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Educação Infantil

Leitura
para bebês

Etapa 5:

Critérios OBJETIVO DA ETAPA:


Oferecer elementos para a construção de um acervo
para escolher variado e de qualidade para a Educação Infantil
bons livros
Material pós-vídeo
Como você viu, a escolha de bons livros é um ponto
fundamental no planejamento de situações de leitura.
Para aprofundarmos o que foi discutido no vídeo,
convidamos você a fazer a leitura do texto “Como
selecionar bons livros de literatura infantil?”, do Itaú
Social. Você pode ler o material na íntegra aqui.

Antes de pensar os critérios que definem um livro


de qualidade, vamos refletir sobre a importância
dessa reflexão: Por que pensar na qualidade dos
livros infantis?

• Não é verdade que “para criança qualquer leitura é


válida”; não se trata de proibir o contato com livros
que achamos de qualidade duvidosa, mas é preciso
que as crianças tenham acesso a bons livros para se
desenvolverem como leitores.

• Queremos formar leitores que tenham experiências


transformadoras com a literatura; que tenham a
possibilidade de pensar em suas vidas e de suas
comunidades.

• A produção editorial vem crescendo


substancialmente nos últimos anos.

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• Com a convicção de que as crianças merecem bons


livros, apresentamos algumas ideias–bússolas,
vindas dos especialistas da área:
– Kátia Lomba Brakling, na Matriz de Critérios
para seleção de Livros de literatura, do Itaú
Social;
– Equipe de Resenhadoras da Seção de
Bibliografia Brasileira de Literatura infantil
e juvenil da Biblioteca Monteiro Lobato,
coordenada por Silvia Oberg (até 2009);
– Collectivus de Leitura em A Mediação de Leitura
na Formação de Leitores – pesquisa teórico-
metodológica para a Formação de Mediadores
de Leitura; e
– Luiz Brás no texto: Literatura Infantil: só para
menores?

Livros adequados às crianças:


• Se entendermos que as crianças são inteligentes,
capazes de descoberta e construtoras de significados
múltiplos, consideraremos que elas precisam de
livros que explorem sua capacidade investigativa, sua
sensibilidade, criatividade e imaginação.

• Obras que marcam presença na produção editorial


por temas inovadores ou por discutirem de
forma competente e com qualidade literária uma
problemática importante da atualidade,

• Obras que não veiculem discriminações ou


preconceitos de qualquer espécie, mas que

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apresentem situações nas quais esses aspectos sejam


problematizados de modo a provocar reflexões críticas
por parte dos leitores.

• Que o conteúdo não esteja ancorado em estereótipos


não problematizados, ou para os quais não se criou
um espaço para reflexão crítica no texto e sua trama.

• Livros que não subestimem a capacidade intelectual


da criança. Nem superestimem, pois isso também não
seria respeitá-la em sua fase de desenvolvimento.

Livros de Qualidade literária:


• Obra não seja espaço de didatização simples de
conteúdos escolares, pois a literatura de qualidade
não visa apresentar regras de comportamento, letras
do alfabeto, ou apresentar explicitamente mensagens
de natureza ecológico-ambientais. Ao contrário, cria
um espaço para a reflexão crítica dos problemas,
sentimentos, emoções, situações vivenciadas no
cotidiano das pessoas.

• Que o conteúdo não seja apresentado de modo


que se perceba uma intenção moralizadora no
texto, por meio de “lições” óbvias e apresentadas
explicitamente, sem criar um espaço para a reflexão
necessária à compreensão crítica do leitor

• Michèle Petit em Conferência na Feira do Livro de


Buenos Aires em 2015 pontuou que a literatura infantil
e juvenil de qualidade “não é utilidade, e sim uma
qualidade de presença no mundo”. Para ela, os livros
devem ser preservados de objetivação e dotados de
interioridade e singularidade. Não somente porque

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serão mais eficientes na familiarização com


eles, mas porque é vital uma possibilidade de se
relacionar musicalmente com o que está aí.

• Uso de uma linguagem literária, ou seja, que


apresenta ritmo, figuras de linguagem, a conotação
como recurso linguístico, entre outros elementos
que confiram ao texto valor estético.

• Os livros infantis são obras de arte e, portanto,


a qualidade das ilustrações é um aspecto muito
importante para a constituição de um bom livro.
Não podem ser estereotipadas (como um sol com
uma carinha sorrindo) nem óbvias na sua relação
com o texto.

• Que as ilustrações também não sejam


estereotipadas, de maneira a “repetirem” o que
foi anunciado no texto, em especial se elas vierem
depois dele, o que inviabiliza qualquer exercício
de antecipação e inferência de possíveis conteúdos
da obra, capacidades imprescindíveis ao leitor
competente. Ao contrário, que apresentem novas
informações, que ofereçam nuances diferenciadas
do conteúdo temático, aproveitando espaços
deixados no texto verbal com interpretações
relevantes do ilustrador, criando, assim, um
espaço de participação do leitor na construção dos
sentidos.

• A qualidade do projeto gráfico: como as


composições gráficas se adéquam ao projeto
estético e se relacionam com a narrativa literária.

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Luiz Brás em seu texto “Literatura infantil: só para


menores?” apresenta os 10 mandamentos da literatura
infantil:
1. Evitar a infantilização da linguagem e das imagens;
2. Não ser professoral nem moralista;
3. Evitar os estereótipos e os clichês literários e
visuais;
4. Não subestimar a inteligência do leitor;
5. Questionar os preconceitos e as verdades prontas;
6. Não fugir dos temas proibidos;
7. Investir nas sutilezas e no vocabulário mais
elaborado;
8. Propor experiências literárias e visuais
enriquecedoras;
9. Saborear a boa literatura infantil brasileira e
estrangeira;
10. Conviver prazerosamente com as crianças.

Resumindo, o livro de qualidade literária para crianças:


• Acredita e explora a capacidade criativa da criança
leitora.
• É pensado como obra de arte; explora diferentes
linguagens.
• Não tem propósitos pedagógicos, informativos ou
moralistas.

E, como selecionar um acervo para as sessões de mediação


de leitura?
• Um acervo diversificado, em termos de formatos,
gêneros, tamanhos, autores, temas, tempo de edição,
cores, diagramações, tem mais chances de atingir
diferentes crianças.

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• Apresentar diferentes gêneros e autores amplia o


contato com a rica produção literária.

• Sobre a quantidade de livros, o ideal é pensar pelo


menos dois livros por criança. Assim a quantidade de
livros será o dobro da quantidade de crianças.

• No decorrer das mediações, um olhar atento às


necessidades e desejos das crianças vai percebendo
as escolhas, as preferências, os interesses, os modos
de ler, as brincadeiras que as crianças fazem com os
livros. Essas observações te ajudarão na seleção.

• A partir da observação das crianças você vai ver que


há livros que nunca podem faltar. É legal também
sempre introduzir novidades.

LIVROS INFANTIS QUE DISPARAM BOAS CONVERSAS EM SALA


Sugestões de DE AULA, reportagem de NOVA ESCOLA
acervo para as
crianças OS 30 MELHORES LIVROS INFANTIS DE 2018, lista elaborada
pela revista Crescer

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