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FACULDADE CATÓLICA DE ANÁPOLIS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E


INSTITUCIONAL

MÁRCIA PAULA FERREIRA

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM ESTUDO DE


CASO SOB A PERSPECTIVA DA PSICOPEDAGOGIA CLINICA

ANÁPOLIS – GO
2015
1
MÁRCIA PAULA FERREIRA

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM


ESTUDO DE CASO SOB A PERSPECTIVA DA PSICOPEDAGOGIA
CLINICA

Diagnóstico Psicopedagógico Clínico apresentado


à coordenação da Faculdade Católica de Anápolis
para obtenção de título de especialista em
Psicopedagogia Clinica e Institucional.
Orientadora: Esp. Ana Maria Vieira de Souza

ANÁPOLIS- GO
2015

2
MÁRCIA PAULA FERREIRA

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM ESTUDO DE


CASO SOB A PERSPECTIVA DA PSICOPEDAGOGIA CLINICA

Diagnóstico Psicopedagógico Clínico apresentado à


coordenação do Curso de Especialização em
Psicopedagogia Clínica e Institucional da Faculdade
Católica de Anápolis como requisito para obtenção do
título de Especialista.

Anápolis - GO, 31 de outubro 2015.

APROVADA EM: ______/ ______/______/ NOTA: ______

BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Professora Orientadora – Esp. Ana Maria Vieira de Souza

___________________________________________________
Profª. Esp. Aracelly Rodrigues Loures Rangel
Convidada

___________________________________________________
Profª. Mestre Halan Bastos
Convidado

ANÁPOLIS – GO
2015
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RESUMO

Este trabalho apresenta um breve estudo sobre a psicopedagogia clínica, e objetiva-


se a identificar as causas dos bloqueios que se apresentam nos sujeitos com
dificuldade de aprendizagem. São bloqueios que ocasionam baixos rendimentos
escolares, falta de concentração, comportamentos agressivos, inquietude, entre
outros. Para encontrar respostas aos objetivos anteriormente propostos foi realizado
um estudo de caso com uma aluna de cinco anos, de uma escola pública na cidade
de Anápolis. O método de pesquisa foi embasado em entrevista familiar, anamnese,
sessões lúdicas centradas na aprendizagem, complementação com provas e testes,
síntese diagnóstica e encaminhamento. As afirmações são fundamentadas tanto no
apanhado bibliográfico realizados junto a autores que estudam a temática, quanto
embasadas nas respostas oriundas do sujeito em análise.

Palavras Chaves: Aprendizagem. Educação. Psicopedagogia.

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ABSTRACT

This article presents a brief study of the psychology of clinical education, aims to
identify the causes of blockages that occur in individuals with learning disabilities.
They are the blockages that cause poor school performance, lack of concentration,
aggressive behavior, agitation, among others. To find answers to the objectives
previously was conducted a case study with a five years old, student in a public
school in the city of Annapolis. The research method was based on interviews with
family, history, recreational sessions focused on learning and supplemented with
trials and tests, diagnoses the synthesis and routing. The statements are based both
caught literature performed with the authors who study the subject, as reported in the
responses from the subject under review.

Keywords: Education. Educational Phycology. Instructor.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................8
1 METODOLOGIA.......................................................................................................9
1.1 TIPO DE PESQUISA...................................................................................9
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA..........................................................9
1.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS...............................................................10
2 ESTUDO DE CASO SOB A PERSPECTIVA PSICOPEDAGÓGICA CLINICA......12
2.1 REGISTROS DESCRITIVOS.....................................................................12
2.1.1 Dados da Aluna.....................................................................................12
2.1.2 Visita a escola........................................................................................12
2.1.3 Entrevista com a professora e diretora...............................................13
2.1.4 Observação em sala de aula e momento de recreação.....................13
3 RELATÓRIO DO PRIMEIRO CONTATO.................................................................14
3.1 Análise do primeiro contato.....................................................................14
3.2 Queixa .......................................................................................................13
3.2.1 Relato da queixa.....................................................................................14
3.2.2 Análise de relato da queixa...................................................................15
4 ENTREVISTA DE ANAMNESE...............................................................................16
4.1 Relato da entrevista de anamnese..........................................................16
4.2 Análise da entrevista de anamnese........................................................17
5 ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRENDIZAGEM..............................18
5.1 Relato de Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem................17
5.1.2 Análise da Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem...........17
6 TÉCNICAS PROJETIVAS.......................................................................................19
6.1. Relato das Técnicas Projetivas...............................................................19
6.1.2 Análise das Técnicas Projetivas...........................................................21
7 TESTE DE SONDAGEM DA ESCRITA...................................................................22
7.1 Relato do Teste de Sondagem da Escrita..............................................22
7.1.2 Análise Teste de Sondagem da Escrita...............................................23
8 PROVAS OPERATÓRIAS DE PIAGET...................................................................24
8.1 Relato das Provas Operatória de Piaget................................................24
8.1.2 Análise das Provas Operatória de Piaget...........................................25
9 PROVAS PEDAGÓGICAS......................................................................................26
6
9.1 Relato das Provas Pedagógicas.............................................................26
9.1.2 Análise das Provas Pedagógicas........................................................26
10 INFORME PSICOPEGAGÓGICO.........................................................................28
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................30
REFERÊNCIAS..........................................................................................................31
ANEXOS....................................................................................................................32

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INTRODUÇÃO

A Psicopedagogia se justapõe em dois saberes: a psicologia e a


pedagogia. Tal ciência visa estudar e identificar no processo de aprendizagem
humana, as interferências do meio familiar, na sociedade, nos diversos grupos de
convívios os fatores que impossibilitam a construção do conhecimento de forma
eficiente. A psicopedagogia clínica, por sua vez, tem a função de analisar casos de
sujeitos que apresentem dificuldades na aprendizagem. A fim de diagnosticar e
proporcionar meios que facilitem o processo de ensino-aprendizagem.
Os comportamentos de sujeitos com déficit em aprendizagem, são
comuns nas salas de aulas, mas ainda pouco observados criteriosamente pelos
professores. É complexo o educador olhar tais atitudes comportamentais como:
agitação, falta de concentração, baixo aproveitamento nas aulas, etc., e imaginar
que por trás dessas atitudes, em sua maioria, são vítimas de vulnerabilidade social,
famílias conturbadas ou até mesmo uma escola sem estrutura que não apresenta
recursos metodológicos adequados e motivadores.
Para o presente estudo de caso, pode se metaforizar como um quebra
cabeça, pois, às peças foram oferecidas à família do sujeito, o próprio sujeito, à
escola e concretizou o produto final, ou seja, foi necessário apenas montá-lo.
Dessa forma, foi observado pontos objetivos e subjetivos em diversas ramificações,
como: familiar, cognitivo, pedagógico e social.
Os processos para as buscas por respostas se deram por meio de uma
queixa escolar, a qual inquietou-se a necessidade por realizar o estudo de caso,
posteriormente a entrevista familiar exploratória, anamnese, sessões com
atividades lúdicas centradas na aprendizagem, o prognóstico (síntese diagnósticas)
e por fim a devolução juntamente com o encaminhamento.
Em síntese, a discussão sobre psicopedagogia clínica aponta para uma
nova perspectiva no atual século em que vivemos. Uma vez que as necessidades
afetivas e epistemofílicas desempenham um papel relevante na vida escolar e social
do sujeito quanto aprendente. A busca exacerbada por tratamentos
psicopedagógicos, terapêuticos, psicológicos alertam para a importância de realizar
o diagnóstico com muito cuidado, observando o comportamento e as mudanças que
poderão surgir.

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1 METODOLOGIA

1.1 TIPO DE PESQUISA

A tipologia da pesquisa se resume em descritiva e qualitativa.


As coletas de dados utilizadas: pesquisa bibliográfica, questionários,
visitação, notas de campo, história de vida, entrevistas, intervenções, realidade
escolar.
Entende-se por pesquisa bibliográfica, segundo Marconi (2010, p.57).

Abrangência de todas as fontes secundárias, bibliografia tornada pública em


relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até
meios de comunicação oral: rádio, gravações em fita magnética,
audiovisuais: filme e televisão. (MARCONI, 2010, p.57).

No processo de coletar os dados, serão feitas técnicas de visitação,


entrevista, observação, aplicação de testes, dentre outros. Tais procedimentos, ao
mesmo tempo que valoriza o investigador, possibilita ao sujeito investigado a
liberdade de participar, inferir e refletir sobre suas práticas. Posteriormente a coleta
de dados, os resultados serão classificados de forma sistematizada através da
seleção, compilação, a fim de verificar com maior perceptibilidade e organização.
A pesquisa de caráter qualitativo pode-se permitir compreender
criteriosamente as interfaces e situações referentes aos entrevistados e as relações
com a realidade, ou seja, os fenômenos ocorridos entre os entrevistados e o meio
social, permite compreender características da realidade do indivíduo.
Contudo tais metodologias foram consideradas pertinentes pela
complexidade dos sujeitos em interagir com o meio sociocultural, e assim aproxima-
los dos significados que eles dão as questões propostas e que não podem ser
descritas com facilidade.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA


Objetivou-se realizar um relatório com a criança A. V. J. 5 anos, estudante
do C.E.I. P. Ao qual a queixa inicial pela escola e família foi de uma criança agitada,
dificilmente fica sentada, lidera a indisciplina na sala.

9
1.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS

Para a conclusão do relatório foi necessário percorrer um caminho


investigativo, se complementando com a aplicação de algumas técnicas de coletas
de dados.
O passo inicial se deu com a aplicação da anamnese, de acordo com
Paín, a busca pela historicidade do indivíduo permite “detectar o grau de
individualização que a criança tem com a relação á mãe e a conservação de sua
história nela” (1992, p. 42). Dessa forma foi iniciada uma entrevista com a avó
falando sobre gravidez, o pré-natal, a concepção. Uma vez que Weiss nos informa
que “a história começa já no ato de concepção”.
O segundo instrumento foi a observação no ambiente escolar, bem como
as relações interpessoais com professores e colegas. Tal procedimento
aparentemente simples revela comportamentos dão indicativos sobre a
personalidade e respostas as queixas quanto ao comportamento.
O terceiro instrumento foi a Entrevista Operativa Centrada na
Aprendizagem com o objetivo de investigar vínculos que o sujeito tem com os
objetos e conteúdos da aprendizagem escolar, observar suas condutas e como
enfrenta os desafios. Para Visca (1987, p.72) a EOCA deverá ser um simples, porém
rico em seus detalhes.
O quarto instrumento a ser realizado as técnicas projetivas, de acordo
com Visca, as técnicas projetivas têm como objetivo investigar os vínculos que o
sujeito pode estabelecer em três grandes domínios: o escolar, o familiar e consigo
mesmo, pela qual é possível reconhecer três níveis em relação ao grau de
consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo de aprendizagem.
Através dos desenhos ou relatos pode-se avaliar a capacidade de pensamento para
construir uma organização coerente e harmoniosa e elaborar a emoção, bem como
avaliar o que se produz no pensamento.
O quinto instrumento foi a aplicação das provas operatórias de Piaget,
com a seleção de provas para o pensamento operatório concreto de acordo com a
idade. Permite-se investigar o nível cognitivo em que o sujeito se encontra, ou se há
uma defasagem em sua idade cronológicas (WEISS, 2012).
O sexto e último instrumento foram as provas pedagógicas para avaliar

10
qual a real apropriação do conhecimento por parte do indivíduo, observando o que o
sujeito já aprendeu, as suas limitações e dificuldades. Todavia é importante aplicar
provas pertinentes ao grau de conhecimento já adquirido (WEISS, 2012).

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2 ESTUDO DE CASO SOB A PERSPECTIVA PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA

O relatório diagnóstico se dá através de uma investigação mediante a


queixa dada do sujeito, a fim de esclarecer e verificar causas das problemáticas que
dificultam ou impeçam a eficiência na assimilação da aprendizagem.
Bossa (2007) refere-se à realização eficiente de um diagnostico a
necessidade de utilizar metodologias e processos adequados para conseguir atingir
um resultado satisfatório e eficaz.
Dessa forma, foram seguidos os seguintes passos:
 Registros descritivos e queixa;
 Entrevista de anamnese;
 Observação;
 EOCA;
 Técnicas Projetivas;
 Teste de Sondagem da Escrita;
 Provas operatórias de Piaget;
 Provas pedagógicas;

2.1 REGISTROS DESCRITIVOS

2.1.1 Dados da Aluna

1- Nome: A. V. J.
2- Data de nascimento: 30/05/2010
3- Sexo: Feminino
4- Filiação – Pai: A. D. S e mãe: C.C. J. S.
6- Série: Jardim II – Pré-escola

2.1.2 Visita a escola

Após a escolha do local onde seria realizado o estágio, fez-se uma visita
para a apresentação da documentação necessária, tal como para conhecer o

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ambiente físico e o sujeito que seria o objeto de estudo. A direção e coordenação,
juntamente com a professora de AEE (Atendimento Educacional Especializado)
mostraram-se receptivos e viram a presença de uma estagiária como algo
enriquecedor para a instituição de ensino.

2.1.3 Entrevista com a professora e diretora

Por meio de uma conversa informal a diretora relatou que já solicitou a


avó da criança, a qual é a responsável pela mesma, para procurar atendimento
psicológico, fonoaudiólogo e percebeu-se uma grande resistência dos avós e pais
em ajudar a criança.
A professora descreveu a indisciplina e agitação constante na sala de
aulas, mas tem uma boa convivência com professores, funcionários e colegas,
raramente faz as tarefas propostas para serem desenvolvidas em casa, conversa
muito e brinca em horários não destinados a esse fim. Porém não apresenta
dificuldades de aprendizagem.

2.1.4 Observação em sala de aula e momento de recreação

Em sala de aula a professora distribuiu pecinhas de encaixe aos alunos, o


sujeito observado brincou por poucos minutos sozinha e foi escrever no quadro o
seu nome. A professora a chamava para sentar e ela não obedecia, além de ficar
chamando a atenção dos outros alunos para olharem o nome dela no quadro, além
do nome também fez o desenho de duas meninas.
Em sala a criança demonstrou atos de carinhos com os colegas,
demonstrando preferência por um colega de sala, constantemente o abraçava e o
beijava, apesar das resistências por parte do colega. Verificou-se os cadernos com
atividades incompletas e com a maioria das tarefas para casa sem fazer, mesmo as
que estavam respondidas continham erros, evidenciando a falta de
acompanhamento em casa nos momentos de estudos.
Após a professora os conduziram ao parque onde a criança brincava de
forma agressiva e sozinha.

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3 RELATÓRIO DO PRIMEIRO CONTATO

O primeiro contato com a família se deu através da escola, na


oportunidade a diretora realizou a ligação telefônica e prontamente a avó aceitou
participar da entrevista e cooperar no tratamento, pois dependeria dela para levar a
crianças nos horários previamente estabelecidos.

3.1 ANÁLISE DO PRIMEIRO CONTATO

Ao conversar com a diretora a avó apresentou boa vontade em realizar o


acompanhamento com a neta, sempre bem-educada e no primeiro encontro optou-
se por chegar atrasada ao trabalho para realizar a anamnese.

3.2 QUEIXA

A queixa é o elo que une o paciente ao profissional, é o momento de


perceber a sensibilidade em casa fato mencionado e também ter a sensibilidade de
perceber o teor da problemática, pois será também um objeto analisado durante
todo o percurso de estudo (WEISS, 2012). Confirmando tal afirmação, Pain (1985)
descreve a suma importância de analisar qual foi o meio que o paciente chegou até
o profissional, isto será útil para esclarecer o nível de vinculo que o paciente
pretende estabelecer ao colocar o problema como próprio ou como imposto de fora.
Em síntese, observa-se a relevância em atentar-se a queixa dada, pois a
mesma norteara todos o interesse e caminho do diagnóstico.

3.2.1 Relato da queixa

A queixa inicial partiu da escola, a qual relatou os comportamentos de


inquietação, desordem, indisciplina. Desde o primeiro ano na escola, em que
cursava o Jardim I, a aluna A. V. é uma criança bagunceira, não cumpre as ordens
de comando e não realiza as tarefas em sala e raramente as tarefas propostas para
casa.
A criança mora com a avó, tratada aqui como A. Portanto, a anamnese foi

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realizada com a mesma, que confirmou a queixa da escola. A avó relatou que tais
comportamentos advêm da vontade da neta em morar com a mãe, que vive em
outra cidade. Ainda acrescentou que a mãe faz promessas de vir busca-la, só que
não cumpre. Na casa da avó também moram o pai de A. V., o marido da avó e uma
tia de 20 anos. Sendo recorrente brigas entre o pai e o marido de A., na frente da
criança.
Quando questionada se a criança sempre teve esses comportamentos, a
resposta foi positiva. A avó relatou a dificuldade em visitar parentes, pois, A. V.
começa a mexer nas coisas e a bagunçar, gosta de subir em cadeiras, gosta de
mandar e se for contrariada, ela briga e chora.
Também foi exposto o fato de A. V, frequentemente conversar sozinha ou
com bonecas, e nos momentos de brincadeiras deixar a boneca dormindo e sair com
o cachorro o qual é denominado seu filho.

3.2.2 Análise de relato da queixa

Percebeu-se que as queixas não são relacionadas ao cognitivo, ou seja,


dificuldade em aprendizagem. Mas possivelmente de cunho emocional e
comportamental.

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4 ENTREVISTA DE ANAMNESE

Após a queixa tornou-se necessário conhecer a historicidade familiar,


escolar, social e cognitivo da aluna em estudo. Para tal, foi estabelecido um horário
que fosse favorável a responsável de A. V. Na anamnese foi possível saber como foi
o nascimento, os primeiros meses de vida, seu desenvolvimento e também o
histórico de relacionamento entre os parentes envolvidos diretamente a criança.
Para Weis (2015) a entrevista pode ser considerada como o ponto mais
importante no percurso investigativo, pois permite integrar passado, presente e
futuro. Assim possibilita a formulação de hipóteses que possivelmente serão
respondidas.

4.1 RELATO DE ENTREVISTA DE ANAMNESE

No dia marcado para a entrevista, a avó chegou pontualmente sem a


criança, e fomos encaminhados pela coordenação a uma sala que estava reservada
para essa finalidade.
Inicia-se questionando sobre a responsável e pais, sendo a mãe uma
senhora de 27 anos, desempregada, não soube relatar a escolaridade e mora em
outra cidade. O pai também tem 27 anos, realiza trabalhos de segurança e também
pedreiro, estudou até o 9° Ano e mora com a filha. A avó é uma senhora de 45 anos,
profissão de doméstica, cursou até o 8° Ano.
Sobre os dados da aluna, é uma criança de 5 anos, por nome de A. V. J.
O sexo feminino e cursa o Jardim II.
Ao ser questionada se há parentesco entre os pais, relatou-se que não.
Afirmou que os pais são ausentes e não se preocupam com o desenvolvimento da
filha.
Quando questionada sobre as condições de gestação, a mãe da paciente
não fez pré-natal, por motivos financeiros, querendo doar a filha já no 6º mês de
gravidez, o fato só não aconteceu por insistência da avó materna. A mãe também
fazia uso de cigarros no período de gestação. Não soube responder se o bebê
mexia muito.
Sobre as condições de parto, a criança nasceu com os nove meses

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completos e não soube responder se a criança chorou ao nascer, sendo de parto
normal. O nascimento foi realizado de forma tranquila, sendo que A. V. nasceu
inchada e avermelhada.
A composição familiar são: a avó, marido da avó, tia, pai e a criança. A
relação entre eles não se dá de forma harmoniosa, e com frequência acontecem
discussões e brigas. A criança começou a morar com a avó aos 2 anos de idade,
porque a mãe a entregou.
Relatou-se a omissão do fonema C e também dificuldades na fala, porém
o desenvolvimento nos primeiros meses de vida foi normal. Engatinhou aos 8 meses,
falou com 1 ano, andou com 1 ano e 2 meses, só conseguindo controlar a urina
noturna aos 3 anos, pois, ainda usava fralda.
A entrevistada sempre retornava a fala da vontade de A. V. em morar
com a mãe e por conta disso chorar com frequência.
Segundo a avó ela é uma criança saudável e não apresenta nem um
problema físico.
Portanto, o obstáculo é de caráter epistemofílico devido ao abandono da
mãe.

4.1.1 Análise da entrevista de anamnese

Por meios dos relatos apresentados, pode-se concluir hipoteticamente


que os comportamentos são de cunhos afetivo e emocional, ou seja, epistemofílico.
Não sendo da ordem cognitiva.
Visca (1987, p. 58) afirma:
O conceito de epistemofílico foi cunhado pela psicanalise, para designar,
não as interferências para aprender que derivam do nível de competência
da estrutura, mas sim do vínculo afetivo que o sujeito estabelece com os
objetos e situações de aprendizagem

A ausência dos pais comprova a falta de afetividade e amor, evidenciando


A. V. como um sujeito epistemofilico.
Portanto, o obstáculo é de caráter epistemofílico.

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5 ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRENDIZAGEM

Posteriormente a anamnese, verificou-se a precisão de avaliar o sujeito


quanto ao nível de aprendizagem. Portanto, realizou-se a EOCA, considerado por
Visca (1987) um procedimento simples, porém rico no recebimento de informações.
Dessa forma a EOCA objetivou-se a exteriorização dos conhecimentos
adquiridos pela paciente.

5.1 RELATO DE ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRENDIZAGEM

Colocou-se sobe a mesa lápis de cor, canetinhas, borracha, lápis de


escrever e foi dada a seguinte consigna: me mostre o que você sabe fazer. A criança
entendeu bem a proposta, desenhou tranquilamente e sempre fechava as
canetinhas que usava e guardava, apresentou-se concentrada e não fez nenhum
questionamento. Olhava se estava ficando bom e optava por desenhar mais um
pouco e pintar o que ainda não estava pintado.
No inventário a criança escreveu cada elemento presente isoladamente,
sendo as pessoas a avó, a irmã, a tia, ela mesma e um rio. Se satisfez a dar
somente essa descrição.
Percebeu-se uma forte ligação da criança com as mulheres da família,
não contendo nenhuma figura masculina no desenho.
Dessa forma a entrevista se deu por encerrada.

5.1.1 Análise da Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem

Pode-se concluir, de acordo com a EOCA, que A. V. possui excelente


coordenação motora e noção espacial, que gosta de brincar e estar na presença da
avo e tia. Demonstrou-se insegura ao realizar a EOCA, com frequência recorria a
borracha para apagar algo que não lhe estava agradando.
Aparentemente não apresenta dificuldades em aprendizagem e se
comportou de forma satisfatória no setting terapêutico.

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6 TÉCNICAS PROJETIVAS

Sobre as provas projetivas, Weiss (2003, p. 117), observa que:

O princípio básico é de que a maneira do sujeito perceber, interpretar e


estruturar o material ou situação reflete os aspectos fundamentais do seu
psiquismo. É possível, desse modo, buscar relações com a apreensão do
conhecimento como procurar, evitar, distorcer, omitir, esquecer algo que lhe
é apresentado. Podem-se detectar, assim, obstáculos afetivos existentes
nesse processo de aprendizagem de nível geral e especificamente escolar .

Por meio do desenho ou do relato torna-se possível perceber a


capacidade de raciocínio e sua organização no âmbito emocional. Assim, as
aplicações das provas projetivas se dão pela importância de compreender as causas
do problema, bem como o seu surgimento.
Dentre as técnicas projetivas serão aplicadas as seguintes: Desenho da
pessoa humana; O dia do meu aniversário; Os quatro momentos do meu dia; Eu
com meus companheiros; Par educativo.

6.1. RELATO DAS TÉCNICAS PROJETIVAS

As provas foram executadas de forma satisfatória, sem nenhuma


resistência por parte de A. V.
O dia do meu aniversário: Iniciou-se com a entrega de uma folha branca,
um lápis e uma borracha. Com a consigna para desenhar o dia do seu aniversário,
poderia ser qualquer idade que estivesse completando, A. V. pensou um pouco e
rapidamente começou a realizar a tarefa proposta.
Após a conclusão a criança descreveu quem eram as pessoas e o que
estava acontecendo no desenho. As pessoas eram a tia, irmã, avó, uma amiga,
outra prima e ela. Os balões eram globos de dança e naquele dia ela estava
completando cinco anos de idade, as bolas presentes no desenho eram balões.
Percebe-se um forte vínculo com mulheres e uma criança que convive
somente com adultos e com uma diferença significativa de idade. Apresenta-se no
desenho sem braço, o que evidencia a sua incapacidade de ação, bem como o
anseio por festas não infantis.
Desenho da pessoa humana: Foi entregue papel oficio, lápis e borracha
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e dada a consigna para que fosse feito o desenho de uma pessoa. A criança
desenhou tranquilamente, começou pela cabeça, posteriormente apagou tudo e
reiniciou. Demorou a me entregar o desenho e perguntei-lhe quem era no desenho.
A. V. disse que era ela mesma. Se limitou a essa resposta, desenhou uma
menina pequena em palito.
Observa-se a pobreza em detalhes, não coloca nariz, nem mãos.
Evidenciando a falta de autoestima e satisfação consigo mesma, além de
imaturidade, um caminho que percorre sozinha, pois, está sozinha e a existência de
algo entalado na garganta.
Os quatro momentos do meu dia: Se dispôs de lápis de cor, canetinhas,
borracha, lápis de escreve e uma folha oficio dobrado em quatro partes. Com a
consigna para que retratasse através de desenho quatro momentos do seu dia.
Nessa prática os desenhos foram ricos em detalhes e com cores vibrantes.
O inventario de seu da seguinte forma: no primeiro momento era um dia de sol e ela
juntamente com a irmã estavam voando, rumo a lua. No segundo momento era um
dia nublado, estava sozinha, estava chateada e ia embora para a festa de sua irmã.
No terceiro momento estava chovendo, ela saiu de seu aniversário e como estava
chovendo ela abriu a “sombrinha’. No último momento era um dia de sol, tinha
acordado e estava a caminho da escola.
Conclui-se que a criança não tem noção de rotina, ao falar que está
voando, pode-se evidenciar uma vida sem rumo, sem perspectiva, se sente sozinha.
A chuva pode ser representada como momentos de choro e o dia de sol sãos os
dias aos quais ela tenta ser feliz, além do sol apresentar uma ausência da figura
paterna.
Eu com meus companheiros: Foi entregue papel ofício, lápis e borracha
com a consigna para que a desenhasse juntamente com os seus colegas.
Compreendeu bem e começou a desenhar lentamente, parecendo estar passando
momentos bons em sua imaginação.
Posteriormente foi realizado o inventário, da seguinte forma pela criança:
era a professora, ela, alguns colegas, duas irmãs que também chamavam A. V.
Estão no parque voando e brincando com mangueira, enquanto os meninos estão
fazendo tarefa e de castigos, por conta de brigarem e não fazerem a tarefa. Os
meninos estavam dentro da casinha, era um dia de sol.

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Após o inventário com riqueza de detalhes, a hipótese anteriormente
formulada pela predileção por mulheres se confirma. O que corrobora um possível
desejo pela homossexualidade. Visto que os meninos estão presos, enquanto as
mulheres são livres. Novamente o sol é um elemento presente no desenho, o que
pode caracterizar a figura ausente do pai.
Par educativo: Por meio de uma folha branca, lápis e borracha foi dado a
consigna para que A. V. desenhasse uma pessoa aprendendo e outra ensinando.
Prontamente a criança começou a desenhar. Realizou o inventario da seguinte
forma: “É eu mexendo no computador no trabalho e eu na escola estudando. A
pequena é a professora, eu estou ensinado ela a escrever e a ler. ”
Conclui-se que faz vínculo com a professora, embora se sinta superior e
percebe-se que não conhece a função do próprio corpo, pois, não o fez e apresenta
grande interesse por aparelhos tecnológicos.
Após a aplicação de tais práticas projetivas e os dados já coletados, o
sujeito se enquadra em um ser epistemofílico, da ordem do amor.

6.1.2 Análise das Técnicas Projetivas

Por meio da observação dos desenhos e comportamentos nas sessões,


podem-se levantar hipóteses de ordem cognitiva, social, psíquica, motoras e
intelectuais. A expressão por meio desenhos configura-se uma manifestação intima
do que está guardado, ou seja, a possiblidade de exteriorização se acentua.
Bossa (2007) o desenho representa as condições da coordenação motora
fina e as crianças conseguem se concentrar porque as pressões interiores e
exteriores não a afetam de forma diretamente, ou seja, criança se dá com menos
preocupações.
Nessa etapa investigativa A. V. não apresentou deficiência no que tange
ao intelecto. Compreendei facilmente as consignas e o desempenho se encontra
dentro do esperado para a idade.

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7 TESTE DE SONDAGEM DA ESCRITA

O processo de aquisição da escrita pelas crianças acontece de forma


gradativa, ou seja, um processo na maioria das vezes lentos de acordo com o nível
de desenvolvimento de cada sujeito.
Segundo Emília Ferreiro (1982) a criança constrói a linguagem escrita,
pelos mesmos mecanismos que a sociedade passou para chegar a forma alfabética
de escrita, ou seja, o desenvolvimento do ser se repete conforme o desenvolvimento
da espécie.
Dessa forma, avaliar os aspectos gráficos da linguagem escrita, contribui
para levantar hipóteses acerca da aprendizagem cognitiva.

7.1 RELATO DO TESTE DE SONDAGEM DA ESCRITA

Escrita do nome: Para o teste foi necessário uma folha sulfite, lápis e
borracha. Foi pedido a criança para escrever o nome dela. A. V. apresentou-se
motivada e prontamente começou a escrever diversas letras sem nexos e com a
folha em orientação de paisagem. Escreveu duas fileiras de letras, a superior com
letras menores e a inferior com letras maiores. Evidenciou-se a repetição das letras T,
I, A, M.
Realismo nominal: Foi entregue-lhe dois cartões. Em um, está escrito
boi e, no outro, aranha. Foi pedido para que apontasse onde estava escrito boi e
onde estava escrito aranha. Também foi feito com as palavras elefante e formiga.
Percebeu-se que A. V. não faz reconhecimentos gráficos e, portanto, não realiza a
leitura de forma convencional. Ao responder as consignas se apresentou insegura e
com recorrência mudava a resposta, o que evidenciou não saber do que se tratava.
Relacionou a palavra boi como a maior, o que se torna possível deduzir a relação
feita do nome ao tamanho físico do boi.
Leitura de livro sem imagem: Foi apresentado para a criança um livro
infantil: Telefone sem fio, que contem dentre as suas páginas apenas imagens. A.V.
demonstrou interesse pelas figuras e folheou o livro, enquanto respondia as
consignas, tais como: é possível ler essa página? Por que?
A criança sempre questionava sobre determinadas figuras, as quais não

22
conseguia identificar e afirmou ser possível ler o livro mesmo com a ausência da
escrita.
Ao ser pedida para narrar a história, a mesma souber propiciar do
improviso e contou uma história, iniciando com “era uma vez...” e finalizou com
“viveram felizes para sempre”. Evidencia que mesmo não realizando a leitura de
forma convencional, reconhece a estruturação de um livro, bem como noção
espacial de início, meio e fim.

7.1.1 Análise Teste de Sondagem da Escrita

Pela análise das interpretações da escrita e leitura, A. V. ainda não supera


a leitura e escrita, o que se configura normal pela idade da criança. Pode-se
observar que A. V possui vínculo com a aprendizagem e soube se expressar
oralmente de forma clara e objetiva. No que tange a escrita do nome se encontra no
estágio pré-silábico.
A expressão gráfica pode manifestar desejos cognitivos e afetivos, visto
que nesse processo de investigação por diversas vezes a criança se apresentou
insegura, pois se tratava de algo a qual ela ainda não domina.

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8 PROVAS OPERATÓRIAS DE PIAGET

Considerou-se importante a aplicação das provas operatórias de Piaget,


pois as mesmas permitem perceber o desenvolvimento do sujeito de acordo com
sua idade cronológica.
Segundo Visca, p. 11, 1995:

A aplicação das provas operatórias tem como objetivo determinar o nível de pensamento do sujeito
realizando uma análise quantitativa, e reconhecer as diferenças funcionais realizando um estudo
predominantemente qualitativo.

Dessa forma, pode-se concluir que uma criança poderá ter uma idade
cognitiva diferente da sua idade cronológica e vice-versa.

8.1 RELATO DAS PROVAS OPERATÓRIA DE PIAGET

Conservação da quantidade de líquido: Fez-se necessário dois copos iguais, um


copo mais fino e alto, um copo mais largo e baixo, quatro copos iguais, dois
recipientes contendo líquidos de cores diferentes. Em seguida, foi apresentado na
mesa todos os copos de vidro sem o liquido. E lançada a consigna: O que você pode
dizer sobre este material? A. V. respondeu de forma coerente e nomeou o material
dos copo. Colocado dois copos do mesmo tamanho, com a consigna: Estes copos
são do mesmo tamanho ou são diferentes? Como o esperado a resposta foi de que
os dois copos eram iguais.
O líquido foi colocado até a metade e dada a consigna: Ponha este
liquido neste outro copo, com a mesma quantidade que eu coloquei neste, nem mais
nem menos. A criança compreendeu todas as ordens de comando executou de
forma satisfatória, compreendeu as diferenças de tamanho, altura, copos cheios e
vazios.

Conservação de comprimento: Foi necessário um barbante de aproximadamente


10cm, um barbante de aproximadamente 15cm. A. V. olhou atentamente a
disposição desses materiais e o nomeou de forma clara. Após foi dada a seguinte
consigna: Vamos fazer de conta que aqui são nossas ruas. Esta é a minha (maior) e
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esta é a sua (menor). Vamos fazer de conta que vamos caminhar por estas ruas.
Nós iremos caminhar igual ou um caminhará mais que o outro? A. V. afirmou que eu
andaria mais, pois o meu barbante era maior. Mesmo despois colocando-os em
posições de caracóis e em linha reta, a criança afirmou que um era maior e outro
menor.

8.1.2 Análise das Provas Operatória de Piaget

Ao finalizar as provas percebeu-se que A. V. possui uma excelente noção


de quantidade e comprimento. Realizou as atividades propostas com
espontaneidade, onde as respostas explicam a aquisição de noção de volume e
comprimento sem vacilação.

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9 PROVAS PEDAGÓGICAS

As provas de cunho pedagógico se tornam relevantes para avaliar qual o


nível de aprendizagem no que tange a apropriação do conhecimento, tal como
evidenciar as possíveis dificuldades.
Porém deve-se levar em conta, não somente conteúdos escolares, mas a
maneira como relaciona os conhecimentos nos ambientes sociais, respeitando o
nível de conhecimento e a série que cursa (Weiss, 2012).

9.1 RELATO DAS PROVAS PEDAGÓGICAS

Prova de português: A criança ainda não está alfabetizada, portanto a


prova teria que contemplar os conhecimentos prévios, mas ao mesmo tempo
informando o que se objetiva na aplicação dessa prova. Constou de 10 imagens
simples, em que o enunciado seria colocar a inicial de cada figura. A aluna a
princípio não compreendeu qual era a proposta, demorou alguns minutos até
completar toda a prova.
Percebe-se que A. V. faz o reconhecimento das figuras, bem como o
nome e soube escrever a letra inicial de cada imagem, não tendo erros.
Prova de matemática: A prova de matemática valorizou os ensinamentos
já adquiridos pela aluna, foi elaborada de acordo com os conteúdos ministrados em
Jardim II. Sua aplicação foi tranquila, ela não teve dificuldades. Constou de sete
figuras com quantidades diferentes, aos quais ela teria que colocar o numeral
respectivo a cada imagem.
Entende-se que A. V. não possui dificuldade na resolução das atividades
de matemática que venha comprometer futuramente o seu desenvolvimento
cognitivo.

9.1.2 Análise das Provas Pedagógicas

Ao analisar as provas realizadas percebe-se que A. V. não apresenta


dificuldade de compreensão do enunciado, bem como a resolução, pois conseguir
realizar o proposto com êxito.

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Dessa forma, as provas comprovam que A. V. não caracteriza um sujeito
com dificuldade em aprendizagem.

27
10 INFORME PSICOPEGAGÓGICO

1 Dados pessoais
1- Nome: A. V. J.
2- Data de nascimento: 30/05/2010
3- Sexo: Feminino
4- Filiação – Pai: A. D. S e mãe: C.C. J. S.
6- Série: Jardim II – Pré-escola

2 Motivação da avaliação
Queixa da escola e família: A queixa inicial partiu da escola, a qual
relatou os comportamentos de inquietação, desordem, indisciplina. Desde o primeiro
ano na escola, em que cursava o Jardim I, a aluna A. V. é uma criança bagunceira,
não cumpre as ordens de comando e não realiza as tarefas em sala e raramente as
tarefas propostas para casa.
A entrevista foi realizada em maio de 2015, com a avó de A, V. que
apresentou com queixa principal uma criança agitada, dificilmente fica sentada e
lidera a indisciplina na sala.

3 Tempo de investigação
O diagnóstico foi realizado entre os meses de maio e setembro, no ano de
2015, num total de 15 sessões.

4 Instrumentos utilizados

Foram utilizados os seguintes instrumentos para a avaliação: Anamnese,


Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), Provas Projetivas (Par
Educativo, Desenho da Pessoa Humana, Dia do Meu Aniversário, Os Quatros
Momentos do Meu Dia), Provas Pedagógicas (Prova de Português, Prova de
Matemática), Provas de Piaget (Conservação de Capacidade e Comprimento),
Testes de Sondagem da Escrita, e outras formas como visitação a escola,
entrevistas, observações.

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5 Análise dos resultados

Aspecto afetivo e emocional: Após a realização de testes e provas da


área psicopedagógica, observa-se que a criança A. V. é um sujeito epistêmico, ou
seja, todas as variações comportamentais são de ordens afetivas e emocionais,
devido ao abandono dos pais, a conturbada relação de convivência com os
integrantes da família, além do desejo em morar com a mãe.
Aspectos Pedagógicos: Sob a perspectiva pedagógica A. V. se encontra
dentro da normalidade de desenvolvimento, pois os testes e provas pedagógicas
ocorreram de forma satisfatória.
Aspectos orgânicos: No aspecto orgânico a criança também se
apresenta sem alterações e problemas durante a coleta de informações.
Aspecto cognitivo: No que tange ao cognitivo A. V. se demonstrou ser
uma criança inteligente, esperta e que compreende normalmente as ordens. Sendo
satisfatório o grau de aprendizagem e apropriação do conhecimento.

6 síntese dos resultados – hipóteses diagnosticas

Após o percurso investigativo conclui-se que A. V. possivelmente se


enquadra em um sujeito epistemofílico, da ordem do amor e afeto, proveniente das
vulnerabilidades sociais vividas desde a concepção, como: a rejeição da gravidez,
posteriormente da criança e por não ter uma figura presente de pai e mãe.

7 recomendações e indicações
Mediante aos resultados obtidos através de um acompanhamento
criterioso com a criança, torna-se relevante encaminhar família e escola para um
tratamento adequado.
Recomenda-se que seja feito um acompanhamento psicológico que
possa atender as necessidades no que se refere a ausência dos pais, rejeição da
mãe e consiga resultados que contribuem para o desenvolvimento social, afetivo,
cognitivo e pessoal da criança. Também se recomenda um acompanhamento com
os pais da criança, para trabalhar a questão do abandono e atenção.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalhou propiciou grande aprendizagem no campo da


Psicopedagogia Clínica, visto que acompanhar um sujeito em sua totalidade
representa grande responsabilidade e comprometimento para que as partes
analisadas sejam fielmente compreendidas.
A leitura dos livros e artigos para a elaboração desse relatório de
diagnostico foram relevantes para o crescimento pessoal, intelectual e como atuante
na área da psicopedagogia clínica.
A insegurança inicial se fez presente desde o início até o momento de
conclusão do trabalho, visto que é algo novo, juntamente com um agravante: a
inexperiência.
Em síntese, os conhecimentos adquiridos serão usados em toda a
carreira profissional, o que de forma direta e indireta também contribuirá para a
realização pessoal.

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REFERÊNCIAS

BOSSA, N. A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2 ed.


Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2007.

FELDMAN, Juliane. A importância do psicopedagogo dentro da instituição


escolar. Disponível em: <http://www.grupopsicopedagogiando.com.br/p/blog-
page_4209.html Acessado em: 17/07/2015

FERNANDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagens psicopedagógicas


clinicas da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. 7ed. São Paulo: Editora


Atlas, 2010.

MARREGA, S. L. A prática do psicopedagogo na clínica. Disponível em :<


http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/52947/a-pratica-do-
psicopedagogo-na-clinica> Acessado em 25/08/2015.

PAÍN, S. Diagnóstico e Tratamento dos Problema de Aprendizagem. Porto Alegre:


Artmed, 1985.

WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnostica dos problemas de


aprendizagem. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2012.

VISCA, J. Clínica Psicopedagógica: epistemologia convergente. Porto Alegre: Art.


Med, 1987.

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ANEXO A

AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS

Anápolis, ____ de _______________2015.

32
ANEXO B

AVALIAÇÃO DE MATEMÁTICA

Anápolis, ____ de _______________2015.

1- Escreva o numeral correspondente.

33
ANEXO C
Desenho da Pessoa Humana

34
ANEXO D
O Dia do Meu Aniversário

35
ANEXO E
Os Quatro Momentos do Meu Dia

36
ANEXO F
Eu e Meus Colegas

37
ANEXO G
Par Educativo

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