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Conceitos
de custos

Terminologias aplicadas
a custos

Dr. Arthur Tornatore Siessere

2. Conceitos de custos

2.1 A contabilidade de custos como


uma ferramenta de análise e gestão

O trabalho do contador ajuda o administrador a con-


seguir informações sistemáticas e ordenadas a res-
peito da operação e do funcionamento da empresa,
principalmente por meio das alterações ocorridas no
patrimônio da empresa analisada. E com o aumento
da importância das informações contábeis, é preciso
ressaltar as principais definições de contabilidade fi-
nanceira, gerencial e de custos.

A Contabilidade Financeira trata do trabalho


normalmente exigido pelas autoridades do país onde
a empresa atua e que atende aos requisitos fiscais e
às imposições legais.

A Contabilidade Gerencial refere-se ao trabalho


relacionado aos relatórios derivados das informa-
ções levantadas e apresentadas de forma consolida-
da pela Contabilidade Financeira com objetivo de:

●● auxiliar nas tomadas de decisão

●● elaboração de planos orçamentários

●● definição de estratégias de investimento

●● acompanhamento de resultados

A Contabilidade de Custos trabalha e analisa to-


dos os gastos efetuados pela empresa no decorrer
de sua atividade produtiva e fornece informações
para o correto gerenciamento.

2.2 Princípios Contábeis aplicados a


custos

Além disso, segundo Martins (2010), cabe à empresa


também atender em seu dia a dia algumas normas
legais relacionadas aos Princípios Fundamentais da
Contabilidade, sendo alguns deles:

●● O Princípio da Competência, que estabelece


a forma como a receita e as despesas devem ser re-
conhecidas, ou seja, quando realizada no momento
da troca de mercadorias, bens ou serviços, por ele-
mentos do ativo.

●● Consistência (ou uniformidade), que de-


termina a não modificação frequente dos registros
contábeis, evitando distorções nas comparações de
um período para outro.

●● Prudência determina que ao registrar um item


seja exercida a cautela, sob condições de incerteza.
Ou seja, os ativos, receitas, passivos e despesas não
devem ser superavaliados ou subavaliados. Na utili-
zação desse princípio, o responsável deve utilizar o
bom senso para que a empresa apresente o resulta-
do de forma adequada.

2.3 Funções da Contabilidade de


Custos

Para Bruni e Famá (2012), a contabilidade de custos


pode ser definida como “o processo ordenado de
uso dos princípios gerais contábeis para registrar os
custos de operação de um negócio”. Sendo assim,
ao conseguir obter dados relativos à fabricação e
vendas dos bens, ou prestação de serviços, os admi-
nistradores podem empregar os dados contábeis e
financeiros para estabelecer os custos de produção
e distribuição para os itens fabricados ou serviços
prestados. Além disso, poderá também estabelecer
todos os demais custos das diversas funções da ope-
ração do negócio analisado, sempre visando maximi-
zar a operação e a lucratividade do negócio.

2.4 Processo da formação de custos


e preços

Ao analisarmos os custos de uma empresa, devemos


nos atentar as definições de alguns termos que po-
dem ter diferentes entendimentos para outras áreas.
São eles: os gastos, investimentos, custos,
despesas, desembolsos e perdas:

Gastos ou dispêndios são os sacrifícios financei-


ros de uma empresa, necessários para a fabricação
do produto, aquisição de mercadoria para revenda
ou prestação de serviço, que são classificados con-
tabilmente como custos ou despesas, dependendo
do caso.

A empresa pode classificar esses gastos temporaria-


mente como investimentos, até serem efetivamente
consumidos, quando serão reclassificados como cus-
tos ou despesas. Importante lembrar que pode ser
classificado como gasto independentemente de ter
sido efetuado em área fabril, comercial ou adminis-
trativa da empresa. Portanto, dentro do conceito de
gasto, podemos incluir o custo, a despesa, o investi-
mento e a perda.

Investimento é um gasto ativado, ou seja, conta-


bilizado como um ativo, em função de sua vida útil
ou benefícios atribuíveis a períodos futuros, normal-
mente mais de um ano. Alguns gastos são tempo-
rariamente classificados como investimentos no ati-
vo da empresa e, gradualmente, são baixados com
o seu uso: consumo, depreciação ou amortização.
Outros exemplos de investimentos são os bens imó-
veis e aplicações financeiras.

Custos são os gastos relativos ao bem ou serviço


utilizado na produção de bens, compra de produtos
para revenda ou prestação do serviço, como, por
exemplo, matérias-primas utilizadas no processo
produtivo, a mão de obra do processo produtivo,
a energia elétrica ou gás natural consumidos no
processo.

Por exemplo: quando a empresa adquire uma deter-


minada matéria-prima para a sua produção, esta é
imediatamente classificada como gasto no momento
da aquisição, quando ocorre sua utilização no pro-
cesso produtivo de um bem, ela passa a ser classi-
ficada como custo, para então ser apropriada ao re-
sultado quando ocorrer a sua venda.

Outro ponto importante a ser ressaltado é sobre a


depreciação. O consumo do valor de uma máquina
ou equipamento, conhecida como depreciação, deve
ser classifica contabilmente como custo.

A definição de Despesa é todo bem ou serviço con-


sumido, direta ou indiretamente, pela empresa para
a obtenção de receita (faturamento). As despesas
não estão relacionadas com a produção de bens ou
serviços, representando, portanto, o dispêndio efe-
tuado em outras áreas, como, por exemplo, o depar-
tamento comercial ou administrativo, cujos gastos
são classificados contabilmente como despesas.

Desembolso se refere a todo pagamento efetua-


do pela empresa durante suas atividades, indepen-
dentemente de quando o produto ou serviço será
consumido.

No regime de competência, entende-se que os regis-


tros de receita e despesa devem ser feitos com a sua
real ocorrência. Nesse caso, por exemplo, se temos
uma despesa de mão de obra em janeiro que será
efetivamente paga em fevereiro, o registro contábil
dessa “despesa” deve ser em janeiro, mas o registro
financeiro de seu pagamento apenas no fevereiro,
quando do seu efetivo pagamento (desembolso).

Perda normalmente se refere a um movimento in-


voluntário e anormal na empresa, decorrente, por
exemplo, de gastos forçados por circunstâncias ex-
ternas, desastres naturais, greves, entre outros.

Temos que ficar atentos para não considerar sobras


da produção como perdas. Por exemplo, se uma em-
presa produz camisetas e utiliza moldes para o corte
dos tecidos, as sobras de tecido referente aos cor-
tes e costuras realizados, devem ser consideradas
como custo da produção, pois não foi algo anormal
ou involuntário e sim algo comum no processo de
produção.

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