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● LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA INTERNET: direitos e deveres

A Definição e o conceito de Direitos Humanos, foram evoluindo ao longo da história do


Direito, ou seja, direitos ligados e inerentes à própria condição humana, que ganharam
caráter de supremacia ao serem positivados e, portanto, transformam-se em direitos
fundamentais. Estes que são assegurados na Constituição Federal de 1988 mostram-se
como instrumentos para garantirem o ser humano como meio e fim do direito.

Assim, ao tratarmos sobre direito de liberdade de expressão na internet, primeiramente,


devemos destacar que a Declaração Universal dos Direitos do Homem, em seu artigo
19, dispõe que “todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o
que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e
difundir, sem consideração de fronteiras, informações e idéias (sic) por qualquer meio
de expressão”. Signatário da Declaração, o Brasil expressa o seu posicionamento em
defesa do ‘Direito à Liberdade de Expressão’ na ​Constituição Federal​, em seu artigo ​5º​,
inciso ​IV​, onde diz que: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato”, bem como no seu inciso IX, onde diz que: “é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença”.

Temos a liberdade de expressão, como qualquer outro direito fundamental, não é


absoluta e tem seus limites. Não devendo servir como justificativa para incitação à
violência ou ofender a honra alheia, desrespeitando desta maneira de forma direta outros
direitos fundamentais igualmente protegidos pela ​Constituição​, como o Direito à
Imagem, tanto subjetiva quanto objetiva, Direito à Privacidade e porque não dizer a
própria honra, importante braço do Direito à Imagem, e dos Direitos de Personalidade
como um todo.

Perante o exposto, as causas que versem sobre o ressarcimento de danos e


indisponibilização de conteúdos relacionados à honra, à reputação ou a direitos de
personalidade poderão ocorrer em juizados especiais, e o juiz poderá conceder
antecipadamente os efeitos da tutela considerando ainda o interesse coletivo na
disponibilização do conteúdo.

A liberdade de expressão corresponde a um direito humano fundamental e na Internet


uma ferramenta extraordinária. E, dentre essa liberdade a nós favorecida, pesa a
problemática de seu limite no paradigma do Estado de Direito. Com isso, as novas
tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) e a Internet, a liberdade de expressão
passou a ter novos contornos e novas reflexões sobre seus limites.

Uma das razões para tratar a liberdade de expressão com um novo direito, ou seja,
decorrente do paradigma da sociedade da informação, é que a Constituição Federal
brasileira garante a liberdade de expressão, vedando o anonimato, visando proteger
terceiros para eventuais reparações de danos nos abusos cometidos através da liberdade
e expressão.

A nossa Constituição traz a garantia da liberdade de pensamento, expressão e/ou


manifestação expressamente: o inciso IV, do artigo 5º, afirma que "é livre a
manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato", já trazendo o primeiro limite
à tal liberdade que é o anonimato, e, continua, no inciso IX, que garante ser "livre a
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença".

Diante de todo este quadro normativo sobre a liberdade de expressão e sua importância
para a democracia, e somada às mudanças trazidas pelas novas tecnologias da
informação e comunicação (TIC’s), o MCI se apresenta como uma nova forma de
regulação na sociedade da informação que procura estabelecer princípios, garantias,
direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.

Sobre o conceito de liberdade de expressão, é notório que é algo extremamente


abrangente e tem diversas implicações: desde um cidadão expor sua opinião; um
político, sua ideologia; um artista, sua arte; um jornalista, sua investigação, e por aí vai.
Além de garantir a expressão, o direito também se refere ao amplo acesso à informação
a partir de diferentes e variadas fontes, dentro de um ambiente democrático, que garanta
as liberdades de expressão e de imprensa. Em torno disso, repete-se o jargão:"o seu
direito termina quando começa o direito do outro".

Quais direitos estamos mencionando? Por um lado, temos a liberdade de expressão, do


outro podemos ter a dignidade da pessoa humana, o direito à vida privada, à imagem e à
honra.

Assim, é fácil termos a percepção de que a liberdade de expressão, apesar de


fundamental e importantíssima como meio de garantia e desenvolvimento da nossa
democracia, não pode ser utilizada como desculpa para prática de crimes e atividades
ilícitas. Temos a liberdade de nos expressar e ninguém poderá nos proibir. No entanto,
as garantias que a nossa Constituição nos traz servem para responsabilizar aqueles que
ultrapassaram os limites da liberdade de expressão. Os indivíduos podem, e devem, ser
responsabilizados pela prática de atividades ilícitas e não podem se esconder atrás da
bandeira da liberdade de expressão.

Atualmente, a liberdade de expressão em redes sociais é usada por muitas pessoas para
falarem o que pensam, acreditando que estão protegidas atrás de seus computadores e
celulares. No entanto, é importante lembrar que além do direito, temos as boas
maneiras, a educação e reputação. Em tempos de internet, em que as notícias correm, as
pessoas têm respondido com twittaços, intervenções nas páginas e até boicotes. Quanto
melhor as pessoas conhecerem toda abrangência da liberdade de expressão, mais fácil
será de identificar uma violação, mais fácil será de não violar e mais fácil será de
conviver em sociedade em tempos digitais.

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