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2 A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO
A Conferência de Estocolmo ficou marcada como um ponto
de partida para a proteção internacional do meio ambiente. Ela
foi a primeira Conferência global tendo como foco principal
o meio ambiente, por isso pode ser considerada como
marco histórico decisivo para o surgimento de políticas de
gerenciamento ambiental pelo mundo (GONÇALVES, 2019).
Você deve estar se perguntando: Qual foi o estalo para que
ocorresse a Conferencia de Estocolmo?
Em 1962, foi lançado o livro “Primavera Silenciosa”, escrito
por Rachel Louise Carson, esse livro conseguiu trazer uma grande
repercussão acerca da consciência ecológica, promovendo uma
reflexão sobre a necessidade de elaboração de leis mais rígidas
para a proteção do meio ambiente. Com isso, trouxe também
uma nova guerra das indústrias, grandes causadoras de danos
ambientais, contra ambientalistas e órgãos que se preocupavam
com o futuro do meio ambiente mundial (PASSOS, 2009).
Só por curiosidade, o livro fala sobre o uso do pesticida DDT
(Figura 1) nas plantações nos Estados Unidos e como ele afeta
o organismo dos seres vivos, causando doenças como o câncer
ou danos genéticos. Na época, causou tanto alarde e conflitos
que tentaram desqualificar a autora, alegando, inclusive, que
ela teria problemas mentais e que o livro deveria ser retirado
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do comércio. Porém, nesse período, ocorreram investigações
e estudos relacionados ao DDT e, com isso, comprovaram sua
ação maléfica. Inicialmente, o governo americano fiscalizava o
uso desse pesticida, banindo-o totalmente logo depois.
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c) o crescimento econômico acelerado trouxe mudanças
significativas para a sociedade, os meios e as formas de consumo
alteraram o estilo de vida das pessoas;
d) problemas ambientais como o acúmulo de metais pesados
no ambiente, chuvas ácidas e o uso crescente de pesticidas.
<https://www.apambiente.pt/_zdata/PoliticasDesenvolvimentoSustentavel/
1972_Declaracao_Estocolmo.pdf>.
Não vamos tratar aqui de todos esses pontos, mas vale a pena
você ler os princípios que a declaração traz. Você verá que ela
indica ações e atitudes para as Nações, além disso, poderá nos
ajudar a refletir sobre nosso comportamento e nossa postura em
relação ao meio ambiente e ao seu desenvolvimento.
Além da declaração, também foi votado o Plano de Ação
para o Meio Ambiente, contendo diversas recomendações e
apresentando políticas para o manejo ambiental, dentre elas, a
avaliação do meio ambiente mundial, a gestão do meio ambiente
e medidas de apoio ambiental.
Essas e outras iniciativas que ocorreram durante a
Conferência de Estocolmo é uma tentativa de unificar os direitos
humanos com o meio ambiente, ajustando as responsabilidades
das nações com as questões ambientais. Desde então, o tema
da qualidade ambiental passou a fazer parte das discussões em
eventos mundiais.
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3 RELATÓRIO DE BRUNDTLAND
No ano de 1987, foi divulgado um documento que apresenta
um novo conceito de Desenvolvimento Sustentável. Esse novo
conceito trouxe bastante inquietação para muitos governos ao
redor do mundo.
O relatório de Brundtland, mais conhecido como Nosso
Futuro Comum, é um documento com embasamento científico
que expõe com detalhes as causas das principais questões
ambientais, abarcando a influência das atividades econômicas
e debatendo, declaradamente, os problemas das tecnologias
usadas para movimentar determinadas sociedades.
Este relatório define desenvolvimento sustentável como
“aquele que satisfaz as necessidades da geração presente sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem
as suas próprias necessidades (BRUNDTLAND, 1991, p. 46)”.
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• Convenção da Biodiversidade (CDB): este tratado
tenta proteger o material relacionado à biodiversidade,
em especial de países mais pobres que sofrem com
biopirataria. A CDB apresenta que tanto o comércio de
produtos da biodiversidade, quanto o conhecimento
dos povos das florestas, devem ter valores estabelecidos,
reduzindo a exploração comercial desses produtos.
• Agenda 21: esse documento foi o marco principal da
Rio 92, ele se refere a necessidade de um planejamento
com ações de curto, médio e longo prazo que deve
conter metas, instrumentos, recursos e responsabilidades
definidas. É uma agenda voltada ao desenvolvimento
sustentável.
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Um dos resultados observados entre a Rio 92 e a Rio+20
foi a evolução no desenvolvimento de novas tecnologias e de
métodos de produção, porém o aumento do consumo de
recursos naturais cresceu mais de 50%, assustador, não é?
Isso porque as Nações mais ricas não reduziram seu nível
de consumo dos recursos naturais e países emergentes como a
China e a Índia passaram a consumir mais do que na década
anterior.
Então, a Rio+20 trouxe frustrações aos que esperavam o
cumprimento das metas estabelecidas anteriormente. No final da
Conferência foi publicado o documento O futuro que queremos,
que aborda diversos temas desde comércio, transporte, proteção
dos oceanos, entre tantos outros.
Consta, também, no documento final, as formas de
“economia verde”, ou seja, que não prejudicam o meio ambiente
e são mais eficientes no uso dos recursos naturais, além da
erradicação da pobreza.
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REFERÊNCIAS
BRUNDTLAND, Gro Harlem. Nosso futuro comum: comissão mundial sobre
meio ambiente e desenvolvimento. 2.ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,
1991.