O trabalho do contador ajuda o administrador a con-
seguir informações sistemáticas e ordenadas a res- peito da operação e do funcionamento da empresa, principalmente por meio das alterações ocorridas no patrimônio da empresa analisada. E com o aumento da importância das informações contábeis, é preciso ressaltar as principais definições de contabilidade fi- nanceira, gerencial e de custos.
A Contabilidade Financeira trata do trabalho
normalmente exigido pelas autoridades do país onde a empresa atua e que atende aos requisitos fiscais e às imposições legais.
A Contabilidade Gerencial refere-se ao trabalho
relacionado aos relatórios derivados das informa- ções levantadas e apresentadas de forma consolida- da pela Contabilidade Financeira com objetivo de:
●● auxiliar nas tomadas de decisão
●● elaboração de planos orçamentários
●● definição de estratégias de investimento
●● acompanhamento de resultados
A Contabilidade de Custos trabalha e analisa to-
dos os gastos efetuados pela empresa no decorrer de sua atividade produtiva e fornece informações para o correto gerenciamento.
2.2 Princípios Contábeis aplicados a
custos
Além disso, segundo Martins (2010), cabe à empresa
também atender em seu dia a dia algumas normas legais relacionadas aos Princípios Fundamentais da Contabilidade, sendo alguns deles:
●● O Princípio da Competência, que estabelece
a forma como a receita e as despesas devem ser re- conhecidas, ou seja, quando realizada no momento da troca de mercadorias, bens ou serviços, por ele- mentos do ativo.
●● Consistência (ou uniformidade), que de-
termina a não modificação frequente dos registros contábeis, evitando distorções nas comparações de um período para outro.
●● Prudência determina que ao registrar um item
seja exercida a cautela, sob condições de incerteza. Ou seja, os ativos, receitas, passivos e despesas não devem ser superavaliados ou subavaliados. Na utili- zação desse princípio, o responsável deve utilizar o bom senso para que a empresa apresente o resulta- do de forma adequada.
2.3 Funções da Contabilidade de
Custos
Para Bruni e Famá (2012), a contabilidade de custos
pode ser definida como “o processo ordenado de uso dos princípios gerais contábeis para registrar os custos de operação de um negócio”. Sendo assim, ao conseguir obter dados relativos à fabricação e vendas dos bens, ou prestação de serviços, os admi- nistradores podem empregar os dados contábeis e financeiros para estabelecer os custos de produção e distribuição para os itens fabricados ou serviços prestados. Além disso, poderá também estabelecer todos os demais custos das diversas funções da ope- ração do negócio analisado, sempre visando maximi- zar a operação e a lucratividade do negócio.
2.4 Processo da formação de custos
e preços
Ao analisarmos os custos de uma empresa, devemos
nos atentar as definições de alguns termos que po- dem ter diferentes entendimentos para outras áreas. São eles: os gastos, investimentos, custos, despesas, desembolsos e perdas:
Gastos ou dispêndios são os sacrifícios financei-
ros de uma empresa, necessários para a fabricação do produto, aquisição de mercadoria para revenda ou prestação de serviço, que são classificados con- tabilmente como custos ou despesas, dependendo do caso.
A empresa pode classificar esses gastos temporaria-
mente como investimentos, até serem efetivamente consumidos, quando serão reclassificados como cus- tos ou despesas. Importante lembrar que pode ser classificado como gasto independentemente de ter sido efetuado em área fabril, comercial ou adminis- trativa da empresa. Portanto, dentro do conceito de gasto, podemos incluir o custo, a despesa, o investi- mento e a perda.
Investimento é um gasto ativado, ou seja, conta-
bilizado como um ativo, em função de sua vida útil ou benefícios atribuíveis a períodos futuros, normal- mente mais de um ano. Alguns gastos são tempo- rariamente classificados como investimentos no ati- vo da empresa e, gradualmente, são baixados com o seu uso: consumo, depreciação ou amortização. Outros exemplos de investimentos são os bens imó- veis e aplicações financeiras.
Custos são os gastos relativos ao bem ou serviço
utilizado na produção de bens, compra de produtos para revenda ou prestação do serviço, como, por exemplo, matérias-primas utilizadas no processo produtivo, a mão de obra do processo produtivo, a energia elétrica ou gás natural consumidos no processo.
Por exemplo: quando a empresa adquire uma deter-
minada matéria-prima para a sua produção, esta é imediatamente classificada como gasto no momento da aquisição, quando ocorre sua utilização no pro- cesso produtivo de um bem, ela passa a ser classi- ficada como custo, para então ser apropriada ao re- sultado quando ocorrer a sua venda.
Outro ponto importante a ser ressaltado é sobre a
depreciação. O consumo do valor de uma máquina ou equipamento, conhecida como depreciação, deve ser classifica contabilmente como custo.
A definição de Despesa é todo bem ou serviço con-
sumido, direta ou indiretamente, pela empresa para a obtenção de receita (faturamento). As despesas não estão relacionadas com a produção de bens ou serviços, representando, portanto, o dispêndio efe- tuado em outras áreas, como, por exemplo, o depar- tamento comercial ou administrativo, cujos gastos são classificados contabilmente como despesas.
Desembolso se refere a todo pagamento efetua-
do pela empresa durante suas atividades, indepen- dentemente de quando o produto ou serviço será consumido.
No regime de competência, entende-se que os regis-
tros de receita e despesa devem ser feitos com a sua real ocorrência. Nesse caso, por exemplo, se temos uma despesa de mão de obra em janeiro que será efetivamente paga em fevereiro, o registro contábil dessa “despesa” deve ser em janeiro, mas o registro financeiro de seu pagamento apenas no fevereiro, quando do seu efetivo pagamento (desembolso).
Perda normalmente se refere a um movimento in-
voluntário e anormal na empresa, decorrente, por exemplo, de gastos forçados por circunstâncias ex- ternas, desastres naturais, greves, entre outros.
Temos que ficar atentos para não considerar sobras
da produção como perdas. Por exemplo, se uma em- presa produz camisetas e utiliza moldes para o corte dos tecidos, as sobras de tecido referente aos cor- tes e costuras realizados, devem ser consideradas como custo da produção, pois não foi algo anormal ou involuntário e sim algo comum no processo de produção.