Você está na página 1de 4

SISTEMA NERVOSO – MÁRCIO

VASCULARIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL

- Dependência de glicose e oxigênio. O sistema nervoso não tolera privação de glicose e oxigênio. Cerca de 5, 7s sem fluxo
sanguíneo e o indivíduo perde consciência. 5min já gera lesão irreversível.

Interpretando o gráfico: O comportamento vascular é


semelhante ao que se observa nos rins.

PAM: pressão arterial média. FSC: fluxo sanguíneo no


cérebro.

Dentro de uma faixa de 70-120 mmHg o fluxo sanguíneo no


cérebro é constante. Quando está abaixo de 70 mmHg, há
uma diminuição do fluxo e quando se está acima de 120
mmHg, há um aumento. Sendo um sistema extremamente
dependente do fluxo sanguíneo para obtenção de glicose e
oxigênio, esse fluxo constante dentro de uma determinada
faixa de pressão é muito importante.

No SNC há uma série de reguladores que fazem esse fluxo sanguíneo ser constante. Se há um aumento de pressão, o cérebro
tem um comportamento vascular de resposta, para evitar que o fluxo aumente, faz vasoconstricção (contração da arteríola,
diminuindo a vasão desse sangue), ou seja, mantem o fluxo sanguíneo constante. Se houver queda de pressão, os vasos
cerebrais irão dilatar.

Lembrar que essa pressão é geral, sistêmica. Quando se faz vasodilatação cerebral, faz-se vasoconstricção em outros territórios
(periférica). O corpo desvia sangue de outros territórios para o local onde a resistência vascular é menor, no caso o cérebro. É o
inverso do que ocorre no corpo. Há uma redistribuição.

- As paredes dos vasos são mais elásticas, menos resistentes, protegendo o sistema tecidual, a rigidez poderia comprimir o tecido.
É uma proteção mecânica.

- Portanto, frente a varias situações de pressão existe um comportamento vascular que tenta manter o fluxo sanguíneo no cérebro
constante para atender as demandas de glicose e oxigênio.

- Fatores do metabolismo local estão intimamente envolvidos com essa manutenção do fluxo. Por exemplo, com o aumento do
metabolismo há aumento de PCO2 e diminuição de PO2. A resposta vascular ao aumento de PCO2 é a vasodilatação para drenar
essa alta concentração. A resposta à diminuição da PO2 será a vasodilatação também, aumentando o aporte sanguíneo na
região, tentando suprir esse requerimento de oxigênio do cérebro. Os vasos respondem fortemente ao pH, hipóxia e PCO2. No
cérebro, essa situação ocorre em áreas que estão funcionalmente mais ativadas do que outras, onde estão ocorrendo mais
sinapses, devido às atividades do individuo no momento.

- BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA (transcrição da aula 1 só para relembrar): As artérias estão apoiadas na pia-máter e vão se
ramificando, formando as arteríolas. Chega um momento em que as arteríolas ficam tão finas, capilares, que a pia-máter se funde
na parede do vaso. Esse é o ponto de troca dos vasos para com os tecidos. Somente nos capilares haverá a ausência da pia-
máter, proporcionando o contato direto com o tecido, líquido intersticial.
Os endotélios têm espaços que permitem a troca de
nutrientes entre os vasos e os outros tecidos. Nesse caso, o
sistema nervoso não tem esses espaços. As células
endoteliais estão bastante unidas pela junção de oclusão,
formada por sinais vindos dos astrócitos. Para a substância
chegar ao sistema nervos, nesse caso deverá atravessar o
endotélio. Para isso precisa ser ou lipofílica, ou ter um
transportador específico. Portanto, a barreira
hematoencefálica é formada pelas junções de oclusão.

SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO ENCEFÁLICA

SISTEMA ARTERIAL

O encéfalo é vascularizado através de dois sistemas: vértebro-basilar (artérias vertebrais) e carotídeo interno (artérias carótidas
internas).

 Sist. Carotídeo interno:

- As carótidas interna e externa são derivadas da carótida


comum. A carótida externa vai irrigar a face e o coro
cabeludo.

- A carótida interna adentra no crânio pelo osso temporal


(parte petrosa), atinge o seio cavernoso se verticalizando
(parte cavernosa). Forma um “S” (sifão carotídeo) e rompe a
dura-máter. Em seguida desemboca no cérebro (parte
cerebral), ramificando-se. Há a formação de dois ramos
principais: artéria cerebral anterior e média.

Antes de formar esses dois grandes ramos, a carótida interna emite alguns ramos importantes:

- O ramo comunicante posterior conecta o sistema carotídeo interno com o sistema vertebro-basilar.

- O ramo oftálmico surge logo que a dura-máter é rompida. Essa artéria é extremamente importante para vascularizar estruturas
do bulbo ocular como retina e parte do nervo óptico. Também deriva outros ramos que tem conexões com o sistema carotídeo
externo.

- O ramo comunicante anterior conecta os dois lados da artéria carotídea interna.

Essas vias são importantes, pois em caso de obstrução de alguma delas, o sangue tem como escoar por outra, já que são
comunicantes, como outra via de fluidez. O fluxo sanguíneo nessas comunicantes é baixo.

 Sist. vertebro-basilar: derivado da artéria subclávia. A artéria vertebral ascende pelo forame transverso das 6 primeiras
vertebras cervicais. Adentra pelo forame magno. O par das artérias vertebrais sobe pela superfície ventral do bulbo e vai emitindo
ramificações, formando a artéria cerebelar inferior posterior, que vasculariza o cerebelo e outros ramos como a artéria espinal
anterior e posterior. A anterior atinge a fissura mediana e desce, irrigando toda a parte anterior e lateral da medula. A artéria
posterior vai irrigar as estruturas relacionadas com a porção posterior da medula espinal.

Próximo ao sulco bulbo pontino, as artérias vertebrais vão se ligar formando a artéria basilar, que percorrerá a porção mediana e
ventral da ponte. Ascende e forma dois grandes ramos que correrão para trás: as artérias cerebrais posteriores.

A artéria basilar emite alguns ramos como a artéria cerebelar anterior inferior, a artéria cerebelar superior e a artéria do labirinto.
 Polígono de Willis:

- É a junção de todas as artérias principais desses dois sistemas e suas comunicantes. Dele partem as artérias corticais e centrais.
As artérias centrais vão vascularizar as estruturas subcorticais.

- composto por artéria cerebral anterior (esquerda e direita), artéria comunicante anterior, artéria cerebral média, artéria cerebral
posterior (esquerda e direita) e artéria comunicante posterior (esquerda e direita).

Visão medial

- As artérias corticais podem ser vistas em visão medial ou


lateral. Na visão medial pode-se ver que a artéria cerebral
anterior ocupa boa parte do cérebro, principalmente lobo
anterior, parietal até o sulco parieto-occipital. Ocupa também
a porção superior do cérebro. O lobo occipital e porção
inferior do temporal são irrigados pela artéria cerebral
posterior. A artéria cerebral média irriga núcleos da base,
cápsula interna e diencéfalo.

 Se houver um rompimento da artéria cerebral posterior, a


função deficiente será visual. Na artéria cerebral média
poderá acometer diversas funções motoras e sensoriais.

Visão lateral

Na visão lateral, percebe-se que a artéria cerebral média é a


principal (sai do interior do cérebro pelo sulco lateral e se
espalha pela face lateral), irrigando toda a porção anterior do
lobo temporal, parte do lobo frontal e parietal. A porção
superior do cérebro é vascularizada pela a. cerebral anterior.
A parte inferior lateral do cérebro é irrigada pela extensão da
artéria cerebral posterior.

 Acometimento nessa parte lateral da artéria cerebral média


compromete funções de linguagem, motora, perceptivas.
SISTEMA VENOSO

- As veias conectam o sistema arterial aos seios.

- Há o sistema superficial, que drena as estruturas corticais. O sistema superficial superior desemboca principalmente no seio
sagital superior. O sistema superficial inferior desemboca no sistema de drenagem basal, seios cavernosos por exemplo.

- Sistema profundo faz drenagem das estruturas subcorticais: diencéfalo, núcleos da base e cápsula interna. Drena os produtos
metabólicos e leva até a veia magna, que desemboca no seio reto  confluência dos seios  seio transverso  se liga ao
sistema julgular interno.

VASCULARIZAÇÃO MEDULAR

- Feita pela espinal anterior e posterior. Ambas são derivadas da vertebral. Elas vão emitindo artérias sulcais que irrigam todas as
porções da medula.

Você também pode gostar