas, como, por exemplo, o princípio do não retrocesso - criado com
base no modelo típico de relação de trabalho (produção em massa; foco no setor secundário da
economia e na grande empresa; muita absorção de força de trabalho; utilização tênue da tecnologia
na cadeia produtiva), vêm sendo fortemente questionados por grande parte da sociedade.
Outra questão que merece ser discutida diz respeito a certos elementos responsáveis
diretamente por grande parte da crise das relações de trabalho no Brasil, que são os encargos
trabalhistas, fatores estes de freio ao desenvolvimento e à criação de postos de trabalho. Encargos
produzidos por uma legislação trabalhista que impede as empresas brasileiras de se manterem
competitivas em face da globalização da economia. Alega-se, enfim, que não atenuar o rigor do
Direito do Trabalho no Brasil representará, em médio prazo, a falência de companhias nacionais, o
que traria como consequência o desemprego e a recessão.
Modernamente, com o Estado de Direito cada vez mais refém das regras da política
econômica mundial, sugere-se estar na flexibilização de direitos a resposta a tais questionamentos.
Uma válvula de escape contra o anacronismo de uma legislação trabalhista em crise.
Procura-se, assim, alterar o papel atribuído à negociação coletiva de trabalho: outrora era
forma de melhorar condições de trabalho, hoje seria meio para atenuar o rigor legal e instrumento
de prevenção contra o desemprego.
No Brasil há duas normas importantes que disciplinam as relações de trabalho, uma é a
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT que é um verdadeiro código de normas que caracterizam o
contrato individual do trabalho com os requisitos fundamentais, define as pessoas do empregado e
do empregador, determina regras de proteção ao trabalho e ao obreiro e, por fim, define as formas
de negociações entre os sindicados para os acordos coletivos de trabalho. E a outra lei bastante
relevante é a Constituição Federal de 1988.
51
Competência 02
Toda relação humana possui harmonia e conflitos, de tal forma que, torna-se
fundamental a criação pelo próprio homem de normas que buscam limites para impedir lesões entre
as pessoas, que podem ser de ordem patrimonial, como o furto de bens, como também, de ordem
física e psíquica, nesse momento alguém machuca outrem podendo até produzir a morte. Em razão
de tudo que foi dito, a Lei surge, justamente, para controlar as atitudes entre as pessoas na sociedade
servindo de guia para um convívio harmonioso, assim, em especial, podemos citar as relações entre
empregador e empregado nas organizações, em que as leis trabalhistas buscam criar um ambiente
harmonioso entre essas partes.
As normas jurídicas surgem a partir das diversas interações humanas, ou seja, o
aparecimento de normas de organização de conduta social. Logo, percebe-se que os grupos sociais
são fontes ilimitadas de normas.
Ora, como foi dito anteriormente, dos primórdios dos tempos até os dias atuais, o ser
humano é um animal sociável por natureza, sempre necessitando viver em bando para a sua
sobrevivência, assim como, para a produção de sua alimentação, construção de sua habitação,
desenvolvimento de sua saúde, entre outros elementos que constituem força contra o ambiente
hostil. Todavia, a formação de grupos humanos (o que podemos chamar de equipes) dá o sentido de
que o plural sempre será mais forte do que o individual atingindo os objetivos desejados pela
coletividade. Mas, é importante perceber que as grandes ideias partem do indivíduo, e, somente,
depois é repassado para uma equipe realizar as atividades. Os conhecimentos individuais devem ser
valorizados, estimulados e aplicados. O ser humano é o valor principal nas organizações, por ser um
ser pensante e principal gestor da produtividade, por esta razão é considerado como CAPITAL
HUMANO, assim, considerado fator de fundamental importância para o crescimento das empresas,
não importando o tamanho da corporação.
Nas primeiras décadas do século XX, Frederick W. Taylor percebeu que o homem é o fator
fundamental da organização, ou seja, é a força que desenvolve as empresas, seus “estudos de tempos
52
Competência 02
53
Competência 02
planejamento, layout, nome empresarial, organização entre outros), para realizar determinados fins.
Esses objetivos podem ser de diversas naturezas, como: a educação (escolas, faculdades, cursos),
saúde (hospitais, postos de saúde), empresarial (comércio, agricultura, indústria, serviços), religião,
tecnologia etc. Assim, os funcionários devem ser envolvidos nos processos produtivos, com
trabalho em equipe, formando um conjunto harmonioso de talentos, de modo que, esses grupos de
colaboradores consigam obter os resultados almejados pela direção das instituições, isso é o que
chamamos de GESTÃO PARTICIPATIVA.
Ora, qualquer organização é composta por FATORES DE PRODUÇÃO que devem ser
organizados para a realização das atividades empresariais (Ramos, 2012). Os Fatores de Produções:
a) Insumos – matéria prima, energia elétrica, recursos minerais etc.
b) Mão De Obra – fator principal da organização, caracterizada por pessoas de diversos graus
de aprendizado, ocupando cargos que vão de acordo com as respectivas formações de
conhecimento. Logo temos pessoas ocupando cargos de serviços gerais, como exemplo: na
área de limpeza, atendimento, entrega, direção, enfim, todos importantes para a
desenvolvimento da atividade empresarial.
A boa gestão empresarial percebe que o homem é o centro dos interesses e dos estudos
para obter os resultados almejados. Alguns estudiosos da Administração tiveram o mesmo
sentimento e preocupação em torno do trabalhador, o que fomentou projetos de benefícios e
estímulos para que o trabalhador satisfeito gerasse as metas estipuladas pela empresa. A escola
behaviorista (ou escola das relações humanas) percebeu a importância do trabalhador satisfeito na
relação direta com a eficiência organizacional. Outras escolas da Administração sentiram a
necessidade de manter estudos sobre os elementos que proporcionem conforto e fortalecimento
do Capital Humano no sistema produtivo. O Direito do Trabalho segue a mesma direção da
Administração, pois suas normas proporcionam ao trabalhador um conjunto de direitos e garantias
que o protegem de abusos e ilegalidades durante o seu labor dentro do sistema de produção.
54
Competência 02
Conceitos Importantes:
RESUMO
Direito Conjunto de leis que regem a sociedade impondo limites às pessoas em favor
de uma convivência harmoniosa.
Ordenamento Conjunto de leis de um país.
jurídico
Direito Privado Leis que disciplinam os interesses particulares, individualistas e privados das
pessoas (físicas ou jurídicas). Determina as condutas das situações e fatos
jurídico em relação aos sujeitos privados (direito pessoal e direito real) na
sociedade. Como os contratos entre pessoas.
Direito Público Normas de ordem pública, interesses coletivos, interesses da população, de
importância para as comunidades e, principalmente, para o governo e o
Estado. Atuação do Estado administrador sobre o povo administrado.
Normas voltadas para a regulação dos atos em que o Estado é parte.
55
Competência 02
56
Competência 03
Conceito de Globalização:
O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme
os mais diversos autores em Geografia, Ciências Sociais, Economia,
Filosofia e História que se pautaram em seu estudo. Em uma
tentativa de síntese, podemos dizer que a globalização é entendida
como a integração com maior intensidade das relações socioespaciais
em escala mundial, instrumentalizada pela conexão entre as
diferentes partes do globo terrestre (Pena, 2016).
57
Competência 03
especial, pelo surgimento da internet. A internet foi, realmente, a ferramenta que modificou as
relações sociais e a maneira do homem ser, outrossim, a internet é um canal de comunicação que
repassa as informações e dados rapidamente, sem impedimento de fronteiras de países, sem
empecilho ou intromissão de terceiros na comunicação, isto faz com que as tomadas de decisões
atinjam seus objetivos de forma acelerada em qualquer lugar do mundo.
58
Competência 03
59
Competência 03
sérios nas relações trabalhistas dos países atingidos, causando o desemprego em massa. O que
podemos chamar de onda da crise, pois ultrapassa os países e os continentes.
Os blocos econômicos continentais surgiram no final do século passado como
consequência lógica dos efeitos negativos da globalização. Os Países se uniram na formação de blocos
econômicos e mercados comuns para fortalecerem as suas economias regionais e manterem o nível
de emprego, assim, a criação dos referidos blocos econômicos possui como objetivo principal o
enfrentamento de crises, é o caso do NAFTA, formado pelos Estados Unidos e o Canadá, ainda temos,
o MERCOSUL, bloco formado pelos países da América do Sul e a UE – União Europeia, bloco formado
por vinte e sete países do continente europeu.
60
Competência 03
RESUMO
Globalização Movimento de interação e intercâmbio de diversos fatores culturais,
produtivos e tecnológicos que atuam em qualquer lugar sem respeitar os
limites fronteiriços dos países modificando o ambiente interno dos povos
dessas nações.
Sistema capitalista Sistema mercantilista pautado nos fatores econômico e político do qual
busca a liberdade de atuação no mercado com pouca intervenção Estatal.
Sistema Socialista Sistema econômico e político o qual se baseia na igualdade material, com
total intervenção do Estado/ Governo sobre os fatores de produção e
sobre a liberdade individual do indivíduo.
Blocos Econômicos A união de vários Países sobre interesses em comum nas áreas da
economia e política, o que reflete no social.
Taxa de desemprego A relação entre o número de desempregados e o número de empregos
formais.
Robotização Mecanismo de automação com base na engenharia robótica, muito
utilizado na linha de produção do setor industrial.
Commodities Produtos agrícolas, como a soja, o arroz, o açúcar etc. Produtos utilizados
nas exportações que influem na balança comercial de determinado país.
Legislação trabalhista Conjunto de leis brasileiras com características de proteger direitos e
brasileira garantias asseguradas aos trabalhadores ao longa da história.
Fatores de integração Tecnologia, ciência, informação, cultura, economia entre outros fatores.
entre os países
61
Competência 04
Art. 53 da CLT “A empresa que receber Carteira de Trabalho Social para anotar e a
retiver por mais de 48 horas ficará sujeito à multa de valor igual a 15 vezes o valor de
referência regional.
Art. 54 da CLT “A empresa que, tendo sido intimada, não comparecer para anotar a
carteira de Trabalho e Previdência Social de seu empregado, ou cujas alegações para
a recusa tenham sido julgadas improcedentes, ficará sujeita à multa de valor igual a 30
vezes o valor de referência regional”.
Convém frisar que o valor de referência regional dito nas normas supramencionadas
equivale ao salário mínimo.
Outra infração muito comum é a da irregularidade do emprego formal do operário, ou
seja, a falta de registro do empregado nos documentos legais e requisitados pelos órgãos
competentes de fiscalização, como o livro ou ficha de empregado, a penalidade é a de 30 (trinta)
vezes o salário de referência regional por cada empregado não registrado.
62
Competência 04
Art. 47 da CLT “A empresa que mantiver empregado não registrado nos termos do art.
41 e seu parágrafo único, incorrerá na multa de valor igual a 30 vezes o valor de
referência regional, por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada
reincidência.
Art. 48 da CLT As multas previstas nesta Seção serão aplicadas pelas Delegacias
Regionais do Trabalho.
O artigo 58 da Consolidação das leis do Trabalho define que a duração normal do trabalho,
para os empregados em qualquer atividade privada (regidos pela CLT), não excederá de 8 horas
diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. A Constituição Federal de 1988 no
inciso XIII, do artigo 7º determina que a duração normal da jornada de trabalho diária é de 8 horas,
limitada pela semanal, que é de 44 horas (Carrion, 2012).
Interessante são as lições de Valentin Carrion (2012, pg. 129 e 130) sobre redução de
jornada de trabalho, vejamos abaixo:
As horas suplementares ou horas extras são aquelas além da jornada normal do que foi
estipulado no contrato do empregado. O valor da hora suplementar à jornada normal de trabalho
deverá ser pelo menos de 50% superior à da hora normal, é o que disciplina o § 1º, do art. 59 da
Consolidação das Leis do Trabalho juntamente com o inciso XVI, art. 7º da Constituição Federal de
1988.
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Competência 04
Estudos apontam que o excesso de labor pode gerar doenças profissionais e acidentes de
trabalho. As modernas organizações cientes de que um empregado acidentado é um enorme prejuízo
financeiro e perda de mão de obra especializada, pois terá de contratar novo funcionário e manter o
registro do antigo, além de corrigir as falhas no sistema com treinamento de novos funcionários.
Ainda, passível de sofrer de outros infortúnios que possam surgir com o afastamento de empregado
acidentado com pagamento de indenizações, buscam, com tecnologia e inovação, melhorias nas
condições de trabalho para impedir que haja maiores males (acidentes e doenças) no ambiente de
trabalho, como também, aumentar a produtividade do capital humano de sua organização. Nessa
seara é sábio o escólio do professor Renato Saraiva (2008):
A nossa Lei Maior (a Constituição Federal de 1988) proibiu que as empresas passassem a
utilizar de forma indevida a jornada ininterrupta de 8 horas nos turnos de revezamento. Havendo o
funcionamento ininterrupto das atividades da empresa, quando grupos de trabalhadores são
escalados para prestar serviços nos turnos da manhã, da tarde e da noite, em forma de revezamento,
deverá o empregador fazer jornadas de 6 horas, salvo se houver uma negociação coletiva.
Art. 7º, XIV da CF/88 jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.
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Competência 04
(termo muito utilizado no meio empresarial moderno) e o empregador tem que ser um líder e saber
formar equipes. A equipe é a imagem da integração dos colaboradores dedicados, em razão de serem
bem orientados nas suas funções e terem uma boas condições de trabalho, cujos os resultados
atendem perfeitamente os objetivos organizacionais.
As organizações são envolvidas por diversos grupos humanos, no ambiente externo e,
principalmente no ambiente interno, este último que pode emitir conflitos de valores entre seus
indivíduos e destes com a empresa (as chamadas relações trabalhistas). Ora, não se pode negar que
no conflito há liberação de energias criativas para a resolução de problemas gerenciais, o que pode
resultar em inovação dos instrumentos e dos processos produtivos tornando-os mais eficientes para
a gestão empresarial. Assim, a boa gestão estratégica da organização deve encarar o elemento
“conflito” como uma força constante da moderna organização e procurar administrá-lo de forma
benéfica (Montana, 2010).
Insta frisar que o sucesso está diante dos mais preparados, aquele que alinhar um bom
planejamento estratégico, com objetivos organizacionais bem definidos, conhecer do cenário externo
e do seu ambiente interno, entender de sua missão, compreender da legislação e atuar,
principalmente, com planejamento participativo, conseguirá reunir os meios e tarefas necessários
para ter eficiência nos processos e eficácia das metas.
Figura 07 – Equipe
Fonte: https://projuniorbauru.files.wordpress.com/2014/11/blog2.jpg
Descrição: a imagem acima representa a um grupo de bonecos em cores diferentes, representando as pessoas
unidas (grupos) com suas diferenças.
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Competência 04
Enfim, prezado aluno, agora chegamos ao final de nossos estudos, assim, esperamos que
os conhecimentos técnicos do Direito do Trabalho aqui apresentados, nesta apostila, lhe repasse as
competências e habilidades necessárias para que seja um excelente profissional de Recursos
Humanos, capaz de entender as modernas formas de relações trabalhistas de maneira que crie
ambiente de trabalho satisfatório para uma verdadeira GESTÃO PARTICIPATIVA construindo um
sucesso, para você e sua organização e um mundo melhor.
RESUMO
INFRAÇÕES CONSEQUÊNCIAS OU PENALIDADES
Carteira de Trabalho e Previdência Social Art. 53 da CLT- passível de multa de até 15 vezes o
– CTPS retira por mais de 48 horas pelo salário mínimo.
empregador.
CTPS retida por mais de 5 (cinco) dias Passível de prisão e multa, por caracterizar a
pelo empregador. contravenção penal (Lei nº 5.553/68).
Empregador notificado para entregar a Art. 54 da CLT – passível de multa de até 30 vezes o
CTPS na Delegacia Regional do Trabalho salário mínimo.
Empresa não registra o funcionário Art. 47 da CLT - “A empresa que mantiver empregado
não registrado nos termos do art. 41 e seu parágrafo
único, incorrerá na multa de valor igual a 30 vezes o
valor de referência regional, por empregado não
registrado, acrescido de igual valor em cada
reincidência.
Parágrafo Único. As demais infrações referentes ao
registro de empregados sujeitarão a empresa à multa de
valor igual a 15 vezes o valor de referência regional,
dobrada na reincidência.
Jornada normal de trabalho Turnos de 8 horas diários e 44 horas semanais.
Jornada ininterrupta de trabalho, turnos Turnos de até 6 horas diárias.
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Referências
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EM: 16 FEV.2016
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Minicurrículo do Professor Pesquisador
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