Você está na página 1de 3

MARIZÁPALOS I MARINÍCOLAS

Pesquisa: Rogério Budasz (1995) Fonte musical: códice peruano do séc. XVII

Versão atualizada e acompanhamento: Textos:

Paulo Castagna (1996) 1 - Miguel Lopez de Honrubia (MLH: 1657)


2 - Gregório de Matos Guerra (GMG: c.1668)

"Libro de varias curiosidades" (peru, sêc. XVII)


I


~ I

MLH:Ma- ri - zá - pa-Ios ba - jô u-na tar - de al ver - de 80S - til - 10 de Va - cia- Ma - drid

GMG:Ma- ri - Di - eu-Ias to - dos os di - as o ve - jo na se - ge pas - sar por a - qui

..
A I I I I

~ O·
r ~.?:J-

:
I I I I

, I
[MS' J] •.
,...
Por-que en - ton - ces pi - san - do-Ie el - Ia Nohu - vies - se mas Flan - des, que ver su Pa - íz.

Ca - va - Ihei - ro de tão lin-das tar - des Co - mo ver- bi gra - tia Lon - dres, e Pa - ris.

..
A I I I

V U· U· U· U·
··V· ~.?:J-

. . ,

I I I

•.
Fontes:

MATOS, Gregório de. Obra poética : Edição de James Amado;


Preparação e notas de Emanuel Araújo. Rio de Janeiro, Record,
,... 1990.~2,p. 1223-1228

He he. MARTlNS, Heitor. A música do Mari-Nícolas, Snplemento


Literário, Belo Horizonte, n° 1.143, sábado, 07/04/1990, p. 4-5.
Co - mo ver- bi gra - tia Lon - dres, e Pa - ris.
r-. VEGA, Carlos. Un codice peruano colonial deI siglo XVII: La
1\ musica ea el Peru colonial. Revista Mnsical Chllena , Santiago, v.
16, n." 81/82, p. 54-93,jul./dec. 1962

~ .§. O·
~ ~.§
HONRUBIA, Miguel Lopez de. AQUI SE / CONTIENE I VNA
XACARA NVEVA I de vn Valiente de Ia Cindad de IAnteqnera,
f.\ llamado Anton. de I Loxa. Inntamente con vn I Romance a
I I Mariça-/palos a 10 hu-/mano. I Compuesto por Miguel Lopez de
: Honrubia. I Cõ licença, en Madrid. Por I Andres Garcia. Aiio

••
1657. [f. A3v-A4v]
l

ROMANCE "MARIZÁPALOS" SÁTIRA "MARINÍCOLAS"


(Versão de Miguel Lopez de Honrubia) (Versão de Gregório de Matos)
(Madrid, 1657) (Lisboa, c. 1668)

Mariçapalos baxõ vna tarde Marinículas todos os dias


aI verde sostillo de Vacia-madrid O vejo na sege passar por aqui
porque entonces pisandole ella Cavalheiro de tão lindas partes
no huuiesse mas Flandes, que ver su Pais. Como verbi gratia Londres, e Paris.

Estampando su breve chinela, Mais fidalgo que as mesmas estrelas,


que tiene ventaja mayor que el chapin, Que às doze do dia viu sempre luzir,
por bordar con sus perlas Iasflores, Porque o Pai, por não sei que desastre,
el raso dei campo se hizo tabi. Tudo, o que comia, vinha pelo giz.

Mariçapalos era muchacha, Peneirando-lhe os seus avolórios


y enamorada de Pedro Martin, É tal a farinha do Ninfo gentil,
por sobrina dei Cura estimada, Que por machos é sangue Tudesco,
Ia gala dei pueblo, la flor dei Abril. Porém pelas fêmeas humor meretriz.

AI sotillo Ia bella rapaça, Um Avô, que rodou esta Corte


de su amartelado le dexõ seguir, Num coche de a quatro de um D. Bleaniz,
y llevando su nombre en Ia boca, Sobre as mulas, foi tão atrativo,
toda su alegria se boluio en anis. Que os senhores todos trouxe após de si.

AI boluer Ia cabeça Ia niha, Foi um grande verdugo de bestas,


fingia de repente el verle venir, Que com um azorrague, e dous borzeguins
y fue tanto su gusto, y su risa, Ao compás dos maus passos, que dava,
fj todo el recato se llevà tras si Lhes ia cantando o lá sol fá mio

Recibiole con rostro sereno, Marinículas era muchacho


y c/ãdole luego su mano feliz, Tão grão rabaceiro de escumas de rim,
aguardarle en Iapalma le ofrece Que jamais para as toucas olhava,
toda Ia vitoria cifrada en jazmin. Por achar nas calças melhor fraldelim.

Dixo, ta
Pedro, besando nieve, Sendo já sumilher de cortina
que ya por su causa miro derretir, De um sastre de barbas saiu aprendiz,
en tus manos mas valen dos blancas, Dado só às lições de canudo
q todo elochano de Valladolid Rapante da espécie de pica viril.

Merendaron los dos en Ia mesa, Cabrestilhos tecendo em arame


ti puso Ia nina de sufaldellin, Tão pouco lucrava no pátrio País,
y Perico mirando 10 verde, Que se foi, dando velas ao vento,
comia cõ lasalsa de su peregil. Ao reino dos servos, não mais que a servir.

Pretendiendo de su garauato Lá me dizem, que fez carambola


hurtar Ias pechugas con salto sutil, Com certo Cupido, que fora daqui
respõdio Mariçapalos, zape, Empurrado por umas Sodomas
lleuando sus vozes cariiios de miz. No ano de tantos em cima de mil.
-'
I

AI ruído que hizo en Ias hojas Por sinal, que no sítio nefando
de Ias herraduras de cierto rocin, Lhe pôs a ramela do olho servil
el Adonis se puso en huyda, Um travesso, porque de caveira
temiendo los dientes de alga jauali. A seus cus servisse aquele âmbar gris.

Mordeduras de peITOraivoso
Com pêlo se cria do mesmo mastim,
E aos mordidos do rabo não pode
O sumo do rabo de cura servir.

[seguem-se mais 31 estrofes e esta última:]

Marinículas é finalmente
Sujeito de prendas de tanto matiz,
Que está hoje batendo moeda,
Sendo ainda ontem um vilão ruim.

Você também pode gostar