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Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

Com a alteração da Lei 6.404/76 foi criada a Demonstração do Valor Adicionado


(DVA) pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), apesar de não ser
exigida pelo IASB (Internacional Accounting Standards Board), mas incentivada
pela Organização das Nações Unidas (ONU). Contudo, sua elaboração é
obrigatória somente para empresas que tem seu capital negociado em Bolsa de
Valores (capital aberto) conhecidas como Sociedade Anônima ou S/A. Nesse
contexto, destaca-se a utilidade dessa demonstração como base para aferição do
crescimento e desenvolvimento social. Uma vez que as empresas são grandes
agentes responsáveis pelo faturamento do país (Produto Interno Bruto – PIB).
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) segue os preceitos do
Pronunciamento Técnico 09 e a Estrutura Conceitual Básica para a Elaboração e
Apresentação das Demonstrações Contábeis. O objetivo da DVA é demonstrar
aos usuários das Demonstrações Contábeis informações acerca da riqueza criada
pelas empresas e de que forma elas foram distribuídas num determinado período.
A lógica da DVA está relacionada ao valor que as entidades agregam aos insumos
adquiridos de terceiros num certo momento como, por exemplo: matérias-primas,
energia, serviços, dentre outros. No entanto, para fazer parte da riqueza gerada, é
considerado no cálculo somente aquilo que foi transformado ou consumido no
período.

Partindo da premissa de que cada organização tem uma parcela na formação do


PIB e que a DVA demonstra a riqueza originada por elas, é possível afirmar que
esta demonstração tem função fundamental na verificação do desempenho
econômico de municípios, estados, regiões e países, baseados nos conceitos
macroeconômicos em que a DVA está fundamentada. Apesar de existirem
diferenças temporais entre os modelos contábil e econômico. Quer dizer, a ciência
econômica baseia-se na produção para o cálculo do PIB enquanto a contábil no
regime de competência ou realização da receita.

O fato é que além de permitir verificar o desempenho social e econômico, social


porque distribui a riqueza gerada e econômico porque gera parcela que compõe o
PIB, possibilita que stakroders possam usufruir dessas informações de natureza
econômica e social, avaliando as atividades dessas sociedades, podendo auxiliar
na decisão por investimentos externos. Porém, sem entrar no mérito da elaboração
da DVA, pois isso pode ser feito consultando o CPC 09, destaca-se, pela
relevância, a não extensão da obrigatoriedade de elaboração da DVA para os
demais tipos de sociedades.

Num cenário em que a geração de valor agregado é fator, em alguns casos,


preponderante na tomada de decisão, e porque não do próprio Poder Público, por
parte dos investidores, é inadmissível somente companhias abertas serem
obrigadas a elaborar a DVA. Talvez pode ser encarado até como retrocesso, ter
parte das empresas prestando informações de utilidade e relevância fundamentais
para o conhecimento econômico e social. De modo que a DVA pode ser
considerada peça contábil-financeira tão importante quanto as demais
demonstrações obrigatórias.

Em tempos de Sustentabilidade e Balanço Social, informações que demonstram o


verdadeiro potencial de uma organização não podem ficar restritas a um pequeno
grupo. De maneira que as principais entidades responsáveis por dar exemplo nos
temas supracitados, podem ser cobradas partindo também do seu poder de geração
de valor agregado.

BIBLIOGRAFIA

CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado

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