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A Linguagem Performativa na Comunicação Organizacional

Jair Antonio de Oliveira1

O período chamado de Pós-Estruturalismo trouxe uma mudança nas pesquisas que


estudavam a língua enquanto sistema (estrutura) para perspectivas centradas no
discurso. Apesar da guinada em direção a uma postura crítica e do entendimento de que
não basta apenas descrever e explicar os fenômenos investigados, mas intervir na
realidade para promover mudanças, essas teorias não foram capazes de impor uma
concepção de linguagem performativa. Assim, constata-se uma contradição nos
ambientes organizacionais: há propostas para mudanças nas formas da gestão da
comunicação mas os gestores não conseguem evitar o reducionismo e o determinismo
no momento de agir; pois embora disponham de novos vocabulários de ação, estão
limitados pela concepção de linguagem que defendem.

Palavras-Chave: Pragmática – Linguagem – Performativo – Organização.

que significa a palavra concepção?

Para início de conversa, vou repetir o que disse o filósofo John Austin ao se referir
ao sentido de performativo: “Sabe, não faço a menor ideia do que ele quer dizer, a
não ser que, talvez, ele queira simplesmente dizer o que diz. Pois bem, isso é o que
gostaria de ter querido dizer” (Austin, 1961, p. 233). E também empregar algumas
falas encontradas no livro “Aventuras de Alice no País das Maravilhas” para deixar
claro o meu desconforto diante dessa indagação:

1
Graduado em Comunicação Social e em Letras Português /Inglês (PUC/PR). Mestre
em Linguística (UFPR). Doutor em Ciências da Comunicação (USP). Pós-Doutor em
Pragmática (UNICAMP). Professor efetivo "Associado II " na Universidade Federal
do Paraná onde atua no ensino de graduação (Jornalismo, Relações Públicas e
Publicidade) e no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPR . Coordena o
Grupo de Pesquisa "Mídia, Linguagem e Educação" (MEDUC) credenciado pela UFPR
e registrado junto ao CNPQ . É membro do Grupo de Pesquisa "Linguagem e Identidade
- Abordagens Pragmáticas" coordenado pelo professor Dr. Kanavillil Rajagopalan no
Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) na Unicamp e membro associado à
International Pragmatics Association -IPRA.
- Quando eu uso uma palavra, disse Humpty-Dumpty em tom escarninho, ela significa exatamente
aquilo que eu quero que signifique...nem mais, nem menos.

- A questão, ponderou Alice, é saber se o senhor pode fazer as palavras dizerem coisas diferentes.

- A questão, replicou Humpty-Dumpty, é saber quem é que manda. É só isso. (CARROLL, 1980, p.
196).

O fato é que em virtude do poder relativo que tenho sobre/neste artigo e da minha
impossibilidade em restringir os sentidos em uso, vou me limitar, inicialmente, ao
aspecto semântico do termo concepção, isto é, ao que está dicionarizado: “Ato ou
efeito de conceber ou gerar. Ato de conceber ou criar mentalmente. Maneira de
conceber ou formular uma ideia. Compreensão (...)” (Holanda Ferreira, 1975, p.
358). Mesmo assim, a digressão em torno dos significados é bastante temerária, haja
vista os rastros que permanecem na história, marcas das intervenções e
deslocamentos impostos por potências para ressaltar e representar interesses
hegemônicos. Poucos ousam, por exemplo, questionar a noção de “concepção” do
universo por um Ser Supremo e os mais ousados, antes de negarem, falam em um
“design inteligente” (criação inteligente). Ao lado da ironia desse comentário, cabe
ressaltar o que disse Derrida (1994, p.40): “(...) a polissemia ordenada da palavra
sempre comporta o sentido de um lugar político ou, mais geralmente, de lugar
investido, por oposição ao espaço abstrato”. De qualquer modo, a palavra concepção
pode ser entendida como criação; e, neste trabalho, seguindo as cosmogonias
antigas, vamos entender a ação criadora como uma ação organizadora, antes que um
começo absoluto. Numa perspectiva em que o Caos anterior já existia enquanto
realidade complexa e dinâmica, o acontecimento inicial: “Que a luz seja” (Gênesis,
1-3) consagra o primeiro performativo, cujo “fazer” destaca o início de um processo
de escolhas e no início da construção de representações. Dito de outro modo, a
palavra criadora irá consagrar um gesto que moldará para a eternidade o homo
depictor “(...) os seres humanos são representadores. Não homo faber, eu digo, mas
homo depictor. As pessoas fazem as representações” (Hacking, 1983, p. 19).

CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM

“A serpente me enganou e eu comi”, respondeu Eva ao Senhor (Gênesis, 3-13). Não


acredito que o diabo e o engano andem juntos pela eternidade. Eva, simplesmente,
encantou-se com a descrição de paraíso, onde ela e seu par seriam como deuses,
possuindo o conhecimento do que seja bom ou mal. Câmara Cascudo (1972, p. 353)
bem relata a condição do diabo em transformar-se em bode, porco, mosca, morcego,
compondo relatos, seduções e pavores, ou seja, escolhendo as palavras para compor
diferentes perspectivas de mundo. Deu no que deu. Mas, o que está em questão
neste momento é:

Precisamos ou não de uma concepção de língua(gem)?

Hacking (1983, 139) afirmou: “Novas teorias são novas representações. Elas
representam em formas diferentes para que haja novas formas de realidade”. E
acrescento o que disse Rajagopalan (2003, p. 120): “Toda representação é política
porque se constitui num ato de intervenção”. Neste viés, não creio que haja a
necessidade de se elaborar uma concepção de linguagem, ou seja, uma teoria
inovadora (até, porque, não temos competência para tal). Uma abordagem que
privilegia o uso da linguagem nos contextos sociais é fornecida pela Pragmática,
cujo entorno são o processo de produção da linguagem e seus produtores, e não
exatamente o produto final, a linguagem em si. Essa abordagem privilegia o “mundo
dos usuários” (MEY, 1993), isto é, o universo dinâmico e sociossemiótico, em que
as interações acontecem em um permanente conflito de posições valorativas
(Oliveira, 2009). No escopo da Pragmática a linguagem é necessariamente
antirrepresentacional e performativa, ou seja: fazemos coisas com a linguagem;
coisas que não são traduzíveis em termos de verdade ou falsidade, mas em termos
de efeitos.

É preciso salientar que prevalece nos ambientes organizacionais uma ideia


distorcida (ou desconhecida) do que é a Pragmática e por isso uma parcela
significativa das ações linguísticas nesses ambientes ainda é regulada por uma
concepção de língua enquanto sistema autônomo que existe de forma independente
e anterior ao uso. À primeira vista não há relevância alguma para as organizações,
no seu plano macro, em adotar esta ou aquela concepção de linguagem enquanto os
lucros estiverem em curva ascendente. No entanto, no plano micro, o das relações
interpessoais, as mudanças são cada vez mais necessárias para alterar o estado de
coisas atual. Maturana (1999) observou que na dimensão do trabalho a conduta é
determinada pelo papel que o indivíduo representa na estrutura hierárquica e neste
domínio o cumprimento de tarefas é a única coisa que importa. Há um esforço dos
gestores para que os rituais e normas específicas da esfera empresarial sejam
“humanizadas”; ou sejam construídas relações que se baseiem na aceitação do Outro
(ibidem, p.69). Este imperativo às vezes é encarado pelos “donos” das organizações
como uma tentativa de eliminar o trabalho e postular “O Direito à preguiça”
(Lafargue, 1999). Tais dirigentes concebem metáforas como “emoção”, “afeto” e
“riso” do mesmo modo que Platão tratou os poetas: com descaso. As considerações
que costumam apresentar nas reuniões são quase sempre de ordem material e a
compreensão de linguagem é sempre determinística: X então Y. Não há espaço para
as necessidades emocionais dos indivíduos. Oliveira (2012, p.8) ressalta que uma
nova “política do afeto” precisa ser instituída no âmbito organizacional sem o
maniqueísmo atual, onde toda a engenharia é empregada para enfatizar a emoção
como um índex de credibilidade e confiança que legitime atos/atitudes empresariais
diante das regras da mídia.

“Odeio a pobreza, mas não acredito em esmola para gente sã. Nem em milagres.
Sou católico, mas se ficar ajoelhado diante de um salame pendurado, rezando ‘Pai
Nosso que Estais no Céu! Morro de fome. E o salame não vem”. A declaração é de
Tranquilo Favero em entrevista concedida à Folha. Favero pilota um império que
inclui terras, produção de sementes, fábrica de agroquímicos, máquinas agrícolas,
linhas de financiamento à produção, silos de armazenagem e até um porto. Na
entrevista, Favero disse que é inútil lidar com os sem-terra na base da diplomacia,
que eles têm de ser tratados "como mulher de malandro, que só obedece na base do
pau" (Folha de São Paulo, Caderno Mundo, edição de 05/02/2012).

Esta situação não está restrita a uma categoria profissional, a um tipo específico de
organização ou de dirigente. É fácil constatar como a ansiedade, a pressão, a inveja,
o estresse a cobiça estão presentes na maioria das relações de trabalho da atualidade
e refletem o modo como nos relacionamos com as práticas cotidianas, ou seja: com
as diferentes crenças individuais pela/na linguagem. Cabe salientar que a ideia de
crença substitui a noção de representação como função da linguagem e neste
trabalho tem o seguinte sentido:

(...) como uma regra para a ação, uma ferramenta para lidar com a realidade, uma determinação
acerca de como responder a certas contingências. Somos levados a adquirir crenças, retê-las ou
modificá-las não por alguma simples deliberação racional, mas como respostas a eventos. (...) essas
crenças podem ser alteradas em contato com outros eventos. Mas a existência, a permanência e a
modificação das crenças não dependem do fato de que representem adequadamente ou não a
realidade (BEZERRA JÚNIOR, 1994, p. 156).

A perspectiva Pragmática em que as crenças são regras para a ação não possui um
objetivo final, como por exemplo, o “retorno ao Paraíso”, ou seja: não existe uma
finalidade última, uma explicação teleológica que justifique o seu uso nas
organizações. No entanto, pensando na necessidade que existe ao nível das relações
interpessoais nesses ambientes, onde o indivíduo ao ser admitido: “(...) deve vestir a
camisa da empresa. Isto é certo: seus objetivos, seu esforço e atividade devem estar
de acordo com os da empresa. O problema não está em vestir a camisa, mas em
precisar despir suas próprias roupas para fazê-lo” (Durand, 2000, p.14). Há que se
investigar como as pessoas estão usando as práticas institucionais para criar
linguagem e estabelecer relações políticas e hierárquicas. Uma reflexão feita a partir
de um viés Pragmático é muito mais útil para compreender os comportamentos
comunicativos organizacionais em virtude da multiplicidade de crenças e intenções
subjacentes a essas práticas. Por outro lado, é um estímulo para que as pessoas
tentem sair das contingências e teorias herdadas e possam convergir para uma
plataforma onde o campo ético é que irá definir as escolhas.

(...) rejeitando formas preferenciais e dominantes de leitura e de construção da realidade,


particularmente, aquelas que sob o rótulo de mitologias branca (DERRIDA,1991, p.253) propõem
uma epistemologia, uma estética, uma filosofia e, principalmente uma linguagem considerada como
um sistema autônomo. (...) Não há escapatória das questões políticas e dos efeitos que o uso da
linguagem causa nas pessoas. Esses efeitos podem ser chamados de ética ou de perlocutórios e nós
precisamos entender o modo em que eles operam e como alguns efeitos são assimilados e outros são
rejeitados (OLIVEIRA, 2010, p.66).

A PRAGMÁTICA DOS PERFORMATIVOS

O recurso à Pragmática não deve ser encarado com uma “tábua de salvação” para
evitar os conflitos e eliminar as barreiras existentes na comunicação organizacional.
O emprego do termo barreiras denota como a linguagem em uso nesses contextos
ainda é controlada e regida por regras determinísticas e padece com a herança da
autonomia. A mudança de um vocabulário representacional para um vocabulário de
ações intencionais não eliminará as barreiras na comunicação organizacional; mas
os ruídos não serão considerados fatores estranhos à prática linguística e que por um
golpe de azar ou do destino, ou por culpa de Karl Marx ou de Freud, irão aparecer e
intervir no discurso, alterando os sentidos e dificultando a inteligibilidade do texto.
Dito de outra forma: em uma concepção que considera a linguagem como um
sistema autônomo (homogêneo, estável), imune às interferências externas e pré
existente ao próprio uso, tudo o que interferir na comunicação será considerados
como “desvio”, “erro” ou “inadequado” para essas circunstâncias. Para explicar
esses problemas foram criadas teorias, como a Análise do Discurso, que transformou
o usuário da linguagem em “Sujeito Assujeitado” (escravo do inconsciente e da
ideologia) sem lugar para uma intencionalidade accional. Esta Gramática do Texto
desdobrou-se na atualidade em uma série de estudos críticos cujo objetivo é verificar
como os discursos institucionais são alterados, distorcidos e manipulados pelos
conteúdos ideológicos e como os conflitos de classe e a questão da hegemonia
transformou a organização em um espaço agonístico (Oliveira, 2012). Com certa
regularidade, o objetivo desses modelos é restabelecer/alcançar a “ordem ideal” do
discurso (linguagem) que foi distorcida pelo poder (Wodak, 1996).

Neste imbróglio, também houve apelo para uma vertente Pragmática sustentada por
pressuposto logicistas e formais a fim de explicar os sentidos implicados,
subentendidos, não ditos, desditos e malditos da comunicação. A Pragmática, que
Bar-Hillel (1971) chamou de a “lata de lixo da linguística”, esteve sob domínio dos
filósofos analíticos e um deles, H. Paul Grice (1913-1988) exerceu uma influência
tão grande nesta área que a Pragmática pode ser dividida entre o “antes e depois” de
Grice. No clássico livro Pragmatics (Levinson, 1983, p.97) diz que as implicaturas
conversacionais propostas por Grice constituem uma das ideias mais geniais dentro
do escopo desta disciplina e as coloca como exemplo do poder de explicação dos
fenômenos linguísticos. Apesar do elogio, o trabalho de Grice não está isento de
críticas e Oliveira (1999, p. 31-39) elenca algumas idéias que devem ser colocados
“sob suspeita”: a) universalidade das máximas conversacionais; b) suposição de uma
racionalidade geral para a cooperação; c) descaso com as restrições socioculturais
das interações. Ou seja, critérios que estão centrados na ideia de “objetivo comum
estabelecido pela natureza humana” e não por esta ou aquela comunidade em
particular e que uma perspectiva Pragmática dos Performativos irá rejeitar e
denunciar. Cook (1990, p. 15) disse “A filosofia Pragmática não é uma técnica
pronta e acabada para a análise do discurso como ele se processa (...)” e depois
Rajagopalan (2002, p. 24): “(...) a maioria das teorias ditas pragmáticas se dedica à
tarefa de delimitar, circunscrever, ou até mesmo cercear ou imobilizara a prática
linguística ao invés de descrevê-la ou explicá-la”.

Como já dissemos, a Pragmática não é uma concepção de linguagem e sim uma


perspectiva sobre o uso da linguagem nos contextos sociais. Obviamente, este olhar
não é neutro e considera os usos da linguagem como atos performativos, isto é: as
pessoas estão fazendo coisas com as palavras. O ato performativo é um ato político
que se constitui na escolha intencional que o Sujeito faz de palavras, de pedras ou de
imagens para construir representações aceitáveis dos acontecimentos, necessidades e
coisas do mundo. Obviamente, os textos que elaborar sobre a sua vida ou sobre as
diferentes organizações irão depender do modo como fará a leitura dos diferentes
espaços institucionais, sociais, físicos, culturais em que transitar. Neste caso, há
sempre o risco de que as demarcações identitárias, espaciais ou temporais possam
incorrer em um relativismo insuperável e por isso a “reflexivação” (refletir sobre a
própria ação) é fundamental para não perder de vista o que disse Pennycook (2001):
“Focar a atenção no uso local mas sem perder de vista o global”. De qualquer modo,
há controvérsias interessantes em torno da afirmação: “Somos todos efeitos da
Linguagem”; mas pouca dúvida diante da petição que nos coloca em uma agenda
política onde relações de poder são articuladas permanentemente pela/na linguagem.

Isto não quer dizer que a Pragmática dos Performativos converge para a práxis
“intermundana”de Habermas (Pragmática Universal) com a função de “resolver
problemas”; pois não há espaço para o universalismo e para o racionalismo
iluminista na Pragmática dos Performativos.Tampouco busca acolhida no
Neopragmatismo de Richard Rorty, cuja atitude antiessencialista, antimetafísisica e
antifundacionista constitui uma “semelhança de passagem” com a noção dos
performativos. O distanciamento ocorre quando Rorty coloca a política apenas como
uma questão privada, isto é, restrita à tomada de decisões imediatas e concretas do
Sujeito sem nenhum apelo a uma “fundação”. A Pragmática dos Performativos
descarta o alinhamento da política com um pensamento fundador, uma associação a
grandes narrativas, uma filosofia política estabelecida em função de determinadas
crenças. O descarte não implica em deixar de lado os avanços democráticos
alcançados pelas instituições. No entanto, a Pragmática dos performativos apela para
uma Lógica de Cooperação (um termo marcado negativamente por causa da
filosofia de Grice) no momento em que o Sujeito, intencionalmente, entra no campo
das escolhas para construir representações de si ou do mundo a sua volta. E qual o
motivo do apelo à cooperação? Uma recaída metafísica? Ou a tendência apontada
por Barthes (1972, p.113) de colocar a cooperação como uma condição
indispensável para a existência da “grande Família dos Homens”? Nenhum dos dois
motivos justifica a opção. A questão converge para o que disse Derrida (2004, p.
38): “Não há acontecimento sem experiência” e toda experiência é prática de vida e
conhecimento concreto que o indivíduo aufere em sua relação com o Outro (obrar
com). Um acontecimento é sempre novo, mas sustentado pela experiência prévia. O
fato é que há uma conectividade entre os diversos atos de fala de uma organização e
por isso o contexto (local) de uso da linguagem é sempre definido de forma
relacional e a partir de certas perspectivas, criando um “em-torno” que é próprio da
cooperação, ou seja: um contexto de práticas linguísticas onde o indivíduo está a
“operar com o Outro” – conforme as exigências institucionais, embora nem sempre
exista uma somatória de interesses nesse trabalho em comum. No plano macro é
possível verificar como a lógica da cooperação funciona em instituições
internacionais, como por exemplo: na Unasul, na União Européia, entre outras. O
objetivo dessas organizações é criar bases para uma relação cooperativa entre os
vizinhos, promover a integração com todos os “irmãos” do continente onde estão
localizadas. No entanto, uma análise das concessões e contrapartidas, políticas e
econômicas, mostra que os países operam juntos, mas o lado mais fraco da relação
arcará com o ônus e o mais forte ficará com o bônus.

PERFORMATIVO ORGANIZACIONAL

As pesquisas com os atos de fala performativos no ambiente organizacional não são


recentes. Taylor e Cooren (1997), Putnam e Fairhurst (2000), entre outros, ressaltam
o papel que as teorias de Austin e Searle têm na análise dos comportamentos
linguísticos organizacionais e nos últimos dez anos a Pragmática conquistou
inúmeros adeptos nessa área, especialmente a partir da ideia de que “fazemos coisas
com as palavras”. No entanto, é possível constatar, graças às leituras desconstrutivas
de Rajagopalan (2003, 2010) como muitos estudiosos estão confundindo o
divulgador (Searle) com o inspirador (Austin): “(...) ou até mesmo tratando os dois
como um par de vozes inseparáveis, como se fossem uma dupla de música caipira”
(Rajagopalan, 2010, p.7). O fato é que a Teoria dos Atos de Fala apresentada por
Searle nada mais é do que um arcabouço teórico de aplicações imediatas e não
reflete as questões que Austin mais desejava mostrar: que a ética e a política passam,
necessariamente, pela linguagem e, portanto, não há uma instância segura de
constatações num universo de performativos. Em outras palavras: só há significados
estáveis quando ocorre uma sacralização dos textos, e aí nós ingressamos no
universo das crenças e das ideologias. O que existe é uma recursividade infinita da
noção de performatividade “(...) e os discursos ditos científicos também não
escapam de serem exercícios performativos em grande escala” (Rajagopalan,
ibidem, p.15). O fato é que as propostas taxionômicas de Searle agradaram a
comunidade acadêmica mundial. Primeiro, por não questionar as bases da filosofia
analítica; segundo, por apresentar um modelo de atos de fala pronto para uso em
qualquer ambiente, incluindo o empresarial. O aspecto pragmático da teoria
searleana está bem de acordo com o pragmatismo norte-americano, no entanto:

(...) percebe-se a necessidade de resgatar o papel originariamente reservado por Austin aos atos
ilocucionários – o de serem unidades de análise indissoluvelmente culturais, compreensíveis apenas
enquanto fatos institucionais, específicos de cada comunidade. Torna-se também urgente rever toda a
tendência universalizante que imperou nas mais diversas abordagens pragmáticas que abrigam em
seu bojo o ato de fala como conceito central (RAJAGOPALAN, 2010, p.65).

Antes de continuar, é preciso ressaltar que o pragmatismo americano a que nos


referimos anteriormente está associado ao modo prático da vida cotidiana desse
povo e que encontra ressonância nas idéias de James e Pierce. O fato é que a noção
de performativo de Austin exige que as pessoas “olhem o mundo com outros olhos”,
pois os indivíduos estão usando a linguagem (gerando ação) e com isso criando
espaço, tempo e identidades ao invés de, simplesmente, representando o mundo por
meio de palavras. Quer dizer, não há um domínio que esteja livre de uma constante
reativação, pois os usuários da linguagem estão sempre criando alternativas e
superando os limites impostos por uma tradição ou costume. O ato de fala
performativo possui, inerentemente, uma força de ruptura que evita o seu
constrangimento por qualquer contexto e falante e, ao mesmo tempo, mantém um
vínculo com esse contexto e falante sob pena de o ato não ser compreensível
naquelas circunstâncias e operadores. Por outro lado, o caráter dinâmico da prática
linguística e a condição “criadora” do uso da linguagem, expressos no momento em
que os indivíduos escolhem palavras e/ou outros recursos para criar linguagem,
reforçam o argumento de que o mundo é construído por meio de atos
conversacionais. Os atos conversacionais dependem de uma convenção que surge na
regularidade do espaço/tempo/contexto, mas tal acordo tácito não é sinônimo de
comunicação, mas de ação; e por isso há sempre novas metáforas para exprimir as
diferentes performances dos indivíduos em uma sociedade que resiste à idéia de que
os sentidos não são fixos, mas são criados pelas atividades humanas.

Neste trabalho, a noção de performance tem um entorno parecido com a noção de


“(...) disposições corporais dinâmicas que definem diferentes domínios de ação em
que nos movemos. Quando mudamos de emoção, mudamos de domínio de ação”
(Maturana, 1999, p. 15). Raiva, felicidade, tristeza, ciúme, inveja, orgulho, honra,
implicam em diferentes performances porque constituem diferentes domínios de
ação baseados em premissas já aceitas pelas pessoas nas diferentes comunidades.
Como bem observou Maturana (ibidem, p.16), não é o caso de criar uma dicotomia
entre o comportamento racional e emocional, mas o de perceber que sempre
operamos de forma “racional” e a partir de premissas que são aceitas para aquele
domínio em questão. O mais importante nesse caso é que não separamos o “agente”
da “finalidade das coisas”, ou seja: causa e intenção convivem sem problemas em
uma perspectiva Pragmática Performativa cujo estatuto epistêmico e metodológico é
baseado na especificidade humana, ou seja: uma perspectiva em relação aos usos da
linguagem sustentada pelo conhecimento implícito e explícito que se tem dos
usuários, de suas crenças e das expectativas que decorrem desse conhecimento.

O pressuposto desse argumento é que as pessoas, quando participam de um jogo linguístico, o fazem
com a intenção de se orientarem no universo cultural dos sentidos e, ao mesmo tempo, assumir uma
posição estratégica diante de outras atitudes valorativas expressas. Nessas circunstâncias, a
intencionalidade é vital para a Pragmática e deve ser entendida aqui como um processo ativo e
singular do indivíduo em responder às condições objetivas (sociais e corporais), e não como a
expressão de um estado interior que pretensamente atue em termos causais (OLIVEIRA, 2009, p.
191).

A performatividade não é a mesma coisa que a performance (embora sejam


inseparáveis ) e toda mudança de domínio de ação implica em instabilidades no
corpo/língua onde ambas estão envolvidas. O problema é que as teorias que
abordam essas questões não foram capazes de oferecer uma explicação razoável
sobre o que está “além” da forma das operações estilísticas do corpo, do ato de fala
corporal/linguístico – não como transcendência, mas como condição intrínseca ao
próprio ato. O performativo per se necessita ser entendido como a ação, uma energia
presente no somático e linguístico, mas não se reduz a esses referentes, pois não é
possível contê-lo integralmente em um modelo de performance baseado no corpo ou
em uma teoria representacional que tenha como pressuposto a noção de signo e
referencia. Embora seja possível ao corpo significar alguma coisa a mais em suas
performances, independentemente da presença de uma linguagem, esta autonomia
não prescinde da energia performativa. Assim são as falas do cotidiano coletivo, as
vozes da cidade, como o “vaudeville” e o “burlesco”, que são performances plenas
de incertezas que às vezes dizem alguma coisa e às vezes são apenas fluidez e
espaços de possibilidades num ambiente onde se encontram o normativo, o
transgressivo e a falha. O fato é que é possível para alguém descrever/escrever uma
performance mesmo sem entendê-la; mas é impossível dizer o mesmo para a
performatividade, ou seja: ela não é representável semióticamente e a sua
imaterialidade somente é percebida a partir dos efeitos que produz; efeitos que não
são únicos e variam de acordo com os diferentes interlocutores e circunstâncias.

Qualquer que seja a natureza da performatividade, não é possível negligenciar o


potencial político dessa ideia e o seu uso no composto midiático da comunicação
organizacional. No entanto, a noção de lugar, circunstância e contexto não pode ser
encarada como um pano de fundo onde a linguagem é projetada ao longo do tempo,
pois o entorno performativo das práticas linguísticas é responsável pela criação do
tempo e espaço onde os indivíduos estão fazendo coisas com a linguagem (Austin,
1962; Rajagopalan, 2010; Pennycook, 2010). Há um enorme esforço na atualidade
para compreender a noção de espaço enquanto elaboração social que embasa e
promove solidariedade, opressão, liberação, integração ou diáspora ou como “(...)
meio de elevar a receptividade, estimular o envolvimento e os julgamentos e, não
menos, corroer a autoridade” (Thrift, 2008). O objetivo é pensar agora modos
diferentes de teorizar a comunicação organizacional e uma abordagem inicial é
investigar como/de que maneira os indivíduos estão usando/fazendo linguagem nos
ambientes organizacionais enquanto resultado da interpretação que têm desses
locais; e isto aponta para a necessidade de substituir a noção de “linguagem em
contexto” pela noção de “linguagem performativa” a fim de superar a noção de
prática e de todas as implicações presentes nessa metáfora; particularmente a noção
de gênero (textual, discursivo, sexual) elaborado a partir de uma compreensão de
língua/mundo homogêneo e estável. Isto não significa o fim das distinções, mas um
entendimento de que as diferenças constituem o movimento performativo intrínseco
em todos os usos da linguagem e não o resultado de uma tradição, uma ordem
social, um hábito internalizado pela rotina. A possibilidade de ruptura, transgressão,
hibridização é uma possibilidade permanente - não uma falha, dos atos
performativos e irão envolver múltiplos códigos, canais, recursos e estratégias.

Assim, novas formas de fazer política são necessárias e a elaboração de um “capital


afetivo” para o ambiente organizacional é imprescindível para mostrar que os atos
performativos estão relacionados a outros pressupostos do que significa
pensar/pensamento nos dias de hoje (Oliveira, 2012, p.8).
O afeto é entendido como uma forma de pensamento, geralmente indireto e não reflexivo, é verdade;
mas pensamento apesar de tudo. (...) O afeto é uma forma diferente de inteligência a respeito do
mundo e todas as tentativas anteriores em relegar o afeto para o lado irracional ou elevá-lo ao nível
do sublime são geralmente equívocos (THRIFT, 2007, p. 175).

As diferentes performances (disposições corporais dinâmicas) implicam em outras


formas de pensamento a respeito do mundo e, numa caracterização bastante simples,
essas inteligências irão constituir os atos performativos. Tais atos estão a alterar a
tradição filosófica que relega o afeto e a emoção a um plano inferior na hierarquia
dos valores e também mudando substancialmente a divisão do trabalho ainda
sustentada por pressupostos tayloristas e cientificistas. Uma compreensão dos atos
performativos a partir dessa perspectiva pode nos auxiliar a perceber como as
organizações estão investindo no uso dessa inteligência para criar uma “engenharia
do afeto” apenas para propósitos midiáticos e não para alcançar um trabalho
cooperativo. Com este pressuposto, há manipulação dos atos performativos nas
organizações para evitar o surgimento de novas esferas políticas que possam
redefinir as práticas, papéis e, principalmente, a distribuição de lucros. É possível
constatar como os atos performativos têm sido descontextualizados e/ou
“representados” por scripts convencionais na comunicação organizacional quando
não estão a serviço de um determinado propósito, isto é: conceitualmente são
tratados como instâncias de uma criatividade inata, competência/habilidade
(dicotomia tão cara aos educadores) ou um acesso de loucura que “suprimiu o
potencial de racionalidade daquele vivente”.

Na região da Malásia, é comum, apenas entre os homens, a ocorrência de uma crise chamada ‘amok’.
O indivíduo acometido por ela, um sujeito habitualmente dócil e pacífico, de repente salta no meio da
rua e, de posse de um facão, corre, grita com uma violência inusitada, e mata os seres que encontra
em seu percurso. (...) A previsibilidade dos atos de um indivíduo acometido por essa ‘crise de loucura
furiosa’ resulta de um poderoso condicionamento cultural. Dependendo da sitação em que se
encontra um jovem malaio, a solução que se lhe apresenta é o ‘amok’. Espera-se que ele se conduza
da maneira correta(...) (FRAYZE-PEREIRA, p.29-30).

A ocorrência de uma crise “amok” no ambiente organizacional é rara e a sua


existência não é questionada, embora seja substituída nesse contexto por outras
formas de representação: fobia, paranóia, obsessão, compulsão, depressão, estresse;
aliás, todas previstas no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM), a referência mundial para lidar com essas situações. O ponto em questão
não é a razão ou a sua ausência nos indivíduos, mas o dualismo que caracteriza o
emprego de uma linguagem representacional onde as pessoas estão sempre a
classificar e a criar designações para minimizar e eliminar os atos performativos que
vão surgindo, criando fissuras, e propondo formas diferenciadas de cooperação e
ação nos ambientes organizacionais. O condicionamento cultural que leva ao
“amok” na sociedade malaia, ou à depressão em Nova York ou em São Paulo, está
sendo alterado como resultado de uma engenharia do afeto que surgiu nas
sociedades pós-industriais exatamente pela recusa das novas gerações em aceitar e
fazer política de forma tradicional; o que pressupõe expressar-se a partir de
linguagens não previstas anteriormente e produzir efeitos ainda não conhecidos e,
portanto, ainda não enquadrados em categorias sociais .Thrift (2008), Giddens
(1991), entre outros, destacam como o “ethos emotivista” está incrustado nas
estruturas governamentais e se tornou uma peça chave para a governabilidade. Não
é difícil perceber isto ao nível macro em nosso país, onde as sucessivas
administrações dependem mais de uma comunicação que apela aos sentimentos da
população do que da real capacidade de gerir os negócios públicos. Ao nível micro,
organizacional, como já foi dito anteriormente, a comunicação também é pautada
pelo reconhecimento de que o afeto/emoção (metáforas livremente intercambiáveis)
constitui um domínio de ação caracterizado pela capacidade de interação e aliança.
A possibilidade de os performativos serem reconhecidos como uma “vontade de
relacionamento” não significa atribuir ao ato uma existência prévia ao uso da
linguagem, pois é o/no uso que tais ações são constituídas como respostas de um
agente intencional às inúmeras solicitações que lhe são feitas ao longo de sua
existência.

CONCLUSÃO, AFINAL

Não há fechamento, somente aberturas. No entanto, quero ressaltar novamente que


lidar com o performativo é rejeitar uma posição dicotômica e classificatória para a
prática linguística e para os acontecimentos humanos; afinal, a linguagem é uma
forma de ação. Fazemos coisas com as palavras, inclusive linguagens. Por isso
podemos dispor de um vocabulário para perceber, sentir, descrever a diversidade de
experiências pelas quais passamos em nossas vidas; dentro e fora de organizações.
Podemos transformar esse vocabulário em um instrumento de luta ou aceitar o
vocabulário herdado e caminhar na fragilidade dos preconceitos e exclusões.
Certamente não se mudará o rumo da cultura com essa possibilidade; mas aprender
outras formas de “dizer/fazer” é um objetivo pelo qual vale a pena se esforçar.
Especialmente quando se observa que as grandes corporações e governos não
medem esforços e investimentos para criar políticas do afeto e garantir que nas
agendas políticas do futuro a instância do performativo seja “colonizado” ou
“domesticado” e assim manter/ impor uma realidade linguística circunscrita a
determinados propósitos e objetivos; não para garantir a pluralidade possível dos
indivíduos e outras formas de inteligência e cooperação. Pode ser engraçado
constatar como as pessoas se satisfazem com a manutenção de pequenos poderes
que obtém com o emprego de algumas metáforas no ambiente organizacional; mas é
muito mais desolador constatar que não percebem como estão presas em certas
práticas linguísticas das quais não querem se afastar para não serem consideradas
pessoas transgressoras ou anormais. Esses indivíduos irão aceitar as designações que
lhes são impostas e terão as suas vidas marcadas por uma simples metáfora. Isto faz
com que a reflexão sobre o ato performativo tenha como objetivo inicial saber o
“como?” e o “por quê?” as pessoas estão usando a linguagem nos ambientes
organizacionais e depois investigar como os efeitos dos atos performativos são
encarados! Na realidade, o que eu quis dizer com o que eu escrevi neste artigo é o
que Austin (1962) havia dito e não escreveu (quem o fez foi Rajagopalan, 2010), ou
seja: ética, política e linguagem são inseparáveis! A minha contribuição é levar a
questão para o âmbito da comunicação organizacional, ou seja: problematizar os
usos da linguagem sustentados por pressupostos representacionais e pedir uma
“reflexivação” (a reflexão sobre a própria prática) quando se lida com uma noção de
linguagem como ação (performativa), cujos efeitos podem estabilizar/desestabilizar
relações e organizações. XXX

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