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RIO DE JANEIRO
Fevereiro de 2018
ANÁLISE QUALITATIVA DE RISCOS ASSOCIADOS À SEGURANÇA NO
TRABALHO EM OBRAS COM ESTRUTURAS PROVISÓRIAS
Examinada por:
______________________________________________
Prof. Eduardo Linhares Qualharini (orientador).
______________________________________________
Prof. Elaine Garrido Vazquez. D. Sc
______________________________________________
Prof. Osvaldo Ribeiro da Cruz Filho. D. Sc.
RIO DE JANEIRO
Fevereiro de 2018
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Munhoz, Paulo Antonio Maldonado Silveira Alonso
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família, em especial meus pais e irmãos, que deram base para
todo o meu desenvolvimento pessoal, acadêmico e me incentivaram em todas as etapas
da minha vida.
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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Fevereiro/2018
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Abstract of Monograph present to Poli/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements
for degree of Civil Engineer.
February/2018
This research analyzes the risks associated with those directly involved in civil
works, which use tubular structures. Risk management aims to obtain a better
understanding of the processes to achieve improvements in the execution of services
and, in the case of the study, to safeguard the safety of workers involved in this type of
enterprise. This paper aims to evaluate the practices used in the case study comparing
best practices with the light of the literature, to point out improvements and to obtain
gains to the companies and employees. An example of the actual application of good
risk management practices results in results in terms of selecting the most risky risks to
the project and establishing policy-based behavior to mitigate or prevent them.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................... 1
1.2 OBJETIVO ................................................................................................ 3
1.3 JUSTIFICATIVA...............................................................................................3
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO.................................................................................23
DE ANDAIMES..............................................................................................................24
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3.5 ANÁLISE QUALITATIVA ..................................................................... 38
3.6 ANÁLISE QUANTITATIVA .................................................................. 41
3.7 RESPOSTAS AOS RISCOS .................................................................... 43
3.8 CONTROLE E MONITORAMENTO ...................................................... 44
4. EXEMPLO DE APLICAÇÃO.. .................................................................... 47
4.1 EVENTO, EMPRESA E CONTEXTO… ................................................. 47
4.2 RISCOS ENVOLVIDOS E PLANEJAMENTO.............................................52
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
GLOSSÁRIO
NR – Norma Regulamentadora
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1. INTRODUÇÃO
No século XX, os andaimes sofreram mudanças nos materiais utilizados pois, viu-se no
aço uma melhor solução para as estruturas. No ano de 1906, os irmãos Daniel Palmer-Jones e
David Henry-Jones criaram uma empresa especializada na fabricação de andaimes. Em 1919,
eles introduziram o scaffixer – um conjunto de fixações que servia para segurar pedaços de
madeira ou de metal, de uma maneira mais segura do que as tradicionais fixações com corda.
Após alguns serviços prestados eles receberam a oportunidade de trabalhar na reconstrução do
Palácio de Buckingham em 1913, o que garantiu a consolidação do sucesso de sua invenção.
Na Europa, algumas empresas continuaram com sucesso a história das estruturas tubulares
em aço como, por exemplo, a Echafaudages Tubulaires Mills. Em 1939, os engenheiros
Théodore Coppel e Jacques Coulon criaram em sociedade a empresa que viria a ser referência
mundial na área. Em 1946, a empresa participou na reconstrução do pós-guerra utilizando
somente seus tubos e braçadeiras. No ano de 1958, a empresa realizou uma obra que utilizou
duzentos e oitenta quilômetros de estrutura tubular para escorar o cofre do Congresso
Nacional de Informação Turística (CNIT) e, se posicionou como uma das maiores empresas
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do mercado. Alguns anos depois, em 1961, os engenheiros fundadores da empresa uniram
esforços para elaborar e publicar o livro “Echafaudages Tubulaires” que, até os dias de hoje, é
referência para os cálculos de andaimes e escoramentos. Com o passar dos anos e a grandeza
da empresa na França, majoritariamente as grandes obras públicas de engenharia civil,
contavam com o apoio das estruturas da Mills e, em 1968, as obras para a Olimpíada de
Inverno de Grenoble tiveram suas instalações esportivas construídas com a participação da
empresa. Nos anos subsequentes, a empresa realizou algumas obras de destaque e expandiu
suas atuações para outros países como Brasil e Japão. (MILLS, 2015)
Com o passar dos anos as soluções criadas pelos irmãos Jones chegaram ao Brasil por
meio do estabelecimento de grandes empresas. Dentre elas, destaca-se a Mills, que tem
grande força no território brasileiro desde 1952 quando, o romeno José Nacht, começa a
importar os equipamentos tubulares da Echafaudages Tubulaires Mills na França. Antes do
surgimento desta empresa as obras se utilizavam de andaimes em madeira, o que resultava em
desmatamento e falta de segurança para os trabalhadores envolvidos. Pelo fato de ser a
primeira empresa a utilizar no Brasil as estruturas tubulares de aço, a Mills conseguiu no ano
de sua inauguração fechar contrato para realizar a obra da cúpula da Igreja da Sé em São
Paulo. Ainda na década 1950, algumas obras de destaque foram realizadas pela empresa como
a construção da Avenida Perimetral e o reparo do relógio da Central do Brasil, ambas no Rio
de Janeiro, e as obras de infraestrutura da cidade de Brasília. Nos anos 60, a empresa
conseguiu ganhar ainda mais força no mercado da construção civil brasileira e realizou obras
em todo território nacional como a reconstrução dos Arcos da Lapa, obra do Maracanãzinho,
Barragem de Jupiá e da Ponte Fronteira Santa Catarina. Ao final desta década, Cristian Nacht,
filho do fundador, passa a atuar na equipe de administração da empresa e exerce função de
liderança como Presidente do Conselho de Administração até os dias de hoje. Com o passar
dos anos a empresa foi escrevendo sua história com obras de suma importância para os
cidadãos como a construção da Ponte Rio-Niterói, Usina de Itaipú e Rodoanel Metropolitano
de São Paulo e, também, de grandes eventos como a construção do palco do Rock in Rio II.
Ao longo das décadas foram surgindo outras empresas no mesmo ramo que merecem
destaque pelas obras de qualidade, inovação tecnológica e melhorias na infraestrutura das
cidades como a Rohr S.A. Estruturas Tubulares, a Estub Estruturas Tubulares do Brasil S.A. e
a Servicon Hunnebeck (SH). (MILLS, 2015)
Por outro lado, é sabido que as obras com estes materiais representam, atualmente, parcela
significativa dos acidentes na construção civil (HEMBECKER, 2008). As obras que se
utilizam desses equipamentos podem apresentar durações muito curtas devido à necessidade
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de, por exemplo, um palco ou torre para um evento com data marcada. A necessidade de
trabalhar rápido para entregar a obra na data estabelecida pode influenciar na atenção e
organização dos trabalhadores e, com isso, acidentes podem acontecer. Além disso, quase
majoritariamente as obras são realizadas em alturas elevadas, com riscos elevados, devendo-
se sempre estar utilizando todos os equipamentos de segurança estabelecidos por norma para
realização dos trabalhos. A queda de nível e de objetos podem causar sequelas aos operários
que, dependendo da gravidade podem levar à morte e a responsabilidade para evitar tais
acidentes é atribuída aos operários, aos engenheiros responsáveis por gerenciar a obra e à
empresa como instituição. Portanto, os problemas relacionados à segurança física dos
funcionários em obra são inúmeros e suas causas podem ser das mais variadas devendo a
empresa estabelecer meios de minimizar as intercorrências durante o período do projeto.
1.2 OBJETIVO
1.3 JUSTIFICATIVA
O estudo dos riscos em relação à segurança dos trabalhadores é de grande valia para a
integridade física dos funcionários e consequente sucesso dos empreendimentos. A análise
mostra-se essencial para as empresas e funcionários que lidam diretamente com estas
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estruturas e, que serão beneficiados através da utilização destas boas práticas em obras
futuras.
1.4 METODOLOGIA
O segundo capítulo tem como objeto de estudo as estruturas provisórias e suas mais
diversas utilizações. Este capítulo visa discorrer sobre as tecnologias que vem sendo
empregadas no mercado de construção civil apresentando de forma técnica seus benefícios e
possíveis dificuldades encontradas no emprego de estruturas provisórias. Além disso, serão
apresentadas as normas de segurança que se aplicam à estas estruturas e aos trabalhadores.
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O quarto capítulo apresenta o exemplo de aplicação de gerenciamento de riscos
associados à segurança no trabalho em obras com a utilização de estruturas provisórias. A
análise será do projeto com um todo, ou seja, serão analisados os processos de retirada dos
materiais do galpão para levar ao local da obra, execução de toda a obra com a estrutura
provisória, desmontagem e a volta do material para o galpão.
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2. ESTRUTURAS PROVISÓRIAS E SEGURANÇA NO TRABALHO
Segundo a norma de segurança nos andaimes NBR-6494:1990, estas estruturas podem ser
classificadas em três esquemas estruturais baseados nos seus apoios e grau de liberdade que
são:
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apresenta estrutura leve, ou seja, tem baixa capacidade de receber esforços e apresenta a sua
sapata fixa ao solo:
Além destas classificações, a Norma técnica da Petrobras, ainda inclui uma quarta
classificação de andaime quanto a sua utilização. O andaime fachadeiro é bastante semelhante
ao simplesmente apoiado, porém, o fato de ser apoiado e ancorado na fachada de uma
edificação ou equipamento permite a sua separação em uma categoria única por se tratar de
um andaime bastante específico e utilizado com frequência em obras de engenharia civil. A
figura a seguir mostra um andaime fachadeiro construído para realizar a manutenção da
fachada de uma fábrica:
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2.2 SISTEMAS DE ESTRUTURAS TUBULARES
As estruturas tubulares foram com o passar dos anos, sofrendo alterações significativas
nos modos de encaixe dos seus componentes e algumas gerações marcaram o mercado de
produção destas peças. As estruturas podem ser divididas em estrutura tubular convencional,
estruturas com peças soldadas, estrutura concopo e estrutura multidirecional.
A utilização do emprego dos tubos com o perfil circular se dá por motivos estruturais.
Este perfil de tubo tem a capacidade de receber esforços de compressão e transmitir as cargas
para a base da estrutura e posteriormente ao solo por ser uma estrutura circular e admitir
melhor os esforços de compressão. Além disso, este perfil de tubos, padronizado pela norma
regulamentadora NBR-8261:2010, é interessante para o trabalho em estruturas desmontáveis
por se tratar de um perfil universal e aplicável em qualquer tipo de necessidade. É possível
salientar também que o armazenamento, projeto, montagem e desmontagem são facilitados
nas estruturas tubulares convencionais. Sendo assim, as empresas conseguem materiais
padronizados e com suas informações técnicas muito semelhantes conforme a figura a seguir:
Além destes equipamentos primordiais, as estruturas tubulares padrão contam com outros
equipamentos que desempenham diversos papéis nas estruturas conforme o explicado no
quadro a seguir:
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Quadro 1 –Equipamentos e funções
Autor (2018)
Equipamentos Funções
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Para a melhor comunicação na elaboração dos projetos de estruturas tubulares e, até
mesmo, na execução dos serviços viu-se necessária a atribuição de nomenclaturas para os
tubos conforme a função desempenhada estruturalmente. Portanto, conforme o manual
técnico SH, temos as seguintes denominações em um andaime tubular:
a) Postes: são os tubos que ficam nas posições verticais.
b) Longarinas: são os tubos que estão na posição horizontal no sentido da maior distância
entre postes. Também são conhecidas como travessas longitudinais.
c) Transversinas: são tubos horizontais no sentido da menor distância entre os postes do
andaime. Podem ser chamadas de travessas transversais.
d) Travessa intermediária: tubos colocados entre duas travessas com o intuito de reduzir
os vãos da estrutura aumentando a estabilidade.
e) Diagonal: tubos inclinados entre dois níveis do andaime que podem ser unidos aos
elementos horizontais com braçadeiras fixas ou aos postes com braçadeiras móveis
f) Diagonal horizontal: é caracterizado por um tubo na posição horizontal colocado na
diagonal entre dois postes.
g) Guarda-corpo: é um tubo colocado com a finalidade de fornecer proteção contra queda
e garantir o espaçamento no primeiro nível no andaime. A NR-18:1990 exige
colocação de guarda-corpo em todos os níveis do trabalho.
h) Mão francesa: é uma escora inclinada destinada a apoiar extremidades do andaime
para realizar um reforço estrutural.
A figura a seguir representa um andaime com as suas nomenclaturas para facilitar o
entendimento das peças da estrutura:
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Figura 7 – Andaime com as nomenclaturas
Manual SH (2012)
Esta geração de estrutura tubular é marcada pela modulação de grandes peças para
conferir agilidade aos processos de montagem e desmontagem, ou seja, foram criados quadros
compostos de, por exemplo, dois postes, duas travessas e de mão francesa para ajudar na
estabilidade, unidos por soldas. Estes equipamentos variam muito de empresa para empresa,
porém, muitos deles já apresentam soldados nos quadros escadas de marinheiro e cruzetas
para estabilidade. A figura do catálogo de equipamentos da empresa SH mostra alguns
exemplos de quadros:
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particularidades e peças elaboradas especificamente para seu bom funcionamento conforme o
apresentado no quadro a seguir:
Quadro 2 – Equipamentos andaimes modulares
Autor (2018)
Equipamentos Funções
Neste modelo de encaixe os tubos utilizados na direção horizontal sofreram uma pequena
mudança para se adaptar aos copos e, nas suas extremidades, passaram a apresentar patas
soldadas que são facilmente acopladas aos postes sem a necessidade de chaves de catraca.
A montagem deste sistema é realizada por montadores de andaimes devido a algumas
limitações do sistema da estrutura. Para a colocação de tubos com alguma angulação diferente
do ângulo reto é necessária a presença de braçadeiras fixas ou móveis para complementar o
sistema; caracterizando um sistema misto entre o tubular convencional e o concopo. Porém, as
vantagens de colocação de todos os tubos verticais acoplados aos horizontais através do
encaixe concopo são muito relevantes na montagem e justificam seu emprego. Para executar
esta tarefa basta colocar a pata das travessas no copo fixo e acoplar o copo móvel na parte
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superior da pata realizando uma rotação do copo, no sentido anti-horário, para a fixação e
engastamento dos tubos conforme o exemplificado na figura a seguir:
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Figura 12 – Andaime multidirecional e roseta
Autor (2018)
A roseta permite que sejam realizados ângulos entre 30 e 60°, além dos ângulos retos
conferindo maior liberdade para o projeto destes andaimes. Os pontos de encaixe na roseta
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quando são utilizados conferem cargas axiais, verticais e momentos que devem ser
considerados nos cálculos estruturais. Sendo assim, a figura abaixo apresenta as cargas
existentes na região do encaixe, para facilitar o entendimento, ao se fazer uso destes modelos
multidirecionais.
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costumam empilhar os tubos de mesmo comprimento um sobre o outro para distinguir as
pilhas por comprimento de tubo. Em relação às braçadeiras a forma de estocagem é bastante
parecida dividindo-se as braçadeiras por funcionalidade e amontoando-as uma sobre a outra.
As empresas se utilizam de estruturas de pallets ou empilham os materiais diretamente no
chão dos galpões para estocagem. Segundo Doughty (1986), sempre que possível os tubos e
braçadeiras devem ser separados por tamanho ou funcionalidade e estocados em prateleiras.
Porém, se não for possível esta forma de estocagem, eles devem ser colocados em forma de
pirâmides. Além disso, os outros materiais como pisos, forcados e sapatas são comumente
armazenados em pilhas em cima de pallets de madeira.
Para Doughty (1986), a empresa deve realizar vistorias no material e nos galpões para
verificar se os equipamentos estão sendo guardados em condições que não comprometam a
qualidade das peças. A fim de evitar maiores avarias nos equipamentos, a equipe responsável
pelos materiais em estoque deve tomar alguns cuidados como escovar os tubos que se
encontram com algum ponto de corrosão ou, até mesmo, descartar o equipamento caso a
corrosão seja grande o suficiente para atrapalhar a funcionalidade estrutural da peça. Além
disso, os responsáveis devem evitar que o empilhamento de material alcance grandes alturas a
ponto da sua base não suportar o peso próprio dos tubos acima colocados.
A inspeção dos materiais deve ser realizada pela equipe de engenheiros da empresa antes
de carregar os caminhões para o transporte. Dessa forma os equipamentos fora dos padrões
são identificados e destinados a reparos antes de sair da empresa. Segundo Doughty (1986),
para garantir a estabilidade do andaime os tubos devem ser inspecionados antes da utilização
e os pontos verificados são:
a) Os tubos devem estar retos e alinhados por todo seu comprimento.
b) As extremidades dos tubos devem ser verificadas em relação à sua perpendicularidade
ao resto do tubo.
c) Os tubos devem estar livres de corrosão, falhas, divisões, amassados ou outros danos
visíveis.
d) Os tubos devem apresentar uma camada protetora (galvanização) principalmente se
forem utilizados em áreas molhadas ou com umidade.
As braçadeiras também são de grande importância e devem ser inspecionadas antes do
envio para a obra. Os pontos que podem afetar a segurança do andaime caso as braçadeiras
não estejam em conformidade , segundo Doughty (1986), são as distorções, ferrugens ou
corrosões e parafusos espanados. Para realizar o envio destas peças para a obra é importante
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banhá-las em uma tina com óleo para lubrificação das peças, visando a consequente melhoria
e conservação das mesmas para a sua utilização durante a montagem e desmontagem.
Todos os equipamentos têm suas peculiaridades e pontos a serem conferidos para realizar
o envio dos materiais à obra, apresentando importância significativa para a boa execução dos
serviços. Os pisos podem ser de madeira, aço galvanizado ou alumínio. Os responsáveis
devem analisar pontos específicos, como por exemplo, para a utilização de pisos de madeira,
os mesmos devem ser livres de apodrecimento, fendas e cortes na madeira. Porém, caso o piso
seja de outro material, pontos como empenamentos e amassados na estrutura são cruciais,
pois podem comprometer a estabilidade. Sendo assim, os responsáveis devem estar atentos
para problemas nos equipamentos antes do material sair do galpão e, também, antes do início
da montagem para evitar comprometimento na resistência da estrutura.
Para realizar o transporte das estruturas e equipamentos do galpão até o local da obra são
requisitados caminhões com alta capacidade de carga. As empresas podem contar com estes
caminhões ou contratá-los de empresas especializadas neste tipo de frete. Para realizar a
movimentação dos tubos armazenados para o caminhão é necessária à presença de um
operário que retira manualmente os equipamentos e os coloca no caminhão. Enquanto isso,
um encarregado realiza a contagem e conferência das peças que estão saindo da empresa.
Além deste modo manual, é possível realizar de maneira mecanizada com a presença de
um operário operando um carro hidráulico específico para o manuseio de pallets. O carro
permite retirar e levantar o pallet, com os tubos devidamente presos com cintas metálicas,
para colocação dentro do caminhão. Com todo o equipamento devidamente colocado os
operários podem prender os tubos ou qualquer equipamento que possa se movimentar durante
o transporte com cordas evitando avarias e prejuízos para a empresa.
Depois de realizado o transporte dos equipamentos, os operários descarregam o caminhão
do mesmo modo que fizeram no galpão e alocam os materiais no canteiro de obras conforme
o solicitado pelos engenheiros responsáveis.
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produtividade dos funcionários, pois nestes modelos de obra rápidas raramente são
construídos barracões obrigando com que os trabalhadores tenham grandes deslocamentos
entre a moradia e o local de trabalho. Além disso, a condição do tempo é essencial para a boa
produção dos funcionários que tendem a render menos em situações adversas com muito sol,
neve, chuva ou frio. (MUNHOZ, 2005)
Para quantificar o rendimento das montagens com estruturas tubulares, estas foram
dividias conforme o grau de dificuldade de execução. O quadro a seguir exemplifica o
rendimento médio dos trabalhadores em função da colocação de braçadeiras para execução de
estruturas tubulares convencionais:
Quadro 3 – Rendimento de Montagem por homem hora
MUNHOZ (2005)
Classificação Rendimento
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riscos aos quais estão expostos os trabalhadores, pois, apesar dos avanços tecnológicos,
qualquer atividade envolve certo grau de insegurança (BOZZA, 2010).
por profissional habilitado e sua estrutura deve suportar, com segurança, todas as solicitações
ao qual está submetido. As empresas que executam obras devem ser credenciadas pelos
órgãos responsáveis, como o CREA, e cada projeto executado deve apresentar um documento
desencaixes.
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Para a boa utilização dos andaimes é necessário que os materiais sejam de boa qualidade e
dimensionados por profissionais legalmente habilitados. Em relação aos pisos, a norma,
estabelece que estes possam ser metálicos ou mistos, com a forração comumente em madeira
e, para garantir a segurança dos usuários é necessários que estes sejam antiderrapantes e
fixados de maneira segura. Os materiais utilizados devem ser previamente analisados pelos
responsáveis para que os pisos estejam em boas condições, ou seja, a madeira deve ser de boa
qualidade, estar seca e sem nós ou rachaduras para garantir a resistência do projeto. Outra
estrutura dos andaimes bastante abordada pela normativa é a escada que pode ser de do tipo
marinheiro ou de uso coletivo. A escada de marinheiro é normalmente utilizada pelos
trabalhadores para acessar os níveis enquanto a de uso coletivo é utilizada, normalmente, pelo
público e, portanto, deve apresentar os pisos com sistemas antiderrapantes.
A norma subdivide as recomendações pela classificação de andaimes e, em relação aos
andaimes simplesmente apoiados, deve-se reiterar as seguintes disposições:
a) Os andaimes com os pisos de trabalho localizados acima de um metro devem contar
com escadas.
b) As torres não podem exceder mais do que quatro vezes a menor dimensão da base de
apoio.
c) As sapatas devem ser niveladas e capazes de resistir aos esforços solicitantes dos
montantes.
Por se tratar de uma norma bastante extensa e com diversas recomendações para os mais
diversos serviços de construção civil é perceptível que as exigências da norma se tornam
bastante abrangentes e sem grande especificidade. Portanto, esta norma não apresenta tanta
rigidez como as normas que serão apresentadas posteriormente no trabalho.
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A empresa estabelece que os tubos sejam armazenados por tamanho em estantes com
identificação da modulação para facilitar a retirada e aumentar a agilidade dos trabalhadores.
O mesmo é feitos com os rodapés e pisos de madeira ou metal, porém, com as braçadeiras ou
outros materiais que necessitam de lubrificação a armazenagem é feita em baias ou caixas em
locais adequados e cobertos.
Para liberar o início dos serviços a normativa estabelece que sejam realizados algumas
verificações e estudos para garantir que a execução venha ser bem sucedida. É necessário
planejar as atividades, realizar análise dos riscos, estabelecer contato diário com os
funcionários alertando sobre os riscos, realizar o isolamento da área, atentar para evitar
simultaneidade de tarefas, entre outros. Após estas verificações é iniciada a obra e são
estabelecidos os cuidados necessários para o trabalhador durante a montagem e desmontagem
que são listados a seguir:
a) Utilização dos equipamentos e ancoragens individuais.
b) Não deixar materiais soltos nas plataformas do andaime.
c) Travar os materiais a serem transportados.
d) Utilização de braçadeiras com qualidade e lubrificadas.
e) Colocar guarda-corpo a uma altura de 1,20m para o travessão superior e 0,70m para o
travessão inferior (andaime padrão). Para o multidirecional as alturas são 1,00m e
0,50m respectivamente.
f) Peças que possam sofrer deslocamentos com o vento devem ser travadas.
g) Não exceder 2,00m de altura entre os travamentos horizontais.
h) Colocar contraventamentos para eliminar oscilações.
i) Colocar placas vermelhas com os dizeres “ANDAIMES NÃO LIBERADOS” caso a
montagem ainda esteja em curso.
j) Proibido retirada de dispositivos de segurança em qualquer caso.
Todos os processos durante a montagem devem ser monitorados por profissionais
especializados em segurança no trabalho e inspeções diárias na qualidade dos materiais
devem ser realizadas a fim de alcançar parâmetros de alta qualidade nos serviços da empresa.
Esta normativa visa fixar as condições necessárias para a segurança de andaimes quanto à
sua condição estrutural, bem como de segurança das pessoas que neles trabalham e transitam,
porém, não se aplica para a segurança de terceiros devendo ser regida pela legislação
específica dos órgãos públicos responsáveis.
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Em relação ao projeto e construção dos andaimes é essencial que a resistência de projeto
esteja em concordância com as solicitações de utilização e, para isso acontecer, os materiais
devem ser de qualidade, estar em bom estado e com suas propriedades de resistência
inalteradas conforme as normas brasileiras de estruturas tubulares. Os andaimes devem
apresentar alguns dispositivos de segurança para o trabalhador previstos em projeto e algumas
particularidades, principalmente em relação aos pisos, que devem apresentar rugosidade o
suficiente para não permitir escorregamentos e deve ser bem fixado na horizontal para evitar
quedas provocadas por ventos fortes. Sendo assim, em projeto já são consideradas medidas de
segurança.
No parágrafo disposto para análise propriamente dita da segurança e proteção nos
andaimes a norma estabelece estratégias para minimizar os acidentes com o uso da estrutura
tubular. Em relação aos guarda-corpos é obrigatória a presença em todas as faces externas e
internas quando houver riscos de queda e, é exigido que os mesmos não se movimentassem
em qualquer direção, sob hipótese alguma. O posicionamento dos tubos que servirão como
guarda-corpo é de 0,5 e 1,0 metros a partir do estrado e os rodapés devem ser instalados à
0,15 metros do nível de trabalho. Além disso, a norma estabelece que a carga máxima por
guarda corpo é de 350N considerando a aplicação na parte mais desfavorável.
A proteção e sinalização do andaime contra fatores externos como, por exemplo, carros e
equipamentos devem ser previstas pela empresa responsável que, também, deve tomar
precauções especiais em relação à movimentação do andaime e dos funcionários em obras
muito próximas a redes elétricas. As redes elétricas e, até mesmo, as fiações utilizadas em
conjunto com o andaime podem ser bastante perigosos para os usuários e por isso devem estar
com os cabos devidamente isolados, além de se dever fazer o aterramento das estruturas.
A utilização propriamente dita dos andaimes é bastante abordada pela norma
regulamentador NBR-6494:1990, que, em termos de segurança, reitera que o risco de queda
de ferramentas e materiais dos andaimes são altos e para evitar isso não é recomendado
realizar empilhamentos nos níveis e as sobras devem ser descartadas por dutos. Para realizar a
movimentação de equipamentos durante a montagem ou desmontagem os trabalhadores
devem se utilizar de cordas para içar o que é necessário na direção vertical. A queda de
materiais pode ser prevenida com a instalação de telas por todo o exterior do andaime e,
assim, garantir a segurança dos funcionários nos níveis inferiores.
Além disso, o trabalho em andaimes sob intempéries, como ventos fortes e chuva, é
vedado pela normativa, porém, cabe aos responsáveis pelo acompanhamento da obra entender
quando é necessária a paralisação para evitar incidentes. As condições climáticas afetam
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diretamente a saúde e condição do trabalhador e cabe aos responsáveis fornecer boas
condições de trabalho.
Ao final da normativa são abordados aspectos da utilização de equipamentos de proteção
individual de forma bastante semelhante ao apresentado na norma regulamentadora NR-6.
Segundo a normativa NBR-6494:1990, os trabalhadores devem estar equipados com cinturões
de segurança e trava-quedas com sua extremidade fixada na estrutura da edificação
independente do andaime e o trabalho não pode ser realizado somente por um funcionário
para, em casos de emergência, os mesmos terem auxílio se necessário.
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empregador para a implementação das disposições desta norma e cumprir com as exigências
previstas. Além disso, durante a execução dos serviços o trabalhador deve zelar pela saúde e
integridade física dos que estão no mesmo ambiente de trabalho e, principalmente por sua
saúde analisando as situações de risco e interrompendo o seu trabalho caso constate-se
evidências de que riscos graves possam ocorrer.
Para a boa execução dos trabalhos e a garantia da segurança dos envolvidos é estabelecido
que as etapas de planejamento tivessem grande representatividade dentro do projeto. A equipe
de planejamento deve ser capacitada e selecionar trabalhadores autorizados e com a saúde
avaliada para exercício de tais atividades. Em relação aos exames médicos exigidos, cabe ao
empregador garantir que o funcionário faça avaliações periódicas e estes sejam pertencentes
ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, no qual, as patologias que
originam mal súbito e queda de altura são avaliadas para garantir que o funcionário esteja apto
para exercer suas funções. Além disso, o planejamento deve estabelecer medidas para evitar
as quedas de funcionários e, também, implantar estratégias que minimizem as consequências
de uma possível queda.
Segundo a normativa, todo o trabalho em altura deve ser precedido de uma Análise de
Risco. Esta análise contém todos os riscos inerentes ao trabalho e, também, é de grande
importância o local em que se está realizando o serviço em altura para consideração das
influências externas e, assim, realizar o isolamento e sinalização do entorno. As considerações
desta análise são baseadas nas exigências de outras normativas, como por exemplo, a NR-6 e
os equipamentos utilizados pelos trabalhadores que devem estar em concordância com as
mesmas, mas, particularmente a análise de riscos prevê a obrigatoriedade de pontos de
ancoragem para o complemento do uso dos equipamentos de proteção individual. Além destes
pontos, a análise de riscos deve antecipar o risco de quedas de materiais e ferramentas, as
condições impeditivas e, principalmente estabelecer estratégias para casos de emergência e
planos de primeiros socorros ágeis. Sendo assim, esta análise é um documento de grande valia
para a empresa que permite a antecipação de situações e diminuição de incertezas em relação
ao trabalho em altura.
Em termos da organização das atividades e das funções de cada funcionário, a normativa
prega que a empresa estabeleça um plano operacional para facilitar o entendimento dos
funcionários e dos supervisores em relação ao trabalho em altura. É essencial para os
funcionários que as atividades sejam detalhadas, funções e responsabilidades sejam definidas
e os equipamentos de proteção coletiva e individual sejam fornecidos. Além disso, o plano
operacional abrange as orientações administrativas da empresa e requisitos das tarefas para
que os objetivos em relação ao trabalho sejam alcançados.
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A norma regulamentadora NR-35:2014 se complementa com a norma de EPI’s
principalmente no que trata aos sistemas de proteção de quedas. A norma regulamentadora,
afirma ser obrigatória a presença destes sistemas quando não se pode evitar o trabalho em
altura e exige que os sistemas de proteção sejam adequados exatamente para o serviço
prestado pelo funcionário previamente selecionado na Análise de Riscos. Para a
implementação destes sistemas é imprescindível a presença de um profissional especializado
em segurança do trabalho que verificará se os equipamentos estão em conformidade com as
normativas nacionais ou, caso seja aplicável, às internacionais e, também, verificar se a
resistência dos equipamentos suporta forças máximas em caso de quedas. Com o passar do
tempo, todos os equipamentos que previnem quedas do trabalhador devem ser vistoriados
periodicamente para identificar possíveis defeitos ou deformações e, se necessário, descartar
as peças não conformes. A vistoria antes da utilização das peças é tida como essencial para
prevenir acidentes.
Além disso, a norma que regulamenta o trabalho em altura prevê algumas definições entre
análise de riscos, proteção contra quedas e equipamentos de proteção coletiva e individuais,
porém, a norma se torna bastante similar ao apresentado na NR-6:2017. A NR-35:2014, ainda
estabelece critérios para emergência e salvamento que devem ser seguidas pelo empregador e
trabalhador. O empregador deve fornecer os recursos necessários para que a equipe tenha
respostas rápidas às ameaças e disponibilizar uma equipe para ajudar no caso de emergências.
A equipe de salvamento ou ajuda pode ser própria ou terceirizada, mas deve ser apta a
executar o resgate e realizar os primeiros socorros.
Sendo assim, esta norma é bastante extensa e envolve fases de planejamento de riscos e
operacional, execução do serviço e resposta aos possíveis problemas encontrados durante a
realização do serviço. Portanto, as empresas que seguem a norma com fidelidade não devem
encontrar problemas em suas atividades por se tratar de uma norma extensa e que abrange
outras normas de segurança no trabalho.
31
ou fitas com boa resistência que são acopladas aos cintos e trava quedas para aumentar
a mobilidade do funcionário. A linha de vida pode ser temporária ou fixa, dependendo
da sua necessidade na obra. A figura a seguir representa um trabalhador com uma
linha de vida no alto de um andaime:
32
necessária caso haja possibilidade de choques elétricos, vibrações, contra umidade em
trabalhos com água, entre outros.
Além destes equipamentos de proteção, a norma regulamentadora NR-6:2017 estabelece
alguns outros itens que como óculos, protetor facial, máscara para solda, protetor auditivo e
vestimentas que podem ser utilizados pelos trabalhadores dependendo da obra. A utilização
das máscaras de soldas, por exemplo, é utilizada por profissionais especializados que realizam
a manutenção das estruturas tubulares dentro do galpão das empresas e se torna essencial para
a proteção dos olhos.
Em relação à utilização dos equipamentos de proteção individual a norma estabelece as
funções do funcionário e do empregador para o bom cumprimento das normas e,
principalmente, para resguardar a integridade física dos envolvidos. Sendo assim, cabe ao
empregador:
a) Adquirir os equipamentos necessários para cada tipo de atividade exercida.
b) Exigir que o trabalhador faça uso dos EPI’s.
c) Fornecer somente produtos certificados pelos órgãos responsáveis.
d) Orientar e treinar o trabalhador para que o uso dos equipamentos seja correto.
e) Substituir, em imediato, todos os equipamentos não conformes.
f) Higienizar e realizar manutenção preventiva nos EPI’s.
As exigências da norma NR-6:2017 em relação ao trabalhador são tão importantes se
comparado ao empregador, sendo assim, o funcionário deve fazer uso dos equipamentos no
local de trabalho e realizar a conservação e guarda das peças. Além disso, cabe ao funcionário
seguir as recomendações dadas pelos profissionais da empresa e, também, relatar alguma não
conformidade ou alteração no comportamento dos equipamentos para que o empregador tome
as providências necessárias.
33
3. GERENCIAMENTO DE RISCOS
O risco para um projeto é uma condição de incerteza que pode afetar a continuidade do
mesmo, ou seja, o risco é o efeito das incertezas nos objetivos do projeto. Segundo o
PMI(2013), os riscos são eventos ou condições incertas que, caso se confirmem, podem trazer
consequências positivas ou negativas para o projeto.
Além disso, os ricos podem possuir mais de uma causa, podendo variar entre premissas,
restrições ou requisitos, e seu impacto pode abranger um ou mais objetivos na forma de
resultados positivos ou negativos. (KEZNER, 2009)
34
b) Identificar os riscos: é um processo na qual os envolvidos no projeto procuram apontar
possíveis riscos e documentar suas características e prováveis consequências.
c) Realizar a análise qualitativa dos riscos: é um processo de análise e avaliação para
realizar a priorização dos riscos baseado na probabilidade de ocorrência e impactos
associados.
d) Realizar a análise quantitativa dos riscos: se caracteriza por uma análise numérica dos
efeitos do riscos aos objetivos do projeto.
e) Planejar as respostas aos riscos: é um processo de elaboração de alternativas e opções
para reduzir os efeitos negativos e elevar os positivos dos riscos.
f) Controlar os riscos: implementar os planos de respostas aos riscos, realizar o
acompanhamento dos riscos identificados, monitorar riscos residuais, identificar
possíveis novas causas de riscos e verificar o funcionamento dos processos gerenciais
por todo o projeto.
O processo de gerenciamento de riscos deve existir durante toda a vida do projeto, tendo
como objetivo, garantir, que os riscos identificados sejam rapidamente avaliados,
qualificados, quantificados e tratados.
35
concepção realizada de forma precisa e acurada possibilita maiores chances de êxito dos
projetos que se utilizam desta metodologia.
O processo de planejamento entrega o plano de gerenciamento para a empresa que
segundo Kezner (2009) é o roteiro relacionado aos riscos que mostra para a equipe do projeto
como chegar ao objetivo proposto a partir do que se tem hoje. Para a elaboração do plano são
necessárias algumas entradas e ferramentas como:
As ferramentas deste processo são utilizadas para contextualizar a visão das partes
interessadas e a exposição estratégica que os riscos associados acarretariam ao projeto, ou
seja, é realizada uma avaliação de alto nível da exposição do projeto aos riscos para conseguir
designar os recursos apropriados para o gerenciamento de riscos. Para realizar essas seleções
e definições de planejamento podem ser consultados especialistas em riscos da área na qual o
projeto está inserido e convocar reuniões para o desenvolvimento de planos de alto nível.
(PMI, 2013)
Ao final do planejamento o gerenciamento dos riscos, os documentos considerados saídas
do processo apresentam em suma a metodologia, os papéis e responsabilidades, o orçamento e
prazos para a realização dos processos de gerenciamento. (PMI, 2013)
Para uma equipe de projeto realizar a identificação dos riscos existem algumas
metodologias de coleta de informações conforme (PMI, 2013):
a) Brainstorming: é um método realizado pela equipe do projeto que conta,
frequentemente, com especialistas na área externos à empresa. O brainstorming pode
ser realizado de maneira tradicional, ou seja, de forma livre mas sob a liderança de um
facilitador ou de forma estruturada na qual usam-se técnicas de entrevista em grupo.
Ao final do processo, os riscos identificados são categorizados de acordo com o tipo e
suas definições.
b) Técnica Delphi: é um método caracterizado pela identificação de riscos baseada em
um consenso de especialistas. É designado ao facilitador elaborar um questionário que
será submetido aos especialistas e as definições dos critérios de consenso. Os
questionários serão preenchidos em cada rodada até que os critérios sejam atendidos.
37
Sendo assim, esta técnica reduz a parcialidade nos dados e evita influências nas
repostas.
c) Entrevistas: é um meio de obter informações de membros experientes da equipe,
partes interessadas e especialistas para a identificação dos possíveis riscos atrelados ao
projeto.
d) Análise de causa principal: é uma técnica que visa identificar um problema específico
e entender as causas que levaram ao acontecimento do problema e elaborar ações
preventivas.
Segundo CHAPMAN e WARD (2003), após a identificação deve-se elaborar ao menos
uma resposta para cada risco encontrado. Uma resposta genérica como não fazer nada pode
ser considerada uma opção, porém, não é aplicável em todos os casos. A elaboração de um
plano de resposta para cada risco deve ser elaborada ao término da identificação e o
aprimoramento da mesma deve se dar ao longo do projeto conforme a posse de maiores
informações e base para a atuação da equipe frente às incertezas.
38
Figura 19 – Realizar a análise qualitativa dos riscos: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas.
PMI (2013)
A agilidade e economia com a realização das metodologias é evidente, porém, devem ser
analisadas a fim de tornar o processo o mais imparcial o possível. Deve-se salientar que a
qualidade das informações é essencial para o entendimento e análise dos riscos inerentes ao
projeto e, além disso, os processos devem ser regularmente realizados ao longo da vida útil do
projeto para ajustar as bases de dados referentes aos riscos. (PMI, 2013)
Os processos previamente realizados contribuem com diversos elementos de entrada para
o processo realizar análise qualitativa dos riscos como a linha base de escopo como fonte de
riscos comuns e recorrentes, o registro de riscos previamente realizados com informações a
serem utilizados para avaliação e priorização dos riscos, fatores ambientais da empresa na
forma de fonte de dados provenientes de estudos internos realizados por especialistas e banco
de dados de riscos, e ativos organizacionais, com dados de projetos semelhantes. (PMI, 2013)
Segundo KEZNER (2009), a escala de classificação de riscos mais usual no mercado é a
escala ordinal, na qual os níveis são alocados e distribuídos apenas por ordem lógica e, os
valores reais dos intervalos entre as escalas são desconhecidos. A figura representa uma das
escalas mais utilizadas para realizar esta análise qualitativa.
39
A avaliação e posterior qualificação dos impactos dos riscos são usualmente realizadas em
entrevistas ou reuniões com participantes experientes na área de cada etapa do projeto,
membros da equipe e o gerente do projeto. A presença de especialistas que, tenham
experiência em projetos semelhantes e recentes, para a obtenção de dados importantes pode
ocorrer dependendo do grau de dificuldade e incerteza inerentes aos objetivos do projeto.
Além disso, devem ser contabilizados detalhes dos riscos e seus impactos, com as premissas e
justificativas para cada grau atribuído. (PMI, 2013)
Outra técnica utilizada é a matriz de probabilidade de impacto na qual são especificadas
combinações de probabilidade e impacto que resultam na classificação das incertezas em
graus especificados conforme a estrutura de qualificação da organização. A figura abaixo
exemplifica o uso e métricas utilizadas neste modelo de matriz.
A análise quantitativa tem como intuito realizar uma análise numérica dos efeitos dos
riscos identificados nos objetivos e particularidades do projeto. Este processo permite a
produção de informações quantitativas dos riscos para embasar e garantir que as decisões
futuras sejam tomadas acertadamente e com grau mínimo de incerteza. Para embasamento
técnico e organizacional são consideradas algumas entradas, ferramentas e saídas deste
processo conforme a figura abaixo. (PMI, 2013)
Figura 22 – Realizar a análise quantitativa dos riscos: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas.
PMI (2013)
41
empregados nesta etapa devem ser adequados à realidade da empresa a fim de que seus
esforços surtam os efeitos desejados e, além disso, estes devem ser validados pelo responsável
técnico do projeto. Algumas metodologias de análise quantitativa são comumente utilizadas
nas análises de riscos incluindo matrizes de recompensa, árvores decisórias, valor esperado e
o processo de Monte Carlo. (KEZNER, 2009)
Para GOMI (2001), uma das ferramentas apresentadas que apresenta grande eficácia é a
árvore decisória que, permite expor com clareza as consequências e resultados referentes as
decisões tomadas no projeto em relação aos riscos identificados. As árvores decisórias
possuem elementos essenciais para o funcionamento da sua metodologia que são:
a) Pontos de decisão: são os pontos iniciais da árvore dos quais saem as alternativas
estudadas pela equipe de projeto. O número de alternativas é definido pelo grau de
assertividade das mesmas e pelos custos envolvidos com suas escolhas.
b) Pontos de riscos: é um vértice no qual encontra-se uma indicação de que um evento é
esperado. Os eventos são representados nas arestas subsequentes e cada uma é
associada a uma probabilidade de ocorrência.
c) Resultados: são os vértices finais da árvore que representam os ganhos ou perdas das
alternativas em questão e eventos ocorridos que são a base para a tomada decisória.
A imagem abaixo exemplifica como é a estruturação de uma árvore decisória:
42
lista priorizada de riscos é um documento no qual constam os riscos que representam maiores
ameaças para os objetivos do projeto e os que exigem maiores contingências de custos ou,
também os que afetariam de forma significativa o cronograma do projeto.
Segundo KEZNER (2009), as saídas deste processo são de extrema importância para obter
desempenho técnico de alto nível, estimativas planejadas de conclusão do empreendimento e
estabelecer marcos para o projeto. Entretanto, as informações de tendências reais são
frequentemente mascaradas por incertezas nas análises realizadas pela equipe responsável
pelo projeto.
O plano de respostas aos riscos inclui as metodologias e técnicas responsáveis por lidar
com as ameaças e oportunidades conhecidas do projeto, definir os responsáveis da equipe do
projeto pelo tratamento de cada risco e estabelecer os recursos que serão empregados na
resolução dos problemas. (KEZNER, 2009)
A análise decisória da estratégia que será implementada para o tratamento do risco
depende dos custos e dificuldades de implementação e, é interessante aplicar a que equilibre
estes pilares com os benefícios decorrentes, tais como requisitos legais, regulatórios ou
outros. (ABNT, 2009).
Segundo PMI (2013), são possíveis algumas ferramentas estratégicas de resposta aos
riscos e, sua implementação, depende diretamente das análise da eficácia das mesmas. As
ações são elaboradas pela equipe de projeto de maneira singular para cada incerteza do
projeto e, incluem-se estratégias principais e alternativas conforme o risco associado. Sendo
assim, podem ser utilizadas as seguintes estratégias para lidar com as ameaças dos projetos:
a) Prevenir: é uma estratégica na qual a equipe visa eliminar o risco para evitar seu
impacto no projeto. O gerente do projeto pode rever os planos de gerenciamento para
adequar os riscos aos objetivos, ou seja, é possível estender o cronograma ou reduzir o
escopo para evitar os impactos de um risco. Uma possibilidade a ser considerada é o
cancelamento do projeto, porém, a mais radical.
b) Transferir: consiste em repassar os impactos dos riscos para terceiros e, também, as
responsabilidades de suas respostas. Deve se salientar que, nesta estratégia, o risco não
é eliminado somente muda-se o responsável que, por estar assumindo a incerteza deve
receber um estímulo financeiro proporcional às responsabilidades atreladas. As
ferramentas de transferência são representadas pelo uso de seguros, seguros-
desempenho, garantias, etc.
43
c) Mitigar: é um método de redução da probabilidade de ocorrência e, caso ocorra, dos
seus impactos envolvidos. A estratégia de mitigar os riscos é realizada para que os
impactos do risco sejam minimizados até que estejam dentro de uma faixa considerada
aceitável pela equipe de projeto. A utilização de processos com baixa complexidade
técnica e a escolha de fornecedores com maior confiabilidades são bons exemplos de
mitigação de riscos.
d) Aceitar: é uma estratégia de não realizar nenhuma ação frente ao risco, a menos que
ele venha a ocorrer. A aceitação de um risco é adotada quando não se tem estratégias
adequadas para as respostas ou se torna inviável financeiramente estabelecer um plano
de ação. Para esta estratégia são comumente estabelecidas reservas de contingência de
recursos.
Sendo assim, com estas técnicas o planejamento de riscos é realizado e são elaborados
documentos com as opções de resposta, abordagens definidas, o detalhamento das atividades
e responsabilidades da equipe de projeto. As saídas deste processo de planejamento devem ser
claras e tecnicamente viáveis para a equipe do projeto colocar em prática as soluções
definidas. (KEZNER, 2009)
Além disso, segundo COSO (2008), a análise de qual resposta se torna mais adequada ao
risco não deve se limitar à redução dos impactos e da probabilidade de ocorrência do risco
mas, também, deve considerar as oportunidades e objetivos da organização como um todo.
44
Figura 24 – Controlar os riscos: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas
PMI (2013)
45
que incluem as novas probabilidades de ocorrência e impactos, responsabilidades e qualquer
informação que o responsável pelo projeto julgue relevante. Além disso, são analisados os
resultados reais dos riscos e do plano de ação que tem enorme valia para empreendimentos
futuros com escopo semelhante. (PMI, 2013)
46
4. EXEMPLO DE APLICAÇÃO
47
salientar que a colocação dos painéis e equipamentos de som não fazem parte do escopo da
empresa X.
As torres em questão são classificadas como simplesmente apoiadas e para cada uma
foram dimensionadas 18 toneladas de equipamentos tubulares que serão montados com a
utilização de estrutura multidirecional. Os quantitativos e descrição de peças necessárias para
a construção do especificado em contrato fornecido pela empresa se encontram no Anexo 1
do presente trabalho. Os esquemas e plantas desenhados pela empresa para auxiliar na
execução dos projetos e estabelecer planos operacionais de uma torre modelo, também estão
anexos ao texto.
Para a execução da obra, a equipe de planejamento operacional da empresa definiu que
seriam necessários para a montagem de cada uma das torres uma equipe constituída por um
encarregado de montagem e doze montadores. Ao mesmo tempo ficou definido que
trabalhariam duas equipes por turno, montando-se assim duas torres a cada três dias. A
empresa disponibilizou para o acompanhamento das obras das seis torres dois engenheiros e
um encarregado de segurança. A montagem de todas as estruturas seria realizada em nove
dias para que a empresa responsável pela colocação de som, vídeo e propagandas tivesse
tempo suficiente para realizar os serviços antes do início do evento. Em termos da
desmontagem das estruturas, que seria realizada nos mesmos nove dias, a equipe de
planejamento estipulou necessários oito montadores por torre, contando com duas equipes,
estes acompanhados do encarregado, dois engenheiros e um encarregado de segurança.
Em relação às condições básicas para a execução dos trabalhos a empresa viu a
necessidade de disponibilizar um contêiner com água potável, mesa para refeições dos
funcionários e sanitário químico. O local de trabalho não conta com a possibilidade de
dormitórios, sendo necessárias viagens diárias dos funcionários até o local do trabalho. Já
estava previsto pelo Contratante a permanência ininterrupta de uma ambulância no local, para
o pronto atendimento de eventuais ocorrências.
Deve-se se salientar que a empresa X já havia realizado outras obras com as mesmas
estruturas no local e, já era do conhecimento dos engenheiros responsáveis pelo projeto
estrutural que os ventos na região poderiam impactar a estabilidade da estrutura. Sendo assim,
os projetos estruturais apresentavam reforços e contraventamentos para mitigar a ação do
vento. Além disso, os engenheiros responsáveis pelo acompanhamento das montagens e
desmontagens são instruídos para parar as execuções em caso de ventos fortes.
Para realizar o transporte dos materiais do galpão da empresa até o local da obra e vice-
versa foram contratados caminhões de firmas especializadas neste tipo de transporte. O
48
planejamento da empresa estipulou a necessidade do emprego de dois caminhões para o
transporte de cada torre. Para evitar que os materiais ficassem armazenados no local da obra o
planejamento estabeleceu o envio de dois caminhões por dia para que os materiais pudessem
ser montados quase que imediatamente.
Deve-se se salientar que a obra ocorreu sem nenhum tipo de acidente ou qualquer tipo de
interferência. As estruturas foram montadas dentro do prazo estabelecido e utilizadas
conforme o estabelecido em contrato. As imagens da montagem, com os trabalhadores
fazendo uso dos equipamentos individuais de segurança necessários estão a seguir:
49
As torres na lateral esquerda do palco foram executas primeiro e tiveram instalados os
dispositivos de segurança determinados por normas em relação aos andaimes. As figuras a
seguir mostram as torres na lateral esquerda e alguns dos dispositivos de segurança utilizados:
50
No final da montagem de todas as estruturas, a empresa responsável pelo evento instalou
todas as caixas de som, painéis de LED e propagandas nas torres. As figuras a seguir mostram
uma das torres devidamente finalizada para o evento e a colocação destes dispositivos:
51
4.2 RISCOS ENVOLVIDOS E PLANEJAMENTO
52
Quadro 4 – Riscos envolvidos
Autor (2018)
Fase do Risco
empreendimento
Deve-se se salientar que na fase da desmontagem das estruturas são identificados alguns
riscos iguais aos da montagem, como por exemplo, a não utilização dos EPI’s.
53
Após a identificação dos riscos, há a necessidade de estimar a gravidade e probabilidade
de ocorrência de cada uma das incertezas, como forma de estabelecer quais ameaças são
prioritárias, uma vez que deve-se buscar formas de mitigar a ocorrência trabalhar das
incertezas com o maior impacto negativo para o projeto. Assim, foi necessária a categorização
destas probabilidades em uma escala, que confere números para as chances de ocorrência e
impactos, conforme a tabela a seguir:
Legenda Pontuações
(Probabilidade
/ Impacto)
Muito alta 5
Alta 4
Moderada 3
Baixa 2
Muito baixa 1
Tabela 1 – Escala de riscos
Autor (2018)
54
Listagem dos Riscos Probabilidade de Impacto da Probab. X
ocorrência ocorrência Impacto
- Queda de equipamentos das pilhas em que estão 2 2 4
arrumados.
- O equipamento carregado manualmente no caminhão 3 2 6
pode escorregar quando passado de um funcionário ao
outro.
- Cortes provocados por peças com ranhuras resultantes 2 2 4
de galvanização recente;
- Má amarração da carga no caminhão, resultando em 1 3 3
danos a funcionários e terceiros.
- Postura incorreta ao carregar materiais pesados. 3 3 9
- Queda do trabalhador; 3 5 15
- Queda de materiais, ferramentas e outros 4 5 20
equipamentos.
- Não ou má utilização dos EPI. 3 5 15
- Ruína estrutural do andaime devido a sobrecargas não 1 5 5
dimensionadas, erro de cálculo, bases sem capacidade
suporte da carga ou erros de montagem.
- Choque elétrico. 2 5 10
- Mal súbito e desmaios. 2 5 10
- Desidratação. 2 4 8
- EPI fora dos padrões mínimos ou fora de condições de 2 4 8
uso.
- Trabalho em situações adversas (ventos fortes ou 2 5 10
chuva).
- Peças mal presas que podem despencar. 3 5 15
- Problemas variados na colocação da treliça para 4 5 20
suporte dos painéis e caixas de som
- Tubos, braçadeiras, pisos desgastados, corroídos, etc. 1 4 4
que comprometam estruturalmente
- Retirar primeiro itens essenciais para a estabilidade do 2 5 5
andaime.
- Falta de atenção. 3 4 12
- Falta de cuidado para descer as estruturas do topo para 3 4 12
a base do andaime.
Tabela 2 – Matriz probabilidade x impacto
Autor (2018)
55
falta de um banco de dados com as estatísticas referentes aos acidentes no trabalho. Além
disso, o gerenciamento de riscos se torna simplificado e, consequentemente mais ágil sendo
mais adaptado para obras com estruturas provisórias que duram poucos dias. Sendo assim,
após a análise qualitativa o próximo processo será a elaboração de planos de ação.
A partir da análise da tabela, verificou-se que alguns itens precisam de maior atenção pois,
podem comprometer a integridade dos funcionários severamente. Sendo assim, será
estabelecido um plano de ação para os cinco riscos com os maiores valores de probabilidade x
impacto. O plano de ação será baseado nas práticas exigidas pelas normativas apresentadas
neste estudo e pela experiência da equipe da empresa X. Portanto os riscos e seus respectivos
planos de ação são:
a) Queda de materiais, ferramentas e outros equipamentos: este risco é muito comum
em trabalhos em altura e a uma forma de mitigá-lo é através da colocação, conforme o
especificado na norma NBR-6494:1990, de rodapés para evitar a queda de materiais
nos andaimes. Sendo assim, para atender a norma e diminuir as probabilidades de
ocorrência deste risco, deve-se considerar em seu projeto a instalação de, em todas as
extremidades ou pontos com chances de quedas, rodapés de 0,15 metros a partir do
piso. Estabeleceu-se a necessidade da colocação de telas para evitar os impactos da
queda de objetos atendendo também a esta normativa. Além disso, os responsáveis
pela obra deverão orientar os trabalhadores para evitarem algumas atitudes que são
consideradas temerárias conforme a Norma Técnica da Petrobras. O trabalhadores
serão orientados para não empilharem materiais ou ferramentas sobre as plataformas
de trabalho e travar os equipamentos que são transportados ou passados de um
funcionário ao outro evitando que por desordem nas operações algum acidente
aconteça.
b) Queda do trabalhador: este risco é de grande importância para a empresa e seus
funcionários e todas as normativas brasileiras estabelecem regras e práticas para evitar
totalmente o seu acontecimento, portanto é necessário preveni-lo para eliminar as suas
chances de ocorrência e possíveis impactos. Para isso, deve-se fornecer para todos os
funcionários os equipamentos de proteção individual necessários para o trabalho em
questão. Todos os equipamentos da empresa devem apresentar o Certificado de
Aprovação, pouco tempo de uso e boas condições, sem necessidade de manutenção.
Além disso, é importante ressaltar que os talabartes acoplados ao cinto de segurança
devem apresentar cinco pontos de ancoragem e, com isso, garantir maior segurança ao
trabalhador. Ademais, deve ser estabelecida a colocação de guarda-corpo em todos os
pontos externos ou com risco de queda de nível seguindo os padrões da NR-35 e, é
56
necessário salientar que as escadas de marinheiro devem apresentar sistemas de guarda
corpo soldados.
c) Não ou má utilização dos EPI’s: este risco ocorre devido aos hábitos dos
trabalhadores, que em muitos casos não se adaptam aos equipamentos de proteção e
preferem realizar os serviços sem utilizá-los e, deve ser prevenido. A norma NR-6
estabelece as obrigações dos empregadores e dos funcionários em relação aos
equipamentos de segurança. Porém, para garantir o uso, ao início dos trabalhos o
engenheiro responsável deve entregar os EPI’s higienizados e conversar com a equipe
de trabalhadores sobre os problemas advindos da não utilização para conseguir uma
conscientização de toda a equipe. Os funcionários devem saber que a utilização é
obrigatória.
d) Peças mal presas que podem despencar: este risco é decorrente da má execução dos
serviços pelos trabalhadores e deve ser prevenido pelos responsáveis. A equipe da
empresa identificou este risco por ser algo recorrente nas montagens da empresa
devido o trabalhador esquecer-se de realizar o torque para fixação de peças ou aperto
de braçadeiras, por exemplo. O risco pode comprometer a estabilidade da estrutura ou
uma peça específica pode despencar do andaime e, para isso, os funcionários foram
instruídos a realizar verificações nas estruturas a cada nível construído para evitar os
problemas citados. Além disso, os engenheiros responsáveis pelo acompanhamento da
obra ficaram com a função de vistoriar estas particularidades.
e) Problemas na colocação da treliça para suporte dos painéis e caixas de som: a
empresa realiza a colocação desta estrutura de maneira totalmente manual, ou seja,
alguns trabalhadores se posicionam em alguns níveis do andaime para conseguir
suspender a peça até o ponto desejado. Esta prática envolve uma série de riscos e
somente é utilizada pela empresa por uma questão de custos. A colocação desta treliça
no andaime pode ser considerado o detalhe construtivo mais complicado e difícil de
ser realizado pelos trabalhadores. Sendo assim, para prevenir os problemas
decorrentes é recomendável a realização desta etapa de maneira mecanizada, ou seja,
deve-se contratar um serviço de mini grua ou guindaste que faça a colocação de forma
muito mais segura. Desta forma o serviço é realizado mais rápido e com maior
segurança, porém maiores custos.
Portanto, estabelecem-se boas condutas a serem seguidas em relação aos principais riscos
do empreendimento. Em relação aos outros riscos, a equipe de planejamento deve ter
conhecimento da sua probabilidade e impactos nos objetivos do projeto e deve estar atenta
para evitar suas consequências negativas. Levando em consideração o exemplo de aplicação
57
analisado, por se tratar de um projeto de curta duração, não há necessidade de atualização de
acordo com o andamento do projeto dos documentos acima, diferindo da boa prática prevista
pelo PMI, como visto anteriormente. A equipe de planejamento deve manter a listagem de
riscos inalterada, assim como as probabilidades de ocorrência e impactos associados, ao
menos que alguma probabilidade se torne fato, ou o projeto se encerre.
Em termos de monitoramento e controle dos riscos envolvidos, resta à equipe de
planejamento analisar a eficácia dos planos de ação e estabelecer novas condutas, se
considerado necessário. Para realizar o monitoramento os engenheiros responsáveis pelo
acompanhamento da obra são essenciais, pois, estão diretamente ligados aos trabalhos
realizados nas estruturas e aos funcionários podendo identificar o não cumprimento de
medidas de segurança ou exigências da empresa. Deve-se salientar que os engenheiros estarão
presentes desde a saída dos materiais até a volta dos mesmos para o galpão e realizarão
controles e inspeções nos materiais para garantir o cumprimento das normas de segurança.
Para que este processo seja realizado e apresente bons resultados, é necessário que a
empresa crie padrões de qualidade em relação aos materiais, serviços e equipamentos de
segurança que podem ser baseados nas normativas e com alguns ajustes realizados pela
empresa e experiência dos funcionários.
58
A aplicação de alguns processos de gerenciamento de riscos no estudo de caso permite
mapear alguns dos riscos associados ao projeto e, com isso, os responsáveis pelo
acompanhamento da obra têm seu trabalho facilitado e com menor tendência de problemas
relacionados à segurança. Além disso, a empresa não realizava análises de riscos
anteriormente ao projeto, mesmo seguindo todas as normas técnicas, porém, a utilização das
metodologias com ênfase no planejamento das operações, os engenheiros responsáveis terão
ganhos de segurança nas operações. Além disso, a análise de risco seria de grande valia para
todos os funcionários que veriam antes da obra as possíveis ameaças. Deve-se considerar
também que o planejamento ajuda nas fiscalizações e inspeções de materiais, equipamentos
de proteção e estruturas que serão utilizados para a construção do andaime.
A utilização destas normativas brasileiras em relação à segurança no trabalho suportaram
bem as estratégias do plano de ação, porém, encontra-se dificuldade para acessar algumas das
normativas internacionais para realizar este embasamento devido às altas taxas cobradas para
visualização. Além disso, a empresa que forneceu os dados para o exemplo de aplicação não
possuía um banco de dados referente aos problemas encontrados nas obras anteriores. Com a
utilização destas informações a identificação dos riscos seria mais precisa e com isso, os
dados finais referentes aos riscos teriam melhor embasamento.
59
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 COMENTÁRIOS
5.2 SUGESTÕES
A análise qualitativa permite ter boas informações sobre os riscos do projeto, porém, a
análise quantitativa torna o estudo ainda mais real por obter informações probabilísticas sobre
os acidentes e riscos referentes os projetos com andaimes. Sendo assim, para a elaboração de
um trabalho ainda mais aprofundado que o presente, seria importante obter informações sobre
acidentes no banco de dados das grandes empresas do ramo para realizar estudos ainda mais
embasados em fatos reais. Além disso, seria importante a representação e comparação das
normas de segurança brasileiras com algumas normas dos países que se utilizam bastante
destas estruturas e apresentam destaque como a Alemanha e França.
60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR, Antonio Juarez et al. Análise de Risco para gerência de projetos. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Brasport, 2010
REFERÊNCIAS NORMATIVAS
61
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EPI. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
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62
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http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/27/perfil-montador-de-andaime-160325-
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ANEXOS
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