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Autoria
MELISSA VELASCO SCHLEICH - nucleodedramaturgia@gmail.com
Administração / Escola Superior de Engenharia e Gestão - ESEG
- / PriceWaterhouse Coopers
Resumo
Embora o termo ESG – designação para ambiental, social e governança - tenha surgido em
2004, o conceito ganhou força apenas nos últimos anos. Dada a crescente relevância do
tema, esta pesquisa teve como objetivo investigar, com base em um score ESG, se as
práticas e reporte em ESG poderiam afetar os resultados de companhias brasileiras de capital
aberto. Para tanto, coletamos os ratings ESG do sistema Refinitiv de 106 companhias e
analisamos uma série temporal em painéis de 2015 a 2019, tendo Q de Tobin e ROA como
variáveis dependentes. Em termos de desempenho de mercado (relacionado ao Q de Tobin),
observamos que as práticas em ESG afetaram positivamente as ações em cerca de 31%, ao
passo que assuntos polêmicos na mídia responderam por um impacto negativo nos resultados
da ordem de 285%. Os indicadores não foram estatisticamente significativos para ROA, mas
apontam para um leve efeito positivo para ESG, com impacto negativo mais forte em
controvérsias. Em relação às dimensões E, S e G, separadamente, embora os resultados não
tenham sido estatisticamente significativos, ambas as análises indicaram que E e G tiveram
influência positiva nos resultados, enquanto o impacto da dimensão S foi negativo.
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RESUMO
Embora o termo ESG – designação para ambiental, social e governança - tenha surgido em 2004, o
conceito ganhou força apenas nos últimos anos. Dada a crescente relevância do tema, esta pesquisa
teve como objetivo investigar, com base em um score ESG, se as práticas e reporte em ESG
poderiam afetar os resultados de companhias brasileiras de capital aberto. Para tanto, coletamos os
ratings ESG do sistema Refinitiv de 106 companhias e analisamos uma série temporal em painéis
de 2015 a 2019, tendo Q de Tobin e ROA como variáveis dependentes. Em termos de desempenho
de mercado (relacionado ao Q de Tobin), observamos que as práticas em ESG afetaram
positivamente as ações em cerca de 31%, ao passo que assuntos polêmicos na mídia responderam
por um impacto negativo nos resultados da ordem de 285%. Os indicadores não foram
estatisticamente significativos para o ROA, mas apontam para um leve efeito positivo para ESG,
com impacto negativo mais forte em controvérsias. Em relação às dimensões E, S e G,
separadamente, embora os resultados não tenham sido estatisticamente significativos, ambas as
análises indicaram que E e G tiveram influência positiva nos resultados, enquanto o impacto da
dimensão S foi negativo.
PALAVRAS-CHAVE: ESG, Dimensões em ESG, Rating em ESG, Impacto de ESG; Retorno de
ESG
1. INTRODUÇÃO
O termo “ESG” – o qual engloba aspectos ambientais (do inglês environment), sociais e de
governança – surgiu em 2004, a partir de uma carta das Nações Unidas enviada a instituições
financeiras globais, incitando-as a construírem mercados financeiros mais resilientes por meio de
desenvolvimento sustentável (Compact, 2004). Desde então – e notadamente nos últimos anos – o
mercado financeiro global observou um crescimento exponencial em investimentos sustentáveis e
abordagens que consideram fatores ambientais, sociais e de governança na seleção e gestão de
portfólios (Avramov, Cheng, Lioui, & Tarelli, 2021). Desde o lançamento dos Princípios das
Nações Unidas para o Investimento Responsável (PRI) em 2006, o número de signatários cresceu
de 734 em 2010 para 1.384 em 2015 e 3.038 em 2020, com um total de ativos sob gestão de US$
21 trilhões em 2010, US$ 59 trilhões em 2015 e US$ 103 trilhões em 2020 (PRI, 2020).
Embora haja discussões se as métricas e o comprometimento das empresas a questões de
ESG seriam uma tendência passageira, a pandemia do Coronavírus parece ter colocado em
evidência o “S” e o “E”, denotando a fragilidade das cadeias de abastecimento, dos mercados de
trabalho, da qualidade do crédito e da liquidez do sistema financeiro, enquanto há preocupações
crescentes com as mudanças climáticas, perda de biodiversidade, desmatamento, emergência de
zoonoses e seus respectivos impactos nos mercados (Adams, & Abhayawansa, 2022). Nesse
sentido, a partir de 2020, a convicção e a demanda dos investidores por produtos sustentáveis
parecem ter-se fortalecido, com fundos ESG apresentando recorde de entrada de recursos, em
comparação a saídas significativas de segmentos não ESG (CME Group, 2020; Adams, &
Abhayawansa, 2022).
Simultaneamente às tendências de mercado, um número crescente de pesquisas acadêmicas
em ESG pode ser encontrado, em especial para economias desenvolvidas. A esse respeito,
Mervelskemper e Streit (2017) concluíram que as práticas ESG parecem de fato gerar valor para as
empresas adotantes. Além disso, Lopez-de-Silanes, McCahery e Pudschedl (2020) analisaram
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empresas dos Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Suíça, Austrália e França, sugerindo que uma
melhor divulgação de informações ESG está correlacionada à diminuição de percepção de risco.
Existe, no entanto, um gap de estudos sobre as práticas em ESG e seus respectivos
impactos em economias emergentes. Broadstock et al. (2020) examinaram o papel do desempenho
em ESG em empresas chinesas durante a crise financeira desencadeada pela pandemia global de
COVID-19, mostrando que portfólios com padrões ESG mais altos tendem a superar, em tornos de
desempenho, portfólios com padrões ESG mais baixos; e que o desempenho ESG mitiga riscos
financeiros durante uma crise. Na Índia, Dalal e Thaker (2019) indicaram que as práticas ESG
melhoram o desempenho financeiro das empresas.
No Brasil, poucos estudos têm investigado conceitos ESG com tratamento estatístico,
sendo a maioria deles relacionados a práticas de governança corporativa (“G”), ou ao Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE). Ainda assim, algumas pesquisas demonstraram a necessidade
de aprofundamento do estudo em ESG nos mercados brasileiros, incluindo os fatos de que: (i)
indústrias brasileiras sensíveis podem ser afetadas positivamente por práticas sociais e de
governança corporativa (Miralles-Quirós, Miralles-Quirós, & Gonçalves, 2018 ); (ii) as estratégias
de investimento ESG no Brasil podem resultar em melhores retornos de longo prazo ajustados ao
risco (Jukemura, 2019); e (iii) ESG pode ter um efeito moderador no desempenho financeiro ao
considerar a diversificação geográfica internacional e o desempenho financeiro (Duque-Grisales;
Aguilera-Caracuel, 2019).
O presente estudo tem como objetivo investigar, no mercado brasileiro, se métricas em
ESG afetam o desempenho e resultados das empresas. Nosso propósito acadêmico é contribuir
com pesquisas anteriores em ESG no mercado financeiro brasileiro, por meio de aprofundamento e
análise de impacto relacionado a cada uma das três dimensões (E, S e G). Para este fim, analisamos
as 106 empresas de capital aberto cujos dados anuais estavam disponíveis no sistema Refinitiv ESG
Scores para o período compreendido entre 2015 a 2019.
No âmbito da prática empresarial e dos mercados de capitais, essa contribuição pode ser
uma ferramenta importante para: (i) empresas e profissionais interessados em métricas de
sustentabilidade e ESG, para que tenham uma melhor visão sobre o impacto de tais métricas nas
organizações; e (ii) analistas financeiros, gestores de carteiras e investidores individuais, que
poderão incluir métricas específicas em suas respectivas avaliações e modelos investimento.
Na introdução, apresentamos brevemente a temática de ESG, considerando seus desafios
no cenário atual e a contribuição esperada de nosso trabalho na interlocução entre ESG e
desempenho das empresas. No referencial teórico, resgatamos discussões acadêmicas acerca do
tema abordado.
Na seção sobre metodologia, descrevemos a seleção e tratamento de dados para a
realização desta pesquisa, com suas respectivas limitações de tempo e escopo. Na seção de
resultados, analisamos os dados coletados, os quais são discutidos na seção consecutiva. Na
conclusão, apresentamos os entendimentos e oportunidades advindos desta pesquisa em face da
literatura disponível e concluímos nossa análise.
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Capelle-Blancard e Petit (2019) analisaram notícias positivas e negativas sobre cem empresas
listadas no período de 2002 a 2010. Os autores acreditam que as empresas que divulgam eventos
negativos podem experimentar, em média, uma queda em seu valor de mercado de cerca de 0,1 %,
enquanto não parece haver benefício em anúncios positivos.
Rusu (2020), por sua vez, utilizou um experimento seqüencial, com diversos investidores,
para investigar seu julgamento e processo de tomada de decisão em relação às informações sobre
sustentabilidade. O autor acredita que a integração da sustentabilidade à estratégia da empresa não
influencia significativamente a avaliação dos investidores ou a alocação de recursos.
Chen e Yang (2020) observaram no mercado de Taiwan, no entanto, que notícias em ESG
(boas ou más) tendem a gerar impulso nos mercados financeiros, interferindo no desempenho das
ações no curto prazo – principalmente no que diz respeito à dimensão social.
No Brasil, Orsato et al. (2015), sugeriram, por meio de um estudo de correlação em duas
fases, que iniciativas ambientais voluntárias teriam criado valor intangível - como ganho de
reputação.
Em seu estudo, Flannery e Hankins (2013) relataram que Ordinary Least Squares (Mínimos
Quadrados Ordinários, ou “OLS”) e Fixed Effects (Efeitos Fixos, ou “FE”) geralmente apresentam
baixo desempenho em estimativas de finanças corporativas, sendo o modelo de FE especialmente
afetado por painéis mais curtos (como no caso de nosso estudo). Os autores afirmaram que muitas
das causas de erro em estimativas poderia ser identificada por meio de propriedades básicas
inerentes ao conjunto de dados analisados, com base em simples inspeção, ou em testes como
endogeneidade e correlação serial, - o que poderia orientar os pesquisadores a trabalharem com
painéis dinâmicos.
Ainda segundo Barros et al. (2020), estimadores tradicionais – como OLS, Random Effects
(“RE”) e Fixed Effects podem não ser consistentes devido ao efeito de endogeneidade, que é
comum em dados de finanças corporativas. Por outro lado, métodos dinâmicos de estimação para
dados em painel apresentam alternativas para que se superem problemas de conjuntos de dados,
inclusas variáveis instrumentais.
Além disso, Baum (2008) explica que, em um conjunto de dados longitudinal, a
heterogeneidade não observada pode ser tratada com a primeira diferença ou transformações de
efeitos fixos individuais, enquanto que, em um conjunto de dados transversal, tal tratamento pode
não representar a melhor opção e os pesquisadores devem recorrer à aplicação de outros métodos,
especialmente relacionado à análise dinâmica.
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3. METODOLOGIA
Com o intuito de se avaliarem os ratings em ESG, utilizamos o sistema Refinitiv Lipper Fund ESG
Scores (Refinitiv ESG Scores, ou Refinitiv), devido à maior disponibilidade e permeabilidade de
dados para empresas brasileiras comparativamente a outros sistemas. O sistema Refinitiv verifica
as informações de domínio público, relatadas pelas empresas, sob as três dimensões centrais em
ESG (E, S e G), além da dimensão de Controvérsias (“C”), processando a pontuação de cada
dimensão por meio de um sistema booleano, que considera a materialidade e relevância de
indicadores para cada indústria.
A dimensão de Controvérsias inclui questões de mídia, tais como: (i) direitos humanos,
condições de trabalho, trabalho infantil, saúde e segurança dos empregados; (ii) greves, liberdade
de associação; (iii) ética empresarial, fraudes fiscais, concorrência, insider trading; (iv) suborno,
fraude, lavagem de dinheiro, corrupção; (v) propriedade intelectual; (v) saúde pública; (vi) saúde e
segurança do cliente, reclamações de clientes, marketing responsável, acesso ao produto,
privacidade de dados; (vii) contabilidade, renúncia de auditor, correção de lucros, avisos de lucros;
e (viii) direitos dos acionistas, remuneração dos executivos. A pontuação para esta dimensão filtra
o viés de capitalização de mercado - já que grandes empresas tendem a atrair mais atenção da
mídia do que empresas menores.
Figura 1. Sistema Refinitiv: score composto por três dimensões (ESG), além de Controvérsias
(“C”).
Fonte: Baseado em Lipper Research (2020).
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Para fins deste estudo, analisaram-se as 106 empresas brasileiras cujas informações detalhadas
encontravam-se disponíveis no sistema Refinitiv para o período entre 2015 e 2019. Esse período
baseou-se no fato de que as práticas em ESG difundiram-se na indústria de investimentos a partir
de 2016, passando muitas empresas a divulgar informações ESG apenas nos últimos anos.
Todas as empresas analisadas correspondem a companhias de capital aberto, listadas ou
elegíveis aos principais índices de sustentabilidade brasileiros, como ISE e S&P/B3 Brazil ESG.
Foram coletadas informações em painel, contemplando-se o referido período de cinco anos, com
um total de 406 observações (entre as 106 empresas mencionadas).
A abordagem de estimativa proposta foi adaptada de modelagem similar utilizada na literatura para
mensurar o impacto da governança corporativa e fatores ESG no desempenho, conforme
referenciado no item 2. A análise foi realizada em séries temporais de corte transversal (dados em
painel), considerando dados anuais de 2015 a 2019 (cinco anos).
Para avaliar se as dimensões em ESG afetariam o desempenho dos ativos analisados,
utilizamos uma disposição em camadas, iniciando pelo conceito mais amplo de ESG e
Controvérsias, e explorando, na sequência, cada uma das três dimensões (E, S e G) (Fig.2).
ESG
Camada 1 ESG
Controvérsias
Camada 2 E S G
Figura 2. Visão de camadas dos testes de regressão: dos conceitos mais amplos em ESG às
dimensões (E, S e G).
Fonte: o autor.
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Dados os efeitos do uso de OLS e Fixed Effects em painéis curtos e em amostras afetadas por
endogeneidade, conforme explicitados por Baum, Schaffer e Stillman (2003); Baum (2008) e
Drukker (2010), seguimos uma estrutura de estimação de Mínimos Quadrados em Dois Estágios
(2SLS). Apesar do nome, tal estimativa é calculada sob uma única equação matricial, como segue:
A análise foi realizada no software Stata, por meio do comando ivreg2. Para todos os
estimadores, adicionamos: (i) variáveis instrumentais dummy aos referidos anos do painel; e (ii)
opção robusta para heterocedasticidade a todos os coeficientes. Em relação à opção robusta,
segundo Baum (2008), caso haja heterocedasticidade de forma desconhecida, esta opção pode ser
utilizada para derivar uma estimativa consistente. Nesse contexto:
Faz-se notar que o comando ivreg2 no Stata também inclui cálculo para testes de
subidentificação e identificação fraca de instrumentos, e que, em caso de subidentificação ou
identificação fraca de tais variáveis, elas são automaticamente excluídas do modelo, não afetando
portanto a estimativa.
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As variáveis dependentes foram selecionadas com base na literatura acadêmica que relaciona
governança corporativa e/ou parâmetros ESG ao desempenho, conforme item 2 deste trabalho. Os
dados das companhias abertas foram extraídos do sistema Economática para o período de 2015 a
2019. A Tabela 1 apresenta a descrição das variáveis selecionadas, juntamente com suas
respectivas referências acadêmicas.
1 Market Capitalization corresponde ao valor de mercado das ações da empresa à última data do período.
Fonte: o autor.
2015), esse período pode não ser suficiente para evidenciar o desempenho relacionado ao reporte
ESG.
Além disso, para análise quantitativa, optamos por trabalhar com o sistema Refinitiv, que
representa apenas um entre muitos fornecedores de dados ESG. Como ainda não há uma definição
clara sobre métricas, padrões e pesos em ESG, outros índices poderiam ser investigados,
potencialmente fornecendo resultados distintos.
4. RESULTADOS
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Em relação à distribuição das 406 observações quanto ao rating ESG atribuído pelo sistema
Refinitiv (Gráfico 2), observa-se que a moda do grupo é C+ (22,2%). O intervalo de A+ a B+, o
qual corresponde aos quatro primeiros grupos em termos de melhores práticas, representa 27,8%
da amostra, sendo que os seis primeiros grupos (de A+ a B-) representam 51,5% e os sete
primeiros grupos (de A+ a C+), 73,6%.
Gráfico 2 - Divisão das 406 observações analisadas, por rating ESG designado pelo sistema
Refinitiv.
22,2%
15,0%
13,1%
10,6%
9,1%
7,4% 7,6%
4,9% 5,7%
3,9%
0,5%
A+ A A- B+ B B- C+ C C- D+ D
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A correlação das variáveis para o conjunto de dados analisados é exibida na Tabela 4, conforme se
segue.
Q de Tobin
• Na Equação 1 (Tab. 5), ESG é estatisticamente significativo (no nível de 1%) com um
coeficiente positivo de 0,308 – o que indica, a princípio, as práticas ESG impactaram
positivamente o desempenho do mercado na magnitude de cerca de 31%;
• Por outro lado, o score de Controvérsias (estatisticamente significativo ao nível de 5%)
apresentou um coeficiente negativo de -2.851, o que indica que temas polêmicos
divulgados pela mídia são responsáveis por um impacto negativo considerável às ações
(em torno de -285%);
• Embora as dimensões, individualmente, não sejam estatisticamente significativas, o
desdobramento da Equação 2 (Tab. 5) aponta que S seja responsável por um impacto
negativo (com coeficiente de -8,450), enquanto E e G contribuiriam positivamente para os
resultados de mercado (com coeficientes de 6,309 e 4,210, respectivamente).
ROA
• Na Equação 3 (Tab. 5), ESG não foi estatisticamente significativo para ROA. Seu
coeficiente foi muito próximo de zero (0,005);
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• O score de controvérsias não foi significativo, mas apresentou coeficiente negativo (de -
0,219), indicando que, além do Q de Tobin, assuntos polêmicos destacados pela mídia
também parecem afetar negativamente os resultados contábeis;
• Embora nem E, S nem G sejam estatisticamente relevantes isoladamente (Equação 4 –
Tab.5), S também aparece como responsável por um leve impacto negativo (-0,088),
enquanto G e E contribuem de forma positiva, mas com coeficientes muito baixos (0,076 e
0,040, respectivamente).
TQ ROA TQ ROA
ESG 0,308 *** 0,005 ESG_E 6,309 0,040
[2,61] [0,23] [0,17] [0,07]
Instrumentos Inclusos 2016.Yea r 2017.Year 2018.Yea r 2019.Yea r Teste de Endogeneidade 21,352 21,928
Chi-sq(2) P-val 0,000*** 0,000***
5. DISCUSSÃO
O presente estudo teve como objetivo: (i) investigar se práticas em ESG poderiam afetar o
desempenho financeiro; e (ii) testar se cada uma das três dimensões (E, S e G) poderiam ter
impacto significativo no desempenho de ações e nos resultados das Companhias.
Em relação ao perfil amostral, por meio desta análise, apenas, não há como inferir se a
predominância de empresas dos setores imobiliário e de construção civil, além de serviços e
instituições financeiras, relacione-se de fato ao interesse desses setores, no Brasil, por ESG, ou se o
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6. CONCLUSÃO
Como mencionado anteriormente, as discussões ESG ganharam força e proporção apenas nos
últimos anos – por isso, muitos agentes do mercado ainda questionam o real uso e implicação de
tais conceitos (BERTOLOTTI, 2020).
Nesse cenário, a presente pesquisa teve como objetivo: (i) investigar se as métricas ESG no
Brasil podem afetar o desempenho das empresas; e (ii) testar as dimensões E, S e G, isoladamente,
poderiam ter impacto significativo no desempenho de ações brasileiras e nos resultados das
Companhias.
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Esperamos, por meio deste trabalho, ajudar a preencher o gap na literatura acadêmica brasileira
relacionado à conexão entre ESG e performance financeira.
Do ponto de vista da prática empresaria, esperamos, desta maneira, contribuir com
empresas e profissionais interessados em: (i) ampliar suas respectivas práticas de sustentabilidade;
e (ii) divulgar métricas em ESG. Adicionalmente, em relação ao mercado de capitais, dado que
investidores passaram a observar e incluir ESG em suas análises de investimentos de forma recente
(Kotsantonis & Serafeim, 2020), espera-se que este estudo seja útil a agentes do mercado de
capitais, como analistas financeiros, gestores de portfólio e investidores individuais, que poderão
observar as dimensões em ESG para atribuição de valor a suas análises.
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7. REFERÊNCIAS
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XLVI Encontro da ANPAD - EnANPAD 2022
On-line - 21 - 23 de set de 2022 - 2177-2576 versão online
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