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Estrutura externa
Estrutura interna
Linguagem poética
A análise da linguagem poética é a parte mais árdua da análise. Apresenta múltiplas aberturas
e os recursos são muito variados, por isso se deve ir analisando os elementos atribuindo-lhes
valores significativos. Apresentar uma enumeração de elementos poéticos sem valor não tem
grande interesse para o comentário do poema. Dizer que o poema apresenta muitas
metáforas, repetições, ou aliterações carece de interesse se não for acrescentado a
expressividade desses recursos. Outro aspecto a evitar é limitar-se a definir as figuras de estilo,
(por exemplo: a aliteração é a repetição de fonemas), isto não interessa para o comentário.
Para realizar um bom comentário deve-se evitar as listas e explicações que não trazem nada
sobre o texto, o importante é procurar o seu valor poético no poema em análise.
Deve-se sempre referir o valor expressivo das figuras de estilo e o valor expressivo que
apresentam os materiais linguísticos ( palavras). Estes dois aspectos são muito importantes e
funcionam quase sempre no mesmo plano.
A seguir apresento alguns elementos que podem servir de guia em qualquer análise poética.
Chamo atenção para o facto destes elementos poderem não aparecer todos em todos os
poemas, e cada poema imporá a ordem em que se comentam estes materiais.
Fonologia.
O principal recurso fonológico que apresenta o texto já foi abordado na estrutura externa, pois
todos os elementos métricos são fonológicos. A aliteração, muito presente em muitos poemas
pode apresentar valores expressivos importantes conforme os sons que se repetem.
Morfologia.
O verbo: Os valores modais, aspectais e temporais que o verbo oferece são muito usados por
muitos poetas.
Sintaxe
Semântica.
A maior complexidade dos textos poéticos radica do predomínio dos valores conotativos frente
aos denotativos. Podem remeter para determinados temas constantes em cada poeta. As
figuras literárias presentes no plano semântico são numerosas.
Figuras de pensamento
Personificação/prosopopeia
Hipérbole
Tropos
Metáfora
Sinestesia
Comparação
Metonímia
Sinédoque
Aspectos a considerar quanto à feitura da análise textual
Comentar um texto é verificar o que o autor disse e como o transmitiu, relacionando ambos os
conceitos; é observar as conotações e os sentidos implícitos, interligando-os com as ideias
explícitas; é um momento em que o leitor estabelece afinidade com o texto que lê, expondo a
sua sensibilidade estética, articulando aquilo que o autor disse, o modo como o fez, com a sua
subjectividade de quem analisa e comenta.
O texto deve ser uno e coerente, resultado da articulação de todos os aspectos a tratar, nos
diferentes planos de análise.
As citações devem aparecer entre aspas. Quando não for necessário citar um verso completo
ou uma frase completa deve-se utilizar o sinal [...] no local em que se interrompe a transcrição.
Quando se desejar citar mais do que um verso e essa citação seguir exactamente a ordem do
poema em análise, deverá separar-se os respectivos versos por meio da utilização de uma
barra oblíqua [/].